Neste salmo, Davi usa a metáfora das
profundezas em que se encontrava, e aqui ele diz que era no lamaçal e na água,
mas não do pecado, mas das muitas dificuldades que tinha que enfrentar da parte
dos seus inimigos, e que lhe estavam impedindo os passos, tal como um exército
que fica submergido pelo lamaçal ou pelas águas e não pode progredir no avanço
contra o inimigo.
Eram tantos os inimigos de Davi que sem
razão (motivo justificável) o oprimiam que ele clamou por livramento ao Senhor
a ponto de ter ficado com a garganta seca.
Ele se encontrava exausto e os seus
olhos desfaleciam de tanto esperar pelo socorro de Deus.
Seus inimigos eram poderosos tal como os
poderes das trevas que operam contra o avanço da Igreja.
Davi estava sendo acusado de ladrão
injustamente e estava sendo obrigado a fazer restituições de coisas que não
havia furtado.
Ele era um pecador como qualquer outra
pessoa, mas estava inocente naquele negócio em que estava sendo acusado e que
seria motivo de vergonha para os santos, caso viessem a dar crédito a tais
argumentos mentirosos.
Davi temia ser uma pedra de tropeço para
eles, caso o Senhor não julgasse a sua causa, para que vissem que ele era
inocente das acusações que lhe haviam dirigido.
Por amor ao Senhor ele havia suportado
afrontas e o seu rosto estava coberto de vexame.
Até mesmo seus irmãos o tinham como um
estranho, um desconhecido.
Neste ponto do salmo, Davi recebeu uma
revelação que expressou em palavras quanto às injúrias que Cristo sofreria por
causa do zelo da casa de Deus.
Nisto, toda a experiência que Davi havia
sofrido, tinha-lhe tornado um tipo de Cristo, que foi acusado injustamente de
faltas que não havia praticado, e teve que pagar com seus sofrimentos e morte,
por pecados que nunca havia cometido, ao contrário, foram nossas próprias
transgressões e culpas que recaíram sobre Ele, para que pudéssemos ser
justificados, pela fé nele.
Davi colocou um pano de saco sobre si e
se tornou o objeto de escárnio dos seus inimigos, a ponto de ser motivo para
canções de ébrios.
Todavia, nada disto o abalava porque
continuava orando ao Senhor, para que lhe respondesse pela riqueza da Sua
graça, e pela Sua fidelidade em socorrer, livrando-lhe daquele tremedal para
que não afundasse nele, e fosse salvo dos que o odiavam e das profundezas das
águas geladas da opressão, que tentavam apagar o fogo do seu fervor no
Espírito.
Nesta altura do salmo foi dado mais uma
vez a Davi contemplar a afronta e a vergonha de Cristo na cruz, onde não havia
ninguém para Lhe consolar, e quando Lhe deram vinagre em vez de água para
saciarem a Sua sede.
Em vez de ajudarem a quem Deus havia
ferido e golpeado, por amor de nós, lhe perseguiram e lhe acrescentaram dores,
em vez de demonstrarem compaixão.
Assim, a casa deles ficaria deserta, tal
como o Senhor Jesus havia confirmado tal profecia dada a Davi, porque se
voltaria para os gentios, e Israel seria expulso de sua própria terra.
Estes que assim rejeitaram a Cristo,
seriam riscados do Livro da Vida, porque não participariam da Sua salvação.
E quanto aos amargurados e aflitos, aos
contritos de coração, o Senhor os socorreria, pondo-lhes em alto refúgio, onde
entoariam louvores e ações de graças.
Que todos os aflitos se alegrem nisto,
quanto aos que são reavivados porque buscam a Deus, porque é somente nEle que
há salvação, e estes que foram salvos habitarão para sempre com Ele em
Sião.
“Salva-me, ó Deus, porque as águas me sobem até à
alma.
Estou atolado em profundo lamaçal, que não dá pé;
estou nas profundezas das águas, e a corrente me submerge.
