segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

SALMO 109 – Salmo de Davi


Quando lemos o testemunho de Davi acerca das suas muitas tribulações, tais como temos o de Paulo, registrado no Novo Testamento, perguntamo-nos qual era o segredo de ambos para estarem em permanente comunhão com o Senhor, apesar das muitas aflições que sofreram, especialmente da parte de pessoas ligadas ao ministério de ambos, e que lhes eram muito estimadas.
O coração desfalece e a alma se abate quando estamos diante do sofrimento de pessoas amadas.
Ainda mais quando nossa alma está ligada à de tais pessoas, tal como a alma de Jacó estava ligada à de Raquel, José e Benjamim.
Quando enfermidades, que são para a morte, atingem estes amados, parece que a sentença de morte é maior em nós do que neles, pela dor da separação previamente sentida.
A dor dos discípulos quando receberam de Jesus a notícia de que Ele partiria e que os deixaria, foi algo insuportável, porque Ele era todo perfeição, amor, bondade.
E neste, caso, é tão mais dura a perda, quando as pessoas que nos abandonam se aproximam de tal caráter de nosso Senhor.
Mas, no geral, não é este o caso. É a luz destas reflexões que podemos entender melhor os sentimentos de Davi expressados neste salmo.
É o lamento de uma alma justa suspirando tal como Jesus e como o apóstolo Paulo, diante da iniquidade dos homens.
A condição da realidade do pecado que opera na humanidade leva a alma do justo a se consagrar e a se voltar inteiramente a Deus, e esperar pela Sua consolação, não raras vezes com as dores dos muitos espinhos na carne, que nos foram lançados pelo diabo, contra quem temos realmente de lutar, porque as pessoas nada mais são do que meros instrumentos em suas mãos para afligirem os santos. 
Davi diz que em paga do seu amor estava sendo hostilizado pelas pessoas que amava.
As quais falavam dele com lábios maldosos e fraudulentos, e mentirosos.
Derramavam palavras odiosas contra ele e sem causa lhe faziam guerra.
E ele diz o que se limitava a fazer nestas situações: orava.
Todo o bem que ele lhes havia feito foi pago com o mal, e o amor com o ódio.
É assim que a humanidade em geral faz em relação a nosso Senhor Jesus Cristo. É triste e lamentável, mas é verdade.
É possível que a pessoa que inspirou a escrita deste Salmo tenha sido Aitofel.
Davi lançou sobre ele o mesmo anátema que usava contra todos aqueles que se fazendo de seus amigos, buscavam na verdade o seu mal e o da causa da justiça e da verdade.
Ele não ficava se remoendo em suas dores, mas entregava o caso nas mãos de Deus, para que exercesse os Seus Juízos, segundo a Sua justiça.
Davi não ficava a lamentar num canto por esta condição quase reinante da iniqüidade nos corações das pessoas, e que se manifesta em grande fúria contra aqueles que são devotados verdadeiramente a Deus.
Na dispensação da graça, não devemos usar as mesmas palavras amaldiçoadoras, porque aqui não nos é permitido pelo Senhor amaldiçoar os nossos inimigos, mas devemos entregar-lhes em Suas mãos, pela oração, porque é a Ele que compete  julgar com  justiça, e devemos fazer isto sem lhes desejar qualquer mal, senão o bem.
O que deve prevalecer é a atitude de pedir ao Senhor que aja por nós, por amor do Seu nome, para que não seja infamado, e que nos livre do mal, segundo a Sua grande misericórdia, tal como fizera Davi, para que o nosso coração continue experimentando a paz do Senhor.
E ele declarou o motivo de estar fazendo tal pedido a Deus: “Porque estou aflito e necessitado e, dentro de mim, sinto ferido o coração. Vou passando, como a sombra que declina; sou atirado para longe, como um gafanhoto. De tanto jejuar, os joelhos me vacilam, e de magreza vai mirrando a minha carne. Tornei-me para eles objeto de opróbrio; quando me vêem, meneiam a cabeça. Socorre, SENHOR, Deus meu! Salva-me segundo a tua misericórdia. Para que saibam vir isso das tuas mãos; que tu, SENHOR, o fizeste. Amaldiçoem eles, mas tu, abençoa; sejam confundidos os que contra mim se levantam; alegre-se, porém, o teu servo. Cubram-se de ignomínia os meus adversários, e a sua própria confusão os envolva como uma túnica. Muitas graças darei ao SENHOR com os meus lábios; louva-lo-ei no meio da multidão; porque ele se põe à direita do pobre, para o livrar dos que lhe julgam a alma.” 


“Ó Deus do meu louvor, não te cales! Pois contra mim se desataram lábios maldosos e fraudulentos; com mentirosa língua falam contra mim.  Cercam-me com palavras odiosas e sem causa me fazem guerra. Em paga do meu amor, me hostilizam; eu, porém, oro.  Pagaram-me o bem com o mal; o amor, com ódio. Suscita contra ele um ímpio, e à sua direita esteja um acusador. Quando o julgarem, seja condenado; e, tida como pecado, a sua oração. Os seus dias sejam poucos, e tome outro o seu encargo. Fiquem órfãos os seus filhos, e viúva, a sua esposa.  Andem errantes os seus filhos e mendiguem; e sejam expulsos das ruínas de suas casas. De tudo o que tem, lance mão o usurário; do fruto do seu trabalho, esbulhem-no os estranhos.  Ninguém tenha misericórdia dele, nem haja quem se compadeça dos seus órfãos.  Desapareça a sua posteridade, e na seguinte geração se extinga o seu nome.  Na lembrança do SENHOR, viva a iniquidade de seus pais, e não se apague o pecado de sua mãe.  Permaneçam ante os olhos do SENHOR, para que faça desaparecer da terra a memória deles. Porquanto não se lembrou de usar de misericórdia, mas perseguiu o aflito e o necessitado, como também o quebrantado de coração, para os entregar à morte. Amou a maldição; ela o apanhe; não quis a bênção; aparte-se dele. Vestiu-se de maldição como de uma túnica: penetre, como água, no seu interior e nos seus ossos, como azeite. Seja-lhe como a roupa que o cobre e como o cinto com que sempre se cinge. Tal seja, da parte do SENHOR, o galardão dos meus contrários e dos que falam mal contra a minha alma. Mas tu, SENHOR Deus, age por mim, por amor do teu nome; livra-me, porque é grande a tua misericórdia. Porque estou aflito e necessitado e, dentro de mim, sinto ferido o coração. Vou passando, como a sombra que declina; sou atirado para longe, como um gafanhoto. De tanto jejuar, os joelhos me vacilam, e de magreza vai mirrando a minha carne. Tornei-me para eles objeto de opróbrio; quando me vêem, meneiam a cabeça. Socorre, SENHOR, Deus meu! Salva-me segundo a tua misericórdia. Para que saibam vir isso das tuas mãos; que tu, SENHOR, o fizeste. Amaldiçoem eles, mas tu, abençoa; sejam confundidos os que contra mim se levantam; alegre-se, porém, o teu servo. Cubram-se de ignomínia os meus adversários, e a sua própria confusão os envolva como uma túnica. Muitas graças darei ao SENHOR com os meus lábios; louva-lo-ei no meio da multidão; porque ele se põe à direita do pobre, para o livrar dos que lhe julgam a alma.” 


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