sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

EZEQUIEL 29



Três capítulos foram dedicados aos juízos contra Tiro, e contra o Egito são dedicados quatro capítulos a contar com este.
Esta profecia foi dada no décimo ano, no décimo mês, no dia doze do mês (v. 1).
E o início do sítio de Jerusalém por Babilônia ocorreu no décimo dia, do décimo mês, do nono ano do reinado de Zedequias, e a sua preparação é citada neste presente capítulo.
Esta profecia fora dada portanto, quando já havia decorrido exatamente um ano de sítio de Jerusalém por parte dos babilônios.
Nos últimos dias dos reis de Judá e de Israel, o Egito vinha mantendo boas relações diplomáticas com as duas casas de Jacó, a saber, a de Judá, e a de Israel.
Então, os israelitas haviam desviado a confiança deles do braço do Senhor para livrá-los das ameaças das nações vizinhas, para colocá-la inteiramente na aliança que tinha com o Egito, que sendo na época uma nação mais poderosa do que os vizinhos de Israel, seria uma garantia para a segurança deles, assim como sucede nos dias de hoje, na aliança que Israel mantém com os EUA.
Todavia, eles eram o povo do Senhor naquela Antiga Aliança, e a política internacional não funcionava para eles, como para as demais nações pagãs, porque o Senhor lhes havia vocacionado para serem cabeça das nações e não cauda, e muito menos dependentes de qualquer poder terreno, porque Ele mesmo seria o escudo e a espada de Israel.  
É somente com isto em vista que podemos entender o vigor das repreensões dirigidas tanto contra os judeus, quanto contra os egípcios, que encontramos não apenas no livro de Ezequiel, como nos livros de outros profetas da Bíblia.
Então seria vã a confiança que os judeus estavam depositando no Egito para que fossem livrados do cerco dos babilônios, que já durava um ano, e que se prolongaria por mais oito meses, até serem deportados para Babilônia. 
A glória do Egito era o rio Nilo, que é o maior rio do mundo em extensão, com todos os seus afluentes, então o juízo é dirigido contra os egípcios e os seus rios, que eles adoravam como deuses.  
O juízo nesta profecia, no entanto, é dirigido especialmente contra o próprio faraó, que se afirmava um deus ainda maior que o próprio rio Nilo, dizendo que fora ele quem o criara.
Então é predita a desolação da terra do Egito por Nabucodonosor, e que ficaria em tal condição por 40 anos, e que somente depois de cumprido tal tempo, eles seriam restaurados, e isto corresponderia à queda de Babilônia sob a Média e Pérsia, quando todas as nações que estavam cativas em Babilônia, seriam libertadas de volta às suas próprias terras. 
No vigésimo quinto capítulo do livro do profeta Jeremias, nós temos o seguinte registro no seu primeiro versículo: 

“A palavra que veio a Jeremias acerca de todo o povo de Judá, no ano quarto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, que era o primeiro ano de Nabucodonosor, rei de Babilônia,” (Jer 25.1)
 Nós vemos portanto, que o primeiro ano de reinado de Nabucodonosor, correspondeu ao quarto ano de reinado do rei Jeoaquim de Judá.  
No décimo primeiro ano do seu reinado Jeoaquim foi morto por Nabucodonosor, quando Joaquim foi posto para reinar em seu lugar, tendo ficado no trono por apenas três meses, sendo deportado para Babilônia.
Vemos então que o primeiro ano de cativeiro do rei Joaquim correspondeu ao oitavo ano do reinado de Nabucodonosor.
Para calcular portanto o tempo de reinado deste rei, em relação às datas concernentes ao cativeiro, que são citadas por Ezequiel em seu livro, basta somar oito anos às mesmas (11 – 4 + 1 inclusive = 8).
Isto é também deduzido do que lemos em Jeremias 32.1, porque se afirma que o décimo ano de reinado de Zedequias correspondeu ao décimo oitavo de Nabucodonosor.
Ora, se Zedequias começou a reinar no oitavo ano de reinado de Nabucodonosor, como vimos anteriormente, porque foi entronizado quando o rei Joaquim foi levado para Babilônia, então está confirmado que Nabucodonosor estava no oitavo ano do seu reinado quando Joaquiam, Ezequiel, Daniel, estavam no seu primeiro ano de cativeiro, porque temos: 8 anos de Nabucodonosor até Zedequias + 10 anos de reinado de Zedequias, como citado em Jer 32.1 = 18 anos de reinado de Nabucodonosor.    

“Palavra que veio a Jeremias da parte do SENHOR, no ano décimo de Zedequias, rei de Judá, ou décimo oitavo de Nabucodonosor.” (Jer 32.1). 

