O Primeiro Dia da Criação (Gên 1.1-5)
“1 No princípio,
criou Deus os céus e a terra.
“2 A terra era
sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de
Deus pairava sobre a face das águas.
3 Disse Deus:
haja luz. E houve luz.
4 Viu Deus que a
luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas.
5 E Deus chamou à
luz dia, e às trevas noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.”
No princípio Deus
criou, no hebraico, bará, que significa criar a partir do nada, todo o
universo, sem nenhuma matéria existente anterior e nenhuma energia existente
anterior.
No verso 2 nós
temos a afirmação de que a terra era sem forma e vazia.
No hebraico, a
palavra para “sem forma” é “tohu”, que
significa desértico.
E para vazio a
palavra é “bohu”, que significa “um vazio sem utilidade”, isto é, algo que
não pode ser utilizado na forma em que se encontra.
E a palavra para
abismo, é tehom, indicando as profundezas das águas por sobre as quais o
Espírito Santo pairava no início da criação.
O Espírito estava
pronto e preparado para gerar todas as coisas que seriam chamadas à existência
pela palavra de ordem de Deus.
Vemos no ato de
Deus ter feito separação entre luz e trevas (v. 4), entre águas e águas (1.6)
para criar o firmamento no meio das águas que estavam envolvendo toda a terra,
e a que estava acima da terra, o seu poder para separar-nos do mundo para Ele,
das trevas do pecado para a luz de Cristo, e formar no final de tudo, a partir
de um vazio e de um nada um lindo jardim no nosso coração para que o Espírito
habite nele eternamente; assim, como do vazio da terra fez no final um lindo
jardim para a habitação do homem que criou.
A citação no
verso 4 de que “viu Deus que a luz era boa” indica claramente pela ausência da
mesma citação para as trevas, que onde não haja uma ação de Deus criando luz, a
condição natural é de trevas.
A bondade
incomparável de Deus demanda que tudo o que Ele cria, tudo que é fruto da sua
ação, seja bom.
É importante
lembrar que quando Deus criou a luz no primeiro dia o sol não havia sido ainda
criado, pois somente o seria no quarto
dia.
E já há uma
referência a tarde e manhã, sem a existência do sol.
Antes de criar o
corpo celeste que iluminaria a terra (o sol), e que viria a ser a fonte
permanente de luz sobre a terra, Deus criou a luz.
O Segundo Dia da Criação
(Gên 1:6-8)
“6 E disse Deus:
haja um firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.
7 Fez, pois, Deus
o firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que
estavam por cima do firmamento. E assim foi.
8 Chamou Deus ao
firmamento céu. E foi a tarde e a manhã, o dia segundo.” (Gên 1.6-8).
Deus disse no
verso 6, que houvesse uma expansão (firmamento) no meio das águas, e isto
significa abrir um espaço entre as águas, para formar os céus, e fez isto
separando as águas das águas.
E Deus fez a
expansão e separação das águas que estavam debaixo do firmamento, das águas que
estavam sobre o firmamento.
Assim o que é
dito aqui é que Deus criou os céus, como se conclui no verso 8.
Não havia nenhum
céu envolvendo a terra antes do segundo dia.
Esta é a primeira
verdade nesta revelação. Uma segunda, é que a água foi o elemento básico na
criação, pois em II Pe 3. 5, se afirma que a terra surgiu da água e através da
água pela palavra de Deus.
E realmente a
água é o elemento básico sustentador da vida do mundo físico.
Agora a palavra
"expansão, ou firmamento" é a palavra râqiya, que no hebraico, significa expansão.
Significa esparramar para fora.
E aqui é dito que
o espaço está sendo ampliado. Isto pode ser mais do que uma citação à atmosfera
que envolve a terra, pois pode incluir também a idéia da formação do espaço
onde seriam colocados todos os astros do universo no quarto dia da criação,
inclusive o sol e a lua.
Pelo relato
bíblico, a terra seria portanto o centro do universo, o centro da concentração
das atenções de Deus, especialmente em razão do propósito por Ele fixado de
criar o homem para habitá-la.
“Porque assim diz
o Senhor que criou os céus, o único Deus, que formou a terra, que a fez e a
estabeleceu; que não a fez para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o
Senhor, e não há outro.” (Is 45.18).
O verso 8 conclui
a breve narrativa do segundo dia da criação, afirmando que Deus chamou ao
firmamento que criou de céus. Certamente é uma referência ao universo e não ao
terceiro céu que é a habitação de Deus e dos anjos, dos serafins, dos
querubins, dos santos que partiram para a sua morada celestial.
O Terceiro Dia da
Criação (Gên 1:9-13)
“9 E disse Deus:
Ajuntem-se num só lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça o elemento
seco. E assim foi.
10 Chamou Deus ao
elemento seco terra, e ao ajuntamento das águas mares. E viu Deus que isso era
bom.
11 E disse Deus:
Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que,
segundo as suas espécies, dêem fruto que tenha em si a sua semente, sobre a
terra. E assim foi.
12 A terra, pois,
produziu relva, ervas que davam semente segundo as suas espécies, e árvores que
davam fruto que tinha em si a sua semente, segundo as suas espécies. E viu Deus
que isso era bom.
13 E foi a tarde
e a manhã, o dia terceiro.”
A terra ainda
estava despovoada, inabitável e não em sua forma final até o terceiro dia da
criação.
Até agora nós
tínhamos uma terra informe, totalmente envolvida pelas águas. Havia a luz e a
vastidão de um universo que havia sido criado no dia anterior (segundo dia). E
nós chegamos ao terceiro dia no verso 9. "Então Deus disse:” “Ajuntem-se
as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca.”. E assim se
fez. A porção seca chamou Terra, e ao ajuntamento das águas, Mares. E então, no
terceiro dia, Deus começou a amoldar e a povoar a terra.
As águas se
moviam enquanto se juntavam ao redor dos continentes que estavam sendo
formados, para dar origem aos mares.
A expressão
“segundo a sua espécie”, no verso 12, relativa à reprodução, é repetida dez
vezes no primeiro capítulo de Gênesis.
A palavra
hebraica para "tipo" é “min”, que indica a limitação de variação.
Uma planta só
pode produzir algo de seu próprio tipo.
Uma árvore só
pode produzir algo de seu próprio tipo.
Isto põe por
terra qualquer teoria relativa à possibilidade de evolução de uma espécie
inferior para outra espécie superior.
O Quarto Dia da
Criação (Gên 1:14-19)
“14 E disse Deus:
haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a
noite; sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos;
15 e sirvam de
luminares no firmamento do céu, para alumiar a terra. E assim foi.
16 Deus, pois,
fez os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar
menor para governar a noite; fez também as estrelas.
17 E Deus os pôs
no firmamento do céu para alumiar a terra,
18 para governar
o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que
isso era bom.
19 E foi a tarde
e a manhã, o dia quarto.”
O nosso texto de
Gênesis 1:14-19, descreve a criação de todos os luminares, os corpos estelares
que ocupam o espaço infinito ao redor de nós.
Nestes versos 14
a 19 do primeiro capítulo é afirmado de
modo simples e direto que foi Deus quem fez todos os corpos celestes.
Quando A Bíblia
diz que Deus fez as estrelas juntamente com o sol e a lua, está afirmando algo
sobre o Seu imenso poder.
Aquela pequena
declaração simples para algo tão imenso e complexo, como é o universo, e tudo o
que ele contém, mostra que não há nada maravilhoso demais para aquele que é a
verdadeira maravilha, o próprio Senhor.
As estrelas no
céu dão testemunho da santidade e do poder de Deus. São imensas fogueiras
queimando no universo, com diversos níveis de luminosidade e calor. Elas servem
para nos trazer à lembrança que o nosso Deus é um fogo consumidor (Hb 12.29).
São bilhões e
bilhões de estrelas queimando continuamente no universo como vários altares
acesos para celebrarem a santidade do Altíssimo, do nosso amado Senhor. Como
não seríamos convencidos da necessidade da santidade para habitarmos com um
Deus que é Ele próprio um fogo consumidor e purificador?
Os raios de luz
de todas estas estrelas atravessam o universo em todas as direções, por causa
da forma esférica de todas elas, e a velocidade que Deus deu à luz é uma
velocidade espantosa, muitas vezes maior do que a do som. Na verdade, é a maior
velocidade que existe no universo. A velocidade da luz é de aproximadamente 300
mil km/s, e a do som é de 340 m/s.
Uma outra função
para os astros colocados por Deus no universo, além de iluminarem e fazerem
separação entre o dia e a noite, foi a de servirem para sinais, para estações,
para dias e anos (Gên 1.14).
Assim, com a
criação do sol, da lua e das estrelas, Deus criaria um dia de 24 horas, que
inclui um período diurno e outro noturno.
Cada dia seria
marcado por um amanhecer e por um anoitecer.
O verbo usado no
verso 14 para “fazerem”, no hebraico, é hayvom, que significa “para servir”.
Deus deu estes corpos luminosos para servirem. Para servirem de “sinais”, otth,
no
hebraico, que tem usualmente a conotação normal de um sinal para os
habitantes da terra.
E quais foram
estes sinais? Eles são descritos no texto. Seriam sinais que apontariam as
estações, os dias e os anos. Então não foi o homem quem inventou o calendário.
Foi o próprio
Deus que determinou um meio para marcar o tempo do homem na terra.
E as estações
seriam os sinais maiores para a marcação deste tempo, pelas suas
características bem distintivas, nos períodos do outono, inverno, primavera e
verão.
E o sol é um
determinador de anos porque leva um ano inteiro para a terra completar uma
volta em torno do sol. Assim são os corpos celestiais que nos ditam quando nós
devemos trabalhar e quando nós devemos descansar, quando nós estamos acordados
e quando nós dormimos.
Como em todos os
dias da criação, a conclusão dos atos criativos de Deus é feita com a citação:
“Houve tarde e manhã”, e na seqüência é citado o dia respectivo da tarde e
manhã que houve naquele dia, aqui em Gên 1.19, o quarto dia, em que Deus criou
todos os astros que existem no universo, com exceção da terra, que havia sido
criada no primeiro dia. É importante ver que até mesmo o satélite da terra, que
é a lua, foi também criada neste quarto dia, lançando-se por terra a teoria que
afirma que ela teria sido formada por desprendimento de materiais que saíram da
terra.
Quinto Dia da
Criação (Gên 1:20-23)
“20 E disse Deus:
Produzam as águas cardumes de seres viventes; e voem as aves acima da terra no
firmamento do céu.
21 Criou, pois,
Deus os monstros marinhos, e todos os seres viventes que se arrastavam, os
quais as águas produziram abundantemente segundo as suas espécies; e toda ave
que voa, segundo a sua espécie. E viu Deus que isso era bom.
22 Então Deus os
abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas dos mares; e
multipliquem-se as aves sobre a terra.
23 E foi a tarde
e a manhã, o dia quinto.” (Gên 1.20-23).
Até o quinto dia
não havia sido criado um só ser do reino animal. Como vimos antes, o reino
vegetal havia sido criado no terceiro dia, e agora, no quinto dia, Deus começa
a criar tudo do reino animal, com exceção dos mamíferos e répteis terrestres,
incluindo aqui os insetos e outras formas de vida, que citaremos na parte
relativa à criação do sexto dia, dia em que foi criado também o homem, como o
último ato da criação de Deus.
Quando Deus
formou os vegetais no terceiro dia, Ele não usou a palavra hebraica nephesh,
traduzida por “alma”, e a palavra raiâh,
“vivente”, em Gên 2.7. As árvores são seres
vivos, mas não estão dotadas desta percepção do ambiente em que vivem e nem
podem se mover como os animais.
Por isso as
mesmas palavras hebraicas citadas anteriormente são usadas também em Gên 1.21
para designar a criação dos “seres viventes” (animais) no quinto dia da
criação, bem como em Gên 1.24 para a criação dos demais animais no sexto dia.
Apesar destes animais
demonstrarem que são formas de vida inteligente, e dotados, muitos deles dos
mesmos órgãos que compõem o corpo humano, no entanto há uma imensa distinção
entre o homem e qualquer um deles, porque o homem está dotado de um espírito
que lhe permite comunicar-se com Deus, e adquirir as virtudes morais de Deus, e
tem várias faculdades em seu espírito como a da vontade e direção própria.
O homem tem
também a capacidade de se auto conhecer e tem um destino eterno, em razão de
ter um espírito.
O verso 21 começa
com “Criou pois Deus”. Estes animais são seres criados. E a palavra usada aqui
no hebraico é bará, a palavra para criar.
E os criou com a
capacidade de se reproduzirem, e isto não é algo natural, mas um milagre, a
demonstração prática da existência do poder de Deus, que foi colocado em todos
os seres fecundos da criação, exatamente para darem este testemunho silencioso
de que há um Criador que planejou todas as coisas e as chama à existência pelo
Seu poder.
O Sexto Dia da
Criação (Gên 1.24-31)
“24 E disse Deus:
Produza a terra seres viventes segundo as suas espécies: animais domésticos,
répteis, e animais selvagens segundo as suas espécies. E assim foi.
25 Deus, pois,
fez os animais selvagens segundo as suas espécies, e os animais domésticos segundo
as suas espécies, e todos os répteis da terra segundo as suas espécies. E viu
Deus que isso era bom.
26 E disse Deus:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre
os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre
toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.
27 Criou, pois,
Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
28 Então Deus os
abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e
sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos
os animais que se arrastam sobre a terra.
