A474 |
Alves, Silvio Dutra |
A Vida Alcançada por uma Aliança |
Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2023. |
181 pg.; 14,8 x21cm |
1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé 4. Graça |
I. Título. |
|
CDD 252 |
Em Isaías 55
vemos que o evangelho é para os que têm fome e sede de justiça.
A mesa do
banquete está pronta e tudo o que de nós se exige é apetite. É tudo de graça.
Por isso o
convite da salvação é dirigido a todos os que têm sede para que venham às águas
da salvação, e que poderão adquirir (comprar) o vinho espiritual da alegria, e
o leite racional que nos alimenta que é a graça de Cristo, que acompanha o
evangelho, para sermos alimentados por ela, sem dinheiro e sem preço (Is. 55.
1).
Diz-se, portanto
que todo esforço e gasto de dinheiro para obter a salvação é vão, porque a
salvação verdadeira que Deus está operando pelo Filho, é completamente
gratuita.
A boa comida espiritual,
e o tutano divino são achados somente na mesa de Cristo, e não nas mãos dos que
fazem da religião ocasião de comércio (Is. 55. 2).
A mensagem do
evangelho deve ser ouvida atentamente, pela voz dos servos do Senhor, através
dos quais Cristo fala, para que pessoas se convertam a Ele, para entrarem na
aliança eterna, que Ele havia prometido como sendo .irmes beneficências a Davi
(Is. 55.3). Estas firmes beneficências a Davi são citadas também, em passagens
do Novo Testamento, como em At 13.34.
“Inclinai os
vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco
farei uma aliança perpétua, dando-vos as fiéis misericórdias prometidas a
Davi.” (Is. 55.3).
As últimas
palavras que Davi falou pelo Espírito, apontaram para esta aliança segura e
eterna.
Deus fez uma
aliança conosco em Jesus Cristo, e nós aprendemos das Suas palavras pela boca
de Davi que é uma aliança perpétua. Perpétua em si mesma e na forma do seu
caráter, manutenção, continuação e confirmação. Deus diz também pela boca de
Davi que é bem ordenada e segura (Is. 55. 5).
Esta aliança está
bem ordenada por Deus em todas as coisas que dizem respeito a ela.
Esta ordenação
perfeita trabalhará em meio às imperfeições dos cristãos e os aperfeiçoará
progressivamente, para a glória de Deus, de modo que se a obra não for
completada na Terra, ele o será no céu.
Para isso a
aliança possui um Mediador e um Consolador, para promover a santidade e o
conforto dos cristãos.
Está ordenado
também QUE TODA TRANSGRESSÃO NA ALIANÇA NÃO LANÇARÁ FORA A QUALQUER DOS
ALIANÇADOS.
Por isso Jesus
afirma, que não lançará fora de modo nenhum, a qualquer que vier a Ele.
Assim, a
segurança da salvação não é colocada nas mãos dos cristãos, mas nas mãos do
Mediador. Mas isto não tira dos cristãos o dever de confirmarem pela
perseverança na fé, e pela diligência cada vez maior quanto a um crescimento na
graça e no conhecimento de Jesus, para a plena certeza da sua vocação e eleição
por Deus.
E se diz que a
aliança é segura, porque está assim bem ordenada por Deus em todas as coisas
necessárias para transformar pecadores em santos e garantir-lhes a vida eterna
no céu. Ela foi planejada de tal modo a poder conduzir pecadores ao céu.
Ela está tão bem
estruturada, que qualquer um deles pode ter a certeza de que estará sendo
aperfeiçoado na Terra, e a conclusão desta obra de aperfeiçoamento será no céu.
Uma das razões
para que o aperfeiçoamento não seja concluído na Terra, é para que se saiba que
a aliança é de fato para pecadores, e não para quem se considera perfeitamente
justo, embora todos os aliançados sejam chamados agora a se empenharem na
prática da justiça.
As misericórdias
prometidas aos aliançados são seguras, e operarão de acordo com as condições
estabelecidas em relação à necessidade de arrependimento e fé.
A aplicação
particular destas misericórdias para santificar os cristãos é segura. É segura
porque é suficiente.
Nada mais do que
isto nos salvará, porque a base da salvação repousa na fidelidade de Deus em
cumprir a promessa que Ele fez à casa de Davi, a todo aquele que for encontrado
nela, por causa da sua fé no Descendente, no Filho de Davi que é Cristo. É
somente disto que a nossa salvação depende.
Muitos podem
pensar que quando se conclama, na profecia de Isaías, ao ímpio a deixar o seu
caminho e o homem maligno os seus pensamentos para se voltar para o Senhor,
para achar misericórdia e perdão, porque se diz que Deus é rico em perdoar, que
isto não se aplique às pessoas perversas.
No entanto, é um
convite a todas as pessoas porque não há quem não peque, e Cristo veio salvar e
justificar ímpios (Rom 4.5), de forma que aquele que se julgar justo e bom a
seus próprios olhos jamais poderá ser salvo por Cristo, porque Ele salva
aqueles que se reconhecem pecadores.
“11 Ora, vendo isto, os fariseus perguntavam aos discípulos: Por que come
o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?
12 Mas Jesus, ouvindo, disse: Os sãos não precisam de médico, e sim os
doentes.
13 Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não
holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores [ao
arrependimento].” (Mateus 9.11-13).
Para esclarecer este ponto, para que
ninguém fizesse uma avaliação errada relativa à sua real condição diante de
Deus, Ele declarou que os seus pensamentos não são os nossos pensamentos, nem
os nossos caminhos os seus caminhos (Is. 55 8).
Se nos
compararmos com outras pessoas é possível que nos achemos bons e justos.
Mas, se
contemplarmos os que estão no céu, especialmente o próprio Deus em sua perfeita
santidade e glória, nós veremos quão imperfeitos somos. E clamaremos tal como
Isaías fizera no capítulo sexto, quando viu a santidade e glória com que os
serafins louvavam ao Senhor no Seu trono de glória.
Por isso se
ordena que olhemos para Cristo para que sejamos salvos, porque somente quando
contemplamos a majestade da sua santidade, é que podemos enxergar qual é o
nosso real quadro de miséria e de necessidade que temos de sermos salvos por
Ele.
Então esta
salvação não será achada em nós mesmos, porque ela nos vem inteiramente destes
caminhos e pensamentos elevados de Deus, que procedem do céu e não da Terra. E
são múltiplas e variadas as operações realizadas por Deus para que uma pessoa
possa ser transformada de um ímpio pecador em um santo salvo.
É do Alto, do Pai
das luzes, que a graça e o Espírito são derramados, e por isso somos
conclamados a olhar para o Alto, para Cristo, para o tesouro do céu e não para
o que é terreno, quando o assunto se refere à nossa salvação.
“1 Portanto, se
fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde
Cristo vive, assentado à direita de Deus.
2 Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;
3 porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em
Deus.
4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também
sereis manifestados com ele, em glória.” (Colossenses 3.1-4)
Esta salvação vem
do alto, mas a Palavra que salva foi revelada por Cristo na Terra, e está não
apenas na Bíblia, mas junto da nossa boca e coração, para que façamos a
confissão da fé no Seu nome e senhorio, para que sejamos salvos.
Deus pôs esta
autoridade para nos salvar na Sua Palavra. A palavra do evangelho é a semente
que contém a vida eterna.
De maneira que
todo o que crê na Palavra da verdade será salvo, porque esta Palavra gerará em
seu coração a fé pela qual Deus o salvará. Por isso Ele afirma o que se lê em
Is 55.10,11.
“10 Porque, assim
como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro
reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e
pão ao que come,
11 assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim
vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.”
(Isaías 55.10,11)
A palavra da graça do evangelho realizará o trabalho de salvação e
colheita de almas que lhe foi determinado por Deus, assim como a chuva que é
enviada para produzir alimento na terra.
Estes que crerem
no evangelho e forem salvos sairiam dando testemunho por todas as partes com a
alegria e a paz com que seriam guiados pelo Espírito Santo, e por onde passarem
anunciando as boas novas, a maldição será transformada em bênção porque se diz
que em vez de espinheiros e sarças, cresceriam a faia e a murta, que são
plantas ornamentais. Isto seria para o Senhor um nome e um sinal eterno que
nunca se apagará (Is 55. 12, 13).
Esta Nova Aliança
de graça e geradora de vida eterna por meio da fé em Jesus, por quem seria
inaugurado o Reino de Deus na Terra, já a partir das primeiras conversões pelo
evangelho, foi prometida a Abraão, quanto a que seria realizada na e pela
pessoa de um seu descendente segundo a carne (que seria Jesus Cristo), e esta
descendência de Abraão chegou ao rei Davi, ao qual a promessa foi renovada, afirmando Deus a Ele que seria uma
aliança fundada em misericórdias, em que os transgressores, pela sua condição
de serem incluídos na aliança, não seriam excluídos da mesma, pois Deus seria
misericordioso para com os seus pecados e transgressões, conforme seria
revelado e confirmado posteriormente aos profetas Jeremias, Isaías, Miquéias,
dentre outros.
“1 São estas
as últimas palavras de Davi: Palavra de Davi, filho de Jessé, palavra do homem
que foi exaltado, do ungido do Deus de Jacó, do mavioso salmista de Israel.
2 O
Espírito do SENHOR fala por meu intermédio, e a sua palavra está na minha
língua.
3 Disse o
Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Aquele que domina com justiça
sobre os homens, que domina no temor de Deus,
4 é como a
luz da manhã, quando sai o sol, como manhã sem nuvens, cujo esplendor, depois
da chuva, faz brotar da terra a erva.
5 Não está
assim com Deus a minha casa? Pois estabeleceu comigo uma aliança eterna, em
tudo bem definida e segura. Não me fará ele prosperar toda a minha salvação e
toda a minha esperança?
6 Porém os
filhos de Belial serão todos lançados fora como os espinhos, pois não podem ser
tocados com as mãos,
7 mas
qualquer, para os tocar, se armará de ferro e da haste de uma lança; e a fogo
serão totalmente queimados no seu lugar.” (2 Samuel 23.1-7).
A Aliança eterna
à qual Davi se refere em 2 Samuel 23.5, remonta à promessa que o Senhor lhe
fizera, conforme podemos ler no texto de 1 Crônicas 17:
“1 Sucedeu
que, habitando Davi em sua própria casa, disse ao profeta Natã: Eis que moro em
casa de cedros, mas a arca da Aliança do SENHOR se acha numa tenda.
2 Então,
Natã disse a Davi: Faze tudo quanto está no teu coração, porque Deus é contigo.
3 Porém,
naquela mesma noite, veio a palavra do SENHOR a Natã, dizendo:
4 Vai e
dize a meu servo Davi: Assim diz o SENHOR: Tu não edificarás casa para minha
habitação;
5 porque em
casa nenhuma habitei, desde o dia que fiz subir a Israel até ao dia de hoje;
mas tenho andado de tenda em tenda, de tabernáculo em tabernáculo.
6 Em todo
lugar em que andei com todo o Israel, falei, acaso, alguma palavra com algum
dos seus juízes, a quem mandei apascentar o meu povo, dizendo: Por que não me
edificais uma casa de cedro?
7 Agora,
pois, assim dirás ao meu servo Davi: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Tomei-te
da malhada e de detrás das ovelhas, para que fosses príncipe sobre o meu povo
de Israel.
8 E fui
contigo, por onde quer que andaste, eliminei os teus inimigos de diante de ti e
fiz grande o teu nome, como só os grandes têm na terra.
9
Prepararei lugar para o meu povo de Israel e o plantarei para que habite no seu
lugar e não mais seja perturbado; e jamais os filhos da perversidade o oprimam,
como dantes,
10 desde o
dia em que mandei houvesse juízes sobre o meu povo de Israel; porém abati todos
os teus inimigos e também te fiz saber que o SENHOR te edificaria uma casa.
11 Há de
ser que, quando teus dias se cumprirem, e tiveres de ir para junto de teus
pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que será dos teus
filhos, e estabelecerei o seu reino.
12 Esse me
edificará casa; e eu estabelecerei o seu trono para sempre.
13 Eu lhe
serei por pai, e ele me será por filho; a minha misericórdia não apartarei
dele, como a retirei daquele que foi antes de ti.
14 Mas o
confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será
estabelecido para sempre.
15 Segundo
todas estas palavras e conforme toda esta visão, assim falou Natã a Davi.
16 Então,
entrou o rei Davi na Casa do SENHOR, ficou perante ele e disse: Quem sou eu,
SENHOR Deus, e qual é a minha casa, para que me tenhas trazido até aqui?
17 Foi isso
ainda pouco aos teus olhos, ó Deus, de maneira que também falaste a respeito da
casa de teu servo para tempos distantes; e me trataste como se eu fosse homem
ilustre, ó SENHOR Deus.
18 Que mais
ainda te poderá dizer Davi acerca das honras feitas a teu servo? Pois tu
conheces bem teu servo.
19 Ó
SENHOR, por amor de teu servo e segundo o teu coração, fizeste toda esta
grandeza, para tornar notórias todas estas grandes coisas!
20 SENHOR,
ninguém há semelhante a ti, e não há outro Deus além de ti, segundo tudo o que
nós mesmos temos ouvido.
21 Quem há
como o teu povo de Israel, gente única na terra, a quem tu, ó Deus, foste
resgatar para ser teu povo e fazer a ti mesmo um nome, com estas grandes e
tremendas coisas, desterrando as nações de diante do teu povo, que remiste do
Egito?
22 Estabeleceste
a teu povo de Israel por teu povo, para sempre, e tu, ó SENHOR, te fizeste o
seu Deus.
23 Agora,
pois, ó SENHOR, a palavra que disseste acerca de teu servo e acerca da sua
casa, seja estabelecida para sempre; e faze como falaste.
24
Estabeleça-se, e seja para sempre engrandecido o teu nome, e diga-se: O SENHOR
dos Exércitos é o Deus de Israel, é Deus para Israel; e a casa de Davi, teu
servo, será estabelecida diante de ti.
25 Pois tu,
Deus meu, fizeste ao teu servo a revelação de que lhe edificarias casa. Por
isso, o teu servo se animou para fazer-te esta oração.
26 Agora,
pois, ó SENHOR, tu mesmo és Deus e prometeste a teu servo este bem.
27 Sê,
pois, agora, servido de abençoar a casa de teu servo, a fim de permanecer para
sempre diante de ti, pois tu, ó SENHOR, a abençoaste, e abençoada será para
sempre.”
Desta mesma
Nova Aliança, como já dissemos anteriormente, falariam os profetas escritores
em dias posteriores aos de Davi, dos quais destacamos Isaías, Jeremias,
Ezequiel, Joel etc.
“1 Eis aqui
o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz;
pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios.
2 Não
clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça.
3 Não
esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade,
promulgará o direito.
4 Não
desanimará, nem se quebrará até que ponha na terra o direito; e as terras do
mar aguardarão a sua doutrina.
5 Assim diz
Deus, o SENHOR, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto
produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam
nela.
6 Eu, o
SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei
mediador da aliança com o povo e luz para os gentios;
7 para
abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os
que jazem em trevas.” (Isaías 42.1-7)
“5 Mas
agora diz o SENHOR, que me formou desde o ventre para ser seu servo, para que
torne a trazer Jacó e para reunir Israel a ele, porque eu sou glorificado
perante o SENHOR, e o meu Deus é a minha força.
6 Sim, diz
ele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a
trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para
seres a minha salvação até à extremidade da terra.
7 Assim diz
o SENHOR, o Redentor e Santo de Israel, ao que é desprezado, ao aborrecido das
nações, ao servo dos tiranos: Os reis o verão, e os príncipes se levantarão; e
eles te adorarão por amor do SENHOR, que é fiel, e do Santo de Israel, que te
escolheu.
8 Diz ainda
o SENHOR: No tempo aceitável, eu te ouvi e te socorri no dia da salvação;
guardar-te-ei e te farei mediador da aliança do povo, para restaurares a terra
e lhe repartires as herdades assoladas;
9 para
dizeres aos presos: Saí, e aos que estão em trevas: Aparecei. Eles pastarão nos
caminhos e em todos os altos desnudos terão o seu pasto.
10 Não
terão fome nem sede, a calma nem o sol os afligirá; porque o que deles se
compadece os guiará e os conduzirá aos mananciais das águas.
11
Transformarei todos os meus montes em caminhos, e as minhas veredas serão
alteadas.
12 Eis que
estes virão de longe, e eis que aqueles, do Norte e do Ocidente, e aqueles
outros, da terra de Sinim.
13 Cantai,
ó céus, alegra-te, ó terra, e vós, montes, rompei em cânticos, porque o SENHOR
consolou o seu povo e dos seus aflitos se compadece.” (Isaías 49.5-13)
“1 Quem
creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do SENHOR?
2 Porque
foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha
aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse.
3 Era
desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que
é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele
não fizemos caso.
4
Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou
sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
5 Mas ele
foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos
sarados.
6 Todos nós
andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o
SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
7 Ele foi
oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao
matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a
boca.
8 Por juízo
opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi
cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele
ferido.
9
Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua
morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca.
10 Todavia,
ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como
oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a
vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos.
11 Ele verá
o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o
Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades
deles levará sobre si.
12 Por
isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o
despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os
transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos
transgressores intercedeu.” (Isaías 53.1-12)
“7 Por
breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias torno a acolher-te;
8 num
ímpeto de indignação, escondi de ti a minha face por um momento; mas com
misericórdia eterna me compadeço de ti, diz o SENHOR, o teu Redentor.
9 Porque
isto é para mim como as águas de Noé; pois jurei que as águas de Noé não mais
inundariam a terra, e assim jurei que não mais me iraria contra ti, nem te
repreenderia.
10 Porque
os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia
não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida, diz o
SENHOR, que se compadece de ti.
11 Ó tu,
aflita, arrojada com a tormenta e desconsolada! Eis que eu assentarei as tuas
pedras com argamassa colorida e te fundarei sobre safiras.
12 Farei os
teus baluartes de rubis, as tuas portas, de carbúnculos e toda a tua muralha,
de pedras preciosas.
13 Todos os
teus filhos serão ensinados do SENHOR; e será grande a paz de teus filhos.
14 Serás
estabelecida em justiça, longe da opressão, porque já não temerás, e também do
espanto, porque não chegará a ti.
15 Eis que
poderão suscitar contendas, mas não procederá de mim; quem conspira contra ti
cairá diante de ti.
16 Eis que
eu criei o ferreiro, que assopra as brasas no fogo e que produz a arma para o
seu devido fim; também criei o assolador, para destruir.
17 Toda
arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em
juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do SENHOR e o seu direito
que de mim procede, diz o SENHOR.” (Isaías 54.7-17)
Isaías 55
“1 Ah!
Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes
dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem
preço, vinho e leite.
2 Por que
gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não
satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom e vos deleitareis com finos
manjares.
3 Inclinai
os ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei
uma aliança perpétua, que consiste nas fiéis misericórdias prometidas a Davi.
4 Eis que
eu o dei por testemunho aos povos, como príncipe e governador dos povos.
5 Eis que
chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que nunca te conheceu
correrá para junto de ti, por amor do SENHOR, teu Deus, e do Santo de Israel,
porque este te glorificou.
6 Buscai o
SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.
7 Deixe o
perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR,
que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em
perdoar.
8 Porque os
meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus
caminhos, diz o SENHOR,
9 porque,
assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos
mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que
os vossos pensamentos.
10 Porque,
assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que
primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao
semeador e pão ao que come,
11 assim
será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o
que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.
12 Saireis
com alegria e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em
cânticos diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas.
