sábado, 1 de dezembro de 2012

Primeiro Santificação Depois a Obra - Ageu 2


Como os judeus haviam sido exortados pela profecia de Ageu, que lhes fora dada por meio do governador Zorobabel, e do sumo-sacerdote Josué (Ageu 1.1), no primeiro dia do sexto mês, e se dispuseram a tomarem as medidas necessárias para a reconstrução do templo no vigésimo quarto dia do referido mês (1.15), então, nesta segunda exortação do profeta Ageu, constante deste segundo capítulo, o Senhor ordenou ao profeta, que não falasse agora,  somente a Zorobabel e a Josué, como também a todo o povo, no vigésimo primeiro dia do segundo mês (2.1-9), ou seja cerca de quase um mês depois de lhes ter falado pela primeira vez através de Ageu.
E voltaria a lhes falar através do profeta em duas outras ocasiões (2.10-19 e 2.20-23), no mesmo vigésimo quarto dia do nono mês; ou seja, cerca de dois meses depois de lhes ter falado o que lemos em 2.1-9. 
O povo estava então trabalhando na reconstrução do templo cerca de um mês quando o Senhor lhes animou a prosseguirem na obra, com palavras encorajadoras, dizendo que apesar de  estarem julgando que o templo, que estavam construindo, em nada tinha da glória do templo anterior, que havia sido destruído, e que fora erigido por Salomão, teria uma glória maior do que a do primeiro.
Certamente, Deus não estava falando em termos de glória terrena, porque para Ele por maior que seja a glória da carne, ela é passageira como a flor da erva.
Então não é neste tipo de glória mundana que se encontra concentrada a Sua atenção, mas na glória espiritual.  
Os serviços de culto que seriam realizados no templo que eles estavam construindo, ajudaria na manutenção da devoção dos judeus ao Senhor, até que o Messias se manifestasse a eles. 
Por isso é dito no verso 4 que todos deveriam se esforçar, principalmente os líderes, e trabalharem, porque o Senhor era com eles.   
Ele seria fiel ao pacto que havia feito com os israelitas, desde que haviam saído do Egito, e não deveriam portanto, temer, porque o Espírito Santo habitava em seu meio (v. 5). 
Sem a presença do Espírito Santo é impossível trabalhar para Deus, porque toda obra do Senhor é dirigida e realizada pelo próprio Espírito, pela instrumentalidade dos Seus servos. 
O povo de Judá estava trabalhando cerca de três meses na obra de reconstrução do templo quando lhes veio de novo a Palavra do Senhor, no vigésimo quarto dia do nono mês, porque apesar de todo o seu empenho na obra que estavam fazendo,  alguns não estavam dando a devida consideração, que todo trabalho que é feito para Deus exige que estejamos com nossas vidas santificadas.
Porque, caso contrário, todo o nosso trabalho será considerado como imundo por Ele, ou seja, inaceitável.
Daí o arrazoamento que o profeta Ageu fez primeiramente com os sacerdotes, quanto às exigências da lei, para a apresentação de ofertas no templo, as quais, não poderiam ser apresentadas por pessoas que estivessem impuras, por se encontrarem em algumas das situações descritas na lei cerimonial, quanto à condição de ser considerado imundo perante o Senhor, como por exemplo, o contato da carne ofertada no templo, daqueles sacrifícios que era permitido que fossem consumidos em casa, no máximo até três dias, e que não podiam ter contato com outros alimentos comuns, isto é, que não haviam sido consagrados a Deus no templo, na presença do sacerdote (v. 10). 
E também o caso de alguém que tivesse tido contato com o corpo de uma pessoa morta, e que viesse a tocar em alguma coisa consagrada, e que a tornaria imunda (v. 13). 
Depois deste arrazoamento veio a afirmação do Senhor de que toda a obra das mãos dos que trabalhavam na reconstrução do templo, e tudo o que estava sendo oferecido, era imundo (v. 14), porque não estavam dando a devida atenção às exigências da Lei de Moisés.
No caso da Igreja de Cristo, em que não há mais distinção entre coisas puras e imundas, segundo a Lei cerimonial, no entanto, aquilo que a Lei ensinava em figura, é que não se pode ter a aprovação e aceitação de Deus, nas obras que fazemos para Ele e na Sua casa, quando vivemos na impureza.
Os judeus, foram portanto, convocados a se lembrarem uma vez mais, da condição de insucesso em que estavam vivendo antes de prosseguirem lançando mãos à obra de reconstrução; e do quanto estavam cuidando apenas dos seus próprios interesses (v. 15 a 17). 
Eles se dispuseram a trabalhar, e isto era louvável, mas não se podia louvar o fato de não estarem dando a devida atenção às exigências da Palavra do Senhor; porque a obra de Deus deve ser realizada em conformidade com as condições que Ele estabeleceu em Sua Palavra.
Se eles levassem em consideração esta exortação, e se aplicassem a agirem do modo correto, o Senhor prometeu que lhes abençoaria desde aquele dia em que lhes dirigiu tal palavra, a saber, no vigésimo quarto dia do nono mês (v. 19). 
Então, trabalhar para Deus traz bênçãos para nossas próprias vidas, somente quando o fazemos estando santificados. 
Ainda naquele mesmo vigésimo quarto dia, do nono mês, o Senhor voltou a falar, como vemos nos versos 20 a 23, especificamente a Zorobabel, governador de Judá, para lhe dizer que Ele abalaria os céus e a terra, e derrubaria o trono dos reinos, e destruiria a força dos reinos das nações; mas, naquele dia distante, ainda por vir, o Senhor prometeu a Zorobabel, seu servo, que o tomaria e faria dele um anel de selar, porque lhe havia escolhido (v. 23).
Os decretos de um rei eram firmados e reconhecidos e obedecidos por todos, por causa da marca do seu anel de selar que era fixado nos documentos que continham as suas determinações.
O Senhor disse a Zorobabel, que a Sua autoridade seria reconhecida por outros, por meio da vida do próprio Zorobabel.
Babilônia havia sido subvertida, a Pérsia e a Média também viriam a ser subvertidas, e todos os impérios que se levantassem depois deles na terra, mas os eleitos do Senhor, como Zorobabel, serão o Seu anel de selar na terra, ou seja, reinarão juntamente com Cristo, depois da Sua segunda vinda, e regerão sobre as nações da terra, na autoridade do Senhor.
Então, esta profecia dirigida a Zorobabel, tinha o propósito de encorajá-lo a fazer a obra do Senhor, não pensando propriamente na recompensa presente que teria pelo seu trabalho, mas na recompensa eterna e futura, que está reservada para todos os que servem fielmente a Deus; e é contemplando esta recompensa futura que devem se empenhar em tudo o que fizerem para Ele enquanto estiverem aqui na terra. 

