terça-feira, 4 de dezembro de 2012

SALMO 40 – Salmo de Davi


“Esperei confiantemente pelo SENHOR; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos. E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no SENHOR.  Bem-aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança e não pende para os arrogantes, nem para os afeiçoados à mentira. São muitas, SENHOR, Deus meu, as maravilhas que tens operado e também os teus desígnios para conosco; ninguém há que se possa igualar contigo. Eu quisera anunciá-los e deles falar, mas são mais do que se pode contar.  Sacrifícios e ofertas não quiseste; abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo pecado não requeres.  Então, eu disse: eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito;  agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei. Proclamei as boas novas de justiça na grande congregação; jamais cerrei os lábios, tu o sabes, SENHOR.  Não ocultei no coração a tua justiça; proclamei a tua fidelidade e a tua salvação; não escondi da grande congregação a tua graça e a tua verdade. Não retenhas de mim, SENHOR, as tuas misericórdias; guardem-me sempre a tua graça e a tua verdade. Não têm conta os males que me cercam; as minhas iniquidades me alcançaram, tantas, que me impedem a vista; são mais numerosas que os cabelos de minha cabeça, e o coração me desfalece. Praza-te, SENHOR, em livrar-me; dá-te pressa, ó SENHOR, em socorrer-me.  Sejam à uma envergonhados e cobertos de vexame os que me demandam a vida; tornem atrás e cubram-se de ignomínia os que se comprazem no meu mal. Sofram perturbação por causa da sua ignomínia os que dizem: Bem-feito! Bem-feito! Folguem e em ti se rejubilem todos os que te buscam; os que amam a tua salvação digam sempre: O SENHOR seja magnificado! Eu sou pobre e necessitado, porém o Senhor cuida de mim; tu és o meu amparo e o meu libertador; não te detenhas, ó Deus meu!”
 

Comentário:

Davi era tipo de Jesus não somente quanto ao Seu governo justo, como também por ser um rei justo que se desviava do mal. Guardadas as devidas proporções, o reino de Davi era um tipo do reino de Cristo, que não é deste mundo.
Como o reino do Senhor não vem com aparência visível, porque é eminentemente espiritual em nossos corações, então,  aqueles que andam por vista e não por fé, jamais verão tal reino, e não poderão compreender as realidades e virtudes espirituais que o compõem, que são, no entanto, a coisa mais real e imutável para aqueles que são participantes do reino, porque sabem que tudo o mais passará, mas as realidades para as quais as palavras de Cristo apontam, jamais passarão.
Por isso Davi podia ter tal convicção em relação às coisas futuras, pertencentes ao reino do Senhor, porque estas lhes eram reveladas por Deus ao seu espírito.
Por isso dispunha seu coração a se inclinar sempre para as coisas de Deus, para a justiça, para a pureza, para a bondade, para a santidade, porque bem sabia que não é para o Senhor que pende a confiança dos arrogantes e afeiçoados à mentira.
E ao se referir a estas coisas estava pensando na maldade extrema que está apegada ao coração dos perversos, e que por fim será a própria espada que os destruirá no dia do grande Juízo de Deus.
Tão identificado estava em figura o reinado de Davi com o de Cristo, pelo desígnio de Deus, que lhe foi dado ter uma revelação específica neste salmo, como em outros, acerca da total devoção de Jesus ao Pai, para fazer a Sua vontade, quanto a reinar sobre o Seu povo, tal como Davi fizera em seus dias:
Isto demonstra então claramente que esta questão de ser um rei segundo o coração de Deus, tal como Davi e Jesus, não é devida a meras atitudes externas que expressem decisões justas, mas ter a lei de Deus escrita no próprio coração, e se agradar em fazer a Sua vontade, para proclamar as boas novas da salvação, que é mediante a justificação pela graça, mediante a fé, à grande congregação dos justos, ou seja, daqueles que crerão na pregação destas boas novas para que sejam salvos.  
Jesus não tinha pecado, mas Davi estava sujeito ao pecado e não escondeu este fato em seus salmos, mas ele tinha por alvo o mesmo alvo de Cristo, que era o de glorificar o nome de Deus, pelo seu testemunho de boas obras de justiça diante dos homens, e por isso levava tão a sério os seus pecados, porque não deixava que criassem raízes e se alastrassem, antes mortificava a todos eles, orando insistentemente ao Senhor que fizesse nele tal trabalho de purificação, para que o Seu nome fosse magnificado, pelo testemunho de sua própria vida santificada por Deus, diante de todos os homens.                  

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