13 Em lugar
do espinheiro, crescerá o cipreste, e em lugar da sarça crescerá a murta; e
será isto glória para o SENHOR e memorial eterno, que jamais será extinto”
“20 Virá o
Redentor a Sião e aos de Jacó que se converterem, diz o SENHOR.
21 Quanto a
mim, esta é a minha aliança com eles, diz o SENHOR: o meu Espírito, que está
sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se apartarão dela, nem
da de teus filhos, nem da dos filhos de teus filhos, não se apartarão desde
agora e para todo o sempre, diz o SENHOR.” (Isaías 59.20,21)
“1 O
Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar
boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a
proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados;
2 a
apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a
consolar todos os que choram
3 e a pôr
sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria,
em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que
se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo SENHOR para a sua glória.
4
Edificarão os lugares antigamente assolados, restaurarão os de antes destruídos
e renovarão as cidades arruinadas, destruídas de geração em geração.
5 Estranhos
se apresentarão e apascentarão os vossos rebanhos; estrangeiros serão os vossos
lavradores e os vossos vinhateiros.
6 Mas vós
sereis chamados sacerdotes do SENHOR, e vos chamarão ministros de nosso Deus;
comereis as riquezas das nações e na sua glória vos gloriareis.
7 Em lugar
da vossa vergonha, tereis dupla honra; em lugar da afronta, exultareis na vossa
herança; por isso, na vossa terra possuireis o dobro e tereis perpétua alegria.
8 Porque
eu, o SENHOR, amo o juízo e odeio a iniquidade do roubo; dar-lhes-ei fielmente
a sua recompensa e com eles farei aliança eterna.
9 A sua
posteridade será conhecida entre as nações, os seus descendentes, no meio dos
povos; todos quantos os virem os reconhecerão como família bendita do SENHOR.
10
Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me
cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça, como noivo
que se adorna de turbante, como noiva que se enfeita com as suas joias.
11 Porque,
como a terra produz os seus renovos, e como o jardim faz brotar o que nele se
semeia, assim o SENHOR Deus fará brotar a justiça e o louvor perante todas as
nações.” (Isaías 61.1-11)
“31 Eis aí
vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com
a casa de Judá.
32 Não
conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para
os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não
obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR.
33 Porque
esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o
SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas
inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
34 Não
ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo:
Conhece ao SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior
deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados
jamais me lembrarei.” (Jeremias 31.31-34)
“37 Eis que
eu os congregarei de todas as terras, para onde os lancei na minha ira, no meu
furor e na minha grande indignação; tornarei a trazê-los a este lugar e farei
que nele habitem seguramente.
38 Eles
serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
39
Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias,
para seu bem e bem de seus filhos.
40 Farei
com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e
porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.
41
Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem; plantá-los-ei firmemente nesta
terra, de todo o meu coração e de toda a minha alma.
42 Porque
assim diz o SENHOR: Assim como fiz vir sobre este povo todo este grande mal,
assim lhes trarei todo o bem que lhes estou prometendo.” (Jeremias 32.37-42)
“19 Veio a
palavra do SENHOR a Jeremias, dizendo:
20 Assim
diz o SENHOR: Se puderdes invalidar a minha aliança com o dia e a minha aliança
com a noite, de tal modo que não haja nem dia nem noite a seu tempo,
21
poder-se-á também invalidar a minha aliança com Davi, meu servo, para que não
tenha filho que reine no seu trono; como também com os levitas sacerdotes, meus
ministros.
22 Como não
se pode contar o exército dos céus, nem medir-se a areia do mar, assim tornarei
incontável a descendência de Davi, meu servo, e os levitas que ministram diante
de mim.” (Jeremias 33.19-22)
“60 Mas eu
me lembrarei da aliança que fiz contigo nos dias da tua mocidade e
estabelecerei contigo uma aliança eterna.
61 Então,
te lembrarás dos teus caminhos e te envergonharás quando receberes as tuas
irmãs, tanto as mais velhas como as mais novas, e tas darei por filhas, mas não
pela tua aliança.
62
Estabelecerei a minha aliança contigo, e saberás que eu sou o SENHOR,
63 para que
te lembres e te envergonhes, e nunca mais fale a tua boca soberbamente, por
causa do teu opróbrio, quando eu te houver perdoado tudo quanto fizeste, diz o
SENHOR Deus.” (Ezequiel 16.60-63)
“20 Por
isso, assim lhes diz o SENHOR Deus: Eis que eu mesmo julgarei entre ovelhas
gordas e ovelhas magras.
21 Visto
que, com o lado e com o ombro, dais empurrões e, com os chifres, impelis as
fracas até as espalhardes fora,
22 eu
livrarei as minhas ovelhas, para que já não sirvam de rapina, e julgarei entre
ovelhas e ovelhas.
23
Suscitarei para elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que
as apascentará; ele lhes servirá de pastor.
24 Eu, o
SENHOR, lhes serei por Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas;
eu, o SENHOR, o disse.
25 Farei
com elas aliança de paz e acabarei com as bestas-feras da terra; seguras
habitarão no deserto e dormirão nos bosques.
26 Delas e
dos lugares ao redor do meu outeiro, eu farei bênção; farei descer a chuva a
seu tempo, serão chuvas de bênçãos.
27 As
árvores do campo darão o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e estarão
seguras na sua terra; e saberão que eu sou o SENHOR, quando eu quebrar as varas
do seu jugo e as livrar das mãos dos que as escravizavam.
28 Já não
servirão de rapina aos gentios, e as feras da terra nunca mais as comerão; e
habitarão seguramente, e ninguém haverá que as espante.
29
Levantar-lhes-ei plantação memorável, e nunca mais serão consumidas pela fome
na terra, nem mais levarão sobre si o opróbrio dos gentios.
30 Saberão,
porém, que eu, o SENHOR, seu Deus, estou com elas e que elas são o meu povo, a
casa de Israel, diz o SENHOR Deus.
31 Vós,
pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois, mas eu sou o vosso
Deus, diz o SENHOR Deus.” (Ezequiel 34.20-31)
“24
Tomar-vos-ei de entre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos
trarei para a vossa terra.
25 Então,
aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas
imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.
26
Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o
coração de pedra e vos darei coração de carne.
27 Porei
dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os
meus juízos e os observeis.
28
Habitareis na terra que eu dei a vossos pais; vós sereis o meu povo, e eu serei
o vosso Deus.” (Ezequiel 36.24-28)
“21
Dize-lhes, pois: Assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu tomarei os filhos de
Israel de entre as nações para onde eles foram, e os congregarei de todas as
partes, e os levarei para a sua própria terra.
22 Farei
deles uma só nação na terra, nos montes de Israel, e um só rei será rei de
todos eles. Nunca mais serão duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão
em dois reinos.
23 Nunca
mais se contaminarão com os seus ídolos, nem com as suas abominações, nem com
qualquer das suas transgressões; livrá-los-ei de todas as suas apostasias em
que pecaram e os purificarei. Assim, eles serão o meu povo, e eu serei o seu
Deus.
24 O meu
servo Davi reinará sobre eles; todos eles terão um só pastor, andarão nos meus
juízos, guardarão os meus estatutos e os observarão.
25
Habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual vossos pais habitaram;
habitarão nela, eles e seus filhos e os filhos de seus filhos, para sempre; e
Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente.
26 Farei
com eles aliança de paz; será aliança perpétua. Estabelecê-los-ei, e os
multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles, para sempre.
27 O meu
tabernáculo estará com eles; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
28 As
nações saberão que eu sou o SENHOR que santifico a Israel, quando o meu
santuário estiver para sempre no meio deles.” (Ezequiel 37.21-28)
“28 E
acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos
filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens
terão visões;
29 até
sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias.”
(Joel 2.28,29)
“1 Cantarei
para sempre as tuas misericórdias, ó SENHOR; os meus lábios proclamarão a todas
as gerações a tua fidelidade.
2 Pois
disse eu: a benignidade está fundada para sempre; a tua fidelidade, tu a
confirmarás nos céus, dizendo:
3 Fiz
aliança com o meu escolhido e jurei a Davi, meu servo:
4 Para
sempre estabelecerei a tua posteridade e firmarei o teu trono de geração em
geração.
5 Celebram
os céus as tuas maravilhas, ó SENHOR, e, na assembleia dos santos, a tua
fidelidade.
6 Pois quem
nos céus é comparável ao SENHOR? Entre os seres celestiais, quem é semelhante
ao SENHOR?
7 Deus é
sobremodo tremendo na assembleia dos santos e temível sobre todos os que o
rodeiam.
8 Ó SENHOR,
Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu és, SENHOR, com a tua fidelidade ao
redor de ti?!” (Salmo 89.1-8)
“20
Encontrei Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi.
21 A minha
mão será firme com ele, o meu braço o fortalecerá.
22 O
inimigo jamais o surpreenderá, nem o há de afligir o filho da perversidade.
23
Esmagarei diante dele os seus adversários e ferirei os que o odeiam.
24 A minha
fidelidade e a minha bondade o hão de acompanhar, e em meu nome crescerá o seu
poder.
25 Porei a
sua mão sobre o mar e a sua direita, sobre os rios.
26 Ele me
invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus e a rocha da minha salvação.
27
Fá-lo-ei, por isso, meu primogênito, o mais elevado entre os reis da terra.
28
Conservar-lhe-ei para sempre a minha graça e, firme com ele, a minha aliança.
29 Farei
durar para sempre a sua descendência; e, o seu trono, como os dias do céu.
30 Se os
seus filhos desprezarem a minha lei e não andarem nos meus juízos,
31 se
violarem os meus preceitos e não guardarem os meus mandamentos,
32 então,
punirei com vara as suas transgressões e com açoites, a sua iniquidade.
33 Mas
jamais retirarei dele a minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade.
34 Não
violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram.
35 Uma vez
jurei por minha santidade (e serei eu falso a Davi?):
36 A sua
posteridade durará para sempre, e o seu trono, como o sol perante mim.
37 Ele será
estabelecido para sempre como a lua e fiel como a testemunha no espaço.” (Salmo
89.20-37)
“1 Eis que
eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; de repente,
virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós
desejais; eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos.
2 Mas quem
poderá suportar o dia da sua vinda? E quem poderá subsistir quando ele
aparecer? Porque ele é como o fogo do ourives e como a potassa dos lavandeiros.
3
Assentar-se-á como derretedor e purificador de prata; purificará os filhos de
Levi e os refinará como ouro e como prata; eles trarão ao SENHOR justas
ofertas.
4 Então, a
oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao SENHOR, como nos dias antigos e
como nos primeiros anos.
5
Chegar-me-ei a vós outros para juízo; serei testemunha veloz contra os
feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra
os que defraudam o salário do jornaleiro, e oprimem a viúva e o órfão, e torcem
o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o SENHOR dos Exércitos.
6 Porque
eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.”
(Malaquias 3.1-6)
Por todas
estas e muitas outras passagens do Velho Testamento nós podemos ver que Jesus
não nos foi dado por Deus Pai para ser um salvador emergencial, para corrigir o
rumo que a criação havia tomado por causa do pecado, mas sim, como Alguém Vital
para nós, como Senhor e Salvador, por cuja vida e obra somente podemos ter vida
eterna, conforme planejado por Deus desde antes da fundação do mundo. Importava
que Ele governe sobre tudo e todos por toda a eternidade, e de modo especial em
amor sobre o povo redimido por Ele com o Seu sangue, para que seja participante
da Sua própria vida.
Vimos então
por um exame exaustivo de algumas passagens do Velho Testamento, dentre muitas
outras, como a Nova Aliança que é firmada com base no sangue de Jesus foi
detalhadamente prometida e anunciada pelos profetas, estando em plena vigência
conforme tem se verificado ao longo de toda a história da Igreja do Senhor.
Em nossa
caminhada rumo à santificação, sem a qual ninguém verá a Deus, devemos trazer
estas promessas sempre em nossa memória e coração, para que jamais nos
afastemos da segurança e conforto que nos são providos por meio delas.
Tendo
principalmente, este propósito em vista, estamos tecendo algumas considerações
a seguir que são de grande importância,
para entendermos em que base nossos pecados são perdoados e esquecidos por
Deus. De maneira que não venhamos jamais a cair no laço de uma tentação
legalista, que nos aponte as nossas próprias obras e méritos como sendo o
fundamento da nossa aproximação de Deus e de nossa aceitação por Ele, e também,
por outro lado, de se evitar uma possível queda em um antinomianismo que nos
conduza a um entendimento incorreto quanto ao exercício da graça, usando-a como
pretexto para um viver carnal e mundano, em vez de cumprirmos o seu grande
propósito de operar a nossa conversão e santificação.
Mas, em
todo o caso, nunca devemos esquecer que não há algo como uma perfeição completa
em santidade, em espiritualidade, em moralidade, enquanto estivermos deste
outro lado do céu, habitando em nosso corpo mortal. Que sempre necessitaremos
de diligência, vigilância, oração, prática da Palavra e temor e amor ao Senhor,
constantes, para que Ele nos livre do mal, e não permita que caiamos em
tentações. Se, todavia, alguém cair, deve levantar-se quantas vezes for
necessário, confiando inteiramente na misericórdia e bondade do Senhor para
conosco, e na medida em que nos dispormos a andar no Espírito para agradá-lo e
sermos renovados, confessando nossas fraquezas e pecados, para que sejam
efetivamente mortificados, e sejamos habilitados pela graça a viver em novidade
de vida.
Isto,
podemos depreender das seguintes palavras do apóstolo João:
“5 Ora, a
mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é
luz, e não há nele treva nenhuma.
6 Se
dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não
praticamos a verdade.
7 Se, porém,
andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o
sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
8 Se
dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade
não está em nós.
9 Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados
e nos purificar de toda injustiça.
10 Se
dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra
não está em nós.” (I João 1.5-10)
“1
Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia,
alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo;
2 e ele é a
propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda
pelos do mundo inteiro.
3 Ora,
sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos.” (I
João 2.1-3).
A
santificação dos crentes referida na Palavra de Deus, enquanto estivermos neste
mundo, não se trata de um caráter de perfeição absoluta moral ou espiritual,
sobretudo no que se refere aos pensamentos, atitudes e comportamento geral dos
crentes, pois se assim não fora, não haveria qualquer necessidade da aliança da
graça feita em Jesus com o perdão e esquecimento dos nossos pecados, por conta
da obra perfeita que Ele realizou em nosso favor. É evidente que no crente mais
santificado ainda há o que a Palavra indica como sendo os resquícios do pecado
que habitam na carne, e contra os quais devemos lutar e mortificar durante toda
a nossa jornada terrena, pois o pecado não pode ser destruído, aniquilado
totalmente, enquanto aqui estivermos, senão apenas perder o seu poder e domínio
sobre nós, quando recorremos ao perdão do Senhor, pela confissão e conversão,
sentido este em que deve ser entendida a mortificação do pecado. Agora, é
evidente, que em um crente verdadeiro e sincero, isto nunca servirá de
argumento para justificar as suas fraquezas e pecados, antes sempre se
entristecerá e lamentará por eles, buscando não mais viver em sua prática, e
estará empenhado nesta luta até o dia da sua morte, e fará isto não buscando a
própria glória ou simplesmente paz para a sua consciência para com Deus, mas
por amor a Jesus e para a Sua exclusiva glória, pois sabe que foi por causa dos
nossos pecados que Ele teve que deixar a glória celestial para vir a este mundo
se oferecer como sacrifício para que pudéssemos ser redimidos e perdoados por
Deus Pai. Então prevalece a verdade de que somos inteiramente necessitados do
Evangelho, segundo a nova aliança feita entre o Pai e o Filho em nosso favor,
de maneira que é também cumprir o evangelho quando lamentamos por nossas
eventuais quedas e imperfeições, e as confessamos a Deus, para voltarmos a
andar na luz e em comunhão com Ele e uns com os outros que creem em Jesus, para
que o poder da graça e do sangue de Jesus comprove que estamos sendo de fato
santificados, quando somos renovados em nossa mente e purificados em nosso coração.
É
extremamente importante considerarmos as operações divinas geradoras de vida
como um processo de várias etapas até a formação de um novo ser vivo que seja
coparticipante da natureza divina, pois isto se demonstra até mesmo no processo
de formação natural do ser humano, seja do primeiro homem, Adão, seja dos
demais, a partir de então no útero de suas respectivas mães. Não se deve portanto
pensar-se em vida como algo que é decorrente da vontade humana, e não das ações
do Espírito de Deus! É certo que a morte física de alguém que nos seja
conhecido e amado é algo muito chocante e doloroso. Ficamos de tal forma
absorvidos pela ideia da morte, que a princípio podemos ficar sujeitos a uma
noção incorreta de que nada vale a pena, uma vez que o abraço da morte, em um
ou outro momento alcançará a todos nós.
Mas é preciso refletir sobretudo nas palavras que Jesus dirigiu a um dos
seus discípulos que desejava adiar a missão em segui-lo, em dado momento em que
teriam que entrar em um barco para
atravessar o Mar da Galiléia para a margem do outro lado, solicitando-lhe uma
dispensa para poder cuidar do sepultamento de seu pai: “Segue-me, e deixa aos
mortos o sepultar os seus próprios mortos.” (Mateus 8.22). Jesus veio ao mundo
em uma missão de vida da qual os discípulos faziam parte e em que deveriam se
empenhar integralmente. A preocupação com a morte, ou seja, com o sepultamento
do corpo do pai daquele discípulo, estava tomando completamente a todos aqueles
que não haviam nascido para a vida eterna pelo Espírito Santo, e cujas emoções
e sentimentos não poderiam achar lugar para qualquer esperança de vida naquela
hora, senão pensarem inclusive na própria morte deles que os aguardava, e
assim, não teriam qualquer espaço para se ocuparem com a missão do evangelho de
dar vida a um mundo em que pessoas como eles já se acham mortas
espiritualmente, em delitos e em pecados, e de cujo estado podemos ser livrados
somente por meio da fé em Jesus, e por um nascer de novo do Espírito Santo,
pela formação progressiva em nós do próprio caráter espiritual, celestial e
divino, pela renovação de nossa mente e coração, pela mortificação progressiva
do velho homem, e despojamento das obras da carne, para o revestimento das
virtudes de Cristo. E será somente por um caminhar constante na fé, em seguir o
Autor e Consumador, não apenas da própria fé, mas da vida eterna, que poderemos
alcançar a certeza da nossa salvação em passar da morte para a vida, e do poder
das trevas, para a luz de Jesus. Por isso nós vemos que o vale de ossos secos
no profeta Ezequiel teve que passar por várias etapas, e sobretudo da ação do
Espírito, para que pudessem retornar à vida. Não se deve portanto pensar em
morte ou em vida apenas como sendo algo que acontece em um dado momento e
pronto. Não. Assim como há um processo que gera a morte, também há um processo
que gera a vida, sobretudo o que gera a vida eterna em Jesus Cristo. É preciso
pois, olharmos para muito além do momento da morte do corpo, pois que este,
desde o seu nascimento já fica sujeito ao processo de enfraquecimento e
envelhecimento que conduzirá à sua dissolução final, como está determinado que
ocorra não somente aos homens, mas a toda a criação natural que vive. Tudo em
nós e ao nosso redor nos ensina a este respeito. Viver ou morrer está no poder
de Deus, mas, pelo evangelho, Ele permite que decidamos a quem escolher: se a
morte pela permanência sob o domínio do pecado, e da culpa não expiada pelo
sangue de Jesus, ou então a vida, pela obediência à vontade do Senhor,
unindo-nos a Ele em um só espírito, nascendo de novo do Espírito Santo e
andando nEle com vistas à santificação de nossas vidas.