29 Disse-lhes
mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se
acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto
que dê semente; ser-vos-ão para mantimento.
30 E a todos os
animais da terra, a todas as aves do céu e a todo ser vivente que se arrasta
sobre a terra, tenho dado todas as ervas verdes como mantimento. E assim foi.
31 E viu Deus
tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia
sexto.”
Até agora nós
estudamos os cinco primeiros dias da criação. Os primeiros cinco dias estavam
realmente equipando a casa na qual o homem moraria. O homem é o governante da
terra. O homem é o pináculo da criação de Deus, criado à Sua imagem. Assim, por
ser o homem diferente de tudo o mais na criação, por ser a coroa da criação, a
sua casa foi preparada e receberia o toque final no sexto dia com a criação dos
animais que vivem sobre a terra seca, antes que o homem fosse finalmente
criado.
E no sexto dia,
como já dissemos antes, houve este último retoque na criação, antes de ser
formado o homem. No começo do sexto dia foi necessário criar as criaturas da
terra que são identificadas nos versos 24 e 25 em três categorias: animais
domésticos, répteis e animais selvagens. Este foi o toque final de Deus para
preparar a casa na qual o homem moraria.
O homem era o
objeto. O homem era o assunto principal aqui. Era a criação do homem com o
propósito remissório que Deus realmente tinha em mente. Tudo perecerá no
universo. Tudo sairá da existência no universo. As estrelas cairão, de acordo
com o livro de Apocalipse; e o sol e a lua acabarão. O universo inteiro será enrolado
como um rolo de papel. A criação inteira derreterá com calor abrasador. E tudo
sairá de existência. Mas não o homem.
O homem é pois o
personagem principal, e o desdobramento completo da criação é um teatro no qual
a grande saga remissória possa ser terminada com Deus buscando uma noiva para o
Seu Filho, como Deus busca demonstrar a Sua graça e misericórdia e compaixão e
poder de salvação, tanto para os homens, como para os anjos.
Em Gên 1.30 vemos
Deus dizendo que os animais foram criados
para servirem de mantimento para o homem. Ora, está implícito aqui que
além de se alimentar do leite e dos ovos de alguns deles, ele também se
alimentaria deles.
Nos versos 26 e
27 lemos: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus,
sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que
rastejam pela terra. Criou Deus, pois o homem à sua imagem, à imagem de Deus o
criou; homem e mulher os criou.”.
Aqui está o ápice
da criação que é a razão de tudo o mais que foi criado. Não foi o homem que foi
criado para o boi, mas o boi para o homem. E é neste mesmo sentido que Jesus
disse aos fariseus legalistas que davam mais importância ao sábado do que ao
homem, que foi o sábado que foi criado para o homem, e não o homem para o
sábado.
E o domínio do
homem sobre a criação foi declarado e determinado por Deus.
Quanto à criação
do homem há um ponto distintivo quanto ao modo usado na palavra de ordem divina.
Para as demais coisas temos um haja, um produza, um povoe, mas aqui temos um
façamos. Façamos o homem à nossa imagem.
E o homem não foi
criado para pertencer a si mesmo, mas foi dado pelo Pai ao Filho. Como lemos em
Col 1.16 que tudo foi feito por meio de Jesus e para ele.
E esta vida
espiritual do céu não foi recebida pelo homem quando se diz em Gên 2.7 que Deus
formou o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o
homem passou a ser alma vivente, porque o que se diz aqui é uma referência ao
dom da respiração, o mesmo que foi dado aos animais como se depreende de Gên
7.22: “Tudo o que tinha fôlego de vida em suas narinas, tudo o que havia em
terra seca, morreu.”.
Quem determina a
capacidade para receber esta vida do céu não é esta referência ao fôlego de
vida porque os animais também o receberam e não têm tal capacidade; mas o que
nos dá tal capacidade é o fato de termos sido criados à imagem conforme a
semelhança de Deus.
Em Gên 1.27 se
afirma: “Criou pois o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e
mulher os criou.”. A humanidade é portanto composta de homens e mulheres. E
Deus instituiu o casamento conforme está expresso na citação à unidade do casal
constante de Gên 2.23,24.
Assim, para o
casamento do homem com a mulher Deus previu um propósito mais elevado do que a
simples reprodução, pois o casamento serviria de sinal para a união que há
entre Cristo e a igreja.
E dentre as
coisas reveladas acerca da criação do homem, além da responsabilidade que ele
recebeu de dar nomes a todas as criaturas, foi-lhe também dada a incumbência de
cultivar e guardar o jardim do Éden (Gên 2.15).
Havia um trabalho
que lhe foi designado. Não havia ainda suor do rosto e canseira porque não
havia pecado.
E no jardim que
Deus plantou para o homem fez brotar toda sorte de árvores agradáveis à
vista e boa para alimento; e também a
árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal
(Gên 2.9). E estas duas árvores foram destacadas como árvores sem igual, e
sobre as quais Deus havia determinado propósitos e ordens específicas para o
homem.
E depois de
ordenar ao homem que cultivasse e guardasse o jardim, Deus “lhe deu esta ordem:
De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do
bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres, certamente
morrerás.” (Gên 2.16,17). Isto foi uma advertência.
Assim a
responsabilidade do homem era aprender sobre a criação e glorificar a Deus
pelas suas maravilhas e então classificar e moldar a criação de forma que isto
fosse em todos os sentidos para a honra e glória do Criador. Agora se lembre,
que não havia nenhum temor e não havia morte.
E apesar de ter
sido grandemente afetado pela queda ao pecado, e com isto, pela morte, nós
vivemos ainda num mundo que foi projetado por Deus para manifestar a Sua
glória. E isto é ensinado expressamente em vários lugares da Bíblia.
O Descanso de
Deus Relativo à Criação (Gên 2.1-3)
“1 Assim foram
acabados os céus e a terra, com todo o seu exército.
2 Ora, havendo
Deus completado no dia sétimo a obra que tinha feito, descansou nesse dia de
toda a obra que fizera.
3 Abençoou Deus o
sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que criara
e fizera.”
O sétimo dia é
muito importante porque é em relação a ele que é usada pela primeira vez a
palavra "santo" na Escritura.
A palavra
hebraica "kedesh", traduzida
"santificado" no verso 3, é a palavra "santo".
A raiz
"kedesh", significa ser cortado ou separado. E santidade, é portanto
elevação ou exaltação sobre o nível habitual.
Assim o sétimo
dia é um dia especial. É um dia separado.
É um dia cortado
dos outros porque seguiu imediatamente à conclusão de todas as coisas criadas
nos seis dias anteriores a ele.
É um dia exaltado,
porque Deus abençoou e santificou este dia, isto é, Ele declarou que este dia
deve ser santo.
Este dia é um dia
especial para Deus, porque a partir dele se cumpriu o Seu decreto fixado na
eternidade, e indicava a condição de descanso eterno pretendida por Deus para
Ele e suas criaturas, especialmente o homem que criara.
O sétimo dia é
dia de descanso, não no sentido de repor a energia perdida, mas no sentido de
não trabalhar, de não se ocupar o homem com coisas que sejam do seu interesse,
mas com as que são de Deus, em comunhão com Ele.
Detalhes sobre a
Criação do Homem (Gên 2.4-7)
“4 Eis as origens
dos céus e da terra, quando foram criados. No dia em que o Senhor Deus fez a
terra e os céus
5 não havia ainda
nenhuma planta do campo na terra, pois nenhuma erva do campo tinha ainda
brotado; porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, nem havia
homem para lavrar a terra.
6 Um vapor,
porém, subia da terra, e regava toda a face da terra.
7 E formou o
Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida;
e o homem tornou-se alma vivente.” (Gên 2.4-7).
Esta porção da
Escritura é um desdobramento da narrativa referente à criação do homem no sexto
dia, conforme registro de Gên 1.26-30, em que se diz que Deus criou o homem à
sua imagem conforme a sua semelhança para ter domínio sobre a terra e tudo o
que há na terra.
A partir deste
segundo capitulo de Gênesis a revelação irá se concentrar no desvendamento da
história da redenção.
Gênesis foi
escrito por Moisés, a mando de Deus, para este propósito. Para revelar a
história da redenção do homem que se extraviou por causa do pecado.
Tanto é assim,
que a narrativa da criação foi condensada em poucas palavras, comparativamente
a tudo o mais que é relatado em Gênesis.
E assim, Gênesis
2.4 é introduzido com uma nota explicativa de que a partir dali seria informada
a gênese dos céus e da terra quando foram criados. Ora, a palavra para “gênese”
no hebraico, é “toledoth”, que significa gerações.
A primeira
geração do gênero humano foi a de Adão e Eva, e será a primeira a ser portanto
apresentada em ordem.
O livro de
Gênesis dará o registro de outras gerações, como a genealogia de Caim, de Adão,
de Sem, filho de Noé etc.
Por isso Gênesis
2.4, literalmente no hebraico é introduzido por: “Estas são as gerações”.
Os versos 5 e 6
nos apresentam o cenário em que o homem foi criado. E no verso 5 é dito o
seguinte: “Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma
erva do campo havia brotado; porque o Senhor Deus não fizera chover sobre a
terra, e também não havia homem para lavrar o solo.”.
O que parece
estar sendo dito aqui é que antes da criação do homem não havia nenhuma “planta
do campo”, ou “erva do campo” sobre a terra, porque não haviam ainda brotado.
E o autor sagrado
não estava se referindo às condições existentes antes do terceiro dia, quando
não havia realmente nenhuma planta sobre a terra porque o reino vegetal foi
formado no terceiro dia da criação.
Ora, mas sabemos
que depois do sexto dia havia a condição de se cultivar as plantas do campo porque o homem havia sido criado.
Então a condição de não terem brotado ainda foi provavelmente por falta da
chuva? Foi isto, mais muito mais do que isto. Estas plantas ou ervas que são
cultiváveis e dependentes de se lavrar o solo pelo homem, são em sua grande
maioria dependentes de períodos de chuva intercalados com períodos de estiagem.
Estas plantas
agrícolas dependem das condições de umidade do solo que lhes são propícias para
o seu desenvolvimento, e é por isso que são cultivadas pelo homem nas épocas
mais favoráveis conforme o conhecimento que adquiriu sobre as exigências de
cada tipo de cultura.
E assim, é
imprescindível que o solo seja lavrado pelo homem para o cultivo de verduras,
legumes e grãos.
Mas o homem não necessitava lavrar o solo quando
estava sem pecado no Éden.
Isto foi uma das
conseqüênc
ias da queda no
pecado, como se vê em Gên 3.23: “O Senhor Deus, por isso, o lançou fora do
jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado.”.
A terra da qual o
homem fora formado por Deus e que garantiria o suprimento de alimentos para ele
de forma contínua e espontânea, sem exigir cuidados da parte do homem no que
tange à sua fertilização e manejo, dependeria agora, depois do pecado, de que o
homem a trabalhasse para poder obter o seu alimento.
A terra como que
não se mostraria mais completamente favorável ao homem, pois, seria como que se
recusasse a lhe fornecer o necessário para a sua subsistência, e por causa da
maldição que foi trazida sobre ela, em razão do pecado, tudo o que o homem
tirasse dela para a sua provisão contínua, deveria ser agora, resultante do seu
próprio esforço, lavrando o solo em face das exigências de tais culturas e
combatendo pragas, doenças e ervas
daninhas, no trabalho que deveria fazer em relação ao manejo do solo e trato
das culturas.
Então, não há
dúvida que a produção de safras agrícolas seria dependente daquilo que Gênesis
chama de planta ou erva do campo cuja produção exige que a terra seja lavrada
pelo homem, e isto só passou a acontecer depois da queda no pecado, pois se diz
em Gênesis 3.17 que por causa do pecado a terra foi amaldiçoada e por isso a
condição inteiramente abençoada que ela apresentava anteriormente seria
conturbada pela maldição, uma vez que o sustento que o homem obteria dela
durante todos os dias de sua vida seria em fadigas, e a razão disto é que a
terra passaria a produzir cardos e abrolhos (ervas daninhas) que são
concorrentes de nutrientes com a erva do campo da qual o homem se alimentaria.
A expressão
hebraica para erva do campo em Gên 3.18 é a mesma usada em Gên 2.5. Há portanto
uma relação entre a queda e o fato de o homem ter que começar a lavrar o solo
para cultivar as plantas agrícolas, pois estas plantas foram criadas por Deus
com esta característica de serem dependentes de serem cultivadas pelo homem,
pois de outra forma não podem ser produzidas em abundância.
Em Gên 2.5, a
palavra para arbusto (erva), em hebraico, é “siach", e a palavra para planta é
"êseb". É citado planta do
campo ou erva do campo, porque, como vimos, a referência aqui é àqueles
vegetais que são cultivados em campos agrícolas.
Isto é um sinal
da parte de Deus nem tanto para castigar o homem por causa do pecado, mas para
lembrar-lhe que não está mais num mundo perfeito como era antes da queda no
pecado.
De fato não é
tarefa fácil a de produzir alimentos, porque são inúmeros os inimigos da
alimentação do homem, e deste modo, são também, indiretamente, do próprio
homem, porque depende destes alimentos para a sua subsistência.
Agora, quando Gên
2.5 fala de planta e erva do campo, a referência é principalmente às centenas
de espécies de leguminosas, verduras e cereais apropriados para a alimentação
humana e também do gado.
