O autor de Hebreus (1.9) aplica este
Salmo a nosso Senhor Jesus Cristo, sendo entronizado pelo Pai com uma unção que
a nenhum outro foi concedida, e revela
que a majestade de Jesus Cristo exige que para se estar debaixo do Seu governo,
é necessário deixar a dependência de pais e mães, tal qual os nubentes que
deixam o lar paterno, para se unirem em casamento.
Aqui está declarado de modo evidente o
mesmo que Jesus ensinou quanto a que o nosso amor por Ele deve ser maior do que
o amor que temos por pai, mãe ou qualquer outro familiar, e até mesmo pela
nossa própria vida, para que sejamos achados dignos de sermos Seus discípulos.
Ninguém e nada deve ser portanto,
colocado pelos seus servos, em maior estima do que a que é devida a Ele.
Na verdade não se trata de uma
comparação de pessoas ou coisas, mas de se ter um grande amor ao Senhor, à sua
majestade e formosura real.
Então o salmista declara que é ao Rei
Jesus que está dedicando esta composição que ele fizera em Sua honra.
O motivo deste grande Rei ser exaltado é
declarado: por Ele cavalgar prosperamente pela causa da verdade e da justiça, e
não para pilhar reinos para aumentar suas riquezas terrenas, como costumam
fazer os reis terrenos; suas flechas não são disparadas para produzir mortes,
mas para submeter o coração dos Seus inimigos em todos os povos, a Ele, porque
o Seu trono é para todo o sempre, porque Ele é Deus, e o cetro com que rege as
nações é de equidade, porque não faz acepção de pessoas, porque ama a justiça e
odeia a iniquidade.
É citada no salmo as bodas do Cordeiro,
que é Rei, com a Sua igreja, e estas serão um ato solene e de grande honra ao
qual estarão presentes as virgens vigilantes que tinham óleo em suas lâmpadas
para aguardarem o Noivo.
As nações o servirão quando estabelecer
o Seu trono de justiça na terra, e lhe trarão riquezas e presentes, e aqueles
que estiverem a Seu lado reinarão juntamente com Ele para sempre.
“De boas palavras transborda o meu coração.
Ao Rei consagro o que compus; a minha língua é como
a pena de habilidoso escritor.
Tu és o mais formoso dos filhos dos homens; nos teus
lábios se extravasou a graça; por isso, Deus te abençoou para sempre.
Cinge a espada no teu flanco, herói; cinge a tua
glória e a tua majestade!
E nessa majestade cavalga prosperamente, pela causa
da verdade e da justiça; e a tua destra te ensinará proezas.
As tuas setas são agudas, penetram o coração dos
inimigos do Rei; os povos caem submissos a ti.
O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; cetro de
equidade é o cetro do teu reino.
Amas a justiça e odeias a iniquidade; por isso,
Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria, como a nenhum dos teus
companheiros.
Todas as tuas vestes recendem a mirra, aloés e
cássia; de palácios de marfim ressoam instrumentos de cordas que te
alegram.
Filhas de reis se encontram entre as tuas damas de
honra; à tua direita está a rainha adornada de ouro finíssimo de Ofir.
Ouve, filha; vê, dá atenção; esquece o teu povo e a
casa de teu pai.
Então, o Rei cobiçará a tua formosura; pois ele é o
teu senhor; inclina-te perante ele.
A ti virá a filha de Tiro trazendo donativos; os
mais ricos do povo te pedirão favores.
Toda formosura é a filha do Rei no interior do
palácio; a sua vestidura é recamada de ouro.
Em roupagens bordadas conduzem-na perante o Rei; as
virgens, suas companheiras que a seguem, serão trazidas à tua presença.
Serão dirigidas com alegria e regozijo; entrarão no
palácio do Rei.
Em vez de teus pais, serão teus filhos, os quais farás
príncipes por toda a terra.
O teu nome, eu o farei celebrado de geração a
geração, e, assim, os povos te louvarão para todo o sempre.”
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