Há somente um evangelho pelo qual
podemos ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra revelado na Bíblia, e
especialmente nas páginas do Novo Testamento. Mas, por interpretações
incorretas é possível até mesmo transformá-lo em um meio de perdição e não de
salvação, conforme tem ocorrido especialmente em nossos dias, em que as
verdades fundamentais do evangelho de Jesus Cristo têm sido adulteradas ou
omitidas.
Daí a importância de aprendermos
em que consiste de fato o evangelho da nossa salvação.
Em primeiro lugar, antes de tudo,
é preciso entender que somos salvos exclusivamente com base na aliança de graça
que foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação do mundo,
para que nas diversas gerações de pessoas que seriam trazidas por eles à
existência sobre a Terra, houvesse um chamado invisível, sobrenatural,
espiritual, para serem perdoadas de seus pecados, justificadas, regeneradas
(novo nascimento espiritual), santificadas e glorificadas. E o autor destas
operações transformadoras seria o Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade
divina.
Estes que seriam chamados à
conversão, o seriam pelo meio de atração que seria feita por Deus Pai,
trazendo-os a Deus Filho, de modo que pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem
receber a graça necessária que os redimiria e os transportaria das trevas para
a luz, do poder de Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria em filhos
amados e aceitos por Deus.
Como estes que foram redimidos se
encontravam debaixo de uma sentença de maldição e condenação eternas, em razão
de terem transgredido a lei de Deus, com os seus pecados, para que fossem
redimidos seria necessário que houvesse uma quitação da dívida deles para com a
justiça divina, cuja sentença sobre eles era a de morte física, espiritual e eterna.
Havia a necessidade de um
sacrifício, de alguém idôneo que pudesse se colocar no lugar do homem, trazendo
sobre si os seus pecados e culpa, e morrendo com o derramamento do Seu sangue,
porque a lei determina que não pode haver expiação sem que haja um sacrifício
sangrento substitutivo.
Importava também que este
Substituto de pecadores, assumisse a responsabilidade de cobrir tudo o que
fosse necessário em relação à dívida de pecados deles, não apenas a anterior à
sua conversão, como a que seria contraída também no presente e no futuro, durante
a sua jornada terrena.
Este Substituto deveria ser
perfeito, sem pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do pecador é eterna e
infinita. Então deveria ser alguém divino para realizar tal obra.
Jesus, sendo Deus, se apresentou
na aliança da graça feita com o Pai, para ser este Salvador, Fiador, Garantia,
Sacrifício, Sacerdote, para realizar a obra de redenção.
O homem é fraco, dado a se
desviar, mas a sua chamada é para uma santificação e perfeição eternas. Como
poderia responder por si mesmo para garantir a eternidade da segurança da
salvação?
Havia necessidade que Jesus
assumisse ao lado da natureza divina que sempre possuiu, a natureza humana, e
para tanto ele foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria.
Ele deveria ter um corpo para ser
oferecido em sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria ser o de alguém que
fosse humano, mas também divino, de modo que se pode até mesmo dizer que fomos
redimidos pelo sangue do próprio Deus.
Este é o fundamento da nossa
salvação. A morte de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o caminho para a
vida eterna e o céu.
Para que nunca nos esquecêssemos
desta grande e importante verdade do evangelho de que Jesus se tornou da parte
de Deus para nós, o nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou podemos fazer para
agradar a Deus, Jesus fixou a Ceia que deve ser regularmente observada pelos
crentes, para que se lembrem de que o Seu corpo foi rasgado, assim como o pão
que partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado em profusão, conforme
representado pelo vinho, para que tenhamos vida eterna por meio de nos
alimentarmos dEle. Por isso somos ordenados a comer o pão, que representa o
corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para o nosso espírito, e a beber o
sangue de Jesus, que é verdadeira bebida para nos refrigerar e manter a Sua
vida em nós.
Quando Ele disse que é o caminho
e a verdade e a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é estreita, e que o
caminho é apertado. Tudo isto se aplica ao fato de que não há outra verdade,
outro caminho, outra vida, senão a que existe somente por meio da fé nEle. A
porta é estreita porque não admite uma entrada para vários caminhos e atalhos,
que sendo diferentes dEle, conduzem à perdição. É estreito e apertado para que
nunca nos desviemos dEle, o autor e consumador da nossa salvação.
Então o plano de salvação, na
aliança de graça que foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o
que tiver que ser feito nele para ser transformado e firmado na graça, será
realizado pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.
Tanto é assim, que para que
tenhamos a plena convicção desta verdade, mesmo depois de sermos justificados,
regenerados e santificados, percebemos, enquanto neste mundo, que há em nós
resquícios do pecado, que são o resultado do que se chama de pecado residente,
que ainda subsiste no velho homem, que apesar de ter sido crucificado
juntamente com Cristo, ainda permanece em condições de operar em nós, ao lado
da nova natureza espiritual e santa que recebemos na conversão.
Qual é a razão disso, senão a de
que o Senhor pretende nos ensinar a enxergar que a nossa salvação é
inteiramente por graça e mediante a fé? Que é Ele somente que nos garante a
vida eterna e o céu. Se não fosse assim, não poderíamos ser salvos e recebidos
por Deus porque sabemos que ainda que salvos, o pecado ainda opera em nossas
vidas de diversas formas.
Isto pode ser visto claramente em
várias passagens bíblicas e especialmente no texto de Romanos 7.
À luz desta verdade, percebemos
que mesmo as enfermidades que atuam em nossos corpos físicos, e outras em nossa
alma, são o resultado da imperfeição em que ainda nos encontramos aqui embaixo,
pois Deus poderia dar saúde perfeita a todos os crentes, sem qualquer doença,
até o dia da morte deles, mas Ele não o faz para que aprendamos que a nossa salvação
está inteiramente colocada sobre a responsabilidade de Jesus, que é aquele que
responde por nós perante Ele, para nos manter seguros na plena garantia da
salvação que obtivemos mediante a fé, conforme o próprio Deus havia determinado
justificar-nos somente por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão e com
muitos outros mesmo nos dias do Velho Testamento.
Nenhum crente deve portanto
julgar-se sem fé porque não consegue vencer determinadas fraquezas ou pecados,
porque enquanto se esforça para ser curado deles, e ainda que não o consiga
neste mundo, não perderá a sua condição de filho amado de Deus, que pode usar
tudo isto em forma de repreensão e disciplina, mas que jamais deixará ou
abandonará a qualquer que tenha recebido por filho, por causa da aliança que
fez com Jesus e na qual se interpôs com um juramento que jamais a anularia por
causa de nossas imperfeições e transgressões.
Mas, ao dizermos que a salvação é
inteiramente uma obra de Deus realizada por Jesus Cristo e pelo Espírito Santo,
nos termos de uma aliança de vida eterna firmada na Trindade antes da fundação
do mundo, isto não significa que por ser por graça, seja fácil, pois todos os
que se convertem a Jesus sabem muito bem a grande luta que tiverem que travar
contra o pecado, Satanás e o mundo, e na qual ainda se encontram empenhados e
assim estarão até o final de sua jornada neste mundo. Daí o apóstolo Pedro
afirmar em termos comparativos se é com dificuldade que o justo se salva, onde
então comparecerá o pecador ímpio? Esta dificuldade para a salvação é vista
sobretudo no grande trabalho que teve que ser realizado pela Trindade, e
especialmente por nosso Senhor em Sua morte na cruz, como também em todas as
operações que são necessárias para serem realizadas para a conversão de um pecador
e para a sua santificação. É o maior trabalho que existe neste mundo, podemos
estar seguros disso! Quanta longanimidade, sabedoria, paciência, poder, amor
etc. da parte de Deus está envolvido em tudo o que é necessário para
transformar o pecador em um santo. E também, por outro lado, não é sem muita
diligência, esforço, fé, negação ao eu, paciência nos sofrimentos, etc. que
podemos ser efetivamente santificados, conforme é requerido por Deus a todos os
que tem transformado em seus filhos por meio da fé em Jesus.
Um crente verdadeiro odeia o
pecado e ama a Jesus, mas sempre lamentará que não o ame tanto quanto deveria,
e por não ter o mesmo caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma coisa ele
pode ter certeza: não foi por mérito, virtude ou boas obras que lhes foram
exigidos a apresentar a Deus que ele foi salvo, mas simplesmente por meio do
arrependimento e da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é necessário para a
segurança eterna da sua salvação. Ainda que, como já dissemos antes, se nossas
obras não concorram em nada em nossa justificação, que é tão somente por graça
e fé, todavia, elas são muito necessárias para um procedimento santo que nos
torne agradáveis a Deus, e posicionados do modo correto para sermos usados por
Ele como agentes de suas bênçãos para outros.
Então o plano de salvação, no que
se refere à nossa justificação e regeneração (novo nascimento) que nos são
comunicados no momento mesmo da nossa conversão a Jesus, e de uma vez para
sempre, pela expiação e perdão do pecado original, e nascimento da nova
criatura a partir do céu, nos termos da aliança da graça que foi feita, nada
exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser
transformado em filho de Deus, será realizado pelo autor da sua salvação, a
saber, Jesus Cristo.
Mas ninguém se iluda, pensando
que ainda que se exija uma diligência cada vez maior em nos despojarmos do
velho homem, e de nos revestirmos do novo, no processo progressivo da nossa
santificação, que tudo não corra fundamentado na obra que Jesus realizou, e por
meio de nossa fé nEle, enquanto somos revestidos pelo Seu próprio poder e vida,
para fazer e sofrer segundo o que Lhe é agradável. Por isso Ele afirma que sem
Ele nada podemos fazer. Nós temos na Palavra de Deus a confirmação desta verdade,
que tudo é de fato devido à graça de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça
é suficiente para nos garantir uma salvação eterna, em razão do pacto feito
entre Deus Pai e Deus Filho, que nos escolheram para esta salvação segura e
eterna, antes mesmo da fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra são a causa
dessa segurança eterna, pois é nEle que somos aceitos por Deus, nos termos da
aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os agentes da aliança, e os crentes
apenas os beneficiários.
A esperança da nossa salvação é
segura e eterna. Não é algo vacilante que dependa de circunstâncias ou
contingências. Pois o fundamento da certeza desta esperança foi fixada pela
promessa de Deus que jurou por Si mesmo que o faria, e a firmou no céu como uma
âncora, para que o navio da nossa vida jamais seja movido de lá.
“11 Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando, até ao fim, a
mesma diligência para a plena certeza da esperança;
12 para que
não vos torneis indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela
longanimidade, herdam as promessas.
13 Pois,
quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não tinha ninguém superior por
quem jurar, jurou por si mesmo,
14 dizendo:
Certamente, te abençoarei e te multiplicarei.
15 E assim,
depois de esperar com paciência, obteve Abraão a promessa.
16 Pois os
homens juram pelo que lhes é superior, e o juramento, servindo de garantia,
para eles, é o fim de toda contenda.
17 Por
isso, Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a
imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento,
18 para
que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta,
forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão
da esperança proposta;
19 a qual
temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu,
20 onde
Jesus, como precursor, entrou por nós, tendo-se tornado sumo sacerdote para
sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.” (Hebreus 6.11-20)
O pacto foi feito unilateralmente
pelo Pai e o Filho, sem a consulta da vontade dos beneficiários, uma vez que
eles nem sequer ainda existiam, e quando aderem agora pela fé aos termos da
aliança, eles são convocados a fazê-lo voluntariamente e para o principal
propósito de serem salvos para serem santificados e glorificados, sendo
instruídos pelo evangelho que tudo o que era necessário para a sua salvação foi
perfeitamente consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor Jesus Cristo.
Então, preste atenção neste ponto
muito importante, de que tanto é assim, que não é pelo fato de os crentes
continuarem sujeitos ao pecado, mesmo depois de convertidos, que eles correm o
risco de perderem a salvação deles, uma vez que a aliança não foi feita
diretamente com eles, e consistindo na obediência perfeita deles a toda a
vontade de Deus, mas foi feita com Jesus Cristo, para não somente expiar a
culpa deles, como para garantir o aperfeiçoamento deles na santidade e na
justiça, ainda que isto venha a ser somente completado integralmente no por
vir, quando adentrarem a glória celestial. A aliança que o Pai fez com o Filho
determina que Ele deveria comprar para o Pai pessoas de todas as língua, tribos
e nações, para serem a Sua propriedade exclusiva e eterna. Daí se dizer que
fomos comprados pelo sangue de Jesus, para não pertencermos a nós mesmos, mas a
Deus. Não é sem motivo portanto, que nos seja ordenado a nos negarmos a nós
mesmos e a carregarmos diariamente a nossa cruz, para podermos seguir a Jesus
atendendo a este grande objetivo da Sua missão relativa aos filhos de Deus, a
quem daria o poder de serem assim chamados e considerados.
“12 Mas, a todos quantos o
receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que
creem no seu nome;
13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do homem, mas de Deus.” (João 1.12,13)
“9 e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de
abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus
os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação
10 e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão
sobre a terra.” (Apocalipse 5.9,10)
A salvação é por graça porque
alguém pagou inteiramente o preço devido para que fôssemos salvos – nosso
Senhor Jesus Cristo.
E para que soubéssemos disso, somente
Jesus não nos foi dado como Sacrifício e Sacerdote, mas também como Profeta e
Rei.
Ele não somente é quem nos
anuncia o evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem tudo revelou acerca
dele nas páginas da Bíblia, para que não errássemos o alvo por causa da
incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a única coisa que pode nos afastar
da possibilidade da salvação.
Em sua obra como Rei, Jesus
governa os nossos corações, e nos submete à Sua vontade de forma voluntária e amorosa,
capacitando-nos, pelo Seu próprio poder, a viver de modo agradável a Deus. Mas
quando falamos de forma “amorosa” isto não exclui suas correções e disciplina a
que submete todos os que estão unidos a Ele pela fé, conforme Suas próprias
palavras:
“Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e
arrepende-te.” (Apo 3.19).
Agora, nada disso é possível sem
que haja arrependimento. Ainda que não seja ele a causa da nossa salvação,
pois, como temos visto esta causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus,
manifestados em Jesus em nosso favor, todavia, o arrependimento é necessário,
porque toda esta salvação é para uma vida santa, uma vida que lute contra o
pecado, e que busque se revestir do caráter e virtudes de Jesus.
Então, não há salvação pela fé
onde o coração permanece apegado ao pecado, e sem manifestar qualquer desejo de
viver de modo santo para a glória de Deus.
Desde que haja arrependimento não
há qualquer impossibilidade para que Deus nos salve, nem mesmo os grosseiros
pecados da geração atual, que corre desenfreadamente à busca de prazeres
terrenos, e completamente avessa aos valores eternos e celestiais.
Ainda que possa parecer um
paradoxo, haveria até mais facilidade para Deus salvar a estes que vivem na
iniquidade porque a vida deles no pecado é flagrante, e pouco se importam em
demonstrar por um viver hipócrita, que são pessoas justas e puras, pois não
estão interessados em demonstrar a justiça própria do fariseu da parábola de
Jesus, para que através de sua falsa religiosidade, e autoengano, pudessem
alcançar algum favor da parte de Deus.
Assim, quando algum deles recebe
a revelação da luz que há em Jesus, e das grandes trevas que dominam seu
coração, o trabalho de convencimento do Espírito Santo é facilitado, e eles
lamentam por seus pecados e fogem para Jesus para obterem a luz da salvação. E
ele os receberá, e a nenhum deles lançará fora, conforme a Sua promessa, porque
o ajuste feito para a sua salvação exige somente o arrependimento e a fé, para
a recepção da graça que os salvará.
Deus mesmo é quem provê todos os
meios necessários para que permaneçamos firmes na graça que nos salvou, de
maneira que jamais venhamos a nos separar dele definitivamente.
Ele nos fez coparticipantes da
Sua natureza divina, no novo nascimento operado pelo Espírito Santo, de modo
que uma vez que uma natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita, (2 Pedro
1.4). Nós viveremos pela nova criatura, ainda que a velha venha a se dissolver
totalmente, assim como está ordenado que tudo o que herdamos de Adão e com o
pecado deverá passar, pois tudo é feito novo em Jesus, em quem temos recebido
este nosso novo ser que se inclina em amor para Deus e para todas as coisas de
Deus.
Ainda que haja o pecado residente
no crente, ele se encontra destronado, pois quem reina agora é a graça de Jesus
em seu coração, e não mais o pecado, (Romanos 6.12-14). Ainda que algum pecado
o vença isto será temporariamente, do mesmo modo que uma doença que se instala
no corpo é expulsa dele pelas defesas naturais ou por algum medicamento
potente. O sangue de Jesus é o remédio pelo qual somos sarados de todas as
nossas enfermidades. E ainda que alguma delas prevaleça neste mundo ela será
totalmente extinta quando partirmos para a glória, onde tudo será perfeito.
Temos este penhor da perfeição
futura da salvação dado a nós pela habitação do Espírito Santo, que testifica
juntamente com o nosso espírito que somos agora filhos de Deus, não apenas por
ato declarativo desta condição, mas de fato e de verdade pelo novo nascimento
espiritual que nos foi dado por meio da nossa fé em Jesus.
Toda esta vida que temos agora é
obtida por meio da fé no Filho de Deus que nos amou e se entregou por nós, para
que vivamos por meio da Sua própria vida. Ele é o Criador e o sustentador de
toda a criação, inclusive desta nova criação que está realizando desde o
princípio, por meio da geração de novas criaturas espirituais para Deus por
meio da fé nEle.
Ele pode fazê-lo porque é
espírito vivificante, ou seja, pode fazer com que nova vida espiritual seja
gerada em quem Ele assim o quiser. Ele sabe perfeitamente quais são aqueles que
atenderão ao chamado da salvação, e é a estes que Ele se revela em espírito
para que creiam nEle, e assim sejam salvos, (I Cor 15.45-49).
Bem-aventurados portanto são:
Os humildes de espírito que
reconhecem que nada possuem em si mesmos para agradarem a Deus.
Os mansos que se submetem à
vontade de Deus e que se dispõem a cumprir os Seus mandamentos.
Os que choram por causa de seus
pecados e todo o pecado que há no mundo, que é uma rebelião contra o Criador.
Os misericordiosos, porque dão
por si mesmos o testemunho de que todos necessitam da misericórdia de Deus para
serem perdoados.
Os pacificadores, e não
propriamente pacifistas que costumam anular a verdade em prol da paz mundial, sem
levar em conta a necessidade da remoção do pecado, mas os que anunciam pela
palavra e suas próprias vidas que há paz de reconciliação com Deus somente por
meio da fé em Jesus.
Os que têm fome e sede de
justiça, da justiça do reino de Deus que não é comida, nem bebida, mas justiça,
paz e alegria no Espírito Santo.
Os que são perseguidos por causa
do evangelho, porque sendo odiados sem causa, perseveram em dar testemunho do
Nome e da Palavra de Jesus Cristo.
Vemos assim que ser salvo pela
graça não significa: de qualquer modo, de maneira descuidada, sem qualquer
valor ou preço envolvido na salvação. Jesus pagou um preço altíssimo e de valor
inestimável para que pudéssemos ser redimidos. Os termos da aliança por meio da
qual somos salvos são todos bem ordenados e planejados para que a salvação seja
segura e efetiva. Há poderes sobrenaturais, celestiais, espirituais envolvidos
em todo o processo da salvação.