E está registrado
em Gên 2.5 que não havia tal produção agrícola antes da queda porque Deus não
havia ainda feito chover sobre a terra, e porque não havia homem para lavrar o
solo. Como vimos, a chuva veio como conseqüência da entrada do pecado no mundo,
e é maravilhoso o fato de que realmente a produção dos campos agrícolas é
dependente da regularidade das chuvas.
Gên 2.6 diz o
seguinte:”Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo.”.
Isto significa que a condição perfeita para a terra seria esta que havia sobre
toda a superfície do globo.
Um suprimento
perfeito de água subterrânea garantido pelo poder de Deus. Veja que a
referência não é a orvalho, mas a uma quantidade adequada de umidade que
provinha do interior da terra e que regava a superfície. Por isso é usada a
palavra neblina, mas não no sentido de que entendemos esta palavra.
A idéia do autor
sagrado era a de mostrar que não havia erosão de solos por águas pluviais, e
nem a irregularidade da precipitação de chuvas, em razão da maldição da terra
por causa do pecado, mas uma como que cortina suave de águas que garantiam a
rega adequada da superfície do solo.
No hebraico, a
palavra para “neblina” é “ed”, que significa uma fonte, e literalmente é
“águas do fundo”, que aforam à superfície do solo.
E assim é
descrita a criação do homem no verso 7: “Então formou o Senhor Deus ao homem do
pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser
alma vivente.”. E nós sabemos que Deus criou o homem à sua própria imagem
conforme é dito em Gên 1.26. E aqui se diz como ele fez isto. Ele formou o
homem do pó.
Quanto ao corpo
do homem que foi formado da terra, é fascinante o fato de que muitos dos
elementos químicos básicos que compõem as rochas e os solos, estão também
presentes na estrutura física do corpo humano, e são necessários para alimentar
o corpo, mantendo-o em vida (fósforo, nitrogênio, potássio, cálcio, oxigênio,
ferro, magnésio, boro, carbono etc).
Depois de ter
formado o corpo do homem do pó da terra, Deus lhe soprou nas narinas o fôlego
de vida e o homem passou a ser alma vivente (Gên 2.7).
O fôlego de vida
veio de Deus tanto para o homem quanto para os animais (Gên 7.21,22).
Assim Deus
assoprou vida literalmente em tudo que vive; tudo o que é animado. Respiração é
"ruah", no hebraico. É a mesma palavra para "vento." A
mesma palavra para "espírito.".
E não é esta a
palavra usada em Gên 2.7 quando se fala em fôlego de vida, e em alma vivente, e
como já estudamos anteriormente, nós vimos que a palavra "nephesh",
em hebraico, para alma, em Gên 2.7, é tanto usada para se referir à vida
animada do homem quanto à de todos os demais seres vivos, excetuando-se os
vegetais.
E já estudamos também que o que identifica o
homem como diferente de tudo o mais na criação é a imagem e semelhança com Deus
citada em Gên 1.26.
O Homem no Jardim
do Éden (Gênesis 2.8-17)
“8 Então plantou
o Senhor Deus um jardim, da banda do oriente, no Éden; e pôs ali o homem que
tinha formado.
9 E o Senhor Deus
fez brotar da terra toda qualidade de árvores agradáveis à vista e boas para
comida, bem como a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento
do bem e do mal.
10 E saía um rio
do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços.
11 O nome do
primeiro é Pisom: este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro;
12 e o ouro dessa
terra é bom: ali há o bdélio, e a pedra de berilo.
13 O nome do
segundo rio é Giom: este é o que rodeia toda a terra de Cuche.
14 O nome do
terceiro rio é Tigre: este é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto
rio é o Eufrates.
15 Tomou, pois, o
Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e guardar.
16 Ordenou o
Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente;
17 mas da árvore
do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela
comeres, certamente morrerás.”
A partir do
segundo capítulo, o autor se concentra em detalhar a criação do homem.
Isto porque o
propósito da revelação feita por Deus não é o de narrar a história de qualquer
outro assunto, senão a história da redenção do homem.
O propósito é o
de narrar a redenção, porque quando Moisés começou a registrar a revelação
escrita conforme lhe fora ordenado por Deus, o pecado já estava no mundo há
muito tempo, e Deus já havia chamado Abraão para começar a partir dele, a
formação de Israel, e mais do que isto, fez promessas específicas ao patriarca
relativas à salvação de pessoas em todas as nações, por meio da união com o seu
descendente (de Abraão) que é Cristo.
O assunto é o da
redenção do homem que havia caído no pecado, e que sujeitou toda a raça humana
à condenação eterna, porque aquela comunhão e conhecimento de Deus que o homem
tinha no princípio, foi perdido por causa do pecado.
Deus revelou
então através de Moisés como foi que isto aconteceu, e quais as providências
que Ele havia tomado para livrar o homem desta condição de estar
espiritualmente adormecido, morto, e impossibilitado, por natureza, de conhecer
o seu criador.
Nós vimos anteriormente
que Deus havia colocado uma restrição para o homem quanto o uso que deveria
fazer dos frutos das árvores do jardim, proibindo-lhe o acesso a apenas um tipo
de fruto.
Então apesar de
ter sido criado para dominar sobre todas as coisas da terra, o homem deveria
fazê-lo dentro dos limites e restrições impostos por Deus.
Assim, todo o
planeta terra estava sob o domínio do homem, mas ele precisava de uma casa. E
ao plantar um jardim para o homem, Deus foi o primeiro jardineiro.
No princípio, a
terra inteira era "boa", a terra inteira era "muito boa",
mas Deus fez uma casa especial para o homem.
Com isto queria
mostrar que o homem foi criado para receber dEle bênçãos sobre bênçãos.
Que o propósito
da criação do homem, foi para que vivesse sem pecado, sendo continuamente
abençoado pelo cuidado de Deus.
Podemos chamar
isto de bênção dentro da bênção.
A terra e tudo o
mais que foi criado era uma perfeição e uma bênção para o homem, mas Deus
avançou no seu cuidado em relação ao homem, dando-lhe um jardim com tudo o que
era agradável à vista e bom para alimento. E mesmo ao homem caído no pecado
Deus revelou até onde vai a extensão do seu amor por ele, dando o Seu próprio
Filho para morrer no lugar do pecador, de maneira que este agora redimido do
pecado, possa receber graça sobre graça (Jo 1.16), em que está incluída esta
condição de receber bênção sobre bênção.
Quem duvidará da
intenção de bondade de Deus para com o homem, à vista destas coisas?
A palavra
hebraica Éden, significa prazer, delícia.
Um jardim fala de
alegria, beleza, prazer, descanso e tudo o mais que é agradável.
E Deus
compartilhava isto com o homem antes da queda no pecado.
Quando Moisés
escreve que o jardim estava ao leste, podemos entender disto que estava ao
leste de Israel.
E de fato a
descrição relativa à localização do jardim afirma que havia um rio que regava o
Éden, e que saindo dele se repartia em quatro braços, chamados de Pisom, Giom,
Tigre e Eufrates, sendo, que é dito que o Tigre corria pelo oriente da Assíria.
A bacia hidrográfica
dos rios Tigre e Eufrates, corre no sentido noroeste a sudeste, desembocando no
Golfo Pérsico.
O rio Tigre fica
localizado à leste do Eufrates.
E a capital da
Assíria, Nínive, ficava junto e à leste do rio Tigre.
A nascente destes
rios fica atualmente nos montes da Armênia, próximo ao Monte Arará.
O dilúvio deve
ter alterado em muito o curso destes rios, bem como as alterações topográficas
havidas ao longo dos anos, uma vez que se afirma que tanto eles quanto os rios
Pisom e Giom, eram quatro braços que se dividiam a partir do grande rio que
cortava o jardim do Éden.
Então,
provavelmente, o Éden ficava num território ao norte das terras de Havilá,
rodeada pelo rio Pisom (Gên 2.11); da terra de Cuxe, circundada pelo rio Giom
(Gên 2.13), e da Assíria, que era banhada pelo rio Tigre.
O local exato
onde estava o jardim não é relevante, mas o fato de ser um lugar real sobre a
terra conforme as descrições relativas à sua localização, que são feitas na
Palavra, e que tinha dimensões imensas, já que era do rio que o cortava que
procediam estes quatro grandes rios citados na Palavra de Deus.
Como informações
adicionais podemos dizer que Cuxe era um dos filhos de Cão, filho de Noé, e pai
de Ninrode (Gên 10.6-12), que edificou a cidade de Nínive na Assíria (Gên
10.11).
E Havilá, que
passou a ser o nome de uma cidade, rodeada pelo rio Pisom, era também um outro
filho de Cuxe, além de Ninrode (Gên 10.7).
Cuxe era neto de
Noé, e Ninrode e Havilá, bisnetos de Noé, pois ambos eram filhos de Cuxe.
Vemos com isso
que o autor de Gênesis usou nomes de pessoas e de lugares para o jardim do Éden, numa
perspectiva pós-diluviana, pois não é dito qual era o nome destes rios nos dias
de Adão, e devemos considerar que as cidades e nações que são citadas (Cuxe,
Havilá, Assíria), não existiam, e foram fundadas depois do dilúvio pelos
descendentes de Noé.
A própria Bíblia
registra sobre Havilá que era um dos termos dos ismaelitas, e que ficava ao
norte de Sur, cidade fronteiriça ao Egito (Gên 25.18), e que veio a ser ocupada
nos dias de Saul pelos amalequitas (I Sm 15.7).
Como Cuxe e
Havilá ocupavam o território da Arábia, estas cidades estavam portanto
localizadas à sudoeste do Tigre e Eufrates.
Então os rios
Giom e Pisom corriam no extremo oposto ao Tigre e Eufrates, próximo ao
território de Canaã, e dirigindo-se em direção ao Egito, desembocando
provavelmente no Mar Vermelho.
Há uma importante
lição que é dada na revelação de ter Deus formado um jardim para a habitação do
homem, porque isto mostra que é Deus quem designa o local de habitação eterna
do homem.
É Ele quem
prepara as muitas moradas onde o homem deve residir em comunhão com Ele.
A terra toda fora
dada ao homem, mas o local onde o homem deveria habitar foi designado e
preparado por Deus.
Isto nos lembra
também que somos portanto peregrinos e forasteiros neste mundo, porque ainda
não se manifestou o lugar da nossa habitação eterna. Mas ele será tanto ou mais
magnífico do que o próprio jardim do Éden.
A perfeição e
beleza exterior do Éden, falavam da perfeição e beleza interior de Deus e do
seu caráter, também refinado, sensível, estético, uma vez que Ele escolheu as
espécies de árvores e minerais mais preciosos e belos para formar o jardim.
E somente o homem
poderia reconhecer a grandeza, a majestade, a bondade, a perfeição, o amor e os
demais atributos divinos, e responder a isto Lhe devolvendo o cuidado e atenção
recebidos na forma de comunhão, gratidão, amor e louvor.
O Éden passou, e
toda glória terrena passará, mas o Senhor não muda, a Sua glória não murcha, e
o Seu amor e bondade são eternos.
Assim, a criação
do homem revela em todos os sentidos a glória de Deus, quer ao ter recebido
dEle um magnífico jardim como local de habitação, quer pela expressão da Sua
graça, justiça e misericórdia ao salvar pecadores por meio da oferta que fez
para cobrir os pecados: o corpo do Seu próprio Filho, que foi dado por nós, em
Sua morte na cruz.
E é por meio de
Jesus que aquela condição inicial, antes do pecado, está sendo restaurada.
É Ele quem tira o
pecado do homem, para que o homem possa ser reconciliado em santidade com Deus.
É por isso que
havia no meio do jardim duas árvores especiais e diferentes das demais.
Uma era a árvore
da vida (que representava a vida de Jesus em nos), e a outra árvore era a
chamada árvore do conhecimento do bem e do mal (que representava a tentativa do
homem de viver independentemente de Deus).(Gên 2.9)
O fruto da árvore
da vida tinha uma propriedade sobrenatural de dar vida eterna àquele que o
comesse.
Entretanto, o
pecado é um impedimento para que se tenha vida eterna, uma vez que o homem foi
expulso do jardim para que não comesse do fruto da árvore da vida.
Alguns afirmam
que se ele o tivesse comido, ficaria sujeito para sempre ao estado de pecado
eterno, sem possibilidade de salvação, mas entendemos que a mensagem que nos é
passada pela expulsão do homem do Éden para que não lançasse mão do fruto da
árvore da vida, é a de que pecado e vida eterna são coisas incompatíveis,
porque o salário do pecado, isto é a sua paga, a sua conseqüência, é a morte, e
não a vida.
Por isso temos
recebido a vida eterna em Cristo Jesus por meio do arrependimento e do lavar
regenerador e renovador do Espírito Santo, que removerá pela santificação,
inteiramente o pecado de nossa natureza, quando estivermos na glória.
E havia outra
árvore especial no jardim, a árvore do conhecimento do bem e do mal, cujo fruto
foi vedado por Deus ao homem, e do qual tendo este comido, transgrediu o
mandamento do Senhor, e por esta razão a criação ficou sujeitada à vaidade e à
maldição.
Quanto ao fruto
da árvore do conhecimento do bem e do mal devemos dizer que esta árvore era
também uma árvore real, como a árvore da vida, pois o autor bíblico não usou
nenhuma linguagem figurada para se referir à mesma.
Era uma árvore
que, como se diz em Gên 3.6 que a “árvore era boa para se comer, agradável aos
olhos, e árvore desejável para dar entendimento”.
