É bem provável que Davi tenha escrito
este salmo quando Aitofel e seu filho Absalão conspiravam contra a sua vida
para lhe tomarem o reino.
Aitofel foi o Judas do Velho Testamento,
que figurava entre os principais conselheiros de Davi, e que frequentemente ia
com ele ao templo para acompanhar as devoções de Davi ao Senhor.
No entanto, Aitofel era um hipócrita bem
disfarçado, tal como Judas, que na verdade odiava as devoções de Davi, tanto
quanto Judas odiava as do Senhor Jesus.
Então, logo se lhe deparara a
oportunidade para levantar o seu calcanhar contra Davi, entrou em conspiração
com Absalão contra ele, dando-lhe o conselho de se deitar com as concubinas de
seu pai, e que lhe desse o comando das tropas para que pessoalmente matasse
Davi, que se encontrava exausto com seus homens, na fuga que estava
empreendendo no deserto.
Conselho este que foi transtornado pela
providência de Deus, por intermédio de Husai, que aconselhou Absalão a aguardar
um pouco mais, e que ele próprio, e não Aitofel comandasse o exército que
perseguiria Davi.
Este contexto bem explica o lamento que
é expressado neste salmo, por um coração terrivelmente traído e perseguido pela
crueldade e falsidade dos homens.
As palavras de lisonja de Aitofel, que
Davi chama de palavras mais brandas que o azeite, procedentes de uma boca mais
macia que a manteiga, escondiam na verdade a guerra que estava no seu coração
contra ele e Israel, e eram portanto como espadas desembainhadas prontas a
matar.
Então Davi estaria orando
incessantemente a Deus naquela hora de grande crise, fazendo-o pela manhã, ao
meio-dia e à tarde, para colocar diante dEle as suas queixas e lamentações,
porque sabia que o Senhor ouviria a sua voz.
E a pior dor que Davi sentia naquela
hora era a da traição de Aitofel, a quem ele havia feito somente o bem, e a
quem confiara a intimidade da sua alma, e então expressou sua tristeza e
decepção com as seguintes palavras:
“Com efeito, não é inimigo que me
afronta; se o fosse, eu o suportaria; nem é o que me odeia quem se exalta
contra mim, pois dele eu me esconderia;
mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu íntimo amigo. Juntos
andávamos, juntos nos entretínhamos e íamos com a multidão à Casa de Deus.”.
Contudo não se deixaria vencer por tais
sentimentos e buscaria renovo de forças no Seu Deus, conforme o expressou tanto
no início deste salmo quanto na sua parte final, na qual declarou:
“Confia os teus cuidados ao SENHOR, e ele te
susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado. Tu, porém, ó Deus, os
precipitarás à cova profunda; homens sanguinários e fraudulentos não chegarão à
metade dos seus dias; eu, todavia, confiarei em ti.”.
“Dá ouvidos, ó Deus, à minha oração; não te escondas
da minha súplica.
Atende-me e responde-me; sinto-me perplexo em minha
queixa e ando perturbado, por causa do clamor do inimigo e da opressão do
ímpio; pois sobre mim lançam calamidade e furiosamente me hostilizam.
Estremece-me no peito o coração, terrores de morte
me salteiam; temor e tremor me sobrevêm, e o horror se apodera de mim.
Então, disse eu: quem me dera asas como de pomba!
Voaria e acharia pouso.
Eis que fugiria para longe e ficaria no deserto.
Dar-me-ia pressa em abrigar-me do vendaval e da procela.
Destrói, Senhor, e confunde os seus conselhos,
porque vejo violência e contenda na cidade.
Dia e noite giram nas suas muralhas, e, muros a dentro, campeia a
perversidade e a malícia; há destruição
no meio dela; das suas praças não se apartam a opressão e o engano.
Com efeito, não é inimigo que me afronta; se o
fosse, eu o suportaria; nem é o que me odeia quem se exalta contra mim, pois
dele eu me esconderia; mas és tu, homem
meu igual, meu companheiro e meu íntimo amigo.
Juntos andávamos, juntos nos entretínhamos e íamos
com a multidão à Casa de Deus.
A morte os assalte, e vivos desçam à cova! Porque há
maldade nas suas moradas e no seu íntimo.
Eu, porém, invocarei a Deus, e o SENHOR me
salvará.
À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas
queixas e lamentarei; e ele ouvirá a minha voz.
Livra-me a alma, em paz, dos que me perseguem; pois
são muitos contra mim.
Deus ouvirá e lhes responderá, ele, que preside
desde a eternidade, porque não há neles mudança nenhuma, e não temem a
Deus.
Tal homem estendeu as mãos contra os que tinham paz
com ele; corrompeu a sua aliança.
A sua boca era mais macia que a manteiga, porém no
coração havia guerra; as suas palavras eram mais brandas que o azeite; contudo,
eram espadas desembainhadas.
Confia os teus cuidados ao SENHOR, e ele te susterá;
jamais permitirá que o justo seja abalado.
Tu, porém, ó Deus, os precipitarás à cova profunda;
homens sanguinários e fraudulentos não chegarão à metade dos seus dias; eu,
todavia, confiarei em ti.”
amém glorias seja dado a Deus , lindas palavras para meditação! Deus abençoe!
ResponderExcluiramém glorias seja dado a Deus , lindas palavras para meditação! Deus abençoe!
ResponderExcluirAmém! Mas vale lembrar que Aitofel era avô de Bete Seba, na qual Davi deitou-se quando ela ainda era casada com Urias e que foi morto a mando de Davi para que se casasse com Bete Seba. Daí dedica-se a vingança de Aitofel.
ResponderExcluirEu intendo que o crente não deve jamais guardar ódio ou rancor no coração ao ponto de planejar a morte do prosimo... aitofel deixo ser enganado pelo inimigo ao ponto de tirar sua própria vida....
ResponderExcluirMuito boa colocação! De fato temo que ler todo um contexto para dizer e pedir discernimento ao Espírito SANTO, pois como vc frisou bem, AITOFEL, tinha motivo de sobra para se vingar de Davi, pois ele havia cometido adultério com sua neta BATE-SEBA e de ter mandado matar seu esposo, bem como relapso com seus filhos. Ele poderia se referir que AITOFEL, guardou mágoa em seu coração, mas não foi como JUDAS, como vc bem disse: "Judas não teve motivo já AITOFEL sim". E devido ser um pai relapso " fez com que ABSALÃO se revoltasse contra ele, pois a bíblia nos vai relatar que DAVI quando recebeu a notícia da atrocidade que seu filho AMNOM havia feito a TAMAR, somente se irou e não relata uma correção mais severa como ABSALÃO esperava.
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