quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O Senhor dos Exércitos – Deuteronômio 20



O capítulo 20º de Deuteronômio estabelece as leis e ordenações de guerra, sendo enfatizado inicialmente que os israelitas não deveriam temer os seus inimigos, porque seria o próprio Deus que pelejaria por eles.
Deve-se entender que isto era aplicável no Velho Testamento, porque pela Antiga Aliança, Israel era considerado uma nação teocrática, cuja constituição era a própria Lei dada a Moisés.
Assim, a Lei continha também prescrições de guerra e paz de Israel em relação às demais nações.
Quanto aos soldados israelitas as ordenações de guerra se referiam em primeiro lugar ao fato de que não poderiam ser empenhados na batalha os homens que tivessem negócios pendentes particulares, nos quais estaria concentrada toda a sua atenção, e que lhes atrapalharia quando estivessem empenhados na luta (v. 5 a 7).
Disto, é retirado pelo apóstolo Paulo, um princípio para o Novo Testrameto, no qual o bom combate da fé não pode ser conduzido por aqueles que estão envolvidos com os negócios deste mundo, e não podem agradar exclusivamente Aquele que arregimenta Seus soldados para o campo de batalha.
Em segundo lugar, não deveriam ser empenhados em combate os que fossem covardes (v. 8), para principalmente, não desencorajarem os demais combatentes na batalha.
Deste modo, os cristãos que não são maduros na fé ou que  sejam ainda tímidos, não devem ser empenhados nos trabalhos da Igreja, dirigidos a destruir as fortalezas e potestades dos poderes das trevas, bem como devem ser incentivados a se fortificarem na graça de Cristo, para poderem batalhar, especialmente, na mortificação dos seus próprios pecados.
Cabia aos oficiais fazer tal avaliação, para que não se empenhasse tais homens nas batalhas que seriam travadas contra as nações inimigas em Canaã.
De igual modo é responsabilidade dos ministros de Cristo organizarem o povo que está sob a respectiva responsabilidade, de modo que não mantenham no meio daqueles que estão fazendo a obra do Senhor, quem não deseja fazê-la, senão atrapalhar aqueles que estão trabalhando.
Ainda que não devam ser excluídos da comunhão por tal motivo, devem ser deixados no banco de reservas, até que mudem de atitude ou amadureçam, para que possam ser empenhados no trabalho da casa de Deus, sem serem um empecilho ou impedimento para a realização da Sua obra.    
Ainda nas ordenações relativas à guerra, temos a descrição do modo como deveriam ser tratadas as nações inimigas.
Caso fossem da terra de Canaã, em razão das abominações deles, que haviam chegado ao ápice da maldade, Deus ordenou o extermínio total de todas as pessoas (v. 16-18), e no caso das demais nações que se levantassem em guerra contra Israel, os israelitas deveriam primeiro estabelecer condições para um tratado de paz, mas caso esta fosse rejeitada, então deveriam ser exterminados todos os do sexo masculino, deixando-se em vida apenas mulheres e crianças (v. 10-15).
Certamente, tudo isto prefigurava a batalha espiritual dos cristãos contra os poderes das trevas e especialmente contra o pecado em si mesmos.
Há uma ordem para uma mortificação geral dos inimigos espirituais do povo de Deus, que operam na própria natureza terrena do cristão.
Uma matança de todos aqueles que poderiam trazer-lhes danos no presente e no futuro, particularmente por afastá-los dos caminhos do Senhor.
Há desta forma na Lei, uma matança total que apontava para a matança geral do pecado que reina na carne.



“1 Quando saíres à peleja, contra teus inimigos, e vires cavalos, e carros, e povo mais numeroso do que tu, deles não terás temor, pois contigo está o Senhor teu Deus que te fez subir da terra do Egito.
2 Quando estiveres para entrar na peleja, o sacerdote se chegará e falará ao povo,
3 e lhe dirá: Ouvi, é Israel; vós estais hoje para entrar na peleja contra os vossos inimigos; não se amoleça o vosso coração; não temais nem tremais, nem vos aterrorizeis diante deles;
4 pois e Senhor vosso Deus é o que vai convosco, a pelejar por vós contra os vossos inimigos, para vos salvar.
5 Então os oficiais falarão ao povo, dizendo: Qual é o homem que edificou casa nova e ainda não a dedicou? vá, e torne para casa; não suceda que morra na peleja e outro a dedique.
6 E qual é o homem que plantou uma vinha e ainda não a desfrutou, vá, e torne para casa; não suceda que morra na peleja e outro a desfrute.
7 Também qual é e homem que está desposado com uma mulher e ainda não a recebeu? vá, e torne para casa; não suceda que morra na peleja e outro a receba.
8 Assim continuarão os oficiais a falar ao povo, dizendo: Qual é o homem medroso e de coração tímido? vá, e torne para casa, a fim de que o coração de seus irmãos não se derreta como o seu coração.
9 Então, tendo os oficiais, acabado de falar ao povo, designarão chefes das tropas para estarem à frente do povo.
10 Quando te aproximares duma cidade para combatê-la, apregoar-lhe-ás paz.
11 Se ela te responder em paz, e te abrir as portas, todo o povo que se achar nela será sujeito a trabalhos forçados e te servirá.
12 Se ela, pelo contrário, não fizer paz contigo, mas guerra, então a sitiarás,
13 e logo que o Senhor teu Deus a entregar nas tuas mãos, passarás ao fio da espada todos os homens que nela houver;
14 porém as mulheres, os pequeninos, os animais e tudo o que houver na cidade, todo o seu despojo, tomarás por presa; e comerás o despojo dos teus inimigos, que o Senhor teu Deus te deu.
15 Assim farás a todas as cidades que estiverem mais longe de ti, que não são das cidades destas nações.
16 Mas, das cidades destes povos, que o Senhor teu Deus te dá em herança, nada que tem fôlego deixarás com vida;
17 antes destruí-los-ás totalmente: aos heteus, aos amorreus, aos cananeus, aos perizeus, aos heveus, e aos jebuseus; como Senhor teu Deus te ordenou;
18 para que não vos ensinem a fazer conforme todas as abominações que eles fazem a seus deuses, e assim pequeis contra o Senhor vosso Deus.
19 Quando sitiares uma cidade por muitos dias, pelejando contra ela para a tomar, não destruirás o seu arvoredo, metendo nele o machado, porque dele poderás comer; pelo que não o cortarás; porventura a árvore do campo é homem, para que seja sitiada por ti?
20 Somente as árvores que souberes não serem árvores cujo fruto se pode comer, é que destruirás e cortarás, e contra a cidade que guerrear contra ti edificarás baluartes, até que seja vencida.“ (Dt 20.1-20).

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