É de uma preciosidade tão grande
este plano e aliança que eles devem ser eficazes mesmo quando não há naqueles
que são salvos um conhecimento adequado de todas estas verdades, pois está
determinado que aquele que crê no seu coração e que confessa com os lábios que
Jesus é o Senhor e Salvador, é tudo quanto que é necessário para um pecador ser
transformado em santo e recebido como filho adotivo por Deus. Evidentemente,
não se trata apenas de uma questão de palavras, e muito menos ditas da boca
para fora, pois se diz crer no coração, revelando uma confissão que acompanha
uma obra de transformação do coração de pedra em coração de carne, que é o
único que é capaz de fazer a confissão que é requerida por Deus, em espírito e
em verdade, procedendo de um coração por Ele purificado, e de uma boa
consciência, e de uma fé não fingida, ou seja, onde o amor de Deus está sendo
derramado de fato no crente pelo Espírito Santo.
O crescimento na graça e no
conhecimento de Jesus são necessários para o nosso aperfeiçoamento espiritual
em progresso da nossa santificação, mas não para a nossa justificação e
regeneração (novo nascimento) que são instantâneos e recebidos simultaneamente
no dia mesmo em que nos convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como nos
encontrávamos na ocasião, totalmente perdidos
e mortos em transgressões e pecados.
E fomos recebidos porque a
palavra da promessa da aliança é que todo aquele que crê será salvo, e nada
mais é acrescentado a ela como condição para a salvação.
É assim porque foi este o ajuste
que foi feito entre o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre Si para que
fôssemos salvos por graça e mediante a fé.
Mais uma vez, alertamos que esta
fé a fé que é o dom de Deus para o crente. A fé viva que opera a vida eterna.
Não um mero assentimento intelectual de se crer em Deus, pois até mesmo os
demônios creem de tal forma.
Jesus é pedra de esquina eleita e
preciosa, que o Pai escolheu para ser o autor e o consumador da nossa salvação.
Ele foi eleito para a aliança da graça, e nós somos eleitos para recebermos os
benefícios desta aliança por meio da fé nAquele a quem foram feitas as
promessas de ter um povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.
Então quando somos chamados de
eleitos na Bíblia, isto não significa que Deus fez uma aliança exclusiva e
diretamente com cada um daqueles que creem, uma vez que uma aliança com Deus
para a vida eterna demanda uma perfeita justiça e perfeita obediência a Ele,
sem qualquer falha, e de nós mesmos, jamais seríamos competentes para atender a
tal exigência, de modo que a aliança poderia ter sido feita somente com Jesus.
Daí ser uma aliança de graça, graça recebida da parte de Deus Pai por meio de
Jesus, e não uma aliança de obras, conforme foi feita com Adão, em que o
próprio homem deveria responder por tudo quanto à sua obediência a Deus. Aqui
somos justificados pela perfeita obediência de Jesus, que tendo juntamente com
ela, se apresentado como sacrifício expiatório em nosso favor, responde por nós
perante o Pai em tudo o que se refira à nossa aproximação dEle e aceitação como
filhos amados. É por Sua intercessão que somos perdoados, quando ela se junta à
nossa confissão. É por Sua graça que somos renovados e fortificados, quando
pleiteamos para sermos colocados de pé na presença do Senhor para fazer a Sua vontade.
Somos aceitos pelo Pai porque
estamos em Jesus, e assim é por causa do Filho Unigênito que somos também
recebidos. Jamais poderíamos fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nossa
Cabeça, nosso Sumo Sacerdote e Sacrifício. Isto é tipificado claramente na Lei,
em que nenhum ofertante ou oferta seriam aceitos por Deus sem serem
apresentados pelo sacerdote escolhido por Deus para tal propósito. Nenhum outro
Sumo Sacerdote foi designado pelo Pai para que pudéssemos receber uma redenção
e aproximação eternas, senão somente nosso Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele
escolheu para este ofício.
Mas uma vez que nos tornamos
filhos de Deus por meio da fé em Jesus Cristo, importa permanecermos nEle por
um viver e andar em santificação, no Espírito.
É pelo desconhecimento desta
verdade que muitos crentes caminham de forma desordenada, uma vez que tendo
aprendido que a aliança da graça foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, e que
são salvos exclusivamente por meio da fé, que então não importa como vivam uma
vez que já se encontram salvos das consequências mortais do pecado.
Ainda que isto seja verdadeiro no
tocante à segurança eterna da salvação em razão da justificação, é apenas uma
das faces da moeda da salvação, que nos trazendo justificação e regeneração
instantaneamente pela graça, mediante a fé, no momento mesmo da nossa conversão
inicial, todavia, possui uma outra face que é a relativa ao propósito da nossa
justificação e regeneração, a saber, para sermos santificados pelo Espírito
Santo, mediante implantação da Palavra em nosso caráter. Isto tem a ver com a
mortificação diária do pecado, e o despojamento do velho homem, por um andar no
Espírito, pois de outra forma, não é possível que Deus seja glorificado através
de nós e por nós. Não há vida cristã vitoriosa sem santificação, uma vez que
Cristo nos foi dado para o propósito mesmo de se vencer o pecado, por meio de
um viver santificado.
Agora, voltamos à nossa afirmação
anterior de que não há uma santificação total e perfeita em sentido moral ou
espiritual enquanto estivermos neste mundo, embora devamos sempre buscar este
alvo da perfeição absoluta, não admitindo a prática de qualquer pecado, e
lutando continuamente contra o pecado, dependendo da graça e da força de Jesus
para tanto. E devemos ter em conta, que o próprio Deus poderá em determinados
momentos de nossa caminhada no evangelho, apagar a nossa lâmpada, para que
aprendamos a ser humildes e a buscar a Sua face continuamente para estarmos de
pé, espiritualmente falando, em comunhão com Ele. Então, estes apagões na fé
não representam por si mesmos uma interrupção da continuidade do processo de
santificação, ou do interesse de Deus na nossa caminhada cristã, antes, podem
contribuir para vários propósitos para o nosso crescimento espiritual e
maturidade na fé, aprendendo sobretudo paciência no sofrimento, confiança no
perdão de Jesus, etc.
Como a santificação foi também
incluída na aliança da graça feita entre o Pai e o Filho, antes da fundação do
mundo, e para isto somos também inteiramente dependentes de Jesus e da
manifestação da sua vida em nós, porque Ele se tornou para nós da parte de Deus
a nossa justiça, redenção, sabedoria e santificação (I Coríntios 1.30). De modo
que a obra iniciada na nossa conversão será completada por Deus para o seu
aperfeiçoamento final até a nossa chegada à glória celestial.
“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa
obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.”
(Filipenses 1.6).
“O mesmo
Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo.Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.” (I
Tessalonicenses 5.23,24).
“Assim,
pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha
presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa
salvação com temor e tremor;porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer
como o realizar, segundo a sua boa vontade.” (Filipenses 2.12,13).
Algo que é
muito importante, e que nunca devemos esquecer que todas as nossas boas obras
em santificação não devem visar jamais à nossa própria glória, mas para que
Deus Pai seja glorificado em Jesus Cristo, porque na verdade, na vida
espiritual é Ele que tudo realiza por nós.
“9 E também
faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e
toda a percepção,
10 para
aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de
Cristo,
11 cheios
do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de
Deus.” (Filipenses 1.9-11)
Especialmente em nossos dias, em
que a iniquidade se multiplica a passos largos, e em consequência disso o amor
tem esfriado em muitos, sobretudo pela apresentação distorcida e caricata do
que é a própria pessoa de Jesus e do Seu evangelho, conduzindo muitos a uma
predisposição contrária a ambos, e não sem razão, porque afinal de contas, o
que se diz e se faz em nome de Jesus e do evangelho leva a corar de vergonha
até mesmo os que são insensatos, faz-se mister que aqueles que têm sido
levantados por Deus para serem fiéis na transmissão da verdade elevem suas
vozes e ponham por escrito o bom e antigo fundamento, que a propósito não há
outro, pelo qual podemos não apenas ser salvos do erro, e por conseguinte, da
condenação eterna.
Não admira que tudo isto esteja
ocorrendo nestes últimos dias, conforme havia sido predito por Jesus e pelos
apóstolos, em razão da intensificação do trabalho de demônios e de homens que
não temem e amam a Deus, com o propósito mesmo de manter o maior número
possível de pessoas na condição de cegueira espiritual, pela qual não poderão
chegar ao conhecimento da verdade, e assim serem libertas da escravidão ao
pecado.
O que pretendemos fazer então é
nos engajarmos neste bom combate da fé, pelo qual podem ser apagados todos os
dardos inflamados do Maligno, e serem resgatados muitos daqueles que ele tem
trazido sob a condição de seus cativos.
No entanto, não o faremos à guisa
de um apelo emocional que se direcione simplesmente aos sentidos, ou mesmo à
razão natural, mas pela exposição da interpretação da vera Palavra de Deus
conforme a temos na Bíblia, porque é somente pelo conhecimento da verdade que
podemos ser livrados dos laços do pecado, do diabo e da morte.
Antes de tudo, é preciso conhecer
a nossa doença para que possamos fazer um uso adequado do remédio que
necessitamos para sermos curados. Esta doença chama-se PECADO, que pelo uso
distorcido e antibíblico, se tornou tão banalizado, que é confundido não raro
com o mero significado de erro. Com isto chegou-se ao ponto de se admitir que
errar é humano, como uma forma de se justificar o ato de pecar. Assim se
pensando, ao modo da razão natural, e não conforme Deus define o que é o
pecado, julga-se que não há graves consequências para aqueles que permanecem no
pecado, porque afinal, segundo o julgamento comum, quem há que não peque? E não
é isto uma verdade afirmada na própria Bíblia? Só que em nenhuma passagem das
Escrituras o pecado é apresentado com essa tintura, muito ao contrário, é
veementemente condenado sob o ódio que Deus tem ao mesmo.
Então, o que é de fato o pecado?
Que poder é este que opera em
toda a humanidade, sem uma única exceção?
Na verdade, este poder, esta
inclinação para o mal, esta rebelião contra Deus e a Sua vontade para que
sejamos santos e obedientes a Ele em tudo, não se apresentou pela primeira vez
neste mundo, mas no próprio céu, quando se manifestou no querubim ungido que em
razão do pecado se transformaria em Satanás, e com ele, caíram muitos anjos,
que se transformaram em demônios.
Assim, o próprio diabo e os
demônios são também escravos do pecado, e eles o são de uma forma da qual não
podem se libertar, porque nada de bom permaneceu na natureza deles, e se
perderam completamente, sem qualquer possibilidade de volta à condição inicial
de santidade que possuíam.
Todavia, a humanidade, apesar de
ser também escravizada pelo pecado, com este sentimento natural de repulsa à
pessoa de Deus e à Sua vontade, isto não existe em muitos de uma forma
consciente deliberada de se rebelar contra Ele, uma vez que se encontram
debaixo do engano do pecado e do diabo. Eles agem por inclinação natural,
conforme esta se encontra neles, mas, em completa ignorância de quais sejam as
forças que neles atuam e que os arrastam para longe de Deus, e a repelirem
qualquer possibilidade de terem comunhão com Ele.
Eles não sabem, mas foram
conhecidos de Deus antes mesmo de trazê-los à existência, e Ele os designou
para serem Seus filhos amados através da união espiritual com Jesus Cristo, o
Seu Filho unigênito, por Ele escolhido para ser o nosso Sacrifício, Sacerdote,
Fiador, Senhor, Salvador, Redentor, Justificador, Regenerador, Santificador, e
Glorificador.
O pecado é a perfeição do mal,
assim como Deus é a perfeição do bem. O pecado tende a se multiplicar e a se
espalhar em variadas formas e em abundância de quantidade, muito mais do que as
águas de todos os oceanos. Ele domina todas as partes do homem, e atua tanto no
seu corpo, quanto em sua alma e seu espírito. Ele é portanto, infinito, e
somente Alguém que fosse infinito poderia detê-lo e vencê-lo.
Se o pecado derrubou e arruinou
um querubim e muitos anjos, quão mais facilmente ele pode derrubar e arruinar
os homens que nunca estiveram na presença de Deus, como eles que se encontravam
no céu!
Se a natureza do pecado é de tal
ordem, como poderíamos vencê-lo com promessas de nos reformarmos, com
penitências, mera religiosidade e tudo o que seja diferente da pessoa do
próprio Jesus Cristo? Tudo se mostrará ineficaz não somente aqui neste mundo, e
sobretudo quando tivermos que comparecer diante do Juízo Final de Deus para lhe
prestar contas de todas as nossas ações, omissões, imaginações, pensamentos e
palavras.
Não é difícil entendermos a
ineficácia de tudo isto, porque acompanhando as nossas melhores intenções de
fazer somente o que é bom, tudo o que fizermos sempre estará contaminado pelo
pecado. Quantas ações de benemerência são acompanhadas de orgulho,
autoglorificação, inveja, ostentação, vanglória, oportunismo etc.
Tão grande é a nossa condição de
miséria espiritual diante de Deus que necessitávamos que o próprio Deus se
interpusesse em nosso favor na pessoa de Seu Filho amado, para que Ele pudesse
responder por nós perante Ele, para a liquidação de toda a nossa dívida
contraída por nossos pecados. E Ele a liquidou inteiramente quando morreu em
nosso lugar na cruz, recebendo sobre Si mesmo o castigo que era devido ao nosso
pecado. Mas, a salvação que é operada por Jesus não responde apenas à nossa
necessidade perdão e reconciliação com Deus, mas também para o cumprimento da
missão que lhe foi dada pelo Pai de nos comunicar a vida eterna. Ele veio para
que tenhamos vida, e a tenhamos em abundância. Ele veio para nos libertar das
cadeias da morte, em todos os seus sentidos, seja ela a do corpo (pois temos
nEle a promessa da ressurreição do corpo no dia do arrebatamento da Igreja);
seja a espiritual, que significa o afastamento da comunhão com Deus e a
possibilidade de viver segundo a Sua vontade; e por último a eterna, que
consiste no afastamento total da possibilidade de salvação, com o cumprimento
da pena de condenação eterna no inferno de fogo.
O crente foi vivificado em
Cristo, passando da morte para a vida, e então, quando se diz dele que está
morto, conforme o próprio Senhor se refere a muitos crentes da Igreja de Sardes
em Apocalipse, esta morte significa falta de vigor, de poder, da possibilidade
de se comportar segundo um andar no Espírito Santo em novidade de vida,
voltando o crente a viver sob o domínio do pecado. Mas, como Ele recebeu pela
fé a promessa da vida eterna, Jesus jamais o lançará fora, Deus jamais o
deixará ou abandonará, mas o conduzirá em segurança para o lar celestial, ainda
que seja por meio de correções dolorosas, que incluem até mesmo a próprio morte
física. Por isso o crente que se desvia da presença do Senhor (e isto é muito
mais do que se desviar de um templo ou denominação evangélica), é convocado ao
arrependimento, para que seja renovado pela graça, e também, a crescer nesta
graça pela renovação da Sua mente, para que não seja engolido pelo mundo, ou
subjugado pelas tentações da carne ou de Satanás. O ímpio não possui esta
possibilidade de renovação que o crente tem, pois a morte espiritual nele tem
um sentido maior do que perda de poder ou vigor espiritual, os quais na verdade
nunca possuiu enquanto permanece na condição de ímpio, sem conversão.
É por esta razão que mesmo os
crentes, enquanto caminham neste mundo, estão sujeitos a perderem algumas
batalhas em sua guerra contra o pecado, não por falta de poder em Jesus, mas
pela própria fraqueza e insuficiência deles, de modo que possam aprender que
necessitam de fato de um Salvador e Redentor que possa responder por eles
diante do trono de Deus e caminharem pela fé nEle, em obediência aos Seus
mandamentos.
Não haveria outra forma de alguém
poder ser justificado e perdoado de seus pecados, a não ser pela mediação de
Jesus Cristo, que nos foi dado para este propósito mesmo.
Então, devemos considerar o
pecado como a inclinação que existe em toda pessoa e que a arrasta para longe
de Deus. Isto o pecado faz de modo fácil e completo em todos aqueles em cujo
coração ele continua permanecendo no trono, mas, nos que foram libertados do
seu domínio por Jesus, e que permanecem na firme posição de lutar contra o
pecado, quem passa a ocupar o trono do coração é a graça, pela qual o pecado é
não somente destronado e também vencido.
Tendo sido vencido pela graça,
importa continuar vivendo em graça, por um caminhar no Espírito, para que o
pecado permaneça na posição de derrota que lhe foi imposta pelo poder de Jesus.
Hábitos de santificação são
adquiridos, consolidados e confirmados na medida em que perseveramos em
caminhar em comunhão com Deus através de uma contínua meditação da Palavra,
prática da oração e da comunhão com os santos para a adoração de Deus e audição
da Sua Palavra pregada, pela qual a fé é alimentada.
Não há outra forma de se obter
uma vitória experiencial sobre o pecado enquanto estivermos em nossa jornada
neste mundo.
Há muitos inimigos espirituais a
serem vencidos, e estes somente podem ser derrotados pela intervenção direta e
poderosa do próprio Deus, mas não podemos ter isto caso não estejamos em
comunhão com Ele.
Jesus é a perfeição do bem que é
o único que pode vencer a perfeição do mal chamada pecado. Ele é completamente
suficiente para isto, e pode salvar perfeitamente a qualquer que confiar nele
para ser libertado da escravidão do pecado.
Ele não rejeitará a qualquer que
vier a Ele, e jamais o lançará fora, antes o tornará filho amado de Deus para
viver com Ele para sempre.
O pior do pecadores pode ser
salvo caso se arrependa e confie inteiramente em Jesus para ser seu Senhor e
Salvador.
Enquanto a confiança para a nossa
salvação estiver fixada em outras coisas ou pessoas, jamais poderemos ser
salvos, porque somente Jesus foi designado por Deus para ser o nosso Salvador,
e de fato não poderia haver nenhum outro, em razão de todas as condições que
Ele atendeu para que o plano do nosso resgate pudesse ser levado a efeito.
Lance para longe, portanto, este
pensamento de que você já fez muitas coisas erradas para que possa agora confiar
que Deus possa lhe salvar e aceitar como filho, e de fato santificar a sua vida
para viver em comunhão com seus demais irmãos na fé. Isto é trazer desonra para
o grande Rei dos reis e Senhor dos senhores que é o capitão designado por Deus
para a nossa salvação.
Deus não nos liberta do pecado
por qualquer condição meritória em nós, pois todos somos destituídos da graça,
enquanto Ele não nos salvar. Todos nos desviamos dEle, e não temos justiça
própria pela qual possamos ser perdoados e justificados. Por isso Jesus foi
feito a nossa justiça para que possamos ser apresentados diante de Deus santos
e inculpáveis, uma vez que o trabalho da nossa santificação será completamente
aperfeiçoado quando chegarmos ao céu.
Aqui está a grande glória e
vitória de Jesus sobre o pecado. O forte foi vencido por Alguém muito mais
poderoso do que ele. O pecado e a morte foram vencidos por Jesus na cruz. E
agora Deus nos chama a compartilhar da Sua vitória pela simples fé nEle e no trabalho
que Ele realizou em nosso favor. Quando assim fazemos, glorificamos a Deus Pai,
e damos honra a Seu Filho Jesus Cristo, porque pela fé nEle fazemos valer a Sua
vitória sobre o pecado, o diabo e o mundo.
Se houvesse um sabão que pudesse
nos lavar e purificar do pecado, Deus não teria conduzido Jesus à cruz, e o
teria usado para nos santificar. Mas como o pecado é algo que está entranhado
na nossa natureza, como uma podridão que se instalou em todo o nosso corpo,
assim como aquela que ocorre à carne, não é possível lavá-lo, senão extirpá-lo,
e isto Deus fez condenando o pecado na carne, quando o destruiu na morte de
Jesus.
Na verdade, importa que o pecado
seja mortificado diariamente, pela virtude e poder da morte do Senhor, e isto
só pode ser feito pela renúncia ao nosso ego carnal, e pelo carregar diário da
cruz, e por se seguir a Jesus.
