sábado, 1 de dezembro de 2012

O Escassear da Justiça Abrevia o Juízo - Jeremias 5


Baseado em Jeremias 5

A geração de Judá dos dias do profeta Jeremias havia se tornado como a geração de ímpios que foi destruída nos dias de Noé, ou então como a geração de incrédulos que tombou no deserto nos dias de Moisés, com a agravante, de que eles tinham diante de si, séculos de testemunhos dos poderosos feitos do Senhor, e dos juízos que Ele havia trazido sobre o Seu povo no passado, especialmente no período dos Juízes.
Todavia, não se arrependeram e se fizeram piores do que eles.
Daí o rigor das repreensões e das sentenças de juízos que receberam da parte de Deus. 
Eles faziam jus a tudo o que o Senhor disse deles no final do quinto capítulo de Jeremias (v. 25 a 31).
O que foi resumido pelo Senhor em poucas palavras no início do capítulo, bem expressa que tais atos de iniquidade eram a consequência de não se achar nas ruas de Jerusalém uma só pessoa que praticasse a justiça e buscasse a verdade, e mesmo aqueles que diziam viver para o Senhor com juramento, faziam isto com lábios falsos. Eram falsos religiosos e não pessoas justas que O amassem de fato (Jer 5.1,2).
Deus lhes havia ferido com os Seus castigos, mas eles não emendaram os seus caminhos, porque estavam insensíveis para os Seus juízos; e mesmo quando eram consumidos se recusavam a receber a correção, e tendo endurecido as suas faces se recusavam a voltar para o Senhor.
É aqui que devemos entender que não basta pregar aos homens que Jesus é o Salvador, que a Sua graça está disponível para todos os que crerem nEle, e que é pela graça, mediante a fé nEle que somos salvos.
Porque não faz sentido Deus declarar que uma pessoa é justa pela graça por causa da sua fé (justificação) quando esta pessoa continua na prática dos seus antigos pecados e não se volta para o Senhor para uma verdadeira santificação da sua vida. 
Por isso Ele não somente justifica quando a pessoa crê de fato, Ele também regenera, isto é, Ele faz com que tal pessoa nasça de novo do Espírito, e além disso, o mesmo Espírito haverá de impulsionar o crente à perseverança, porque é pela evidência da santificação, que se pode ter a certeza da salvação.
Veja o caso de Judá que dizia pertencer ao Senhor, que eram descendentes de Abraão, que tinham o templo, e a Lei de Deus e a aliança com Ele.
No entanto, o que encontramos sendo proferido pelo próprio Deus contra eles no livro de Jeremias?
São meras afirmações dos lábios, como eles faziam, que podem ser falsas, que podem garantir a salvação de uma pessoa?
Certamente não.
Deus requer vida transformada e santificada.
Testemunho de uma nova vida.
Por isso nos justifica pela graça, mediante a fé, com base na obra que Cristo fez em nosso favor. Para que possamos viver de modo digno dEle, e conforme a Sua vontade.   
Por isso lemos em Jeremias 5.4 que os olhos de Deus atentam para a verdade, e que Ele nos corrige com o fim de nos voltarmos para Ele.  
Tanto os pequenos quanto os grandes do povo de Judá se encontravam na mesma condição de falta de conhecimento dos caminhos do Senhor, e entregues ao pecado (Jer 5.4,5).
Então eles haviam sido colocados no cerco do Senhor para serem destruídos, porque eram muitas as suas transgressões, e haviam multiplicado sobremaneira as suas apostasias, e caso tentassem fugir de Judá seriam destruídos pelos animais selvagens (Jer 5.6). 
Eles não mostravam sinais de arrependimento e assim não poderiam ser perdoados, porque a condição básica para o perdão é o arrependimento (mudança de mente e de vida).
Eles não somente se entregaram à prática da idolatria, como à do adultério, e não poderiam portanto, deixar de receber o justo castigo do Senhor, por causa das suas práticas (v. 7 a 9).
O Senhor os castigaria porque se recusavam a reconhecê-lo como o Deus deles, e afirmavam descaradamente que não lhes sobreviria qualquer juízo da parte dEle, quer sob a forma de fome ou de guerra contra as nações inimigas de Judá.
Como eles haviam desprezado ao Senhor e à Sua Palavra, dando ouvidos a falsos profetas, então Deus faria com que a Sua Palavra fosse como fogo na boca de Jeremias, e eles como lenha, para serem consumidos por ela.  
Então foram declaradas as assolações que os babilônios fariam na terra de Judá.
Todavia o Senhor manteria um remanescente no meio do Seu povo (v. 18).
Contudo, os que fossem para o cativeiro, e que não fossem mortos em Judá, saberiam que foram enviados a servir um povo estrangeiro numa terra que não lhes pertencia, porque haviam servido a deuses estranhos na sua própria terra (v. 19).
Este juízo deveria ser proclamado não somente em Judá, mas ao remanescente de Israel, que havia permanecido no que sobrou do Reino do Norte.  
Mais uma vez Deus chamou Judá de povo insensato, porque não tinha o Seu temor, porque sem temer o Senhor é impossível chegar a ter a verdadeira sabedoria, que é o real conhecimento pessoal de Deus, porque Ele a concede somente aos que O temem (v. 21-24). 


