“Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima. Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários. Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” (Hebreus 10.24-31)
No afã de facilitar as coisas para os crentes, muitos teólogos e mestres modernos, abrandaram as consequências de um viver deliberado em pecado, sob o falso argumento de que o fato de terem professado sua fé em Jesus, já lhes garantiu a entrada no céu, e a condição de filhos eternos de Deus.
Todavia, há um grande perigo nisso, porque em nenhum lugar a Bíblia apresenta tal ensino, e isto pode gerar um falso convencimento de se ter sido justificado e regenerado (salvo), quando na verdade a pessoa não o foi de fato.
A passagem que destacamos acima revela a grandeza desse perigo de se viver deliberadamente na prática do pecado, porque o sacrifício de Jesus não será eficaz para estes que não se arrependem e que não se santificam.
Com isto concordam muitas outras passagens bíblicas, como por exemplo o que é dito pelo apóstolo João:
“Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade.” (I João 2.4)
“Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas.” (I João 2.9)
“Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu.” (I João 3.6)
“Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus. Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.” (I João 3.9,10)
“Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca.” (I João 5.18)
Se não há portanto, uma luta em nosso interior do Espírito Santo contra a carne, uma vez que a carne sempre há de lutar contra o Espírito, e se nunca temos a experiência de ver a carne sendo vencida pelo Espírito, é para colocarmos em questão se somos de fato salvos por Jesus, uma vez que no crente quem reina é a graça e não mais o pecado. O domínio do pecado é vencido pela graça que passa a dominar em seu lugar. E esta inclinação para se vencer o pecado e não nos sujeitarmos a ele, nos vem da parte do Espírito Santo, quando buscamos andar em obediência a Deus para que o seu santo nome seja glorificado por nós.
Há várias ordenanças na Bíblia que são dirigidas aos crentes, para que eles se santifiquem, e isto pode ser entendido até mesmo numa comparação com aquilo que é natural: se alguém contrói um navio, não o fará para que fique para sempre ancorado no porto. Ele deve ser útil para o propósito para o qual foi criado, atravessando os mares. Agora, de quanto maior uso deve ser para Deus aquele que foi justificado e regenerado por Ele, sendo feito santo. Deus de antemão já preparou todas as boas obras em que ele deve se empenhar, e isto, somente será feito se ele estiver santificado, como dizer do apóstolo em 2 Tim 2.21:
“Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra.”
E em Romanos 6.19:
“Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação.”
Daí se dizer em I Tes 4.3a:
“ Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação.”
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