Quantos não caminham para o
inferno por causa do seu apego às suas próprias convicções sobre os assuntos espirituais? Eles não
recuam um só milímetro no que pensam acerca de tudo o que consideram necessário
para a salvação, e isto, quando se ocupam deste assunto tão vital que diz
respeito ao nosso futuro eterno. Eles querem ser os senhores de suas vidas e
destino. Não há brecha para que Deus possa entrar para renovar seus
pensamentos, e mudar a posição deles, segundo a verdade da Sua Palavra.
Como a fé vem pelo ouvir a
Palavra de Deus, como poderão ser salvos, se a salvação é somente pela fé, e
eles insistem em não dar a devida consideração à Palavra de Deus?
Se a Bíblia diz, pelos lábios de
Jesus, que todo aquele que nEle crer será salvo, por que então eu insistiria em
dizer que muitas coisas são necessárias para a salvação, e que apenas alguns
venturosos podem desfrutar desta bênção?
Quando o assunto é o referente à
salvação da nossa alma, não devemos dar ouvido senão somente ao que Deus diz em
Sua Palavra. É somente o evangelho conforme revelado nas Escrituras que é o
poder de Deus para salvação de todo o que crê.
Não importa o que aqueles que se
apresentam como ministros de Deus estão dizendo caso o que dizem não esteja
plenamente conformado ao que foi revelado por Jesus e ensinado por Ele e pelo
Espírito Santo aos apóstolos, conforme foram instruídos por Deus a deixar
registrado na Bíblia para a nossa salvação.
Não importa até mesmo o que eu
pense sobre o que seja a verdade caso não seja consoante ao que está revelado
de uma vez para sempre, e que um só til ou jota, não será dali tirado, pois
seria mais fácil que o céu e a terra passassem, do que Deus alterar a Sua
Palavra.
Se um dos grandes objetivos do
pecado é negar e adulterar a Palavra de Deus, frustremos então este propósito
maligno do pecado, dando crédito a tudo o que o Senhor tem dito, e não somente
isto, como também levando-o à prática em nossas próprias vidas.
O pecado entrou no mundo por
causa de um ato de desobediência do primeiro casal à Palavra de Deus. E se
apenas um pecado pôde causar tanta destruição e ruína pela falta de crédito à
Palavra divina, quanto não deveríamos então nos cuidar para não entreter um só
pecado em nosso coração!
Por outro lado, pensemos na
glória e profundidade da Justiça de Jesus, pela qual somos justificados por
Deus para agradar inteiramente a exigência de santificação perfeita de nossa
parte pela Sua justiça. Pois se uma só ofensa trouxe a morte a todos e a tudo
no mundo, o sangue de Jesus tem coberto não apenas uma, mas muitas ofensas que
praticamos ao longo da nossa vida neste mundo. Glórias ao Seu Santo nome!
Exaltado seja para sempre! Mas também, por outro lado, sabendo que foi o pecado
a causa da necessidade de ter morrido por nós na cruz, peçamos a Deus que nos
dê um verdadeiro horror e ódio ao pecado, para que nos empenhos em destruí-lo
em nossas vidas.
Alistar-se no exército de Jesus é
principalmente para declarar guerra ao pecado. Uma guerra que é sem tréguas e
que deve durar até que passemos à glória celestial.
Jesus já obteve a vitória sobre o
pecado e agora nos chama a fazer valer esta vitória em nossas próprias vidas,
não dando qualquer ocasião ao pecado, sabendo de antemão que o pecado não é
aniquilado, pois sempre buscará ocasião para se reerguer. Aqui no mundo,
teremos que travar muitas lutas com este terrível filisteu, pois só pode ser
dominado, mas não extinto completamente de uma vez para sempre, para nunca mais
voltar a nos perturbar em nossa caminhada cristã.
Quanto mais caminharmos com Deus,
mais a graça se revelará a nós em maiores graus de força, de forma que ainda
que fracos, podemos ser fortes por meio da graça que Deus nos supre.
Não tenhamos portanto vergonha de
nos aproximarmos de Deus pela fé, porque Ele mesmo vem a nós através de Jesus,
para nos oferecer redenção, assim como fizera com Adão quando ele se escondeu
atrás das árvores no Paraíso, quando pecou.
O pecado é um vômito, uma
vergonha, mas Jesus nos lava e nos cobre com a Sua justiça para que possamos
nos apresentar ao trono da graça de Deus, arrependidos e confessando-lhe as
nossas transgressões, para que sejam perdoadas.
Há muita eficácia no sangue do
sacrifício que Jesus ofereceu por nós, para nos lavar de todo e qualquer pecado
passado, presente ou futuro.
A justiça de Deus ficou
inteiramente satisfeita com o preço que Ele pagou na cruz, de maneira que já
não há mais maldição e condenação para aqueles que se uniram espiritualmente a
Jesus, por meio da fé nEle.
O próprio Deus nos ajuda a crer e
a nos arrepender, e é Ele também quem nos aproxima de Jesus revelando-O ao
nosso espírito, para que possamos achar nEle a salvação que tanto necessitamos.
Ele vive para realizar este
trabalho de salvação, e é por meio dEle que podemos ter vida e vida em
abundância, porque em nenhum outro poderemos achar a vida eterna. Ele vive não
somente para nos salvar inicialmente, mas também para concluir o trabalho da
nossa santificação, e para isto intercede por nós dia e noite à direita de Deus
Pai.
Onde o pecado se mostrou
abundante, a graça tem se mostrado muito mais abundante, porque o pecado terá
um fim no porvir, mas a graça de Deus jamais terminará, porque é impossível que
Deus morra ou venha a perder o seu grande poder.
A quem daremos a honra de nos
dominar: ao pecado ou a Cristo? Ninguém pode decidir por nós. A cada um de nós
cabe fazer a escolha.
É somente pelo convencimento e
instrução do Espírito Santo que podemos compreender adequadamente qual seja o
significado do pecado.
Sem esta operação do Espírito
Santo, ou quando ainda nos encontramos a caminho de ser melhor esclarecidos por
Ele, é muito comum até mesmo negar-se a existência do pecado, ou classificá-lo
das mais variadas formas possíveis que em pouco ou nada correspondem ao seu
verdadeiro e pleno significado.
De modo que quando se diz que
Jesus carregou sobre si os nossos pecados (I Pedro 2.24) e que Ele se
manifestou para tirar o pecado, não é dada a devida importância a este
maravilhoso fato, que é a resposta à única e principal necessidade do ser
humano relativa à vida, pois sem a solução do problema do pecado original que a
todos atinge, não é possível ter a vida eterna de Deus.
Então, não se deve pensar em
Jesus em alguém que veio ao mundo para que pudéssemos apenas errar menos, ou
ainda que melhorássemos nossas ações morais, pois a obra de expiação e remoção
do pecado está relacionada a uma questão de vida, caso concluída, ou de morte
eterna, em caso contrário.
Então é preciso saber qual é a
origem e a natureza do pecado e a sua forma de agir na humanidade para que o
vencendo possamos atingir o propósito de Deus na nossa criação e viver de modo
agradável a Ele.
Ora, se o pecado é o que se opõe
à possibilidade de se ter vida eterna, então, necessitamos refletir mais
cuidadosamente sobre a relação que há entre pecado e morte, e santidade e vida.
Então, é muito importante que
tenhamos uma compreensão adequada do significado de vida eterna, para que não
nos enganemos quanto a se temos alcançado ou não o propósito de Deus quanto a
isto.
Antes de tudo, vida em seu
sentido geral é muito mais do que simples existência, porque os corpos
inanimados existem e no entanto, não possuem vida.
Ainda que alguns seres
espirituais existam eternamente, pois espíritos não podem ser aniquilados,
todavia não se pode dizer deles que possuem vida eterna, e a par da existência
consciente deles são classificados como mortos espiritual e eternamente, tal é
o caso de Satanás, dos demônios e de todos os seres humanos que morreram sob a
condenação do pecado, estando desligados de Deus.
Deus é a fonte e o padrão da
verdadeira vida.
É pelo que existe em sua
natureza, portanto, que se define o que é e o que não é participante da vida
eterna.
A vida eterna é perfeita e
completa em Deus, mas nas criaturas (anjos eleitos e santos) que alcançam a
participação nesta vida, estão sujeitos a crescimento na mesma rumo à perfeição
divina, que sendo infinita, será para eles sempre um alvo a ser buscado.
Daí se dizer que quando alguém
nasce de novo do Espírito Santo, que ele é um bebê espiritual em Cristo. Ele
deve crescer na graça e no conhecimento do Senhor, e isto será feito neles pela
operação do Espírito Santo, até contemplar neles a maturidade espiritual que é
chamada de perfeição, mas não sendo ainda aquela perfeição total como ela se
encontra somente em Deus.
Não devemos ficar, portanto,
satisfeitos somente com a conversão inicial a Cristo, pela qual fomos tornados
filhos de Deus e novas criaturas, mas devemos prosseguir em busca daquela
santificação que nos tornará cada vez mais à imagem e semelhança de Jesus.
O grande indicador do progresso
neste crescimento na vida eterna, é o de aumento de graus em santificação. Este
aperfeiçoamento em santificação é a vontade de Deus quanto ao seu propósito em
nos ter tornado seus filhos. (I Tessalonicenses 4.3; 5.23).
Esta é a vida em abundância que
Jesus veio dar àqueles que se tornariam filhos de Deus por meio da fé nele.
Podemos entender melhor isto
quando fazemos um contraste com o pecado, pois se o pecado é o que produz
morte, a santidade é o que produz vida.
Concluímos que somente aqueles
que forem santificados têm acesso à vida eterna. Daí se dizer que sem
santificação ninguém verá o Senhor, (Hb 12.14).
É fácil entendermos esta verdade
quando refletimos que de fato não se pode dizer que há a vida de Deus onde
domina o orgulho, a impureza, a malícia, a cobiça, o adultério, o ódio, o
roubo, a corrupção, a inveja, e todas as obras da carne que operam segundo o
pecado.
Mas, onde o que prevalece é a fé,
a humildade, o amor, a bondade, a misericórdia, a longanimidade, a reverência,
o louvor, a adoração ao Senhor, a obediência aos Seus mandamentos e tudo o mais
que compõe o fruto do Espírito Santo, pode-se dizer que temos em tudo isto
indícios ou evidências onde há vida eterna.
Os que afirmam andar na luz e
pertencerem a Jesus, quando na verdade caminham nas trevas, são chamados pelo
apóstolo João de mentirosos, e que não têm de fato a vida eterna que eles
alegam possuir, porque onde ela foi semeada por Jesus, não produz os frutos
venenosos do pecado e da justiça própria, senão os que são provenientes da
santidade e da justiça de Jesus atuando em nós.
Como o conhecimento verdadeiro de
Deus, consiste em termos um conhecimento pessoal de Seu caráter, virtude, obras
e atributos, e isto, por uma revelação que recebamos da parte dEle em Espírito,
e para tanto temos recebido o dom da fé, então, não somos apenas justificados
por este conhecimento, como também acessamos à vida eterna, alcançando que
sejam implantadas em nós as mesmas virtudes e caráter de Cristo.
“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e
a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17.3)
É este conhecimento real,
espiritual e pessoal de quem seja de fato Deus, o que promove a nossa
santificação e aumentos em graus na posse da vida eterna, ou melhor dizendo,
para que a vida eterna se aposse em maiores graus de nós.
Quando nos falta este viver
piedoso na verdade, ainda que sejamos crentes, Deus nos vê como mortos e não
como vivos, e por isso somos chamados ao arrependimento e à prática das
primeiras obras, para que tenhamos o necessário reavivamento espiritual.
(Apocalipse 3.1-3,17-19).
Enganam-se todos aqueles que por
julgarem estarem cheios de energia, e envolvidos na realização de muitas obras,
que isto é um sinal evidente de vida abundante neles, quando toda esta energia
é carnal e não acompanhada por um viver realmente piedoso que seja operado
neles pelo Espírito Santo, pela aplicação da Palavra de Deus às suas vidas.
É na medida em que as obras da
carne são mortificadas que mais se manifesta em nós a vida eterna que há em
Cristo.
Se não houver a crucificação do
ego carnal, a mortificação do pecado, a vida ressurreta de Cristo não se
manifestará.
A verdadeira santidade que conduz
à vida é dependente das operações sobrenaturais do Espírito Santo, mediante a
obra realizada por Jesus Cristo em nosso favor. A mera prática da moralidade
não pode produzir esta santidade necessária à vida eterna. A simples
religiosidade carnal na busca de cumprimento dos mandamentos de Deus, segundo a
nossa própria justiça, também não pode produzir esta santidade. O jovem rico
enganou-se quanto a isto, e por não se sujeitar à justiça que vem de Cristo,
não alcançou a vida eterna.
Há necessidade de convencimento
do pecado pelo Espírito Santo, de que Ele nos convença de nossa completa
miserabilidade diante de Deus, e de nossa total dependência da sua
misericórdia, graça e bondade, para que nos salve, mediante a confiança que
temos colocado em Jesus e na obra que Ele realizou em nosso favor. Sem isto,
não pode haver salvação, e por conseguinte vida eterna, porque Deus não pode
operar santidade em um coração que se rebela contra Ele e Sua vontade.
Deus não contempla nossos meros
desejos e palavras. Ele olha o nosso coração. Ele opera somente segundo a
verdade, e não segundo nossas emoções, sentimentos, vontades, pois podem não
estar conformados à verdade da Sua Palavra revelada na Bíblia, e assim não
podendo chegar a um verdadeiro arrependimento, torna-se impossível sermos
contemplados com uma salvação cujo fim é a nossa santificação.
Para o nosso presente propósito,
não basta ir ao relato de como o pecado entrou no mundo através do primeiro
casal criado, atendo-nos apenas aos fatos relacionados à narrativa da Queda,
sobretudo quanto à maneira desta entrada mediante tentação vindo do exterior da
parte de Satanás sobre a mulher. É preciso entender o mecanismo de operação
desta tentação naquela ocasião, uma vez que ela ocorreu quando a mulher era
inocente, não conhecia nem bem e nem mal, não sendo portanto ainda uma
pecadora, e no entanto, pela tentação, teve o desejo de praticar algo que lhe
havia sido proibido por Deus.
Poderia este desejo, sem a
consumação do ato, ser considerado como sendo a própria entrada do pecado? Em
caso contrário, o que seria necessário haver também para que assim fosse
considerado?
Por que desde aquele primeiro
pecado, toda a descendência de Adão ficou encerrada no pecado? Por que o pecado
permanece ligado à natureza dos próprios crentes, mesmo depois da conversão
deles?
Por que o pecado desagrada tanto
a Deus que como consequência produz a morte?
Estas e outras perguntas,
procuraremos responder nas linhas a seguir.
Antes de apresentar qualquer
consideração específica ao caso, é importante destacar que o único ser que
possui vontade absoluta, gerada em si mesmo, e sempre perfeita e aprovada, é
Deus, cuja vontade é o modelo de toda vontade também aprovada. Esta é a razão
de Ele não poder ser tentado ao mal, e a ninguém tentar. Sua vontade é
santíssima e perfeitamente justa. Mas no caso dos homens e até mesmo dos anjos,
cuja vontade é a de uma criatura, sendo dotados de vontade livre, estão
contingenciados a submeterem suas vontades à de Deus naqueles pontos em que o
exercício da própria vontade deles colidisse com esta vontade divina. Eles são
livres para pensar, imaginar, agir, criar, mas tudo dentro de uma esfera que
não ultrapasse os limites que lhes são determinados por Deus, quer na lei
natural impressa em suas consciências, quer na lei moral revelada em Sua
Palavra, a qual é também impressa nas mentes e corações dos crentes.
Temos assim, desde o início da
criação, um campo aberto para um possível conflito de vontades. Deus por um
lado agindo pelo Espírito Santo buscando nos mover à negação do ego para fazer
não a nossa, mas a Sua vontade, e o nosso ego querendo fazer algo que possa ser
eventualmente diferente daquilo que Deus determina para que façamos ou deixemos
de fazer.
Neste ponto, podemos entender que
a proposta de Satanás para Eva no paraíso, buscava estimular e despertar
desejos e sentimentos em Eva para que a sua vontade fosse conduzida pela do
diabo, e não pela de Deus.
Se ao sentir-se inclinada à
desobediência ela tivesse recorrido à graça divina, clamando por ajuda para
rejeitar a tentação e permanecer obediente, a fé teria triunfado em sua
confiança no Senhor e sujeição a Ele, e em vez de um ato pecaminoso, haveria um
motivo para Deus ser glorificado. E isto ocorreria todas as vezes em que ao ser
tentado a fazer algo diferente do que havia sido determinado por Deus, o homem
escolhesse obedecer à Sua Palavra, e não aos desejos criados em seus
pensamentos e imaginação.
Podemos tirar assim a primeira
grande conclusão em ralação ao que seja o pecado, de que não se trata de algo
corpóreo, ainda que invisível, com existência própria e poder inteligente para
nos influenciar, mas é algo decorrente de nossas próprias inclinações, desejos
e más escolhas, especialmente quando não nos permitimos ser dirigidos e
instruídos por Deus, e não nos exercitamos em sujeitar todas as nossas
faculdades a Ele para agir conforme a Sua santa, boa, perfeita e agradável
vontade.
“Porque o que faço não o aprovo; pois o que
quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço.
E, se faço o que não quero,
consinto com a lei, que é boa.
De maneira que agora já não sou
eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.
Porque eu sei que em mim, isto é,
na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas
não consigo realizar o bem.
Porque não faço o bem que quero,
mas o mal que não quero esse faço.
Ora, se eu faço o que não quero,
já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” (Romanos 7.15-20).
Observe que por duas vezes
consecutivas o apóstolo usa nesta passagem a seguinte expressão: “Ora, se eu
faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Mas
ele não queria denotar com isto que ele estava sempre fazendo o mal que não
queria, mas que por vezes, na vida cristã, sucede esta verdade de que vez por
outra estará sujeito à ação do pecado, quando isto for permitido por Deus, que
o crente ao ser tentado, e deixado entregue a si por algum tempo sem a
concessão da graça restringidora do pecado, a consequência natural será que o
pecado residente em toda pessoa, mesmo no crente, há de se manifestar, ainda
que isto seja contra a sua vontade, como ocorreu com Pedro na sua negação do
Senhor.
Mas, como a vitória já foi obtida
por Cristo, pelo exercício da fé, que neste caso é colocada à prova, o crente
não se autocondenará e nem condenará a outros, pois sabe que sua luta não é
contra carne e sangue, e dará a honra e a glória devidas a Cristo, recorrendo a
Ele pela fé, para que seja livrado do mal, uma vez que quem nele reina agora é
a graça de Jesus e não mais o pecado que ele detesta e deseja não mais
praticar.
“Miserável homem que eu sou! quem
me livrará do corpo desta morte?
Dou graças a Deus por Jesus
Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus,
mas com a carne à lei do pecado.” (Romanos 7.24,25).
Deus prometeu escrever a Sua lei
na mente e no coração do crente, de modo que, sujeitando-se ao Senhor, este
trabalho é feito pela renovação de sua mente pelo Espírito Santo, e é a esta
lei, principalmente no que se refere ao conteúdo do evangelho que Paulo se
refere como a lei da sua mente (ou seja, que foi colocada lá por Deus pela fé
em Jesus) que luta contra a lei do pecado que operava em seus membros. É nisto
que consiste a luta entre o Espírito Santo e a carne, quer para a produção do fruto
do Espírito, quer para a geração das obras da carne, referida em Gálatas 5.
