“Em me vindo o temor hei de confiar em Ti” (Sl 56.3)
A experiência de Davi, expressada neste,
e em outros salmos, revela a condição de perseguição a que estão sujeitos todos
os que procuram servir fielmente ao Senhor.
Satanás se levanta em grande fúria
contra eles procurando lhes neutralizar o testemunho, para que não venha a
sofrer perdas de almas no seu reino infernal.
Os perigos de morte física que Davi enfrentou da parte dos homens, incitados
contra ele pelo diabo, são os mesmos perigos que sempre enfrentamos no mundo
espiritual, ainda que isto não se traduza em ameaças à nossa integridade
física.
E tal como Davi fazia debaixo dessas
perseguições, devemos também fazer, porque ele clamava ao Senhor por livramento
da maldade dos homens.
Ele havia se determinado a confiar em
Deus, mesmo quando lhe sobreviesse o temor, porque colocando a sua confiança no
Senhor nada temeria.
O que poderia lhe fazer o mortal estando
ele debaixo da proteção de um Deus poderoso e imortal?
Além disso nossos sofrimentos suportados
com paciência, perseverando e confiando no Senhor, aperfeiçoam a nossa fé, nos
ensinam perseverança e longanimidade, e estão registrados em Sua memória, para
a nossa honra e galardão, de maneira que tudo contribui para o bem daqueles que
amam a Deus.
Os inimigos de Cristo, do evangelho, da
verdade, do amor, da paz e da justiça, estão cooperando para que a nossa fé
seja aperfeiçoada e aumentado o nosso galardão.
E sendo nisto aperfeiçoados podemos
perseverar em lhes fazer o bem, especialmente às suas almas, orando por eles,
para que sejam livrados das garras do Inimigo, e por fim, venham a achar a
libertação e a salvação em Jesus Cristo, nosso Senhor.
“Tem misericórdia de mim, ó Deus, porque o homem
procura ferir-me; e me oprime pelejando todo o dia.
Os que me espreitam continuamente querem ferir-me; e
são muitos os que atrevidamente me combatem.
Em me vindo o temor, hei de confiar em ti.
Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a
minha confiança e nada temerei.
Que me pode fazer um mortal?
Todo o dia torcem as minhas palavras; os seus
pensamentos são todos contra mim para o mal.
Ajuntam-se, escondem-se, espionam os meus passos,
como aguardando a hora de me darem cabo da vida.
Dá-lhes a retribuição segundo a sua iniquidade.
Derriba os povos, ó Deus, na tua ira!
Contaste os meus passos quando sofri perseguições;
recolheste as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas inscritas no teu
livro?
No dia em que eu te invocar, baterão em retirada os
meus inimigos; bem sei isto: que Deus é por mim.
Em Deus, cuja palavra eu louvo, no SENHOR, cuja
palavra eu louvo, neste Deus ponho a
minha confiança e nada temerei.
Que me pode fazer o homem?
Os votos que fiz, eu os manterei, ó Deus;
render-te-ei ações de graças.
Pois da morte me livraste a alma, sim, livraste da
queda os meus pés, para que eu ande na presença de Deus, na luz da vida.”
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