Estou cansado de clamar, secou-se-me a garganta; os
meus olhos desfalecem de tanto esperar por meu Deus.
São mais que os cabelos de minha cabeça os que, sem
razão, me odeiam; são poderosos os meus destruidores, os que com falsos motivos
são meus inimigos; por isso, tenho de restituir o que não furtei.
Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultice, e as
minhas culpas não te são ocultas.
Não sejam envergonhados por minha causa os que
esperam em ti, ó SENHOR, Deus dos Exércitos; nem por minha causa sofram vexame
os que te buscam, ó Deus de Israel.
Pois tenho suportado afrontas por amor de ti, e o
rosto se me encobre de vexame.
Tornei-me estranho a meus irmãos e desconhecido aos
filhos de minha mãe.
Pois o zelo da tua casa me consumiu, e as injúrias
dos que te ultrajam caem sobre mim.
Chorei, em jejum está a minha alma, e isso mesmo se
me tornou em afrontas.
Pus um pano de saco por veste e me tornei objeto de
escárnio para eles.
Tagarelam sobre mim os que à porta se assentam, e
sou motivo para cantigas de beberrões.
Quanto a mim, porém, SENHOR, faço a ti, em tempo
favorável, a minha oração.
Responde-me, ó Deus, pela riqueza da tua graça; pela
tua fidelidade em socorrer, livra-me do
tremedal, para que não me afunde; seja eu salvo dos que me odeiam e das
profundezas das águas.
Não me arraste a corrente das águas, nem me trague a
voragem, nem se feche sobre mim a boca do poço.
Responde-me, SENHOR, pois compassiva é a tua graça;
volta-te para mim segundo a riqueza das tuas misericórdias.
Não escondas o rosto ao teu servo, pois estou
atribulado; responde-me depressa.
Aproxima-te de minha alma e redime-a; resgata-me por
causa dos meus inimigos.
Tu conheces a minha afronta, a minha vergonha e o
meu vexame; todos os meus adversários estão à tua vista.
O opróbrio partiu-me o coração, e desfaleci; esperei
por piedade, mas debalde; por consoladores, e não os achei.
Por alimento me deram fel e na minha sede me deram a
beber vinagre.
Sua mesa torne-se-lhes diante deles em laço, e a
prosperidade, em armadilha.
Obscureçam-se-lhes os olhos, para que não vejam; e
faze que sempre lhes vacile o dorso.
Derrama sobre eles a tua indignação, e que o ardor
da tua ira os alcance.
Fique deserta a sua morada, e não haja quem habite
as suas tendas.
Pois perseguem a quem tu feriste e acrescentam dores
àquele a quem golpeaste.
Soma-lhes iniquidade à iniquidade, e não gozem da
tua absolvição.
Sejam riscados do Livro dos Vivos e não tenham
registro com os justos.
Quanto a mim, porém, amargurado e aflito, ponha-me o
teu socorro, ó Deus, em alto refúgio.
Louvarei com cânticos o nome de Deus, exalta-lo-ei
com ações de graças.
Será isso muito mais agradável ao SENHOR do que um
boi ou um novilho com chifres e unhas.
Vejam isso os
aflitos e se alegrem; quanto a vós outros que buscais a Deus, que o vosso
coração reviva.
Porque o SENHOR responde aos necessitados e não
despreza os seus prisioneiros.
Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto
neles se move.
Porque Deus salvará Sião e edificará as cidades de
Judá, e ali habitarão e hão de possuí-la.
Também a descendência dos seus servos a herdará, e
os que lhe amam o nome nela habitarão.”
Maravilhoso é o Senhor e o seu amor pelos homens!
ResponderExcluirMaravilhoso é o Senhor e o seu amor pelos homens!
ResponderExcluirquão grande é o nosso Rei JESUS ������
ResponderExcluirquão grande é o nosso Rei JESUS ������
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