Vemos desta forma quão vital e
fundamental é que renovemos nossa mente continuamente com a Palavra de Deus,
com cânticos espirituais, oração, etc, para que sejamos cheios do Espírito
Santo, para que possamos andar nele, seguindo a Sua direção, instrução e mover.
O homem, tendo sido criado em um
estado tão santo e glorioso, foi colocado no Paraíso, que era sua residência.
No meio deste Jardim do Éden
estava a árvore da vida, que não consideramos pertencer a uma certa espécie,
mas era uma árvore singular na natureza. “E do chão fez o Senhor Deus crescer
todas as árvores ... a árvore da vida também no meio do jardim ”(Gênesis 2: 9).
Portanto, essa árvore não foi encontrada em outros locais.
No Paraíso, havia também a árvore
do conhecimento do bem e do mal. “Mas da árvore do conhecimento do bem e do
mal, dela não comerás” (Gn 2:17; 3: 3). Como lá havia apenas uma árvore da
vida; portanto, havia apenas uma árvore do conhecimento do bem e do mal. Não se
afirma que isto se refere ao tipo de árvore, mas ao número. É simplesmente
referido como "a árvore". A razão para esse nome pode ser deduzida do
próprio nome.
(1) Era uma árvore probatória
pela qual Deus desejava provar ao homem se ele perseveraria em fazer o bem ou se
ele cairia no mal, como se encontra em 2 Crônicas 32:31: “... Deus o deixou,
para julgá-lo, para que ele pudesse saber tudo que estava em seu coração."
(2) O homem, ao comer desta
árvore, saberia em que condição pecaminosa e triste ele tinha trazido a si
mesmo.
O Senhor colocou Adão e Eva neste
jardim para cultivá-lo e guardá-lo (Gn 2:15).
O sábado era a exceção, pois então
ele era obrigado a descansar e a se abster de trabalhar de acordo com o exemplo
que seu Criador lhe dera e ordenara que ele imitasse.
Assim, Adão tinha todas as coisas
em perfeição e para deleite do corpo e da alma. Se ele tivesse perseverado
perfeitamente durante seu período de estágio, ele, sem ver nenhuma morte, teria
sido conduzido ao terceiro céu, para a glória eterna. Embora o corpo tivesse
sido construído a partir de elementos materiais, sua condição era tal que era
capaz de estar em união essencial com a alma imortal e capaz de existir sem
nunca estar sujeito a doença ou morte.
Se ele não tivesse pecado, o
homem não teria morrido, mas teria subido ao céu com corpo e alma. Isso pode
ser facilmente deduzido do fato de que Enoque, mesmo depois da entrada do
pecado no mundo, foi arrebatado ao terceiro céu, sem passar pela morte, em
razão de ter andado com Deus. No entanto, haveria a necessidade de o corpo ser
transformado em corpo glorioso, pois carne e sangue não podem herdar o reino de
Deus, que é espírito.
Mas, ao considerarmos que a
justiça de Adão se basearia em sua própria obediência perfeita, para lhe
conceder vida eterna, cometeríamos um grande erro aqui, pois sabemos, pelas
Escrituras que todos os seres morais foram criados para viverem pela vida de
Cristo neles. Há essa necessidade de se ter a Cristo como nossa cabeça, pois
fora dEle não há vida eterna. Isto está claramente revelado em várias passagens
bíblicas, e notadamente na ilustração da videira verdadeira e os seus ramos. E
não devemos esquecer que a Árvore da Vida no Jardim do Éden era uma
representação da pessoa do próprio Senhor Jesus Cristo.
Então, pela obediência perfeita
Adão teria obtido, para si, mas não para outrem, a vida espiritual e celestial
que somente o último Adão pode conceder, a saber, Jesus Cristo. E teríamos um
grande problema aqui para ser resolvido, pois o plano de salvação consiste na
imputação do pecado e da morte do primeiro homem à sua descendência, para que
aqueles que viessem a se unir a Cristo como seus descendentes espirituais,
pudessem receber também a imputação da Sua justiça e vida a eles. Numa troca do
desobediente Adão pelo obediente Cristo. Isto é claramente ensinado no quinto
capítulo da epístola de Paulo aos Romanos.
Sendo este o desígnio de Deus na
criação do homem, a saber, que ele andasse em santidade de vida na Sua
presença, então não é difícil concluir quão enganados se encontram aqueles que
apesar de terem muita prosperidade material e facilidades no mundo, e que
todavia não estão santificados pela Palavra de Deus, aplicada pelo Espírito
Santo, em razão da fé em Jesus, e que os tais encontram-se mortos à vista de
Deus em delitos e pecados, permanecendo debaixo de uma maldição e condenação
eternas, enquanto permanecerem na citada condição sem arrependimento e
conversão.
Aqui percebemos a natureza
abominável do pecado, enquanto o homem, sendo dotado de faculdades tão
excelentes para estar unido ao Seu Criador com tantos laços de amor, partiu
dEle, e O desprezou e O rejeitou.
Ele agiu para que o Criador não o
dominasse, mas que pudesse ser seu próprio senhor e viver de acordo com a sua
própria vontade.
Aqui brilha a incompreensível
bondade e sabedoria de Deus, na medida em que reconcilia tais seres humanos
maus consigo mesmo novamente através do Mediador Jesus Cristo. Ele fez com que
este mediador viesse de Adão como santo, tendo a mesma natureza que pecara,
para suportar a punição do pecado do próprio homem e, assim, cumprir toda a
justiça. Tais seres humanos, Ele novamente adota como Seus filhos e toma para
Si em felicidade eterna. A Ele seja dado eterno louvor e honra por isso. Amém.
Eva foi seduzida a comer da
árvore do conhecimento do bem e do mal. Ela não foi coagida, mas o fez por
vontade própria.
Além disso, Adão não foi o
primeiro a ser enganado, nem foi enganado pela serpente, mas como o apóstolo
declara em 1 Tim 2:14, por uma Eva enganada - e, portanto, subsequente a ela.
Estou convencido de que, se Adão permanecesse de pé, Eva teria suportado o
castigo sozinha. Como Adão também pecou, no entanto, toda a natureza humana,
toda a raça humana,tornou-se culpada, como Paulo disse: "Portanto, como
por um homem o pecado entrou no mundo..." (Romanos 5:12). Ele não apenas
se refere ao pecado de Eva, mas ao pecado de toda a raça humana, que é total e
inteiramente encerrada em Adão e Eva, que eram um em virtude de seu casamento.
Em vez disso, ele se refere especificamente ao pecado de Adão, que foi o
primeiro homem, a primeira e única fonte, tanto de Eva como de toda a raça
humana.
Entenda-se este ato de ter sido
encerrado por Deus no pecado, não como se Deus tivesse feito a cada um de nós
pecadores, ou então que tivesse transferido para nós o pecado praticado por
Adão, mas como a consideração e imputação de culpa a toda a humanidade, e
sujeição à maldição da condenação pela morte, uma vez que não haveria quem não
pecasse, já que o homem revelou desde Adão que de um modo ou de outro faria um
uso indevido de sua vontade, opondo-se a Deus. Pois sem a concessão da Graça de
Deus é impossível que o homem possa vencer o pecado. E a Graça para tal
propósito somente é concedida aos que creem em Jesus.
O pecado inicial não pode ser
encontrado no ato externo, nas emoções, afetos e inclinações, nem na vontade.
Em uma natureza perfeita, vontade e emoções estão sujeitos ao intelecto, pois
não precedem o intelecto em sua função, mas são uma consequência do mesmo.
O pecado inicial deve ser buscado
no intelecto, que por meio de raciocínio enganoso foi levado a concluir que
eles não morreriam e que havia um poder inerente àquela árvore para torná-los
sábios, uma sabedoria que eles poderiam desejar sem serem culpados de pecado.
Essa árvore tinha o nome de conhecimento, que era desejável para eles. Mas
também trazia o nome de bem e mal, mesmo que estivesse escondido deles quanto
ao que era compreendido na palavra mal. A serpente usa esse nome como se
grandes questões estivessem ocultas nessas palavras. Como o intelecto se
concentrou mais na conveniência de se tornar sábio quanto a árvore pela qual,
como meio ou causa, essa sabedoria poderia ser transmitida a eles, a intensa e
viva consciência da proibição de não comer e da ameaça de morte tendem a diminuir.
A faculdade de julgamento, sugerindo que seria desejável comer dessa árvore,
despertou a inclinação de adquirir sabedoria dessa maneira. Além disso, havia o
fato de que “... a mulher viu que a árvore era boa para comer,e agradável aos
olhos.” (Gn 3: 6).
A decepção do intelecto não foi
consequência da natureza da árvore e de seus frutos, mas devido às palavras da
serpente e as palavras da mulher para Adão. Assim, foi tomada por verdadeira a
palavra da serpente, e depois a da mulher, em vez da Palavra de Deus. Portanto,
o primeiro pecado foi a fé na serpente, (ainda que não no animal propriamente
dito, mas naquele que o usou como seu instrumento, a saber, Satanás.), acreditando
que eles não morreriam, mas, em vez disso, adquiririam sabedoria.
O ato implicava uma descrença em
Deus que havia ameaçado a morte ao comer dessa árvore. Assim Eva em virtude da
incredulidade tornou-se desobediente, estendeu a mão e comeu. Ao fazer isso,
ela creu na serpente e foi enganada, este pecado é denominado como tal em 1 Tim
2:14 e 2 Cor 11: 3.
Da mesma maneira, ela seduziu
Adão. Portanto, o primeiro pecado não era orgulho, isto é, ser igual a Deus,
também não rebelião, desobediência ou apetite injustificado, mas incredulidade.
Não crer na palavra de Deus, não
dar a devida observância a ela e não praticá-la, é tudo consequente de
incredulidade, e este é o pecado principal do qual os demais se originam, pois
o justo viverá por sua fé, e por esta fé é possível até mesmo confessar-se
culpado, arrepender-se e converter-se a Deus, e tudo isto sucede por conta de
se dar crédito às ameaças de Deus contra o pecado.
Como este poder para o mal chamado
pecado é enganoso em sua própria natureza, ele sempre induzirá o homem a erro
ao julgar o que é certo e o que é errado, pois pode dar a aparência de bom e
agradável ao que é mau, e a de repugnância ao que é bom, e isto explica em
parte o grande ódio que o homem natural tem contra a santidade, que é o sumo
bem, e a escolha que faz por coisas que lhe são agradáveis mas que conduzem à
morte espiritual e eterna.
E deste perigo nem mesmo o
próprio crente está completamente livre, porque quando não anda no Espírito,
mas na carne, pode ter o seu julgamento enganado pelo pecado residente que o
conduzirá a isto, seja por tentações externas ou internas.
Concluímos, que o pecado sempre
jaz à porta, ele sempre nos assedia bem de perto, conforme afirmam as
Escrituras, pois a mente sempre é solicitada de uma forma ou de outra, por
tentações internas ou externas, a despertar a vontade e desejos pecaminosos, que
se não forem resistidos por meio da graça, sempre prevalecerão.
Daí nos ser ordenado a vigiar e
orar incessantemente, porque a carne é fraca. A andarmos continuamente no
Espírito Santo para podermos vencer as obras da carne, e não ceder às
tentações. A confiar na vitória de Jesus sobre o pecado e clamar a Ele por
libertação, quando envolvido em um quadro de tentação ou ataque dos espíritos
das trevas.
É por meio de uma vida
santificada que nos tornamos fortes para resistir ao pecado, pois eliminá-lo de
uma vez por todas enquanto andamos neste mundo, equivaleria a remover de nós
toda a liberdade que temos de escolher livremente o que fazer e o que não
fazer. De modo que se não nos negarmos, se não sujeitarmos a nossa vontade à de
Deus, seguindo o exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo, jamais poderemos ter um
caminhar vitorioso neste mundo.
Quando nosso Senhor foi conduzido
ao deserto para ser tentado pelo diabo, Ele foi solicitado a transformar pedras
em pães porque era grande a sua fome no final do jejum de quarenta dias e
noites. O diabo vislumbrou nEle este desejo por comida, e então reforçou o
desejo por meio de tentação dizendo-lhe que se era de fato o Filho de Deus,
poderia transformar pedras em pães. Se Ele o fizesse, teria pecado porque
estava sob o comando total do Espírito Santo e somente poderia fazer o que lhe
fosse ordenado pelo Pai. Nada poderia fazer por seu próprio poder, ao qual
deveria renunciar em seu ministério terreno, para ser obediente não como Deus,
mas como homem, segundo a instrução do Espírito Santo. O desejo de comer não
era em si pecaminoso, mas a ordem era que somente quebrasse o jejum quando lhe
fosse permitido pelo Pai. Assim, Jesus renunciou ao desejo, porque nem só de
pão material vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. O
desejo não foi consumado e portanto não houve pecado, mas uma obediência pela
qual Deus foi glorificado.
O mesmo sucede conosco sempre que
somos solicitados pela nossa mente a fazer o que nos seja vedado pela Palavra
de Deus. Se renunciarmos à nossa própria vontade para fazer a do Senhor, então
somos aprovados e nisto Ele é glorificado.
Assim, qualquer tentação
específica traz em si mesma o potencial para a nossa ruína, ou para a glória de
Deus, em caso de desobediência ou obediência, respectivamente.
“Se alguém vem a mim e não
aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua
própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz e
vier após mim não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.26,27).
A cruz representa o ato de
sacrificarmos a nossa própria vontade para escolher fazer a de Deus.
“Assim, pois, todo aquele que
dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.” (Lucas
14.33).
O fato de que Deus desde a
eternidade conheceu a queda, decretando que permitiria que ocorresse, não é
apenas confirmado pelas doutrinas de sua onisciência e decretos, mas também
pelo fato de que Deus desde a eternidade tem ordenado um Redentor para o homem,
para libertá-lo do pecado: o Senhor Jesus Cristo, a quem Pedro chama de
Cordeiro, “que em verdade foi predestinado antes da fundação do mundo” (1 Pedro
1:20).
O pecado causa a morte eterna mas
o seu efeito pode ser revertido por meio da fé em Jesus Cristo. A Lei de Deus
que opera segundo a Sua justiça, é implacável e amaldiçoa a todo aquele que
vier a transgredir a qualquer dos seus mandamentos. Mas o amor, a misericórdia,
a longanimidade e bondade de Deus dão ao pecador a oportunidade de se voltar
para Ele, através do arrependimento e da fé, pois o próprio Deus proveu uma
aliança com o Filho, através da qual pode adotar pecadores como filhos amados,
para serem tornados santos por Ele, prometendo-lhes conduzi-los à perfeição
total quando eles partirem para a glória celestial, assim como havia feito nos
próprios dias do Velho Testamento, dando inclusive um novo corpo perfeito e
glorificado a Enoque e a Elias. Mas todos os espíritos dos que nEle creram
foram transladados em perfeição para o mesmo céu de glória.
Deus nos ensina, quando nele cremos,
que a sua graça é suficiente e poderosa para nos firmar em santidade, pois na
nossa própria experiência conhecemos que quanto mais nos consagramos a Ele,
mais somos fortalecidos pela graça para resistir e vencer o pecado, inclusive o
que procura se levantar em nossa própria natureza terrena. Por isso temos
recebido em Cristo uma nova natureza, ao lado da antiga, para subjugar esta
última, pois a nova natureza é celestial, espiritual, divina e santa, e sempre
nos inclina para aquilo que é de Deus e que é conforme a Sua santa vontade.
É por uma caminhada constante no
Espírito Santo, mediante a prática da Palavra, que somos tornados cada vez mais
espirituais e menos inclinados para a carne que não é sujeita à lei de Deus e
nem mesmo pode ser.
Mas é de tal ordem a bondade e
misericórdia que Deus nos tem concedido por meio da aliança da graça em Cristo,
que mesmo aqueles que não tenham feito grande progresso em santificação têm a
condenação eterna anulada por causa da união deles com Jesus, por meio de quem
receberam um novo nascimento espiritual para pertencerem a Ele. Não serão
jamais lançados fora conforme a Sua promessa, porque isto seria a negação da
verdade de que foram de fato salvos por pura graça e não por mérito, virtude ou
obras deles mesmos.
Deus nos trata conforme a cabeça
da raça sob a qual nos encontramos: se apenas em Adão, estamos condenados pela
sentença que foi lavrada sobre ele e todos aqueles que viriam a ser da sua
descendência; mas se estamos sob a cabeça de Cristo, recebemos um novo nascimento
e somos ligados espiritualmente a Ele, e não somos apenas livrados da sentença
que tínhamos sob Adão, pois somos considerados por Deus como tendo morrido
juntamente com Cristo, como também somos conduzidos à vida eterna, pelo poder
da justificação e da ressurreição, que o próprio Cristo experimentou, para que
fosse também comunicado aos que estão unidos a Ele pela fé.
Todos os homens, tendo pecado em
Adão, são roubados da imagem de Deus, então todo homem nasce vazio de luz
espiritual, amor, verdade, vida e santidade.
Então ao se analisar o que seja o
pecado não se deve simplesmente pensar nas ações pecaminosas que são
resultantes do princípio que opera na natureza caída, mas nas consequências de
estarmos sem Cristo, e por conseguinte destituídos da graça de Deus.
Pois ainda que alguém que não
pertença a Cristo, estivesse isolado em um lugar ermo, e sem pensamentos
pecaminosos ou possibilidade de ser tentado a pecar, ainda assim, esta pessoa
estaria morta espiritualmente, em completa ignorância de Deus e da Sua vontade
santa, sem a possibilidade de ter comunhão com Ele, e portanto ter paz, alegria
e vida espiritual e participação em todas as virtudes de Cristo, pois é esta a
condição do homem natural sem Cristo, pois se encontra sob a sentença de condenação
eterna que é decorrente do pecado original, ao qual todo ser humano está
sujeito.
Pela entrada do pecado no mundo,
em razão da incredulidade, é somente por meio da fé que Deus pode se manifestar
e habitar no interior do homem.
A justiça de Deus exige que todo
aquele que se aproxima dele para ter comunhão com ele, seja também justo. E
como poderia o pecador, destituído totalmente da justiça divina se aproximar
dEle, senão por meio dAquele que foi dado por Deus a ele para tal aproximação
por meio da fé?
A imagem de Deus é restaurada na
regeneração. Tudo o que foi restaurado foi uma vez perdido, e o que quer que
seja dado não estava em posse anteriormente. “E vos revestistes do novo homem
que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;” (Col
3:10); “no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho
homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano,e vos renoveis no
espírito do vosso entendimento,e vos revistais do novo homem, criado segundo
Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.” (Ef 4: 22-24).
Ao nos dar Cristo, Deus resolve o
problema do pecado pela raiz, porque não trata conosco no varejo de nossas
transgressões, mas destrói a fábrica de veneno para que dali não saiam mais
produtos venenosos, pois a corrupção herdada também consiste em uma propensão
ao pecado. O pecado original não consiste apenas na ausência da justiça
original, mas também na posse de uma propensão contrária à justiça. A falta de
ação da graça divina no coração do pecador é o que faz com que seja avesso à
vontade de Deus, e busque seguir a sua própria vontade. É a graça somente quem
pode transformar o nosso coração de pedra insensível a Deus, por um coração de
carne sensível a Ele.
Então, pela própria entrada do
pecado no mundo, podemos ser ensinados por Deus que não podemos viver de modo
agradável a Ele se não nos submetermos inteiramente a Cristo, para que possamos
receber graça sobre graça, que é a única maneira de sermos mantidos firmes na
fé e em santidade na Sua presença.
De modo que o maior pecado que
uma pessoa pode cometer além da sua condição natural pecaminosa é o de rejeitar
a graça que lhe está sendo oferecida em Cristo para ser curada do pecado e de
suas consequências, e a principal delas que é a morte espiritual e eterna.