Note que era uma
árvore bela à vista e cujo fruto era comestível, e não venenoso.
Até mesmo porque
não havia nada em tudo o que Deus havia criado nos seis dias da criação que não
fosse muito bom, até que o pecado entrasse no mundo.
Não havia nenhum
espinho, nenhuma praga, nenhum veneno.
Nada poderia
fazer mal ao organismo do homem, porque até então, nenhum ser vivo, fosse planta
ou animal, ou mesmo substância mineral, poderia fazer-lhe qualquer mal.
Estas alterações
na constituição de determinados seres foram introduzidas por Deus depois da
queda no pecado, em razão de a terra, o homem, a mulher, e a serpente terem
sido amaldiçoados.
Assim, aquela
árvore era uma prova para o homem. Ela era um teste da sua obediência.
Não que houvesse
qualquer coisa na árvore que fosse tóxica.
A árvore era
somente um teste.
E se o homem
comesse do seu fruto, o ato de desobediência seria o mal que ele
experimentaria.
E Deus o
amaldiçoaria então por causa daquela desobediência, e ele morreria.
E antes do
pecado, ainda que o homem não fosse um bebê, ele tinha a inocência de um bebê,
pois não conhecia nem o bem, nem o mal.
Mas no dia em que
comeu do fruto o homem e sua mulher perderam a inocência, e passaram a ter uma
consciência objetiva do mal a partir do momento que haviam desobedecido a Deus.
E assim, o
desfrutar da comunhão com Deus; a condição de habitar no maravilhoso jardim do
Éden, onde tudo era perfeito e agradável, dependeria de o homem vencer as
tentações do diabo, e permanecer em obediência a Deus, passando pela prova
dessa obediência que consistiria em não comer o fruto da árvore do conhecimento
do bem e do mal.
E para o homem
que vence o pecado e é obediente a Deus em tudo, o lugar da sua habitação é
eterno e maravilhoso, porque é isto o que Deus tem planejado para aqueles que O
amam, para que possam se encantar e desfrutar todas as Suas bênçãos em perfeita
comunhão com Ele.
E esta será
certamente a condição de todo cristão na glória, a de perfeita obediência a
Deus, conforme Ele lhes tem prometido.
E bem farão todos
aqueles que se esforçarem para caminharem de modo obediente a Deus, mediante a
Sua Palavra, por meio da graça do Senhor e do poder do Espírito.
Detalhes sobre a
Criação da Mulher (Gên 2.18-25)
“18 Disse mais o
Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe
seja idônea.
19 Da terra
formou, pois, o Senhor Deus todos os animais do campo e todas as aves do céu, e
os trouxe ao homem, para ver como lhes chamaria; e tudo o que o homem chamou a
todo ser vivente, isso foi o seu nome.
20 Assim o homem
deu nomes a todos os animais domésticos, às aves do céu e a todos os animais do
campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea.
21 Então o Senhor
Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então,
uma das costelas, e fechou a carne em seu lugar;
22 e da costela
que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem.
23 Então disse o
homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será
chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.
24 Portanto
deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só
carne.
25 E ambos
estavam nus, o homem e sua mulher; e não se envergonhavam.”
Nós vimos no
primeiro capítulo de Gênesis que Deus criou o homem à Sua imagem, e tendo feito
o gênero humano, homem e mulher, ordenou-lhes que se multiplicassem e enchessem
a terra (1.26-28).
Agora, o segundo
capítulo vai descrever o modo e o propósito da criação da mulher (2.18-25).
Apesar de haver
bilhões de pessoas na terra, todos viemos do relacionamento de um único casal
(Adão e Eva), e podemos considerar que apesar de muitos, somos participantes de
uma mesma família, designada por raça humana.
Deus poderia ter
criado todos os homens do mesmo modo que criou os anjos. Todos ao mesmo tempo,
e sem que houvesse necessidade de se reproduzirem. Mas Ele criou laços de
família para que as pessoas aprendessem a compartilhar a amizade, o amor, o
relacionamento, o serviço mútuo, no seio
familiar.
E os maridos
amariam suas respectivas esposas como Cristo ama a igreja, e as esposas também
amariam e respeitariam os seus próprios maridos.
Os filhos
honrariam e obedeceriam a seus pais.
E assim, dentro na
família, se aprenderia o amor, respeito, honra e obediência que são
principalmente devidos a Deus.
E o amor
praticado no seio familiar seria
estendido em auxílio e cooperação mútua entre as diversas famílias da
terra.
E a raça humana
seria um só corpo edificado no amor de Deus.
Como o pecado
impediu o cumprimento deste propósito com todas as famílias da terra, porque
não são poucos os que resistem à Sua vontade e ao que planejou para a humanidade,
Deus está formando uma grande família com pessoas de todas as tribos, povos e
nações, na qual cumprirá este Seu propósito eterno (Ef 2.9; 3.15).
Por isso Deus
disse depois de ter criado Adão que não era bom que o homem estivesse só, isto
é, solitário.
Ele deveria estar
em companhia de outras pessoas, especialmente de quem lhe fosse íntimo, e não
há maior relacionamento de intimidade do que o que há entre cônjuges, sendo
seguido pelo que há entre pais e filhos.
E Deus deu início
aos tipos de relacionamentos, criando o mais íntimo e desinteressado de todos
eles: o que há entre o homem e a mulher dentro do casamento.
Deus deu uma só
esposa para Adão que foi formada a partir da sua própria costela. Não criou
mais de uma, a partir daquela costela.
Poderia ter feito
mais de uma se o quisesse, mas revelou que o homem deve ser esposo de uma só
mulher, e a mulher, está ligada a um só marido, enquanto ambos viverem.
Os laços do
matrimônio são por isso indissolúveis,
enquanto viverem os cônjuges.
Este laço de
relacionamento é o fundamento de todos os deveres mútuos e obrigações do
matrimônio.
Então, enquanto o
laço permanecer, ninguém pode se abster legalmente de levar a cabo os próprios
deveres do matrimônio, nem proibir o seu desempenho.
A mulher não foi
criada porque Deus viu que o homem estava só. Não. A criação da mulher já fazia
parte do plano original de Deus de trazer as pessoas à existência através do
relacionamento conjugal.
Em Gên 1.27 a
palavra “homem” em “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem,”, é também “Adão”,
Adam, no original hebraico, que tem também o sentido de gênero humano,
incluindo tanto o homem quanto a mulher.
E assim, a mulher
seria uma “auxiliadora idônea” ao homem, porque com ela, associada ao homem,
Deus poderia dar pleno cumprimento ao Seu propósito de que o homem se
relacionasse com o seu próximo e o amasse, e se multiplicasse sobre a terra.
Esta auxiliadora
ou ajudadora, idônea ou satisfatória, no
hebraico é "êzer keneghdo", e
significa um ajudante como ele, ou correspondente a ele.
Alguém que é um
ajuste perfeito para o gênero humano ser capaz de reproduzir e governar toda a
criação, porque este governo geral foi dado a ambos, tanto ao homem quanto à
mulher (Gên 1.27,28).
Entretanto,
dentro do casamento, note bem: no matrimônio, Deus estabeleceu o marido como
cabeça, isto é como líder, em relação à esposa, e por isso fez a mulher a
partir do homem, e não o homem a partir da mulher.
Assim, estando
ainda no sexto dia da criação, depois de ter formado o homem do pó da terra,
Deus iria agora formar a mulher, fazendo a primeira cirurgia do mundo,
anestesiando o homem com um sono profundo para retirar uma de suas costelas, e
tornou a fechar o lugar com carne (Gên 2.21).
E quando Deus
trouxe a mulher ao homem este entoou a primeira canção de amor quando disse:
“Esta, afinal é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa,
porquanto do varão foi tomada.” (Gên 2.23).
O homem em sua
admiração e emoção foi levado a compor esta poesia.
Quanta alegria e
felicidade lhe trouxeram o encontro com Eva. E foi Deus quem criou e aproximou
o primeiro casal, e Ele continua ainda
aproximando casais pelo amor, especialmente quando oram a Ele lhe
pedindo isto.
E então ele lhe
dá um nome: “será chamada varoa", isto é, será chamada mulher, porque no
hebraico, homem é "ish", e mulher é "ishah".
Mas
"ishah" não é da mesma raiz hebraica de "ish".
Note que a
palavra homem ish possui a consoante hebraica yodh com som de “i” na pronúncia,
e a palavra mulher não possui este yodh, pois tem o “i”
pronunciado como vogal, que não aparece portanto no texto, porque o hebraico não possuía vogal no texto escrito.
Além disso,
possui em sua raiz, a consoante hê, sendo assim de raízes completamente
distintas.
A palavra
"ishah" vem de uma raiz que significa "suave, macio".
Esta foi a
primeira impressão dele sobre a mulher; ela era suave (Gên 2.23)
E quando Adão
procurou uma palavra para definir a mulher, ele a chamou de “suave”.
E isto estava bem
de acordo com o desígnio de Deus para a mulher, especialmente no seu papel
dentro do casamento e mesmo na sociedade.
E à vista da
satisfação do homem expressada na declaração que fez para a sua esposa, o
Senhor acrescentou o que deve ocorrer portanto com os filhos em relação ao lar
paterno, quando decidem se casar.
Eles devem deixar
pai e mãe e se unirem, tornando-se uma só carne. Isto é dito em Gên 2.24: “Por
isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só
carne.”.
Isto não
significa que abandonarão para sempre seus pais, que os rejeitarão em sua
condição de pais, ou que deixarão de honrá-los, mas isto significa que sairão
de debaixo da dependência paterna e dirigirão o seu próprio lar, assim como
seus pais edificaram o deles.
E outra coisa
importante que se aprende desta declaração de Deus em Gên 2.24 é que existe
somente uma forma aprovada de relacionamento sexual perante Ele: a do homem com
a mulher dentro do casamento.
E então há um
comentário final interessante no verso 25 de que "o homem e sua mulher,
estavam nus, e não se envergonhavam.”.
Veja que a
referência é: “e sua mulher”, indicando a condição matrimonial entre Adão e
Eva.
Eles estavam nus
e não estavam envergonhados porque não conheciam qualquer tipo de malícia.
Eles não sabiam
que os desejos sexuais poderiam ser usados para maus propósitos.
Eles não sabiam
que o desejo sexual pudesse ser pervertido e torcido.
Eles não tinham
um mínimo pensamento mau em suas imaginações.
Eles se amavam
profundamente, de modo íntimo mas respeitoso, sem mácula, sem agressividade,
sem dominação.
A vergonha é
produzida pela consciência do mal que possa existir em determinada coisa.
Nós sentimos
vergonha em nossas vidas como pecadores porque nós temos pensamentos maus,
porque nós temos desejos maus.
Mas isto não
existia antes da queda.
E havia uma
beleza maravilhosa naquele matrimônio sem qualquer mácula. Eles desfrutaram em
plenitude o que se recomenda em Hb 13.4: “Digno de honra entre todos seja o
matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e
adúlteros.”.
Deus os uniu, e
eles desfrutaram a alegria completa daquela relação.
A Queda do Homem em Razão do Pecado (Gên 3.1-7)
“1 Ora, a
serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus
tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de
toda árvore do jardim?
2 Respondeu a
mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer,
3 mas do fruto da
árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis,
para que não morrais.
4 Disse a
serpente à mulher: Certamente não morrereis.
5 Porque Deus
sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis
como Deus, conhecendo o bem e o mal.
6 Então, vendo a
mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore
desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido,
e ele também comeu.
7 Então foram
abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram
folhas de figueira, e fizeram para si aventais.”
A queda do homem
descrita no terceiro capítulo de Gênesis não é apenas a sua própria queda, mas
de todo o universo, porque mediante a sua queda toda a criação foi sujeitada à
maldição de Deus.
Tudo envelhece e
se corrompe pelo uso, desde então.
Tudo perdeu o seu
caráter eterno.
O pecado do homem
influenciou tudo o mais na criação.
Gênesis 3 revela
como a criação perfeita, boa, de Deus, se tornou corrompida e má.
Satanás, que
tinha sido expulso do céu por causa da sua rebelião, tentou Eva valendo-se de
uma serpente.
Ele entrou na
serpente e falou através dela.
Não é de se
admirar que tenha entrado na serpente, pois vimos Jesus permitindo que demônios
entrassem em porcos conforme lhe haviam rogado. Sem a permissão de Deus isto
não pode suceder, muito menos o ato de falar por meio dos agentes que possuem,
mas o fato é que isto foi concedido a Satanás, porque de outra sorte, a
obediência da mulher e do homem não poderia ser provada.
Este é um dos
motivos porque Deus não nos livra de todas as tentações.
Ele nos concede
poder e graça para resistir e não cair nas tentações, mas de modo nenhum nos
poupa, porque é exatamente por elas que a nossa fé, fidelidade, obediência,
perseverança, são provadas, e o nosso caráter fortalecido e confirmado no bem.
Ainda que Deus
mesmo a ninguém tente e nem possa ser tentado.
Mas Satanás em
seu ódio a Ele e a tudo o que criou, acaba servindo ao propósito de Deus de
colocar a nossa fé à prova para que se firme e cresça, por meio das tentações.
Satanás queria
conduzir Eva e Adão ao pecado. Ele queria fazer com que eles desobedecessem a
Deus. Ele queria corromper a criação boa de Deus.
E a estratégia
usada por Satanás é a mentira, ou o engano.