“1 Dai voltas às ruas de Jerusalém, e vede agora, e informai-vos, e buscai pelas suas praças a ver se podeis achar um homem, se há alguém que pratique a justiça, que busque a verdade; e eu lhe perdoarei a ela.
2 E ainda que digam: Vive o Senhor; de certo falsamente juram.
3 Ó Senhor, acaso não atentam os teus olhos para a verdade? feriste-os, porém não lhes doeu; consumiste-os, porém recusaram receber a correção; endureceram as suas faces mais do que uma rocha; recusaram-se a voltar.
4 Então disse eu: Deveras eles são uns pobres; são insensatos, pois não sabem o caminho do Senhor, nem a justiça do seu Deus.
5 Irei aos grandes, e falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, e a justiça do seu Deus; mas aqueles de comum acordo quebraram o jugo, e romperam as ataduras.
6 Por isso um leão do bosque os matará, um lobo dos desertos os destruirá; um leopardo vigia contra as suas cidades; todo aquele que delas sair será despedaçado; porque são muitas as suas transgressões, e multiplicadas as suas apostasias.
7 Como poderei perdoar-te? pois teus filhos me abandonaram a mim, e juraram pelos que não são deuses; quando eu os tinha fartado, adulteraram, e em casa de meretrizes se ajuntaram em bandos.
8 Como cavalos bem nutridos, andavam rinchando cada um à mulher do seu próximo.
9 Acaso não hei de castigá-los por causa destas coisas? diz o Senhor; ou não hei de vingar-me de uma nação como esta?
10 Subi aos seus muros, e destruí-os; não façais, porém, uma destruição final; tirai os seus ramos; porque não são do Senhor.
11 Porque aleivosissimamente se houveram contra mim a casa de Israel e a casa de Judá, diz o Senhor.
12 Negaram ao Senhor, e disseram: Não é ele; nenhum mal nos sobrevirá; nem veremos espada nem fome.
13 E até os profetas se farão como vento, e a palavra não está com eles; assim se lhes fará.
14 Portanto assim diz o Senhor, o Deus dos exércitos: Porquanto proferis tal palavra, eis que converterei em fogo as minhas palavras na tua boca, e este povo em lenha, de modo que o fogo o consumirá.
15 Eis que trago sobre vós uma nação de longe, ó casa de Israel, diz o Senhor; é uma nação forte, uma nação antiga, uma nação cuja língua ignoras, e não entenderás o que ela falar.
16 A sua aljava é como uma sepultura aberta; todos eles são valentes.
17 E comerão a tua sega e o teu pão, que teus filhos e tuas filhas haviam de comer; comerão os teus rebanhos e o teu gado; comerão a tua vide e a tua figueira; as tuas cidades fortificadas, em que confias, abatê-las-ão à espada.
18 Contudo, ainda naqueles dias, diz o Senhor, não farei de vós uma destruição final.
19 E quando disserdes: Por que nos fez o Senhor nosso Deus todas estas coisas? então lhes dirás: Como vós me deixastes, e servistes deuses estranhos na vossa terra, assim servireis estrangeiros, em terra que não é vossa.
20 Anunciai isto na casa de Jacó, e proclamai-o em Judá, dizendo:
21 Ouvi agora isto, ó povo insensato e sem entendimento, que tendes olhos e não vedes, que tendes ouvidos e não ouvis:
22 Não me temeis a mim? diz o Senhor; não tremeis diante de mim, que pus a areia por limite ao mar, por ordenança eterna, que ele não pode passar? Ainda que se levantem as suas ondas, não podem prevalecer; ainda que bramem, não a podem traspassar.
23 Mas este povo é de coração obstinado e rebelde; rebelaram-se e foram-se.
24 E não dizem no seu coração: Temamos agora ao Senhor nosso Deus, que dá chuva, tanto a temporã como a tardia, a seu tempo, e nos conserva as semanas determinadas da sega.
25 As vossas iniquidades desviaram estas coisas, e os vossos pecados apartaram de vós o bem.
26 Porque ímpios se acham entre o meu povo; andam espiando, como espreitam os passarinheiros. Armam laços, apanham os homens.
27 Qual gaiola cheia de pássaros, assim as suas casas estão cheias de dolo; por isso se engrandeceram, e enriqueceram.
28 Engordaram-se, estão nédios; também excedem o limite da maldade; não julgam com justiça a causa dos órfãos, para que prospere, nem defendem o direito dos necessitados.
29 Acaso não hei de trazer o castigo por causa destas coisas? diz o senhor; ou não hei de vingar-me de uma nação como esta?
30 Coisa espantosa e horrenda tem-se feito na terra:
31 os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam por intermédio deles; e o meu povo assim o deseja. Mas que fareis no fim disso?”. (Jeremias 5.1-31)


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