O pecado e a morte que é
consequente dele devem ser combatidos com a vida de Jesus, e é em razão disso
que Ele sempre destacou em seu ministério terreno que a principal coisa que
temos a fazer é crer nEle, e disso os apóstolos e todos nós fomos encarregados
para dar testemunho desta verdade.
Não podemos considerar
devidamente o pecado à parte de Jesus, pois Ele não se manifestou apenas para
que deixássemos de fazer o que é errado para fazer o que é certo, mas para que
tivéssemos vida em abundância e santa, para que pudéssemos estar em comunhão
com Deus, sendo coparticipantes da Sua natureza divina, condição esta que foi
perdida por Adão, e por ele, toda a sua descendência.
Muitas outras considerações podem
ser feitas sobre o que seja o pecado e o modo como ele opera, e também o modo
como podemos alcançar a vitória sobre o pecado por meio da fé, mas entendemos
que as considerações que foram apresentadas são suficientes para o objetivo de
conhecermos melhor este inimigo, que não sendo vencido pode interromper a nossa
comunhão com Deus ou até mesmo impedir que alcancemos a vida eterna, pela
incredulidade em Cristo.
Se é
somente pela graça e mediante a fé que uma pessoa é salva, então é uma grande
responsabilidade que Deus atribui àqueles que pregam e ensinam o evangelho, não
somente quanto a conhecerem adequadamente as doutrinas da graça, como também se
esforçarem para apresentá-las de forma que possam ser entendidas pelos seus
leitores ou ouvintes.
Caso
sejamos negligentes quanto a isto, é possível que o único remédio que existe
para a cura do pecado, seja aplicado de modo incorreto e assim, em vez de
produzir a vida, pode contribuir para a morte daqueles a quem for ministrado.
Não há
qualquer exagero nesta afirmação, pois muitos têm caminhado para a condenação
eterna, julgando estarem salvos, porque lhes foi ensinada a verdade de que
aquele que crê em Jesus não é condenado, e como eles afirmam que creem que é
somente por fé em Jesus e que é inteiramente pela Sua graça que um pecador é salvo,
tendo eles crido, então podem considerar e confiar que já se encontrem salvos
de fato, sem se importarem com confirmar a eleição e vocação deles, conforme
ordenado pelo apóstolo Pedro, através de um crescimento na graça e no
conhecimento de Jesus. É pela perseverança e paciência que nossas almas são
ganhas e salvas. E para isto necessitamos evidenciar para nós mesmos que temos alcançado
a salvação. Para a confirmação da eleição e vocação por Deus é necessário ter a
evidência de termos participação na Sua graça, por meio de uma diligência cada
vez maior nos deveres que são por Ele
ordenados a nós em Sua Palavra.
Ora, se é
impossível ter a salvação, a alegria e a paz de consciência que decorrem da
salvação sem que haja esta convicção que Cristo realmente pagou toda a nossa
dívida de pecados, com a Sua morte na cruz, e que já não há mais condenação
para aqueles que se encontram nEle, e ainda que estes que creem não mais
entrarão em juízo, e Deus não lhes lançará em rosto qualquer pecado que tenham
cometido neste mundo, em que residiria então o perigo de se estar autoenganado
com a própria afirmação da verdade bíblica, quando a temos evidenciada em nossa
própria vida pela santificação?
O perigo
não reside no conhecimento da doutrina sobre a graça e a fé, o qual é
necessário, mas em crer ter recebido o que na verdade não se recebeu, ou seja,
a fé e a graça genuínas, que procedem de Deus, como dons e poder, para que
possamos ser efetivamente salvos.
O mero
conhecimento da doutrina verdadeira, sem a sua aplicação à alma pelo Espírito
Santo, não pode gerar, por si só, a salvação, que compreende a justificação, a
regeneração, a santificação e a glorificação do pecador.
Mais do
que conhecimento, como já afirmamos, é necessário haver uma transformação real
em nova criatura, pelo novo nascimento do Espírito Santo, pelo qual recebemos
uma nova natureza espiritual, celestial e divina, além da natural que
possuímos, e que foi corrompida pelo pecado.
Outro
ponto importante a ser considerado é que não somos apenas salvos da condenação
em razão do pecado, mas somos salvos para um grande propósito fixado por Deus
antes mesmo da fundação do mundo, de que seríamos redimidos e restaurados por
Cristo para vivermos em santidade diante dEle.
Entretanto,
se a perfeição em santidade fosse exigida para a salvação enquanto permanecemos
neste mundo, ninguém poderia efetivamente ser salvo para a vida eterna com
Deus, uma vez que enquanto aqui estivermos o pecado e os pesos que nos assediam
tão de perto, atrapalhando a nossa carreira cristã, são uma realidade com a
qual teremos que conviver e lutar.
Então a
nossa santidade neste mundo deve ser de caráter evangélico, como é de fato, uma
vez que é pela graça e misericórdia de Deus, conforme as temos em Cristo, que
somos salvos, perdoados, justificados, regenerados, santificados. Nosso perdão
é evangélico. Nossa justificação é evangélica. Nossa regeneração é evangélica.
Nossa santificação é evangélica. Tudo é por causa de Cristo e por meio de
Cristo. Em razão da obra que Ele realizou e consumou em nosso favor. Tudo o que
somos e temos, que seja do agrado de Deus, é por meio de Jesus Cristo, pela fé
nEle, pela concessão da Sua graça.
Então, se
por uma lado já não há mais qualquer condenação contra o crente, ou mesmo
acusação contra ele que possa ser sustentada em juízo diante de Deus, todavia,
o crente não pode agradar a Deus se não viver pela fé, e sob o poder da graça
de Jesus, inclinando-se para a vida do Espírito, e rejeitando a inclinação para
a carne.
Deus se
agrada de Seus filhos enquanto os vê lutando para viver em santidade,
mortificando o pecado, e buscando serem semelhantes a Cristo. Ele não os
rejeitará se falharem nisto, mas não pode, efetivamente, agradar-se daqueles
que não vivem por fé, mas por vista.
Enquanto
estivermos lutando contra o pecado, haverá em nós, da parte de Deus, uma
manifestação de vida graciosa, para que sejamos vitoriosos sobre o pecado. Onde
a carne é mortificada pelo Espírito, cumpre-se a promessa de recebermos vida
eterna, e se não o fizermos, caminhamos para a morte, como se afirma em Romanos
13:
“Porque, se
viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito,
mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.” (Romanos 8.13).
Como
poderia Deus se agradar do crente quando ele não busca em primeiro lugar o Seu
Reino e a Sua justiça? Ele não lançará fora a nenhum daqueles que se tornaram
Seus filhos por meio da fé em Jesus, mas como pode se agradar com o modo que
eles caminham neste mundo, quando vivem segundo a carne e o velho homem, e não
segundo o Espírito e a nova criatura?
Por isso
os crentes são sujeitados à disciplina da Nova Aliança feita com eles com base
no sangue de Jesus. O Pai os corrigirá e repreenderá, para que não sejam
condenados juntamente com o mundo. Ele não os visitará em juízo depois desta
vida, como fará em relação aos ímpios réprobos, cujos nomes não se encontram no
Livro da Vida, e por isso corrige os
crentes aqui embaixo, de modo que sejam aperfeiçoados em santidade.
É sob
estas e outras considerações importantes sobre a justiça, o amor, a bondade, a
longanimidade, a misericórdia e o juízo de Deus, que todo crente deve usar a
joia de infinito valor da graça de Cristo com a qual foi salvo, para que não
abuse de um dom que não lhe foi concedido para pecar, antes, para vencer o
pecado.
Mas quem
deixaria de se alegrar na presença de Deus, sabendo que Ele não mais será
condenado em juízo, e que Deus não o envergonhará publicamente pelos pecado que
praticou enquanto vivia neste mundo? Tudo isto porque Jesus pagou inteiramente
o preço exigido pela justiça divina para que fôssemos perdoados e justificados
de todos os nossos pecados, sejam passados, presentes ou futuros.
Observe
que quando Jesus separar os bodes da ovelhas, na Sua segunda vinda, Ele
apontará as falhas dos bodes, mas não há qualquer referência que poderia
enevoar o momento de glória que será para as ovelhas, não fazendo qualquer
menção às falhas que haviam cometido enquanto aqui viviam, senão somente
elogiando o seu comportamento. Eles ouvirão o muito bem servo bom e fiel, entra
no descanso do Teu Senhor! Isto porque seus pecados foram cobertos pelo Seu
sangue remidor, e lançados nas profundezas do mar para o eterno esquecimento.
Ainda que Deus possa conhecer todas as nossas faltas, Ele não mais as lançará
em nosso rosto no Juízo, porque são consideradas como removidas por causa da
redenção operada por Jesus.
O amor de
Deus por nós, derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, é quem lança fora
todo o temor da condenação futura. Somos chamados a nos alegrar na boa nova da
salvação (evangelho) pela qual somos notificados que fomos perdoados de todo
pecado e culpa, sendo apresentados por Jesus ao Pai, inteiramente santos,
inculpáveis, e sem qualquer mancha ou ruga, pois esta é a condição final em que
seremos apresentados quando for completado por Deus o trabalho da nossa
santificação.
Nossa
tristeza santa que é necessária em razão das falhas e pecados que ainda aqui
praticamos não pode apagar esta alegria de que já não há qualquer condenação
nos aguardando no dia do juízo, no qual compareceremos para afirmar que Jesus é
a nossa plena Garantia, nosso pleno Fiador, para responder por nós, de modo a
sermos aceitos eternamente pelo Pai. E o Pai o reconhecerá para a exclusiva
glória de Jesus.
A justiça
de Jesus que nos foi imputada na primeira vez que cremos e nos convertemos a
Ele, jamais será retirada de nós, de modo que é por essa justiça que somos
justificados, ou seja, declarados por Deus sem culpa perante Ele, porque nossas
ofensas a Ele foram removidas pelo sacrifício e sacerdócio de Jesus.
E uma vez
tendo sido declarados justificados, fomos adotados como filhos de Deus e
co-herdeiros com Cristo. Honras e privilégios estão inseridos nisto, e tudo
pela graça e mediante a fé em Jesus.
Somos
bem-aventurados se sabemos e cremos nestas coisas, pois esta é a vontade de
Deus para conosco. É por meio da fé e prática desta verdade que podemos viver
de modo digno como verdadeiros filhos de Deus que somos. Não é possível buscar
um procedimento inteiramente santo, ainda que haja em nós um mover do Espírito
Santo apontando para isto, caso não creiamos em nossa mente e coração que a
santificação de corpo, alma e espírito, é a vontade de Deus para conosco em
Cristo Jesus.
Precisamos
meditar na Palavra de Deus e conhecer a Sua vontade revelada para que ela possa
ser aplicada a nós pelo Espírito Santo.
Quando
falta este conhecimento não é possível ser sadio na fé, por que como creremos
naquilo que não conhecemos? Como o amaremos? Como o praticaremos?
Para tanto,
é importante que saibamos que ainda que Deus se esqueça dos nossos pecados para
efeito de uma condenação eterna, ele pode nos trazer em juízo para sermos
corrigidos, de modo que faremos bem em nos examinarmos para que Deus nos mostre
em que temos pecado, para que possamos nos arrepender, assim como fazia o
salmista. Uma alma
graciosa sempre tem seus pecados diante de seu rosto: "Eu reconheço minhas
transgressões e meu pecado está sempre diante de mim", Salmo 51: 3.
Daí,
estarmos destacando adiante alguns textos bíblicos, para que não apenas
comprovemos que tudo o que foi dito antes está fundamentado nas Escrituras,
como também para que a nossa alegria seja completa, pela meditação daquelas
verdades essenciais do evangelho que devemos conhecer, para que vivamos por
meio delas.
Efésios
1.7 - No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos
pecados, segundo a riqueza da sua graça,
Romanos 4: 6-8 - E é assim
também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui
justiça, independentemente de obras:Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades
são perdoadas, e cujos pecados são cobertos;bem-aventurado o homem a quem o
Senhor jamais imputará pecado.
Mateus 12.35
- O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau
tesouro tira coisas más.
36 Digo-vos
que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia
do Juízo; (Comentário: refere-se aos ímpios – homem mau no verso 35, e não aos
crentes – homem bom no mesmo verso. Do crente nada será cobrado em juízo por
ter sido justificado pela fé em Cristo, mas do ímpio até uma palavra frívola
será considerada na sua condenação e penalização.)
37 Porque,
pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás
condenado.
Mateus 18.23
Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que
resolveu ajustar contas com os seus servos.
24 E,
passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
25 Não tendo
ele, porém, com que pagar, ordenou o Senhor que fosse vendido ele, a mulher, os
filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga.
26 Então, o
servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei.
27 E o
Senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida.
2 Cor 5:10 – Porque importa que todos nós compareçamos
perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal
que tiver feito por meio do corpo. (Comentário – Os crentes comparecerão ao tribunal
de Cristo, ou de Deus - como em Romanos 14.10, para recebimento ou não de
galardões segundo as suas obras. O mérito aqui julgado não será para salvação
ou condenação, mas para o recebimento diferenciado da recompensa prometida
àqueles que foram fiéis a Deus.) Hebreus 9:27,28 - E, assim como aos homens está ordenado
morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo,assim também Cristo,
tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos,
aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.
(Comentário: O juízo aqui referido que se segue à morte é tanto o julgamento
geral de que o ímpio deve ir para o inferno, e o salvo para o paraíso, como
aquele que se seguirá no Grande Dia do Juízo Final destinado à condenação dos
ímpios ao lago de fogo e enxofre.)
Salmos 19:12,13 - Quem há que possa
discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são
ocultas.Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me
domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão.
(Comentário: O salmista reconhece que somente Deus, pelo Seu poder, pode nos
convencer do pecado e nos revelar a nossa real condição pecaminosa, inclusive
no que respeita aos pecados que não conseguimos ainda discernir, de modo que
ele recorre à graça divina para que seja absolvido destas faltas que por sua
ignorância ele ainda não consegue discernir; e que também o Senhor o livre do
orgulho que impede que humildemente nos submetamos à Sua instrução e correção.)
Salmo 143: 2 - Não entres
em juízo com o teu servo, porque à tua vista não há justo
nenhum vivente. (Comentário: O apóstolo, em Romanos recorre a esta afirmação do
salmista para declarar a condição pecaminosa universal sob a qual todos se
encontram, de modo que naturalmente não há ninguém que seja justo diante de
Deus. É somente por meio da graça e mediante a fé em Jesus que somos declarados
justos e vocacionados para aquela perfeita prática da justiça que teremos na
glória. Aqui temos a declaração e aplicação em graus de santificação, mas é a
mesma justiça de Jesus que opera em todos os crentes justificados.)
Daniel 9:24 - Setenta semanas estão
determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a
transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a
justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos
Santos.
(Comentário:
Nos textos que estão sendo apresentados, assim como em várias outras passagens
das Escrituras, nós vemos repetidamente sendo misturado amor com punição;
misericórdia com juízo;, perdão com condenação, mas é importante saber
discernir a quem e como se aplicam. Deus é santo e justo, mas também é amor e
misericórdia. Ele sujeita os ímpios réprobos à condenação eterna, mas destina à
vida eterna os que se arrependem e creem em Cristo, e manifestam a genuinidade
da salvação deles por meio da evidência das suas obras de justiça, assim como
estas são destacadas por exemplo, por Jesus no texto de Mateus 25.32-44. O
essencial de tudo isto, é que pelas Escrituras aprendemos que o Deus que
servimos impõe obediência voluntária e alegre à Sua própria vontade, assim como
esta se manifestou na pessoa de Jesus em Seu ministério terreno. Que o fato de
sermos justificados pela graça mediante a fé, não implica o direito de viver
desordenadamente. Ao contrário, isto é concedido ao crente para que viva em
novidade de vida, em santificação do Espírito Santo, sob o temor filial a Deus,
confessando e abandonando os pecados, à medida que os discerne em seu viver.)
Daniel 12.1
Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o
defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual
nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será
salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro.
2 Muitos
dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para
a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno.
Romanos 7:23 mas vejo,
nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz
prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.
24 Desventurado
homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
25 Graças a Deus
por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente,
sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.
Gálatas 3.6 É o caso de
Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
7 Sabei,
pois, que os da fé é que são filhos de Abraão.
8 Ora,
tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os
gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os
povos.
9 De modo
que os da fé são abençoados com o crente Abraão.
10 Todos
quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo
de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não
permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las.
11 E é evidente
que, pela lei, ninguém é justificado diante de
Deus, porque o justo viverá pela fé.
12 Ora, a
lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos
por eles viverá.
13 Cristo
nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar
(porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),
14 para
que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim
de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.
Gálatas 3.22 Mas a
Escritura encerrou tudo sob o pecado, para que, mediante a fé em Jesus
Cristo, fosse a promessa concedida aos que creem.
23 Mas,
antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e
nela encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se.
24 De
maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos
justificados por fé.
25 Mas,
tendo vindo a fé, já não
permanecemos subordinados ao aio.
26 Pois
todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus;
27 porque
todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes.
28 Desta
forma, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem
mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
29 E, se
sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e
herdeiros segundo a promessa.
Efésios 1.3 Bendito o
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte
de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo,
4 assim
como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis perante ele; e em amor
5 nos
predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de
Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,
6 para
louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no
Amado,
7 no qual
temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a
riqueza da sua graça,
8 que Deus
derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência,
9 desvendando-nos
o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo,
10 de
fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos,
todas as coisas, tanto as do céu como as da terra;
11 nele,
digo, no qual fomos também feitos herança,
predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as
coisas conforme o conselho da sua vontade,
12 a fim
de sermos para louvor da sua glória, nós, os que
de antemão esperamos em Cristo;
13 em quem
também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo
nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa;
14 o qual é o penhor
da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória.
15 Por
isso, também eu, tendo ouvido a fé que há entre vós no
Senhor Jesus e o amor para com todos os santos,
16 não cesso de
dar graças por vós, fazendo menção de vós nas
minhas orações,
17para que
o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de
sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele,
18 iluminados
os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu
chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos
santos
19 e qual
a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu
poder;
20 o qual
exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua
direita nos lugares celestiais,
21 acima
de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de
todo nome que se possa referir não só no
presente século, mas também no vindouro.
22 E pôs todas as
coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre
todas as coisas, o deu à igreja,
23 a qual é o seu
corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.
Efésios 2:1 Ele vos
deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,
2 nos
quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da
potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;
3 entre os
quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da
nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por
natureza, filhos da ira, como também os demais.
4 Mas
Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou,
5 e
estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos,
6 e,
juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais
em Cristo Jesus;
7 para
mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em
bondade para conosco, em Cristo Jesus.
8 Porque
pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de
Deus;
9 não de
obras, para que ninguém se glorie.
10 Pois
somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de
antemão preparou para que andássemos nelas.
11 Portanto,
lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados
incircuncisão por aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas,
12 naquele
tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da
promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.
13 Mas,
agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis
longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo.
14 Porque
ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da
separação que estava no meio, a inimizade,
15 aboliu,
na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para
que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz,
16 e
reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da
cruz, destruindo por ela a inimizade.
17 E, vindo,
evangelizou paz a vós outros que estáveis longe
e paz também aos que estavam perto;
18 porque,
por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito.
19 Assim,
já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos
santos, e sois da família de Deus,
20 edificados
sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo
Jesus, a pedra angular;
21 no qual
todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor,
22 no qual
também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus
no Espírito.
Efésios 5.1 Sede,
pois, imitadores de Deus, como filhos amados;
2 e andai
em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por
nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.