O que Satanás
precisa fazer para efetuar o resultado esperado por ele é criar uma mentira na
qual Eva creia.
Ele tem que enganá-la para que ela venha a pecar.
E por isso que
Jesus em João 8:44 chama Satanás de “pai da mentira".
Satanás mente
sobre o caráter de Deus, e ele mente sobre a Palavra de Deus.
E é nisso onde o
ataque dele se concentra inevitavelmente.
Satanás que caiu
e no momento que caiu levou um terço dos anjos juntamente com ele volta-se
agora para atingir a criação mais alta de Deus no mundo natural: o homem.
E ele se volta
para Eva disfarçado na serpente, como se fosse um "anjo de luz", de
acordo com 2º coríntios 11:14. Ele quer que você acredite que ele está lhe
contando a verdade, e que o Deus da Bíblia é mentiroso.
Essa é a sua
estratégia. Se ele pode conseguir que você creia que o caráter de Deus não pode
ser confiável e, na Palavra de Deus como não sendo a verdade, e portanto não
digna de ser aceita e confiada, mas que nele você pode confiar, naquilo que
está afirmando, então ele alcança a sua meta.
Ele conseguiu que
Eva duvidasse do caráter de Deus, duvidasse da palavra de Deus, e acreditasse nele,
Satanás.
Satanás chega a
Eva argumentando que se ela lhe ouvisse experimentaria alegrias das quais Deus
gostaria de privá-la.
Ele se esforça
para que Eva rebaixe o conceito de Deus na visão dela, e então viesse a descrer
na palavra de Deus, e a dar crédito não àquilo que Deus afirmou, mas àquilo que
lhe apontava o seu próprio desejo e sentimentos.
E Satanás disse à
mulher: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?”. Como
a dizer sutilmente: “Reflita sobre o significado real desta ordem. Ela é
razoável? Você tem liberdade para questionar Deus; você tem liberdade para
duvidar de Deus; você tem liberdade para desconfiar de Deus.”
E isso conduziu
Eva à desobediência.
Quando fazemos a
suposição de que aquilo que Deus disse está sujeito ao nosso julgamento, nós
estamos a um passo de pecar, nos tornando desobedientes e incrédulos.
E toda
transgressão da vontade de Deus, todo pecado, traz em seu bojo esta idéia da
relativização dos mandamentos de Deus, do questionamento ainda que indireto da
Sua vontade soberana.
Assim Eva é
deslocada da firme posição de estar seguramente confiada na soberania de Deus
para a sua provisão pessoal, para a de fazer valer aquilo que passaria a
considerar como seus direitos.
Satanás
conseguira o seu intento, fazendo com que pensasse que a sua liberdade estava
sendo tolhida, que Deus lhe estava impondo restrições.
Colocou um desejo
em seu coração e agora ordena que não o satisfaça. Qual é a lógica que há
nisso?
A da cruz que
estava oculta aos olhos de Eva.
A nossa vontade
deve ser submetida a Deus. Importa que seja feita a vontade dele e não a nossa,
ainda que seja muito grande o nosso desejo de ser ou obter algo.
A cruz trata com
o eu, e impõe o tom correto aos nossos desejos, fazendo com que deixemos que
sejam governados pelo Senhor e não pela nossa própria vontade.
O que o Senhor
tem dito que é lícito e conveniente faremos, mas o que nos é vedado, ou mesmo
que sendo lícito, seja inconveniente, isto não faremos, assistidos pela Sua
graça que opera em nós, enquanto sujeitos à Sua santa vontade.
Mas Eva e lembrou
que havia uma penalidade atrelada ao ato da desobediência.
Ela disse para
Satanás que não deveria comer ou tocar no fruto da árvore que estava no meio do
jardim, para que não morresse.
E observando que
já havia conseguido o intento de lançar a dúvida no coração da mulher em
relação à verdade da Palavra de Deus, Satanás foi ousado e direto contrariando
diretamente a afirmação daquilo que Deus havia dito, diizendo: “é certo que não
morrereis”, e para gerar convicção em Eva apresentou um argumento para sua
afirmação: “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os
olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.”. (Gên 3.3,4).
E o resultado
imediato está relatado no verso 6: “Vendo a mulher que a árvore era boa para se
comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe
do fruto e comeu, e deu também ao marido, e ele comeu.”.
E o admirável
nisto tudo é que apesar de Eva ter conhecido o caráter de Deus, tendo
experiência do Seu amor e bondade, ela deixou que o seu desejo falasse mais
alto e não questionou Satanás em nada do que ele disse, e não levantou qualquer
suspeita sobre as afirmações que ele estava fazendo; ainda que ela não soubesse
que estava falando com um anjo caído, com o arqui Inimigo de Deus.
Seria de se
esperar que ela partisse em defesa de Deus, de Seu caráter, de Sua Palavra, e
que permanecesse fiel e obediente à Sua vontade.
Mas não é
exatamente isto que se espera também de nós quando confrontados pela tentação e
pelas cobiças que operam na nossa carne?
Assim, o ponto é
este: se o que fazemos não é completamente, de todo o coração, sem reservas, confiando
na sabedoria e bondade de Deus, nós estamos em dificuldade. Nós pecamos.
E Eva pecou, não
quando ela comeu. Ela pecou quando ela deixou de acreditar que Deus era bom e
somente bom. E que importava ser obedecido em tudo. Mas se achamos que pode haver
alguma falha no caráter de Deus, é bem provável que não confiemos inteiramente
na Sua Palavra.
Antes do pecado
ela poderia ter resistido a tudo pela graça divina que lhe seria concedida caso
obedecesse à Palavra, sem a dificuldade que todos nós temos depçois que o
pecado entrou no mundo, porque, uma vez estando debaixo do seu senhorio, ele é
muito mais forte do que a nossa própria vontade.
O que queremos
dizer é que Eva não tinha tanta impulsão para desobedecer no ato da
desobediência original, quanto a que passou a ter depois que pecou, e
juntamente com ela toda a humanidade, em razão do domínio e habitação do pecado
em nossa natureza terrena.
O pecado que
reina na carne luta contra a nossa mente e diz que não é o que Deus quer que
importa, mas o que nós queremos.
Todo pecado em
nós dá boa acolhida às mentiras de Satanás: de que há prazer lá fora; que há
satisfação lá fora; que há diversão lá fora; que há alegria lá fora; que o
mundo tem tudo o quanto possa nos satisfazer; e que Deus está sempre tentando
nos restringir.
E nós pecamos
quando pensamos que por causa de Deus estamos perdendo a nossa possibilidade de
sermos livres e felizes.
E temos dado
crédito à mentira de Satanás quando afirma ousadamente que Deus é um mentiroso
ao declarar que o salário do pecado é a morte, e afinal temos pecado e não
temos morrido. Satanás cria a falsa idéia de que não há e não haverá qualquer
julgamento contra o pecado.
Esquecidos que já
estamos naturalmente julgados e mortos espiritualmente falando, porque não temos
real comunhão com Deus, a menos que Ele nos redima em Jesus Cristo.
Assim Eva não
chegou a conhecer o bem e o mal do modo que ela pensou que conheceria, isto é,
tal como Satanás lhe mentira, dizendo que seria na exata forma como Deus os
conhece.
Deus conhece o
bem e o mal, guardadas as devidas proporções, pois que seu conhecimento é
perfeito e onisciente, do modo que um cirurgião de câncer sabe sobre o câncer
que é muito diferente do modo que um paciente o conhece.
E como Eva
conheceu o mal ?
O mal estava no
coração de Eva.
Ela não conheceu
o mal por algum efeito mágico na fruta, mas conheceu o mal no seu próprio
coração.
Ela tinha
desconfiado do caráter de Deus. Ela tinha impugnado os motivos de Deus, e ela
tinha desobedecido a Palavra de Deus.
Desde então, o homem ainda procura cobrir a vergonha
do estado pecaminoso da sua alma, não mais com vestes de figueira, mas com
apanágios psicológicos, com sistemas positivistas de pensamento, com sistema de
auto-ajuda que procurem elevar a sua auto- estima.
Mas perguntamos, qual é a eficácia destas coisas
para limpar um coração corrompido pelo pecado, e de uma má consciência, que são
as fontes onde residem e de onde brotam de fato, todos os nossos sentimentos de
fraquza, insucesso e toda sorte de perturbações da alma e do espírito?
Vestes de figueira não
cobrirão a vergonha da sua nudez diante de um Deus santo e temível.
Esconder-se atrás das
árvores, não mais do jardim do Éden, mas de uma má consciência, para fugir da
presença de um Deus amoroso e fiel que nos busca para nos resgatar da condição
má em que nos encontramos em nossa própria natureza, continua sendo um
sentimento universal, produzido pelo pecado original.
Por isso o caminho de
volta para Deus, para o reino dos céus, desde o Éden e para sempre, deverá ser
feito por meio de violência, ou seja, por esforço deliberado para o exercício
de fé e obediência e sujeição ao Deus que nos procura para ter comunhão
conosco.
E então mais adiante vemos
Adão não assumindo a sua culpa de modo responsável, ao contrário ele lançou a
culpa no próprio Deus e não em Eva. Ele não disse “Essa mulher que me levou a
fazer isto”, mas “a mulher que você me deu”. Em outras palavras: a culpa é sua
por ter criado e me dado esta mulher.
Não houve o mínimo
arrependimento traduzido em atitude voltada para a mudança e correção do erro,
pela aceitação responsável do erro, pelo reconhecimento sincero da culpa e pela
confissão da maldade.
Mas ao contrário disto
vemos vergonha, fuga, desculpa esfarrapada. E então Deus pronuncia uma maldição
neles. Deus os amaldiçoou. E o universo inteiro sentiu as conseqüências desta
maldição.
E então ambos foram
expulsos do jardim.
Deus deixou uma porta
aberta para que o pecador pudesse entrar por ela na Sua presença. Cristo é esta
porta e não há nenhuma outra para tal propósito.
Deus pode perdoar os
pecadores em Cristo. E não é maravilhoso saber isso, que apesar da realidade de
tudo aquilo que somos, que Deus perdoa os pecadores? Essa é a glória do
evangelho.
Deus colocou nossa
iniqüidade em Cristo. Grande realidade. Ele carregou nossos pecados no Seu
próprio corpo. Ele foi feito pecado por nós, e assim Deus O castigou no nosso
lugar, para que possamos ser levantados da queda a que nos sujeitou Adão em
razão do pecado.
O homem foi criado em estado
perfeito por Deus e foi colocado no topo da criação. Mas o pecado o derrubou
das alturas em que havia sido colocado por Deus, mas pela Sua exclusiva graça e
misericórdia, Ele tem levantado os pecadores que crêem por intermédio de
Cristo, para que estejam para sempre, em Sua santa presença.
Confrontação no
Éden (Gên 3.8-13)
“8 E, ouvindo a
voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o homem e
sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
9 Mas chamou o
Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás?
10 Respondeu-lhe
o homem: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me.
11 Deus
perguntou-lhe mais: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste da árvore de que te
ordenei que não comesses?
12 Ao que
respondeu o homem: A mulher que me deste por companheira deu-me a árvore, e eu
comi.
13 Perguntou o
Senhor Deus à mulher: Que é isto que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente
enganou-me, e eu comi.”
Devemos aprender
do que Deus fez no Éden logo depois que o primeiro casal pecou. Aprender do
diálogo que Ele teve com o homem e com a mulher logo depois da queda, e que
antecedeu o proferimento da maldição da serpente, da mulher, do homem e da
terra por causa do pecado.
Quando Deus
confrontou Adão e Eva no Éden depois da queda, e os amaldiçoou, bem como a
serpente e toda a terra, não foi por um pequeno motivo.
O pecado
conturbaria o propósito de Deus para a criação.
A humanidade
sujeitada ao pecado e ao diabo passaria a ser, destrutiva, mentirosa, assassina
das coisas boas e eternas, que Deus
havia criado e especialmente aquelas que estavam sendo cultivadas no espírito
do homem, como o amor, a bondade, a paz, a alegria, o domínio próprio, enfim,
todas as virtudes que fazem parte do caráter do próprio Deus.
E quando Adão e
Eva ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia,
esconderam-se da Sua presença entre as árvores do jardim (Gên 3.8).
Isto representava
uma mudança dramática no relacionamento deles com Deus.
O endurecimento
produzido pelo pecado se revelou no conteúdo e no modo das respostas que ambos
deram a Deus, quando foram confrontados por Ele.
Nenhum dos dois
mostrou arrependimento ou lamentou pelo que haviam feito.
Não demonstraram
tristeza diante de Deus.
Não assumiram a
própria culpa declarando-se culpados, ao contrário, deram respostas evasivas e
com troca de acusações.
O pecado faz com
que atribuamos os nossos fracassos a outros e não a nós mesmos.
Faz com que
tentemos nos justificar condenando a outros.
E foi o que Adão
e Eva fizeram quando foram confrontados por Deus. Eles haviam duvidado da
bondade de Deus, e agora, no estado de pecado não creram, não confiaram na Sua
graça e misericórdia para serem perdoados através do arrependimento e confissão
da sua culpa.
Assim, eles
ofenderam duplamente a Deus, quando fugiram da Sua presença, quando ouviram a
Sua voz no jardim.
Eles o
consideraram como alguém mal e disposto a destruí-los, e foi por isso que
fugiram.
Eles tiveram medo
de Deus porque viram que estavam nus.
Tinham vergonha
de estarem nus, porque agora estavam sendo dominados por maus pensamentos.
