segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

SALMO 139 – Salmo de Davi


Para muitos, este é o mais belo e profundo salmo de Davi, no qual ele exalta a onisciência, onipresença e onipotência de Deus.
Então ele ora para que o Senhor continuasse lhe sondando, como era próprio da Sua divindade.
Davi tinha consciência que toda a sua vida estava aberta ao conhecimento profundo de Deus, a ponto de saber até mesmo as palavras que ele proferiria, antes mesmo de tê-las pronunciado.
Não havia como fugir da presença do Senhor, e nem era este o seu desejo.
Sabia que o Senhor o cercava por todos os lados e colocava sobre ele a Sua mão.
Este total conhecimento que há em Deus era maravilhoso demais para ele, de tal modo elevado que ele não podia atingi-lo.
Afinal, quem pode conhecer perfeitamente a tudo e a todos, como somente o Senhor conhece?
Como Davi poderia fugir do alcance do poder do Espírito Santo?
Como poderia escapar do controle de Deus, cuja face estava voltada continuamente para a sua vida.
E não há nenhum lugar neste mundo ou fora dele no qual possamos nos esconder da vigilância de Deus.
Do Deus que sonda o nosso coração e pensamentos e tudo julga.
Para Deus não há distâncias, de maneira que, onde quer que Ele nos colocar, ali Ele nos susterá.
Homens podem se ocultar de outros homens nas trevas, mas ninguém pode se esconder de igual maneira de Deus, porque até mesmo pode ver o que há nos órgãos interiores de tudo o que criou, até mesmo quando forma o homem no ventre de sua mãe.
Davi dava graças a Deus pelo modo assombrosamente maravilhoso pelo qual foi formado de maneira invisível ao olho humano no ventre materno; e mesmo quando ainda era uma substância informe os olhos do Senhor não somente o viam, como também já havia registrado todos os dias em que ele viveria neste mundo, antes mesmo de tê-lo trazido à existência.
Um Deus tão profundo e excelente, de pensamentos preciosos incontáveis nada pode ter a ver com os que são perversos e sanguinários.
O Deus que formou a vida de forma tão maravilhosa não teria por alvo extingui-la.
Então estes que se ocupam de destruir as obras de Deus e particularmente a vida que Ele criou, poderiam ter como certa a própria destruição deles pelo Senhor.
De modo que todos os que se levantam contra a vontade de Deus, e que falam maliciosamente contra Ele, como seus inimigos, não poderão prevalecer diante do Senhor, ainda que Ele os suporte por longo tempo por causa da Sua longanimidade.
Todavia, tal como Davi, os que amam o Senhor, aborrecem àqueles que O aborrecem, ou seja, não os têm na conta de amigos íntimos.
Por isso Davi orava para que não fosse achado em nenhum dos caminhos destes que se opõem a Deus, pedindo-Lhe que fosse sondado por Ele, de maneira que provasse o seu coração e pensamentos, para lhe revelar se havia nele algum caminho mau, para que pudesse abandoná-lo, e permitir que fosse guiado por Ele pelo caminho eterno, que é o caminho da justiça, da bondade, da verdade e da santidade.    
        

“SENHOR, tu me sondas e me conheces. 
Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos.
Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos.
Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda.
Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão.
Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir. 
Para onde me ausentarei do teu Espírito?
Para onde fugirei da tua face?
 Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também;  se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares,  ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá. 
Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite,  até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa. 
Pois tu formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe. 
Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem;  os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. 
Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.
Que preciosos para mim, ó Deus, são os teus pensamentos! E como é grande a soma deles!
Se os contasse, excedem os grãos de areia; contaria, contaria, sem jamais chegar ao fim.
Tomara, ó Deus, desses cabo do perverso; apartai-vos, pois, de mim, homens de sangue.
Eles se rebelam insidiosamente contra ti e como teus inimigos falam malícia. 
Não aborreço eu, SENHOR, os que te aborrecem?
E não abomino os que contra ti se levantam?
Aborreço-os com ódio consumado; para mim são inimigos de fato. 
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos;  vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.”

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