3 Mas a
impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem
entre vós, como convém a santos;
4 nem
conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas
inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças.
Números 23:21 - Não viu
iniquidade em Jacó, nem contemplou desventura em Israel; o SENHOR, seu Deus,
está com ele, no meio dele se ouvem aclamações ao seu Rei.
Hebreus 10:10 Nessa vontade é que temos
sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por
todas.
11 Ora,
todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a
oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover
pecados;
12 Jesus,
porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos
pecados, assentou-se à destra de Deus,
13 aguardando,
daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado
dos seus pés.
14 Porque,
com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo
santificados.
Colossenses 2:10 Também, nele,
estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade.
11 Nele,
também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no
despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de
Cristo,
12 tendo
sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes
ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os
mortos.
13 E a vós outros,
que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa
carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos;
14 tendo
cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que
constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o
inteiramente, encravando-o na cruz;
15 e,
despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao
desprezo, triunfando deles na cruz.
Isaías 38:17 - Eis que
foi para minha paz que tive eu grande amargura; tu, porém, amaste a minha alma
e a livraste da cova da corrupção, porque lançaste para trás de ti todos os
meus pecados.
Miqueias 7: 19 - Tornará a ter
compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e
lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.
Jeremias 33: 8 - Purificá-los-ei de
toda a sua iniquidade com que pecaram contra mim; e perdoarei todas as suas
iniquidades com que pecaram e transgrediram contra mim.
Isaías 38:17 - Eis que foi
para minha paz que tive eu grande amargura; tu, porém, amaste a minha alma e a
livraste da cova da corrupção, porque lançaste para trás de ti todos os meus
pecados.
Isaías 40:1 Consolai,
consolai o meu povo, diz o vosso Deus.
2 Falai ao
coração de Jerusalém, bradai-lhe que jáé findo o
tempo da sua milícia, que a sua iniquidade está perdoada e que
já recebeu em dobro das mãos do SENHOR por todos os seus pecados.
Isaías 43:25 - Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por
amor de mim e dos teus pecados não me lembro.
Isaías 44:22 - Desfaço as tuas
transgressões como a névoa e os teus pecados, como a nuvem; torna-te
para mim, porque eu te remi.
Isaías 1:18 - Vinde,
pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a
escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como
o carmesim, se tornarão como a lã.
Salmo 32:1 Bem-aventurado
aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto.
2 Bem-aventurado
o homem a quem o SENHOR não atribui iniquidade e em cujo espírito não há dolo.
Salmos 103.11,12 - Pois
quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para
com os que o temem. Quanto dista o Oriente do
Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.
Jeremias 50:20- Naqueles
dias e naquele tempo, diz o SENHOR, buscar-se-á a iniquidade de Israel, e já
não haverá; os pecados de Judá, mas não se acharão; porque perdoarei aos
remanescentes que eu deixar.
João 3.16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o
seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.
17 Porquanto
Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o
mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 Quem
nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado,
porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
João 3.36
- Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia,
se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida,
mas sobre ele permanece a ira de Deus.
João 4:13 Afirmou-lhe
Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede;
14 aquele,
porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo
contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida
eterna.
João 5:24 - Em verdade, em verdade vos digo:
quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida
eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.
João 6:27 Trabalhai,
não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a
qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou
com o seu selo.
28 Dirigiram-se,
pois, a ele, perguntando: Que faremos para realizar as obras de Deus?
29 Respondeu-lhes
Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi
enviado.
João 6:37 Todo
aquele que o Pai me dá, esse viráa mim; e o que vem a mim,
de modo nenhum o lançarei fora.
38 Porque
eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me
enviou.
39 E a
vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de
todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia.
40 De
fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e
nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
João 6. 47 - Em verdade,
em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna.
João 6:53 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos
digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes
o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos.
54 Quem
comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia.
55 Pois a
minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida.
56 Quem
comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele.
57 Assim
como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de
mim se alimenta por mim viverá.
João 10:25
Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e não credes.
As obras que eu faço em nome de meu Pai testificam a meu
respeito.
26 Mas vós não credes,
porque não sois das minhas ovelhas.
27 As
minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas
me seguem.
28 Eu lhes
dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as
arrebatará da minha mão.
29 Aquilo
que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém
pode arrebatar.
30 Eu e o
Pai somos um.
João 12:46 Eu vim
como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas
trevas.
47 Se alguém ouvir as
minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo;
porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo.
48 Quem me
rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria
palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia.
Hebreus 8:12 - Pois, para com as suas
iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei.
Hebreus 10:16 Esta é a aliança que
farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as
minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei,
17 acrescenta:
Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades,
para sempre.
Miqueias 7:18,19 -
Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e te esqueces da transgressão
do restante da tua herança? O SENHOR não retém a sua ira para sempre, porque tem
prazer na misericórdia.Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as
nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.
Cantares 4: 7 - Tu és toda
formosa, querida minha, e em ti não há defeito.
João 15:1 Eu sou a videira verdadeira, e meu
Pai é o agricultor.
2 Todo
ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o
que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda.
3 Vós já estais
limpos pela palavra que vos tenho falado;
Provérbios 10:12 - O ódio excita
contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.
1 Pedro 4: 8 - Acima de tudo, porém, tende
amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados.
Mateus 18:14 Assim, pois, não é da
vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes
pequeninos.
16 Se teu
irmão pecar [contra ti], vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir,
ganhaste a teu irmão.
Provérbios 25: 2 - A glória de
Deus é encobrir as coisas, mas a glória dos reis é esquadrinhá-las.
Atos 13:38 Tomai, pois,
irmãos, conhecimento de que se vos anuncia remissão de
pecados por intermédio deste;
39 e, por
meio dele, todo o que crêé justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes
ser justificados pela lei de Moisés.
1 João 2:13 Pais, eu vos escrevo,
porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo,
porque tendes vencido o Maligno.
14 Filhinhos,
eu vos escrevi, porque conheceis o Pai. Pais, eu vos escrevi, porque conheceis
aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevi,
porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o
Maligno.
Jer 33: 8 - Purificá-los-ei de
toda a sua iniquidade com que pecaram contra mim; e perdoarei todas as suas
iniquidades com que pecaram e transgrediram contra mim.
Romanos 8: 1 - Agora,
pois, já nenhuma condenação há para os que estão em
Cristo Jesus.
Romanos 8:33 Quem
intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica.
34 Quem os
condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual estáà direita
de Deus e também intercede por nós.
35 Quem
nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou
perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?
36 Como
está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o
dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro.
37 Em
todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele
que nos amou.
38 Porque
eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,
39 nem a
altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá
separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
João 17.1 Tendo
Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse:
Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a
ti,
2 assim
como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a
vida eterna a todos os que lhe deste.
3 E a vida
eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.
João 17:20 Não rogo
somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em
mim, por intermédio da sua palavra;
21 a fim
de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em
mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para
que o mundo creia que tu me enviaste.
22 Eu lhes
tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como
nós o somos;
23 eu
neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na
unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste,
como também amaste a mim.
24 Pai, a
minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste,
para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da
fundação do mundo.
25 Pai
justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te
conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste.
26 Eu lhes
fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que
me amaste esteja neles, e eu neles esteja.
1 Cor 6:17 - Mas aquele que se une ao
Senhor é um espírito com ele.
Jeremias 23:5 Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em
que levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinará, e agirá
sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra.
6 Nos seus
dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; será este o
seu nome, com que será chamado: SENHOR, Justiça Nossa.
1 Coríntios 1:30 - Mas vós sois
dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e
santificação, e redenção,
Filipenses 3:7 Mas o que,
para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo.
8 Sim,
deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de
Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero
como refugo, para ganhar a Cristo
9 e ser
achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei,
senão a que é mediante a fé em
Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé;
Salmo 130:3,4 - Se
observares, SENHOR, iniquidades, quem, Senhor, subsistirá?Contigo, porém, está o perdão, para
que te temam.
Colossenses 1:21,22 - E a vós outros
também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento
pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos
reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos
perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis.
Efésios 5:27 - para a
apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante, porém santa e sem defeito.
Apocalipse 14: 5 - E não se achou
mentira na sua boca; não têm mácula.
Oseias 14:1 Volta, ó Israel,
para o SENHOR, teu Deus, porque, pelos teus pecados, estás caído.
2 Tende
convosco palavras de arrependimento e convertei-vos ao SENHOR; dizei-lhe:
Perdoa toda iniquidade, aceita o que é bom e, em vez de novilhos, os
sacrifícios dos nossos lábios.
3 A Assíria já não nos
salvará, não iremos montados em cavalos e não mais diremos à obra das
nossas mãos: tu és o nosso Deus; por ti o órfão alcançará misericórdia.
4 Curarei a
sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque a minha ira se apartou
deles.
Lucas 15:17 Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores
de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome!
18 Levantar-me-ei,
e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante
de ti;
19 já não sou
digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.
20 E,
levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o
avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e
beijou.
21 E o
filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou
digno de ser chamado teu filho.
22 O pai,
porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o,
ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés;
23 trazei
também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos,
24 porque
este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram
a regozijar-se.
Mateus 9: 2 - E eis que
lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Vendo-lhes a fé, Jesus
disse ao paralítico: Tem bom ânimo, filho; estão
perdoados os teus pecados.
Romanos 5.19
Porque, como, pela desobediência de um só homem,
muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um
só, muitos se tornarão justos.
20 Sobreveio
a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a
graça,
21 a fim
de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse
a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo,
nosso Senhor.
Romanos 6:14 Porque o
pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e
sim da graça.
15 E daí? Havemos
de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo
nenhum!
Romanos 6.22 Agora, porém,
libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto
para a santificação e, por fim, a vida eterna;
23 porque
o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Salmo 51: 9 - Esconde o
rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades.
Hebreus 7:20 E, visto
que não é sem prestar juramento (porque aqueles, sem juramento, são feitos
sacerdotes,
21 mas
este, com juramento, por aquele que lhe disse: O Senhor jurou e não se
arrependerá: Tu és sacerdote para sempre);
22 por
isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior aliança.
2 Coríntios 5:20 De sorte que somos
embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em
nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus.
21 Aquele
que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para
que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
1 Coríntios. 6:18 Fugi da impureza. Qualquer
outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a
imoralidade peca contra o próprio corpo.
19 Acaso,
não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito
Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?
20 Porque
fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso
corpo.
Mateus 20:26 Não é assim
entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o
que vos sirva;
27 e quem
quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo;
28 tal
como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para
servir e dar a sua vida em resgate por muitos.
1 Timóteo
1.15 Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao
mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.
16 Mas,
por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para
que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa
longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida
eterna.
1 Timóteo 2:5 Porquanto há um só Deus e um
só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem,
6 o qual a
si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos
oportunos.
Tito 2:11 Porquanto a graça de Deus
se manifestou salvadora a todos os homens,
12 educando-nos
para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no
presente século, sensata, justa e piedosamente,
13 aguardando
a bendita esperança e a manifestação da glória do
nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus,
14 o qual
a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e
purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.
Tito 3.4 Quando,
porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor
para com todos,
5 não por
obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele
nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito
Santo,
6 que ele
derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso
Salvador,
7 a fim de
que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança
da vida eterna.
1 Pedro 1:17 Ora, se invocais como Pai
aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada
um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação,
18 sabendo
que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro,
que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos
pais vos legaram,
19 mas
pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de
Cristo,
Atos 20:28 - Atendei
por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo
vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou
com o seu próprio sangue.
Apocalipse1:4 João, às sete
igrejas que se encontram na Ásia, graça e paz a
vós outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir,
da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono
5 e da
parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos
mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue,
nos libertou dos nossos pecados,
Apocalipse 5:9 - E entoavam
novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe
os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que
procedem de toda tribo, língua, povo e nação
10 e para
o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a
terra.
1 Coríntios 15.35-58:
35 Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? E em que corpo vêm?
36 Insensato! O que semeias não nasce, se primeiro não morrer;
37 e, quando semeias, não semeias o corpo que há de ser, mas o simples
grão, como de trigo ou de qualquer outra semente.
38 Mas Deus lhe dá corpo como lhe aprouve dar e a cada uma das sementes,
o seu corpo apropriado.
39 Nem toda carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens, outra, a dos
animais, outra, a das aves, e outra, a dos peixes.
40 Também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é
a glória dos celestiais, e outra, a dos terrestres.
41 Uma é a glória do sol, outra, a glória da lua, e outra, a das
estrelas; porque até entre estrela e estrela há diferenças de esplendor.
42 Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na
corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em
glória.
43 Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder.
44 Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo
natural, há também corpo espiritual.
45 Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma
vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante.
46 Mas não é primeiro o espiritual, e sim o natural; depois, o
espiritual.
47 O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é do
céu.
48 Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens
terrenos; e, como é o homem celestial, tais também os celestiais.
49 E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer
também a imagem do celestial.
50 Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino
de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção.
51 Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados
seremos todos,
52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última
trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós
seremos transformados.
53 Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da
incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade.
54 E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e
o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que
está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.
55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?
56 O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
57 Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor
Jesus Cristo.
58 Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre
abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é
vão.
2 Coríntios 4:
1 Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi
feita, não desfalecemos;
2 pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não
andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos
à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade.
3 Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem
que está encoberto,
4 nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para
que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a
imagem de Deus.
5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e
a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus.
6 Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo
resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de
Deus, na face de Cristo.
7 Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do
poder seja de Deus e não de nós.
8 Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não
desanimados;
9 perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos;
10 levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida
se manifeste em nosso corpo.
11 Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de
Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal.
12 De modo que, em nós, opera a morte, mas, em vós, a vida.
13 Tendo, porém, o mesmo espírito da fé, como está escrito: Eu cri; por
isso, é que falei. Também nós cremos; por isso, também falamos,
14 sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos
ressuscitará com Jesus e nos apresentará convosco.
15 Porque todas as coisas existem por amor de vós, para que a graça,
multiplicando-se, torne abundantes as ações de graças por meio de muitos, para
glória de Deus.
16 Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem
exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia.
17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno
peso de glória, acima de toda comparação,
18 não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem;
porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.
2 Coríntios 5:
1 Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer,
temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus.
2 E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos
revestidos da nossa habitação celestial;
3 se, todavia, formos encontrados vestidos e não nus.
4 Pois, na verdade, os que estamos neste tabernáculo gememos angustiados,
não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja
absorvido pela vida.
5 Ora, foi o próprio Deus quem nos preparou para isto, outorgando-nos o
penhor do Espírito.
6 Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto no corpo,
estamos ausentes do Senhor;
7 visto que andamos por fé e não pelo que vemos.
8 Entretanto, estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e
habitar com o Senhor.
9 É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes,
para lhe sermos agradáveis.
10 Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de
Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio
do corpo.
11 E assim, conhecendo o temor do Senhor, persuadimos os homens e somos
cabalmente conhecidos por Deus; e espero que também a vossa consciência nos
reconheça.
12 Não nos recomendamos novamente a vós outros; pelo contrário, damo-vos
ensejo de vos gloriardes por nossa causa, para que tenhais o que responder aos
que se gloriam na aparência e não no coração.
13 Porque, se enlouquecemos, é para Deus; e, se conservamos o juízo, é
para vós outros.
14 Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por
todos; logo, todos morreram.
15 E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si
mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
16 Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a
carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos
deste modo.
17 E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas
já passaram; eis que se fizeram novas.
18 Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio
de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,
19 a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não
imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da
reconciliação.
20 De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus
exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos
reconcilieis com Deus.
21 Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que,
nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
“16 A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo
anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar
nele.
17 E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da
Lei.” (Lucas 16.16,17)
Estas palavras de Jesus são entendidas no contexto de Hebreus 1.1,2: “1 Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos
pais, pelos profetas, 2 nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem
constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.” Jesus
não veio revogar as Escrituras do Velho Testamento, mas como estava profetizado
acerca dEle em várias passagens do VT, Ele deveria instituir uma Nova Aliança
para entrar em vigor no lugar da Antiga, que estaria sendo removida desde que
João Batista se apresentou como o último profeta daquele período antigo. Jesus
ministraria a Israel sujeitando-se à Lei da Antiga Aliança, pois importava que
cumprisse toda a Lei para poder vindicar a honra de Deus quanto à Sua justiça,
pois havia sido violada pelos pecadores, mas ao mesmo tempo estaria anunciando
o Evangelho, conforme a missão que lhe fora dada pelo Pai de ser feita uma Nova
Aliança pela qual o Espírito Santo seria derramado em todas as nações, e a
salvação seria efetuada somente pela graça e mediante a fé, sem que todavia
isto significasse qualquer desprezo ou revogação da Lei propriamente dita,
pois, apensar de o crente não estar mais sob a Lei, mas sob a graça, na sua
identificação com a morte de Jesus, ele não se encontra sem lei para com Deus,
pois se acha debaixo do Seu governo através dos mandamentos do evangelho de
nosso Senhor Jesus Cristo, no qual é chamado a viver por uma obediência que é
segundo a fé, para as boas obras.
“Pois todos os profetas e a
lei profetizaram até João.” (Mt 11.13)
A Nova
Aliança, que estava sendo oferecida a todos os gentios, e que os desobrigava do
cumprimento minucioso das condições de culto, ritos e todos os mandamentos
civis e cerimoniais da Lei de Moisés.
Um gentio
não precisaria viver como um judeu, como no caso da Antiga Aliança, para que
pudesse ser aceito como integrante do povo de Deus.
Pedro e a
Visão do Lençol
Jesus e
nenhum dos apóstolos ensinaram contra a lei, pois fora outorgada pelo próprio
Deus a Moisés para vigorar como base da Antiga Aliança, que firmara com a nação
de Israel, e para servir também de testemunho a todo o mundo gentílico, acerca
do Seu caráter e da Sua vontade.
Desta
forma, nem Paulo ou qualquer outro dos apóstolos ensinou contra a lei. Eles
sabiam que a justiça que é pela fé, e operante segundo a graça, passou a se
manifestar com o advento de Jesus. Mas também sabiam que Deus havia salvado e justificado
pela graça, mediante a fé, a muitos nos dias do Antigo Testamento.
Não foi
este o caso de Abraão? A ponto de ser designado como pai dos que creem.
Mas, a
Antiga Aliança foi revogada, e suas ordenanças civis e cerimoniais já não são
obrigatórias aos israelitas, com quem foi celebrada, e muito menos aos gentios,
quanto ao seu cumprimento, bem como não é aplicável, à igreja, de forma
específica, o seu sistema de bênçãos e maldições, ritos etc, desde a
inauguração da Nova Aliança, que a revogou.
“18 Pois,
com efeito, o mandamento anterior é revogado por causa da sua fraqueza e
inutilidade
19 (pois a
lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma melhor
esperança, pela qual nos aproximamos de Deus.” (Hb 7.18,19)
“6 Mas
agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um
melhor pacto, o qual está firmado sobre melhores promessas.
7 Pois, se
aquele primeiro fora sem defeito, nunca se teria buscado lugar para o segundo.
8 Porque
repreendendo-os, diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que estabelecerei
com a casa de Israel e com a casa de Judá um novo pacto.” (Hb 8.6-8)
“Dizendo:
Novo pacto, ele tornou antiquado o primeiro. E o que se torna antiquado e
envelhece, perto está de desaparecer.” (Hb 8.13)
“8 Tendo dito
acima: Sacrifício e ofertas e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste,
nem neles te deleitaste (os quais se oferecem segundo a lei);
9 agora
disse: Eis-me aqui para fazer a tua vontade. Ele tira o primeiro, para
estabelecer o segundo.” (Hb 10.8,9)