terça-feira, 4 de dezembro de 2012

SALMO 69 - Salmo de Davi


Neste salmo, Davi usa a metáfora das profundezas em que se encontrava, e aqui ele diz que era no lamaçal e na água, mas não do pecado, mas das muitas dificuldades que tinha que enfrentar da parte dos seus inimigos, e que lhe estavam impedindo os passos, tal como um exército que fica submergido pelo lamaçal ou pelas águas e não pode progredir no avanço contra o inimigo.
Eram tantos os inimigos de Davi que sem razão (motivo justificável) o oprimiam que ele clamou por livramento ao Senhor a ponto de ter ficado com a garganta seca.
Ele se encontrava exausto e os seus olhos desfaleciam de tanto esperar pelo socorro de Deus.
Seus inimigos eram poderosos tal como os poderes das trevas que operam contra o avanço da Igreja.
Davi estava sendo acusado de ladrão injustamente e estava sendo obrigado a fazer restituições de coisas que não havia furtado.
Ele era um pecador como qualquer outra pessoa, mas estava inocente naquele negócio em que estava sendo acusado e que seria motivo de vergonha para os santos, caso viessem a dar crédito a tais argumentos mentirosos.
Davi temia ser uma pedra de tropeço para eles, caso o Senhor não julgasse a sua causa, para que vissem que ele era inocente das acusações que lhe haviam dirigido.
Por amor ao Senhor ele havia suportado afrontas e o seu rosto estava coberto de vexame.
Até mesmo seus irmãos o tinham como um estranho, um desconhecido.
Neste ponto do salmo, Davi recebeu uma revelação que expressou em palavras quanto às injúrias que Cristo sofreria por causa do zelo da casa de Deus.
Nisto, toda a experiência que Davi havia sofrido, tinha-lhe tornado um tipo de Cristo, que foi acusado injustamente de faltas que não havia praticado, e teve que pagar com seus sofrimentos e morte, por pecados que nunca havia cometido, ao contrário, foram nossas próprias transgressões e culpas que recaíram sobre Ele, para que pudéssemos ser justificados, pela fé nele.
Davi colocou um pano de saco sobre si e se tornou o objeto de escárnio dos seus inimigos, a ponto de ser motivo para canções  de ébrios.
Todavia, nada disto o abalava porque continuava orando ao Senhor, para que lhe respondesse pela riqueza da Sua graça, e pela Sua fidelidade em socorrer, livrando-lhe daquele tremedal para que não afundasse nele, e fosse salvo dos que o odiavam e das profundezas das águas geladas da opressão, que tentavam apagar o fogo do seu fervor no Espírito.
Nesta altura do salmo foi dado mais uma vez a Davi contemplar a afronta e a vergonha de Cristo na cruz, onde não havia ninguém para Lhe consolar, e quando Lhe deram vinagre em vez de água para saciarem a Sua sede.
Em vez de ajudarem a quem Deus havia ferido e golpeado, por amor de nós, lhe perseguiram e lhe acrescentaram dores, em vez de demonstrarem compaixão.
Assim, a casa deles ficaria deserta, tal como o Senhor Jesus havia confirmado tal profecia dada a Davi, porque se voltaria para os gentios, e Israel seria expulso de sua própria terra.
Estes que assim rejeitaram a Cristo, seriam riscados do Livro da Vida, porque não participariam da Sua salvação.
E quanto aos amargurados e aflitos, aos contritos de coração, o Senhor os socorreria, pondo-lhes em alto refúgio, onde entoariam louvores e ações de graças.
Que todos os aflitos se alegrem nisto, quanto aos que são reavivados porque buscam a Deus, porque é somente nEle que há salvação, e estes que foram salvos habitarão para sempre com Ele em Sião.                    

“Salva-me, ó Deus, porque as águas me sobem até à alma.
Estou atolado em profundo lamaçal, que não dá pé; estou nas profundezas das águas, e a corrente me submerge.
Estou cansado de clamar, secou-se-me a garganta; os meus olhos desfalecem de tanto esperar por meu Deus.
São mais que os cabelos de minha cabeça os que, sem razão, me odeiam; são poderosos os meus destruidores, os que com falsos motivos são meus inimigos; por isso, tenho de restituir o que não furtei.
Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultice, e as minhas culpas não te são ocultas.
Não sejam envergonhados por minha causa os que esperam em ti, ó SENHOR, Deus dos Exércitos; nem por minha causa sofram vexame os que te buscam, ó Deus de Israel.
Pois tenho suportado afrontas por amor de ti, e o rosto se me encobre de vexame.
Tornei-me estranho a meus irmãos e desconhecido aos filhos de minha mãe.
Pois o zelo da tua casa me consumiu, e as injúrias dos que te ultrajam caem sobre mim.
Chorei, em jejum está a minha alma, e isso mesmo se me tornou em afrontas. 
Pus um pano de saco por veste e me tornei objeto de escárnio para eles. 
Tagarelam sobre mim os que à porta se assentam, e sou motivo para cantigas de beberrões.
Quanto a mim, porém, SENHOR, faço a ti, em tempo favorável, a minha oração.
Responde-me, ó Deus, pela riqueza da tua graça; pela tua fidelidade em socorrer,  livra-me do tremedal, para que não me afunde; seja eu salvo dos que me odeiam e das profundezas das águas.
Não me arraste a corrente das águas, nem me trague a voragem, nem se feche sobre mim a boca do poço.
Responde-me, SENHOR, pois compassiva é a tua graça; volta-te para mim segundo a riqueza das tuas misericórdias. 
Não escondas o rosto ao teu servo, pois estou atribulado; responde-me depressa.
Aproxima-te de minha alma e redime-a; resgata-me por causa dos meus inimigos.
Tu conheces a minha afronta, a minha vergonha e o meu vexame; todos os meus adversários estão à tua vista. 
O opróbrio partiu-me o coração, e desfaleci; esperei por piedade, mas debalde; por consoladores, e não os achei. 
Por alimento me deram fel e na minha sede me deram a beber vinagre. 
Sua mesa torne-se-lhes diante deles em laço, e a prosperidade, em armadilha. 
Obscureçam-se-lhes os olhos, para que não vejam; e faze que sempre lhes vacile o dorso. 
Derrama sobre eles a tua indignação, e que o ardor da tua ira os alcance.
Fique deserta a sua morada, e não haja quem habite as suas tendas.
Pois perseguem a quem tu feriste e acrescentam dores àquele a quem golpeaste. 
Soma-lhes iniquidade à iniquidade, e não gozem da tua absolvição.
Sejam riscados do Livro dos Vivos e não tenham registro com os justos.
Quanto a mim, porém, amargurado e aflito, ponha-me o teu socorro, ó Deus, em alto refúgio.
Louvarei com cânticos o nome de Deus, exalta-lo-ei com ações de graças.
Será isso muito mais agradável ao SENHOR do que um boi ou um novilho com chifres e unhas.
 Vejam isso os aflitos e se alegrem; quanto a vós outros que buscais a Deus, que o vosso coração reviva.
Porque o SENHOR responde aos necessitados e não despreza os seus prisioneiros.
Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto neles se move.
Porque Deus salvará Sião e edificará as cidades de Judá, e ali habitarão e hão de possuí-la. 
Também a descendência dos seus servos a herdará, e os que lhe amam o nome nela habitarão.”




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