 
“1 No segundo ano do rei Dario, no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês, veio a palavra do Senhor por intermédio do profeta Ageu, dizendo:
2 Fala agora ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Sealtiel, e ao sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e ao resto do povo, dizendo:
3 Quem há entre vós, dos sobreviventes, que viu esta casa na sua primeira glória? Em que estado a vedes agora? Não é como nada em vossos olhos?
4 Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, e esforça-te, sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e esforçai-vos, todo o povo da terra, diz o Senhor, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o Senhor dos exércitos,
5 segundo o pacto que fiz convosco, quando saístes do Egito, e o meu Espírito habita no meio de vós; não temais.
6 Pois assim diz o Senhor dos exércitos; Ainda uma vez, daqui a pouco, e abalarei os céus e a terra, o mar e a terra seca.
7 Abalarei todas as nações; e as coisas preciosas de todas as nações virão, e encherei de glória esta casa, diz o Senhor dos exércitos.
8 Minha é a prata, e meu é o ouro, diz o Senhor dos exércitos.
9 A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos exércitos.
10 Ao vigésimo quarto dia do mês nono, no segundo ano de Dario, veio a palavra do Senhor ao profeta Ageu, dizendo:
11 Assim diz o Senhor dos exércitos: Pergunta agora aos sacerdotes, acerca da lei, dizendo:
12 Se alguém levar na aba de suas vestes carne santa, e com a sua aba tocar no pão, ou no guisado, ou no vinho, ou no azeite, ou em qualquer outro mantimento, ficará este santificado? E os sacerdotes responderam: Não.
13 Então perguntou Ageu: Se alguém, que for contaminado pelo contato com o corpo morto, tocar nalguma destas coisas, ficará ela imunda? E os sacerdotes responderam: Ficará imunda.
14 Ao que respondeu Ageu, dizendo: Assim é este povo, e assim é esta nação diante de mim, diz o Senhor; assim é toda a obra das suas mãos; e tudo o que ali oferecem imundo é.
15 Agora considerai o que acontece desde aquele dia. Antes que se lançasse pedra sobre pedra no templo do Senhor,
16 quando alguém vinha a um montão de trigo de vinte medidas, havia somente dez; quando vinha ao lagar para tirar cinquenta, havia somente vinte.
17 Feri-vos com mangra, e com ferrugem, e com saraiva, em todas as obras das vossas mãos; e não houve entre vós quem voltasse para mim, diz o Senhor.
18 Considerai, pois, eu vos rogo, desde este dia em diante, desde o vigésimo quarto dia do mês nono, desde o dia em que se lançaram os alicerces do templo do Senhor, sim, considerai essas coisas.
19 Está ainda semente no celeiro? A videira, a figueira, a romeira, e a oliveira ainda não dão os seus frutos? Desde este dia hei de vos abençoar.
20 Veio pela segunda vez a palavra do Senhor a Ageu, aos vinte e quatro do mês, dizendo:
21 Fala a Zorobabel, governador de Judá, dizendo: Abalarei os céus e a terra;
22 e derrubarei o trono dos reinos, e destruirei a força dos reinos das nações; destruirei o carro e os que nele andam; os cavalos e os seus cavaleiros cairão, cada um pela espada do seu irmão.
23 Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, tomar-te-ei, ó Zorobabel, servo meu, filho de Sealtiel, diz o Senhor, e te farei como um anel de selar; porque te escolhi, diz o Senhor dos exércitos.”


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