Nós temos inserida neste capítulo, a partir do verso 17, uma citação ao cumprimento das predições contra Tiro, anunciadas nos capítulos anteriores, que foram executadas por Nabucodonosor no vigésimo sétimo ano do cativeiro de Joaquim, portanto, trigésimo quinto ano do reinado de Nabucodonosor (27 + 8 = 35). E isto serviria de sinal para a queda do Egito que se daria logo em seguida (v. 19). 
Nabucodonosor reinou por 45 anos, e seu filho Evil-Merodaque, 23 anos, e seu filho Belsazar, que o sucedeu no trono, reinou apenas 2 anos, porque foi nos seus dias que o reino de Babilônia caiu na mão da Média e da Pérsia.
O somatório destes anos corresponde aos 70 anos de cativeiro de Judá, e ao período de tempo que outras nações ficariam no poder de Babilônia enquanto ela estivesse imperando sobre o mundo. 
Como é dito na profecia deste capítulo de Ezequiel que o tempo de permanência do Egito no cativeiro seria de 40 anos, podemos então supor que o início do cativeiro daquela nação tenha começado a partir do trigésimo ano do reinado de Nabucodonosor, e que tenha havido uma leva maior de cativos, após o trigésimo quinto ano do seu reinado em Babilônia. 



“1 No décimo ano, no décimo mês, no dia doze do mês, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
2 Filho do homem, dirige o teu rosto contra Faraó, rei do Egito, e profetiza contra ele e contra todo o Egito.
3 Fala, e dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis-me contra ti, ó Faraó, rei do Egito, grande dragão, que pousas no meio dos teus rios, e que dizes: O meu rio é meu, e eu o fiz para mim.
4 Mas eu porei anzóis em teus queixos, e farei que os peixes dos teus rios se apeguem às tuas escamas; e tirar-te-ei dos teus rios, juntamente com todos os peixes dos teus rios que se apegam às tuas escamas.
5 E te lançarei no deserto, a ti e a todos os peixes dos teus rios; sobre a face do campo cairás; não serás recolhido nem ajuntado. Aos animais da terra e às aves do céu te dei por pasto.
6 E saberão todos os moradores do Egito que eu sou o Senhor, porque tu tens sido um bordão de cana para a casa de Israel.
7 Tomando-te eles na mão, tu te quebraste e lhes rasgaste todo o ombro; e quando em ti se apoiaram, tu te quebraste, fazendo estremecer todos os seus lombos.
8 Portanto, assim diz o Senhor Deus: Eis que eu trarei sobre ti a espada, e de ti exterminarei homem e animal.
9 E a terra do Egito se tornará em desolação e deserto; e saberão que eu sou o Senhor. Porquanto disseste: O rio é meu, e eu o fiz;
10 por isso eis que eu estou contra ti e contra os teus rios; e tornarei a terra do Egito em desertas e assoladas solidões, desde Migdol de Sevené até os confins da Etiópia.
11 Não passará por ela pé de homem, nem pé de animal passará por ela, nem será habitada durante quarenta anos.
12 Assim tornarei a terra do Egito em desolação no meio das terras assoladas, e as suas cidades no meio das cidades assoladas ficarão desertas por quarenta anos; e espalharei os egípcios entre as nações, e os dispersarei pelos países.
13 Pois assim diz o Senhor Deus: Ao cabo de quarenta anos ajuntarei os egípcios dentre os povos entre os quais foram espalhados.
14 E restaurarei do cativeiro os egípcios, e os farei voltar à terra de Patros, à sua terra natal; e serão ali um reino humilde;
15 mais humilde se fará do que os outros reinos, e nunca mais se exalçará sobre as nações; e eu os diminuirei, para que não mais dominem sobre as nações.
16 E não será mais a confiança da casa de Israel e a ocasião de ser lembrada a sua iniquidade, quando se virarem para olhar após eles; antes saberão que eu sou o Senhor Deus.
17 E sucedeu que, no ano vinte e sete, no mês primeiro, no primeiro dia do mês, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
18 Filho do homem, Nabucodonosor, rei de Babilônia, fez com que o seu exército prestasse um grande serviço contra Tiro. Toda cabeça se tornou calva, e todo ombro se pelou; contudo não houve paga da parte de Tiro para ele, nem para o seu exército, pelo serviço que prestou contra ela.
19 Portanto, assim diz o Senhor Deus: Eis que eu darei a Nabucodonosor, rei de Babilônia, a terra do Egito; assim levará ele a multidão dela, como tomará o seu despojo e roubará a sua presa; e isso será a paga para o seu exército.
20 Como recompensa do serviço que me prestou, pois trabalhou por mim, eu lhe dei a terra do Egito, diz o Senhor Deus.
21 Naquele dia farei brotar um chifre para a casa de Israel; e te concederei que abras a boca no meio deles; e saberão que eu sou o Senhor.” (Ezequiel 29)

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