Provavelmente este salmo tenha sido escrito depois do retorno dos
judeus do cativeiro em Babilônia.
Então nós temos aqui a manifestação de gratidão por Deus ter
favorecido o Seu povo restaurando-o em sua própria terra, e por ter perdoado a
sua iniquidade, depois de terem passado setenta anos no cativeiro.
Deus havia se desviado do ardor da Sua indignação e do furor da
Sua ira, depois de tê-los corrigido numa terra estrangeira de aflição.
Todavia, foi para uma terra desolada e queimada que eles haviam
retornado.
Haveria necessidade de reconstruir tudo o que havia sido destruído
pelos babilônios, e havia muitos inimigos que estavam se opondo ao retorno
deles, especialmente os samaritanos.
Por isso, ao mesmo tempo que orava agradecendo a Deus pela
restauração, o salmista lhe pediu também que os restabelecesse completamente e
que retirasse de sobre eles a Sua ira, vivificando-lhes com o regozijo da Sua
presença e misericórdia, concedendo-lhes a Sua salvação.
O salmista não orava como quem duvida, porque tinha a plena
certeza de que o Senhor ouviria as orações de Seu povo e que voltaria a lhes
falar de paz, e preservaria os Seus santos para que não caíssem em
insensatez.
Tal seria o caráter da salvação que Deus manifestaria a Israel,
especialmente nos dias do Messias, que haveria um encontro da graça com a
verdade; e a justiça e paz se beijariam, isto é, estariam conciliadas.
A graça de Jesus faria com que a verdade brotasse na terra, e a
justiça baixaria o seu olhar desde os céus, porque muitos seriam justificados
aos olhos de Deus, desde os céus, com a própria justiça de Jesus.
E o fruto desta graça e justiça seria o fruto do Espírito Santo,
do qual o salmista ressaltou a bondade.
Isto sucederia porque a justiça do Senhor iria adiante dEle, e
Suas pegadas formariam caminhos retos para que o Seu povo ande por ele.
Isto significa que o Senhor não trataria com o Seu povo, na base
da própria justiça deles, mas com base na justiça de Seu Filho Jesus
Cristo.
Todavia,
esta justiça lhes seria dada e atribuída para que vivessem na prática da
justiça, a qual também seria neles implantada progressivamente pelo Espírito
Santo.
“Favoreceste,
SENHOR, a tua terra; restauraste a prosperidade de Jacó.
Perdoaste
a iniquidade de teu povo, encobriste os seus pecados todos.
A tua
indignação, reprimiste-a toda, do furor da tua ira te desviaste.
Restabelece-nos,
ó Deus da nossa salvação, e retira de sobre nós a tua ira.
Estarás
para sempre irado contra nós?
Prolongarás
a tua ira por todas as gerações?
Porventura,
não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?
Mostra-nos,
SENHOR, a tua misericórdia e concede-nos a tua salvação.
Escutarei
o que Deus, o SENHOR, disser, pois falará de paz ao seu povo e aos seus santos;
e que jamais caiam em insensatez.
Próxima
está a sua salvação dos que o temem, para que a glória assista em nossa terra.
Encontraram-se
a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram.
Da terra
brota a verdade, dos céus a justiça baixa o seu olhar.
Também o
SENHOR dará o que é bom, e a nossa terra produzirá o seu fruto.
A justiça
irá adiante dele, cujas pegadas ela transforma em caminhos.”
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