E eles conheciam
a santidade e pureza de Deus.
Na verdade eles
queriam evitar Deus, se fosse possível. Mas o Senhor não os deixou entregues à
própria sorte, e veio confrontá-los e prestar contas juntamente com eles dos
atos que haviam praticado e das coisas que estavam sentindo.
Eles estavam
endurecidos pelo pecado, conforme demonstraram em suas atitudes e respostas, e
de nada adiantaria Deus argumentar com eles para convencê-los acerca da Sua
graça e misericórdia.
Aquela era a hora
das trevas, Satanás havia triunfado em seu intento de induzir o homem e a
mulher ao pecado, e não restou a Deus senão a alternativa de punir o pecado, naquele
momento, com a morte espiritual, pela quebra da comunhão de Adão e Eva com Ele,
e pela punição da falta com o proferimento de maldições, e com a expulsão do
homem e da mulher do jardim.
O pecado
manifestou a sua face terrível e o seu poder de manter escravizada a alma
humana.
Uma vez debaixo
da escravidão do pecado, o homem fica dependente de que Deus use os meios de
graça necessários para conduzi-lo ao arrependimento, para que possa ser
libertado.
E somente o poder
da graça de Deus pode libertar o homem da escravidão do pecado.
Somente o Filho
Unigênito de Deus pode libertar aqueles que são escravos por natureza deste
inimigo terrível que conduz o homem tanto à morte física, quanto espiritual e
eterna.
O pecado é como
um vício terrível ligado à alma humana, e do qual o homem não pode se livrar
por si mesmo.
Ele pode entender
que o que tem feito é errado.
Pode sentir
vergonha da sua condição em pecado, tal como Adão e Eva sentiram.
Pode reconhecer
que Deus é santo e que não pode estar em comunhão com Ele enquanto estiver
escravizado ao pecado.
Pode saber que há
um julgamento de Deus sobre o pecado.
Pode sentir a sua
consciência culpada.
Pode fazer
resoluções de mudar sua vida e deixar de fazer as coisas erradas que faz, mas
não pode parar de pecar, nem pode se arrepender honestamente, porque o poder do
pecado é maior do que todos os poderes que existem na natureza humana.
Somente o poder
de Deus pode vencer o pecado.
E para tanto, o
homem deve se sujeitar a Deus.
Deve pedir-lhe
humildemente que o ajude a se livrar dessa escravidão que é mais forte do que
tudo o que há no mundo.
Por isso a Bíblia
indica ao homem qual é o caminho que ele deve seguir para obter o favor, a
graça de Deus. Ele deve lamentar, chorar as suas misérias humildemente diante
do Senhor, esperando que Ele estenda a Sua mão poderosa, e o liberte e o
abençoe.
Adão e Eva
tentaram cobrir a vergonha da sua nudez com folhas de figueira, mas isto não
foi suficiente, porque a nudez do pecado é sentida no coração, e não pode ser
acobertada.
Somente pela fé e
pelo arrependimento é que pode ser coberta pelo sangue de Jesus.
Não há outro modo
para se livrar da culpa do pecado, e alcançar uma boa consciência diante de
Deus.
Conseguimos esta
boa consciência pela certeza de que fomos de fato perdoados de todos os nossos
pecados e que toda a nossa culpa foi removida, pelo sacrifício de Jesus, para o
ato de justificação que nos reconciliou para sempre com Deus.
Aquele foi o pôr
de sol mais triste já testemunhado pela história do mundo.
Pois foi naquele
entardecer que a criação foi amaldiçoada por Deus.
E foi quando a
amizade foi rompida e toda a humanidade passou a estar debaixo da ira de Deus.
A ira do
julgamento do pecado que sujeitou o homem à morte, tal como havia sido alertado
anteriormente.
As trevas do
pecado receberam a justa sentença divina, e somente por meio do sangue de
Jesus, o homem poderia voltar a ter paz com Deus.
“O Filho do homem
veio buscar e salvar o perdido.” (Lc 19.10).
O próprio Jesus
proferiu estas maravilhosas palavras quando se referiu à conversão de Zaqueu, o
publicano.
E esta missão de
buscar o pecador perdido começou no jardim do Éden, quando o Senhor Deus veio
ao encontro de Adão e Eva depois de terem caído no pecado.
Como Ele lhes
havia alertado que no dia em que eles O desobedecessem comendo o fruto, que
lhes havia proibido, eles certamente morreriam, é bem provável que ambos tenham
pensado que seriam aniquilados pela ira de Deus quando Ele os encontrasse, e
por isso fugiram da Sua presença e tentaram se esconder entre as árvores do
jardim.
Mas Deus veio
buscar o pecador escondido.
E aqui nós
achamos a primeira visão da graça, a primeira expressão de misericórdia, a
primeira indicação de que poderia haver uma possibilidade para a reconciliação.
No verso 9 nós
lemos: “E chamou o Senhor Deus ao homem, e lhe perguntou: Onde estás?”.
Isto não é
certamente o que se poderia imaginar, porque se eles desobedecessem a Deus,
eles iriam morrer, e pensamos em algum ato imediato de julgamento divino caindo
sobre as cabeças deles. Mas ao invés, nós achamos Deus iniciando uma
confrontação que começa de uma forma muito branda.
Aqui está
revelada pela primeira vez a verdade do
evangelho: Deus busca o pecador e lhe pergunta onde ele está.
Há uma sentença
de morte sobre o pecador, mas Deus vem buscá-lo para que possa ser salvo desta
condenação.
O homem está
morto em seus pecados, mas Deus vem buscá-lo para que tenha vida, e a tenha em
abundância. E Deus ainda busca os pecadores.
A nossa própria
consciência nos acusa e condena acerca do fato de sermos pecadores.
E Satanás é o
grande acusador que nos aponta os nossos pecados e tenta nos fazer sentir que
Deus não tem qualquer misericórdia para pessoas corrompidas pelo pecado como
nós.
Mas neste ato de
busca de Adão e Eva, depois de terem pecado, Deus revelou a grande mentira do
diabo, e o quanto a nossa própria consciência sujeita ao pecado nos engana e é
uma má consciência nos dizendo que não podemos ter confiança em que Deus possa
ser bondoso e perdoador em relação a nós, um a vez tendo nós lhe ofendido de
maneira tão terrível com os nossos pecados. Seria de se esperar vingança e
ressentimento e não oportunidade e perdão.
Mas a graça
superabundou onde abundou o pecado. A graça se revelou infinitamente rica, pela
primeira vez, por Adão e Eva terem sido poupados pela longanimidade de Deus,
apesar de não terem manifestado qualquer tipo de arrependimento em relação ao
seu pecado.
A graça reteve
a destruição deles.
Quando Deus
perguntou a Adão onde ele estava, ele não o fez porque não soubesse onde ele
havia se escondido, pois Ele sabe tudo, Ele é onisciente. Ele sabia onde Adão
estava. O que Ele queria era que Adão reconhecesse a sua condição atual, e
que confessasse o seu pecado, porque é
Deus misericordioso, compassivo, longânimo, perdoador, e estava manifestando
estes seus atributos a Adão de forma que ele pudesse achar lugar para o
arrependimento.
A palavra
"chamou", “ikrrá”, no mesmo versículo (3.9), “Chamou o Senhor Deus ao
homem”, significa no hebraico o ato de chamar alguém para uma prestação de
contas. É usada em várias passagens do Velho Testamento como por exemplo em Gên
12.18; 20.9; 26.9.10. Dt 25.8. Deus chama Adão para responder por seus atos
perante Ele, mas é uma aproximação bastante compassiva.
Antes do pecado,
Adão falava somente a verdade e amava somente a verdade, mas o engano havia
entrado agora no seu coração. Ele não consegue ser inteiramente honesto em
dizer em plena sinceridade a Deus tudo o que estava sentindo e pensando.
O pecado tem esta
característica de levar o homem a ser indulgente para com as suas faltas, e ser
parcial na justa avaliação delas.
E Adão não sentiu
repulsa pelo seu pecado. Não ficou entristecido pelo fato de ter desagradado
Aquele que tanto o amava e que lhe manifestava diretamente este amor todas as
vezes que ia ter com ele no jardim.
E Adão não ficou
horrorizado com o próprio pecado, ao contrário ele ficou horrorizado com Deus
porque teve medo de Deus.
Ele teve medo das
conseqüências, mas não teve nenhum temor em relação ao mal que havia
aprisionado a sua mente e coração.
Depois de ter
confrontado Adão, Deus confrontou Eva: “Disse o Senhor Deus à mulher: Que é
isto que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.”. Adão
não tentou proteger Eva. E cabia a ele, no casamento, a função de proteger a
sua esposa.
Ao contrário, ele
direcionou a atenção de Deus para ela, procurando achar alívio na sua própria
responsabilidade.
Ele fez, como se
costuma dizer popularmente: “tirou o corpo fora” e lançou toda a carga sobre
sua esposa.
Aquela relação
maravilhosa que havia antes do pecado foi inteiramente torcida.
E do mesmo modo
que fez com Adão, Deus deu à mulher uma oportunidade para arrependimento quando
lhe perguntou o que ela havia feito.
Mas, tal como o
seu marido, a mulher não assumiu a sua culpa, e a jogou inteiramente sobre a
serpente.
E pensou que
poderia ser justificada perante Deus pelo fato de ter sido enganada pela
serpente. “A culpa é toda do diabo.”.
É o que muitos
pensam erroneamente. Há mesmo cristãos que pensam que tudo o que fazem de
errado não é por causa do seu próprio pecado, mas que é sempre por causa do
diabo.
“Foi o diabo que
me fez fazer aquilo. Não fui eu o culpado. O culpado foi o diabo!”.
É muito comum se
ouvir isto. Ainda que não se possa inocentar o maligno que veio realmente
roubar, matar e destruir, sendo ele o pai da mentira, nem por isso, não podemos
transferir a responsabilidade pelos nossos maus pensamentos e atos inteiramente
para a conta de Satanás.
Como afirma
Tiago: “Cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e
seduz.” (Tg 1.15).
O homem é
inteiramente responsável por todos os seus atos. A cura está portanto em
exatamente reconhecer esta responsabilidade e confessá-la a Deus. Porque isto é
a verdade quanto à nossa condição em relação ao pecado. E é portanto somente
confessando a própria culpa que se pode achar o favor e graça de Deus.
A Maldição da
Serpente (Gênesis 3.14,15)
“14 Então o
Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás tu dentre
todos os animais domésticos, e dentre todos os animais do campo; sobre o teu
ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.
15 Porei
inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência;
esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”
Satanás conseguiu
se prover de filhos espirituais através do êxito do seu propósito em tentar a
mulher a pecar, e ao conseguir com que esta também convencesse o seu marido a
comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.
O descendente da
mulher que ferirá a cabeça do diabo é sem qualquer sombra de dúvida o Senhor
Jesus, que sendo Deus, foi concebido no ventre de Maria para vir a este mundo
destruir as obras do diabo, esmagando a sua cabeça.
Este ato de
esmagar a cabeça da serpente, seria feito através de um ferimento “do
calcanhar” do Senhor pelo diabo, a saber a humilhação, perseguição que foi
permitido que o diabo lhe fizesse, e que culminou com a Sua morte na cruz; e
não somente isto, esta ferida que é produzida no calcanhar pelo diabo, na
descendência bendita da mulher, é também feita naqueles que são de Cristo.
Satanás se proveu
de uma descendência em toda a humanidade, por meio do pecado, mas Deus prometeu
levantar desta descendência muitos que seriam inimigos do diabo, e não seriam
mais seus descendentes, porque viria Aquele que lhe esmagaria a cabeça, e lhe
despojaria do seu poder sobre todos os homens, de maneira que aqueles que se
unissem ao Redentor, seriam livrados do seu senhorio maligno.
Por isso, há uma
maldição sobre os animais, e especialmente sobre a serpente, como conseqüência
do pecado do homem, e há também uma maldição específica sobre Satanás, por ter
a sua cabeça esmagada pelo descendente da mulher, que é Cristo.
Nós temos a
partir destes versículos de Gênesis, o começo da maldição divina. Nós temos a
maldição que Ele proferiu sobre a serpente; que é sobretudo a maldição de
Satanás.
É importante
verificar que Satanás foi lançado juntamente com muitos demônios à terra,
depois que eles se rebelaram no céu, e muitos demônios foram colocados em
cadeias num lugar que a Bíblia chama de abismo.
E eles ainda
permanecem lá.
No tempo do fim,
no período da Grande Tribulação, um grande número deles será libertado para
afligir os homens que estiverem vivendo sobre a terra. É possível que Satanás e
os demônios que atuam na terra também estivessem no abismo, antes de o Senhor
criar os céus e a terra, e foi permitido a estes saírem do abismo para
cumprirem pelo menos dois grandes propósitos de Deus: O primeiro de trazer um
julgamento sobre eles, através do agravamento do pecado deles, por ter Satanás
tentado o primeiro casal a pecar contra Deus, fazendo com que a criação ficasse
sujeita à vaidade, e também por toda a sorte de males que eles praticam sobre a
terra, especialmente em relação aos homens, e por terem também atuado para
levar Jesus à cruz.
Isto tudo agravou
sobremaneira o juízo deles, pois Deus propiciou com que ficasse exposta à vista
de todos os seres celestiais e dos homens, a excessiva malignidade de Satanás e
de todos os anjos caídos.
E foi portanto,
pela morte de Jesus na cruz, que eles não somente ficaram despojados do domínio
completo sobre aqueles pelos quais o Senhor morreu, e que nEle crêem, como
também ficaram sujeitos ao desprezo pela vitória de Jesus na cruz (Col
2.14,15).
O segundo
propósito é o de que Satanás e os demônios que estão na terra, operam como
agentes de provação da obediência dos homens, e são também os executores de
juízos sobre os desobedientes que lhes são entregues para destruição da carne.
Deus não pode ser
tentado pelo mal, e a ninguém também pode tentar, porque é absolutamente puro e
santo, e desta forma, Satanás e os demônios atendem bem ao propósito de provar
a fidelidade do coração dos homens, por tentar seduzi-los à prática do mal.
Evidentemente,
isto não esgota tudo o que Deus intentou em Sua sabedoria e soberania, quando
fez com que os homens sobre a terra tivessem que ter a companhia de Satanás e
de demônios, que mesmo sendo indesejável para aqueles que amam e temem ao
Senhor, acabam cooperando indiretamente para o aperfeiçoamento do seu caráter,
nas lutas que têm que empreender contra os poderes das trevas.
Satanás,
certamente, tanto quanto o próprio homem a quem tentou, não sabia, não conhecia
tudo o que estaria implicado naquele ato de tentação do primeiro casal. Ele
jamais imaginaria tudo o que seria colocado em curso por Deus para cumprir os
Seus eternos propósitos tanto no que se refere à redenção do homem, quanto à
manifestação da glória da Sua graça, quanto aos juízos que Ele traria sobre o
próprio diabo.
Satanás pensou
que poderia estragar completamente a criação de Deus, levando o primeiro casal
a cair no pecado. Mas Ele não sabia que tudo já estava previsto nos conselhos eternos
de Deus, e que Ele tinha um plano maravilhoso para ser colocado em
prática.
E é interessante
observar que na palavra mesma de maldição que Deus proferiu sobre a serpente
estava embutida a promessa do Salvador.
A maldição
distintiva da serpente teve também o propósito de que ela se tornasse um
símbolo, uma lembrança constante para o homem, da queda e da condição
amaldiçoada do próprio Satanás, que se identificou com a serpente, e que é por
isso chamado na Bíblia por este nome, como em Apo 12.9; 20.2; II Cor 11.3, por
exemplo.
Satanás disse em
seu coração: “Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu
trono, e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte;
subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.” (Is
14.13,14). Entretanto, Deus que tudo sabe, conhecendo-lhe estes pensamentos
íntimos proferiu a seguinte sentença sobre ele: “Contudo serás precipitado para
o reino dos mortos, no mais profundo do abismo,” (Is 14.15).
Satanás será de fato
lançado no abismo por ocasião da volta de Jesus (Apo 20.1-3), e será lançado no
lago do fogo e enxofre, no final do
milênio (Apo 20.10).
Satanás jamais considerou, quando pensou que teria
estragado para sempre, o plano de Deus de ter muitos filhos como Jesus Cristo,
com a sua tentação de Eva, porque sabia que havia uma sentença de morte para o
caso de desobediência ao mandamento de Deus, caso comesse do fruto proibido,
que daquela sentença de morte, Deus traria ainda vida, e vida em abundância ao
homem morto espiritualmente em seus delitos e pecados.
Jamais o diabo cogitaria que o próprio Deus pagaria
na pessoa de Seu Filho, o preço exigido para a redenção do pecado e a remoção
da morte do mundo.
A morte seria vencida pelo autor da vida, com a Sua
própria morte, e como Satanás poderia cogitar um tal plano de redenção em que o
próprio Deus se disporia a morrer por amor ao homem, e ainda por cima, de um
homem agora corrompido pelo pecado, e transgressor dos mandamentos de Deus?
O diabo não podia pensar que um Deus tão elevado,
poderoso, glorioso e majestoso, se humilhasse e se dispusesse a tal ponto de
assumir a forma de homem e de servo, para morrer em tal condição, em favor de
míseros pecadores.
Satanás estava
cheio de ódio contra Deus por ter sido expulso para sempre do céu, e por ter
recebido uma sentença de morte espiritual eterna. E jamais poderia imaginar que
Deus pudesse perdoar transgressores da Sua vontade tal como ele, a saber, o
diabo.
Então, ao atacar
a criação perfeita na pessoa de Eva, ele tencionava atacar o próprio Deus.
Ele já havia
enganado e arrastado a muitos anjos juntamente com ele, enquanto ainda se
encontrava no céu. E agora procuraria produzir estragos na criação de Deus na
terra.
E na verdade, ele
continua operando incansavelmente neste seu trabalho, procurando produzir tudo
o que está ao seu alcance para trazer miséria, destruição e corrupção ao mundo
e a tudo o que ele contém.
Com isto ele está
agravando e em muito a sentença de condenação contra ele, e ele sabe muito bem
disto.
Até o momento do
proferimento da maldição não havia nenhuma luta entre o homem e o diabo. Adão e
Eva tinham seguido a Satanás. Não havia nenhuma hostilidade entre eles. Não
havia nenhuma inimizade lá. E não é dito que eles fugiram da serpente depois da
queda procurando se esconder do diabo. Ao contrário é dito que fugiram da
presença de Deus tentando se esconder entre as árvores do jardim. E o diabo
deve ter se regozijado antecipadamente num triunfo pleno que ele de fato não
chegaria a ter, pois não imaginava que Deus se proveria de muitos filhos,
incontáveis como as estrelas do céu, dentre os pecadores caídos.
Na maldição
proferida por Deus contra Satanás, há uma possível profecia indicando a futura
conversão de Eva. O diabo pensou que teria Eva do seu lado para sempre, mas
quando Deus lhe disse que Ele colocaria uma profunda inimizade entre a mulher e
o diabo, pode estar também incluída aqui a conversão de Eva.
Ela, por um
momento, havia se tornado inimiga de Deus por causa do pecado, mas ela poderia,
pela misericórdia e graça de Deus vir a se converter e assim voltar a ter
comunhão com Deus, e consequentemente ser inimiga do diabo.
Temos nas
palavras de Eva proferidas em Gên 4.1, em que tributou glória a Deus no
nascimento do seu filho primogênito, Caim, uma indicação desta sua possível
conversão: “adquiri um varão com o auxílio do Senhor.”.
E depois de Caim
ter assassinado Abel, a mesma Eva viria a declarar em relação a nascimento de
sete: “Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou.”
(Gên 4.25).
Há nestas
palavras algum indício de inimizade contra Deus?
Ao contrário,
parecem ser palavras de quem tinha o temor do Senhor.
E estas foram
palavras proferidas por Eva depois da maldição da serpente.
Que duro golpe
não seria para Satanás a conversão de Eva, e quão duro golpe é para ele a
conversão de todos aqueles que ele consegue enganar por algum tempo mantendo
debaixo da sua influência na condição de inimigos de Deus.
É possível que
até o próprio Adão tenha se convertido a Deus, porque vemos Abel sendo temente
a Deus e agindo de acordo com as ordens de Deus, e provavelmente todos os
primeiros descendentes de Adão e Eva aprenderam acerca da bondade e do amor de
Deus através do relato de seus pais.
A Maldição da Mulher
(Gên 3.16)
“E à mulher
disse: Multiplicarei sobremodo os
sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo
será para o teu marido, e ele te governará.” (Gên 3.16).
Deus estava projetando
originalmente que as mulheres teriam fillhos e que esses filhos trariam às
mulheres tristeza e dor física, tristeza na
hora do nascimento, e então tristeza assistindo a luta daquele pequeno
ser, contra todas as ameaças que vêm contra a sua vida e todas as coisas que
podem afligir e quebrar o coração de uma mãe.
O desígnio original de
Deus era isso? Não. Tudo isso é parte da maldição. Isso é o que Gên 3.16 está
dizendo. Isso faz parte da maldição; isso não faz parte do desígnio original de
Deus.
A
mulher foi amaldiçoada na esfera do seu trabalho, na esfera da sua vida; na
relação com os filhos e o seu marido.
As
dificuldades com os filhos e as dores que se
sofre nesta área, a dor física e emocional e às vezes uma dor espiritual
profunda, e a luta com o marido, não fazia parte do que Deus pretendeu no
princípio.
Isso é
um resultado do pecado, e da maldição que Deus fez a Eva.
Isto
lhe viria como consequência do pecado.
A primeira parte da maldição é em relação aos
filhos. A segunda parte está relacionada ao marido. Nesta primeira parte, é
dito literalmente: "'Em dor você terá os seus filhos”. E na segunda parte:
“o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará.”.
Assim, as mulheres foram amaldiçoadas para sofrerem
nas duas relações mais significativas da maioria delas, a saber, relacionamento
com os filhos e relacionamento com os maridos.
Esses realmente são os dois reinos nos quais as
mulheres geralmente acham a sua vida, porque a maioria delas está vocacionada
por Deus para ser esposa e mãe.
Deus
criou Adão e Eva, originalmente no jardim em perfeição e sem pecado.
Deus
falou com a mulher com a maldição que foi destinada a ela para servir como uma
lembrança constante do seu pecado.
E é em
princípio uma lembrança para todas as mulheres do horror do pecado, não para
acusação, mas para reconhecimento da condição de pecado, para que haja
confissão, arrependimento e salvação, porque sem o convencimento do pecado, não
se pode receber a graça que liberta do pecado.
Podemos
dizer então que a maldição no caso da mulher e do homem, não foi para o mal,
mas para uma boa finalidade, a saber, a da redenção da humanidade.
A mulher quer ter pfaz, alegria, amor e harmonia no
relacionamento com seu marido e filhos, mas para tê-lo, depois do pecado,
deverá buscar tudo isso vivendo para Cristo.
Se ele não edificar o lar, em vão será todo o seu
trabalho e esforço em tal sentido, porque somente Cristo pode libertar do poder
e escravidão do pecado, que impede um viver abençoado em plenitude.
Isto quer dizer que a vida da mulher que está
vencendo os efeitos da maldição que há no mundo é marcada por fé em Deus, por
amor sincero a Deus, por santificação, pureza de vida e domínio próprio.
Esta é a marca com que uma mulher piedosa produzirá
filhos piedosos. E com isso a sua dor será grandemente reduzida, pela bênção de
Deus em sua vida, neste mundo de trevas.
Entretanto, como já dissemos, nem toda dor,
sofrimento, decepção, serão retirados, pois não há quem não peque e que não
necessite da disciplina e da instrução do Senhor.
Como aprenderemos humildade e paciência se não
formos contraditados, injustiçados, perseguidos, desamparados?
Como experimentaríamos a realidade do cuidado de
Deus se não tivéssemos em que ser socorridos?
Em quê perceberíamos a necessidade de mudarmos nosso
comportamento, e mais do que o comportamento exterior, as atitudes internas do
nosso coração, se não percebêssemos, pela graça do Senhor, no que temos errado
em relação à edificação da vida de nosso cônjuge e filhos?
Por isso, os problemas em família são também
oportunidades para mudança e crescimento espiritual, pelo aprendizado e prática
das virtudes que estão na própria pessoa de Cristo.
E assim, Deus faz com que tudo coopere para o bem
daqueles que Lhe ama, sejam circunstâncias favoráveis ou adversas, porque
estarão sempre produzindo um fruto pacífico de justiça e de refinamento de
caráter e de fé.
Agora, vejamos a segunda parte da maldição que se
refere à relação da mulher com o seu marido: “o teu desejo será para o teu
marido, e ele te governará.”.
"O teu desejo será para o teu marido.".
Isto significa que o desejo dela vai ser algo negativo, algo que reflete
separação e alienação.
Até este ponto foi posta inimizade entre a serpente
e a mulher. Foi posta inimizade entre o homem e a terra. E é posta inimizade
entre a esposa e o seu marido.
Ela não pode fazer o que ela deseja. Ela não vai
viver a própria vida dela totalmente independente, porque o marido dela rege sobre ela.
Tudo que ela deseja está sujeito à vontade dele.
Ela nem sempre adquirirá o que ela quer.
Ela vai ter que suportar a tristeza da insatisfação.
Lembre, antes de prosseguirmos, que isso será
experimentado, sempre que não estiver debaixo do governo de Cristo.
Somente o Senhor pode modificar este quadro,
colocando satisfação no coração em toda e qualquer circunstância.
Olhemos agora para as particularidades do idioma que
expressa o conflito. "'Seu desejo será para o seu marido.". Agora,
falemos sobre a palavra "desejo". Significa “busca de controle”.
Literalmente, poderia ser lido: “você buscará ter o controle de tudo”.
O pecado produziria isto naquela submissão
voluntária da mulher antes da queda.
Em vez dela, haveria naturalmente na mulher, em sua
natureza terrena, esta inclinação para governar o marido, invertendo assim o
que fora planejado por Deus desde o princípio.
Você desejará fazer prevalecer sua vontade. Isso é
um sinal da maldição do pecado que está no mundo desde a queda.
Somente em Cristo, este desejo pode ser revertido em
sincera submissão.
Este comportamento seria uma conseqüência do próprio
pecado na mulher, e não propriamente da maldição proferida por Deus.
Você desejará
estar no controle, dominar. E então, a conquência disto é que seu marido
reagirá com domínio, governo, em vez de liderança amorosa.
A Maldição do
Homem (Gên 3.17-19)
“17 E ao homem disse: Porquanto deste ouvidos
à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás
dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da
tua vida.
18 Ela te produzirá
espinhos e abrolhos; e comerás das ervas do campo.
19 Do suor do teu
rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado;
porquanto és pó, e ao pó tornarás.”
Na maldição da
mulher relativa a seus filhos e marido, temos a indicação indireta de que o
reino da mulher casada é o seu lar. E nos versos 17 a 19 nós vemos qual é o
reino do homem, pois foi designado a ele a atribuição de obter o sustento da
sua família lavrando a terra.
O homem passaria
também a ter dificuldades no trabalho que deveria fazer para obter o sustento
de sua família, porque a terra produziria cardos e abrolhos, que é uma
referência a ervas daninhas e espinhos.
E a causa da
maldição do homem é declarada por Deus: “Visto que atendeste à voz de tua mulher,
e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses: maldita é a terra por tua
causa...”. Houve uma razão para o efeito especial que foi projetado para ser um
castigo particular colocado no homem como uma lembrança da severidade do
pecado.
A razão porque
ele fez isto foi porque ele escutou a voz da sua esposa, em lugar da voz de
Deus.
Ele decidiu fazer
o que ela queria que ele fizesse, em lugar do que Deus lhe ordenou que fizesse.
É bom conhecer os
desejos da esposa; é bom satisfazer os pedidos da esposa. Mas não quando ela
está pedindo que o marido desobedeça a
Deus.
Ela sabia o que
Deus tinha dito. Mas ela queria que ele comesse. Ela tinha feito isto debaixo
da ilusão que ela conheceria o bem e o mal agora; que ela seria como Deus. Este
era um ato de auto-exaltação. Ela queria que ele fizesse isto. E ele escutou a
voz dela, em lugar do mandamento de Deus. Ele fez o que a sua esposa queria que
ele fizesse.
E foi como se
Deus dissesse: "'Porque você escutou a voz de sua esposa no lugar da voz
de Deus. Porque em lugar de regê-la, você deixou que ela o regesse. Em lugar de
mostrar a ela através do exemplo o que era certo, obedecendo a Deus, você
seguiu o exemplo dela de desobediência a Deus. Em lugar de honrar a Deus, você
honrou sua esposa, que, em vez de honrar a Deus, honrou a serpente.”.
E a consequência
disso é que a terra permanece sob maldição, e não há outro modo de se obter
boas safras agrícolas a não ser mediante muito trabalho e esforço.
Por isso Deus
disse a Adão: “maldita é a terra por tua causa: em fadigas obterás dela o
sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e
tu, comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão”.
Assim, somente o
trabalho honesto num mundo de pecado se torna uma bênção. E as dificuldades
para o homem vencer em seu trabalho são um duplo reforço de bênção já que
estamos num mundo de pecado e sujeitos ao pecado.
O trabalho mantém
a mente e as mãos ocupadas naquilo que é útil e não pecaminoso.
O coração fica
fortalecido e Deus derrama a sua bênção sobre aquele que trabalha.
Mas o ocioso pode
facilmente se dispor para a prática do mal, e a ocupar o seu pensamento com o
que é vão e pecaminoso.
Assim, essa
maldição específica, num mundo pecado, é uma proteção para o homem com seu
coração pecaminoso, e não algo para atormentá-lo e levá-lo à ruína.
O ideal seria que
não houvesse fadiga, esforço, tristeza em seu trabalho, mas isto somente seria
adequado num mundo sem pecado.
Certamente as
mãos que não estiverem ocupadas no que é útil, poderão mais facilmente
ocupar-se de cousas com as quais não deveriam se envolver.
Isto se aplica tanto ao pão material, quanto ao espiritual,
porque sem diligência, trabalho, especialmente para viver dentro do padrão
estabelecido por Deus em Sua Palavra, a graça que está disponível em Jesus, de
pouco ou nada nos beneficiará, porque o Senhor tem amarrado à Sua bênção à
quebra da maldição, pelo esforço em diligência.
A Promessa de
Redenção (Gên 3.20-24)
“20 Chamou Adão à sua mulher Eva, porque era a
mãe de todos os viventes.
21 E o Senhor
Deus fez túnicas de peles para Adão e sua mulher, e os vestiu.
22 Então disse o
Senhor Deus: Eis que o homem se tem tornado como um de nós, conhecendo o bem e
o mal. Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida,
e coma e viva eternamente.
23 O Senhor Deus,
pois, o lançou fora do jardim do Éden para lavrar a terra, de que fora tomado.
24 E havendo
lançado fora o homem, pôs ao oriente do jardim do Éden os querubins, e uma
espada flamejante que se volvia por todos os lados, para guardar o caminho da
árvore da vida.”
O jardim do Éden
simbolizava o céu na terra; e assim, em razão do pecado, o homem não poderia
permanecer no Éden, porque ninguém pode permanecer em pecado no céu.
Isto é claramente
ensinado aqui, em figura. Então o homem foi expulso do Éden, e querubins, que
são guardiões da santidade de Deus foram colocados à entrada do jardim, para
que o homem soubesse que ele não pode estar no local da habitação de Deus,
enquanto estiver sob o pecado.
Mas a redenção,
que é segundo a fé, e com base na misericórdia e graça de Deus, pode dar ao
homem caído a oportunidade de ser restaurado, e habilitado a retornar ao
paraíso, isto é, ao local da habitação do homem, que é também a morada de Deus.
E o modo de se ter isto, está ensinado de forma compactada em Gên 3.20,21.
Jesus prometeu ao
ladrão na cruz, que havia se arrependido, que o conduziria ao paraíso.
E aqui nesta
passagem de Gênesis é provável e quase certo que nós tenhamos a primeira
revelação da promessa do evangelho em ação, salvando pela fé a Adão, que
recebeu, depois deste posicionamento de fé, uma cobertura adequada para a sua
nudez física, preparada não por ele e nem por Eva, mas pelo próprio Deus, que
fez túnicas de peles para ambos, que exigiu o sacrifício de animais, e consequentemente
derramamento de sangue.
Um ato de fé em
Deus fez com que fossem cobertos com a justiça de Cristo, que seria a única
vestimenta apropriada para cobrir de justiça a todos os que nele crêem, desde
que o pecado entrou no mundo.
E nós temos no
versículo 20, anterior ao que fala da cobertura com as túnicas de peles (v.21),
uma possível evidência do porque ter Deus preparado uma tal vestimenta que,
diga-se de passagem foi aceita por Adão e por Eva, pois, se estivessem do lado
da serpente, lhe dando crédito na mentira que havia proferido, eles se
apresentariam em rebelião contra Deus.
Eles estavam
debaixo do pecado, sentindo as consequências e influências do pecado, como
qualquer pessoa depois deles, mas haviam provavelmente se reconciliado com
Deus, pela fé, como se dá com todos os que nEle crêem.
Como dissemos, há
uma forte evidência para a conversão de Adão, logo posteriormente à queda, uma
vez que ele deve ter presenciado e ouvido a maldição contra a serpente, a qual
conforme já estudamos antes, afirma que haveria inimizade entre a mulher e a
serpente, e entre a descendência da mulher e a da serpente, e que o descendente
da mulher lhe esmagaria a cabeça.
Ora, isto, trouxe
provavelmente a Adão a fé que salva.
Ele demonstrou
ter crido nesta promessa de Deus, e por conseguinte, no próprio Deus, uma vez,
que, ato contínuo, deu, o próprio Adão, o nome de Eva à sua mulher.
Até aquele
momento ela não tinha um nome próprio específico.
E Adão se sentiu
inspirado a lhe dar o nome naquela hora, que é para nós uma forte e provável
evidência da sua fé, pois este nome, no hebraico, como está no original,
significa “vida”.
Ele creu que haveria vida, porque Deus, apesar
de terem sido amaldiçoados, manteve a ordem de que ele e sua esposa fossem
fecundos e se multiplicassem; e o melhor de tudo, haveria uma grande
oportunidade para eles, de serem inimigos da serpente, e gerar Aquele que viria
depois deles, como descendente de Eva, para esmagar a cabeça da serpente.
Isto é
maravilhoso, não é verdade?
Adão que tinha
amizade com Deus no Éden, antes da queda, não tinha, no entanto, fé em Deus,
tanto que não deu crédito a Deus e confiou nas palavras da serpente.
Mas, agora,
apesar de pecador, tendo quebrado aquela perfeição de comunhão, por causa do
pecado, ele expressa fé em Deus, e naquilo que ainda não era visível e
concretizado.
Ele creu na
promessa de Deus, e colocou o nome de “Vida” em sua esposa.
Ele não era pai
de ninguém, e nem Eva era mãe de ninguém, até aquele momento, e Adão creu em
Deus e na Sua palavra.
E a fé é por
isso, o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que
não se vêem (Hb 11.1), e quanto à importância da fé, Jesus disse diante da
incredulidade de Tomé que felizes são os que não viram e creram.
Por isso sem fé é
impossível agradar a Deus.
É também por isso
que se declara que é por meio da fé que vive o justo.
A vida eterna é
por fé, porque é somente por ela que podemos expressar a nossa confiança em
Deus.
Confiança plena
no Seu caráter, naquilo que Ele é.
Plena certeza na
Sua fidelidade, especialmente para cumprir Suas promessas.
Neste texto de
Gênesis 3.20-24 estão resumidos os componentes necessários para a salvação.
Aqui é apresentada a teologia da redenção, tanto pelo lado do homem, quanto
pelo lado de Deus.
Do lado do homem,
são apresentados fé e arrependimento.
E do lado de Deus
é apresentada substituição.
O homem crê com
um coração penitente, e Deus provê substituição para o pecador crer na eternidade.
A salvação dos
pecadores, a libertação deles do pecado, sempre foi por fé e arrependimento; e
por substituição e pelo poder de Deus para nos justificar e nos afiançar a vida
eterna.
A substituição
aqui referida é a de que Deus provê um substituto para cobrir o nosso pecado.
Os animais que
foram sacrificados para cobrir a nudez de Adão e Eva, tipificavam o sacrifício
de Jesus que foi sacrificado para cobrir o nosso pecado.
Assim, a salvação
do lado do homem requer fé. Mas do lado de Deus, requer substituição para
satisfação da Sua justiça e santidade.
O versículo 21
diz que Deus fez túnicas de peles para Adão e Eva e os vestiu com elas. Antes
de qualquer outro comentário queremos deixar destacado o fato de que a Bíblia
diz que foi Deus mesmo quem os vestiu.
Ele não somente
fez as túnicas como também os vestiu.
O que eles
fizeram foi somente aceitar aquilo que Deus tinha preparado para eles.
Deus já preparou
para nós uma vestimenta de justiça apropriada para cobrir o nosso pecado: a
justificação que é por meio da fé em Jesus.
Adão e Eva não
tiveram que pagar pela veste que Deus fez para cobri-los.
De igual modo a
justiça de Jesus para todo pecador que nEle creia é também pela graça de Deus.
O pecador não tem
nada que fazer senão somente aceitar a justiça que lhe está sendo oferecida
gratuitamente por Deus.
E será o próprio
Deus, pelo Seu poder, que justificará e salvará o pecador. Este, tão somente
deve aceitar aquilo que Deus já preparou para ele.
E aqui nós temos
então novamente a iniciativa soberana de Deus, dantes buscando o homem perdido
no jardim, e agora preparando uma vestimenta de peles para Adão e Eva, e os
vestindo.
Eles não haviam
pedido isto, e nem sequer sabiam que era possível fazer uma vestimenta mais
apropriada com peles de animais do que com folhas de figueira.
Eles não
participaram disto.
Deus fez tudo
sozinho. Assim são os meios de salvação.
Jesus consumou a
Sua obra sozinho, sem qualquer participação do homem, quanto aos meios que são
necessários para livrá-lo do pecado e torná-lo um filho de Deus. Ele agiu em
graça para com o pecador. Por detrás da substituição que redime o homem da
escravidão do pecado, está a graça. E por isso ninguém pode ter a salvação a
não ser exclusivamente pela graça de Deus.
muito bacana este estudo fica na paz do senhor jesus.crismacleiton
ResponderExcluirmuito bacana este estudo fica na paz do senhor jesus.crismacleiton
ResponderExcluirMUITO BOA A EXPLANAÇÃO DO TEXTO,MAS QUANTO A SALVAÇÃO DO HOMEM POR SI SÓ É IMPOSSÍVEL.POR QUE A FÉ VEM PELO OUVIR A PALAVRA DE DEUS,ISSO NÃO VEM DE VÓS É DOM DE DEUS.PORTANTO SOMOS SALVOS POR ESSA GRAÇA EFICAZ QUE VEM ACOMPANHADO DA FÉ.O HOMEM NATURAL NÃO ENTENDE AS COISAS ESPIRITUAIS,POIS ELAS SE DISCERNEM ESPIRITUALMENTE.O HOMEM MORTO EM PECADOS E DELITOS NÃO TEM CONDIÇÕES PARA CRER,POIS NÃO TEM VIDA.DEUS PREPARA O CORAÇÃO DO HOMEM PARA QUE ELE POSSA TER CONDIÇOES DE RECEBER ESSE PRESENTE DE DEUS.QUEM CONVENCE O HOMEM DO PECADO E DO JUIZO É O ESPÍRITO SANTO QUE GERA PELA PALAVRA A FÉ SALVÍFICA PARA ENTÃO CRER.DEUS É TÃO BOM QUE NOS CAPACITA A CRER NELE PELA FÉ GERADA EM NÓS ATRAVÉS DO ESPÍRITO SANTO.
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