segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

ESTER 3


Pelo desígnio de Deus, o rei Assuero fez de Ester sua rainha, e agora pelo propósito de Satanás, Hamã foi colocado como o segundo homem em importância no reino, depois dele.
Diz-se deste Hamã, que era um agagita, isto é, um dos descendentes de Agague, rei dos amalequitas que havia sido poupado por Saul, que havia desobedecido ao mandado de Deus de destruir totalmente os amalequitas.
A desobediência de Saul trouxe várias dificuldades para os judeus em dias posteriores ao dele, e agora também nos dias de Ester, com a subida a uma posição elevada no reino da Pérsia de um dos descendentes daquele povo, que desde a saída dos israelitas do Egito com Moisés, havia demonstrado um ódio mortal e gratuito pelos judeus.
Como o rei havia ordenado ao povo que se inclinasse e se prostrasse diante de Hamã toda vez que passasse por eles, o único que se recusou a fazê-lo foi Mardoqueu, porque não era costume dos judeus, que temiam verdadeiramente a Deus, adorarem a qualquer homem ou ídolo.
Ele não se recusou a reverenciá-lo pelo poder legal do qual estava constituído, mas pelo ato de adoração que importava aquele gesto, na maneira como fora formulado.
Tendo a recusa de Mardoqueu despertado grande fúria em Hamã, ele intentou não apenas matá-lo por causa da simples recusa, mas por saber que era um judeu.
Então conseguiu convencer ao rei, quando lançavam Pur no último mês do ano, para fazerem previsões para cada mês do ano seguinte, como era o costume deles, caiu no décimo terceiro dia do décimo segundo mês, do ano seguinte, a data em que todas as províncias da Pérsia deveriam se levantar em perseguição a todos os judeus para exterminá-los, fossem velhos ou mesmo crianças, tanto mulheres quanto homens.
O motivo alegado por Hamã foi o de que os judeus eram o único povo das demais nações dominadas pela Pérsia que seguiam as suas próprias leis, e que de modo algum se deixariam dobrar para cumprir os decretos reais da Pérsia.
A sorte já estava lançada (Pur), e é daí que se passou a usar tal expressão quando alguém se encontra numa situação de crise que necessite ser vencida com o auxílio de Deus, porque percebe que o Inimigo tem se levantado com seus planos infernais para desviar o povo do Senhor da fidelidade que é devida a Ele. 
Enquanto estivermos neste mundo devemos estar convictos de que Satanás sempre usará seus Hamãs para tentar destruir os servos de Deus.
Mas, o Senhor se antecipa para proteger o Seu povo e a história tem sido sempre a mesma, porque no final da história os Hamãs e o diabo saem derrotados, como veremos adiante em nosso comentário.
A transação da morte dos judeus seria feita com uma grande soma de dinheiro (dez mil talentos de prata) que foi prometida por Hamâ ao rei, o que certamente aguçou a cobiça do rei e revelou qual era de fato seu caráter, porque estava trocando milhares de vidas inocentes por dinheiro; e com isto deu o seu anel de selar os decretos reais, como símbolo da transferência da sua autoridade para Hamã, para que agisse conforme tinha lhe falado.
Deus permitiu que tudo isto sucedesse ao seu povo para aprendermos que teremos que lutar para vencer o Inimigo.
Porque além de sermos aperfeiçoados nas batalhas da fé, isto traz grande glória ao Seu nome, a saber, ver o Inimigo sendo derrotado por Ele através do Seu povo.


“1 Depois destas coisas o rei Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, agagita, e o exaltou, e pôs o seu assento acima de todos os príncipes que estavam com ele.
2 E todos os servos do rei, que estavam à porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Hamã; porque assim tinha ordenado o rei acerca dele; porém Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava.
3 Então os servos do rei, que estavam à porta do rei, disseram a Mardoqueu: Por que transgride o mandado do rei?
4 Sucedeu, pois, que, dizendo-lhe eles isto, dia após dia, e não lhes dando ouvidos, o fizeram saber a Hamã, para verem se as palavras de Mardoqueu se sustentariam, porque ele lhes tinha declarado que era judeu.
5 Vendo, pois, Hamã que Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava diante dele, Hamã se encheu de furor.
6 Porém teve como pouco, nos seus propósitos, o pôr as mãos só em Mardoqueu (porque lhe haviam declarado de que povo era Mardoqueu); Hamã, pois, procurou destruir a todos os judeus, o povo de Mardoqueu, que havia em todo o reino de Assuero.
7 No primeiro mês (que é o mês de Nisã), no ano duodécimo do rei Assuero, se lançou Pur, isto é, a sorte, perante Hamã, para cada dia, e para cada mês, até ao duodécimo mês, que é o mês de Adar.
8 E Hamã disse ao rei Assuero: Existe espalhado e dividido entre os povos em todas as províncias do teu reino um povo, cujas leis são diferentes das leis de todos os povos, e que não cumpre as leis do rei; por isso não convém ao rei deixá-lo ficar.
9 Se bem parecer ao rei, decrete-se que os matem; e eu porei nas mãos dos que fizerem a obra dez mil talentos de prata, para que entrem nos tesouros do rei.
10 Então tirou o rei o anel da sua mão, e o deu a Hamã, filho de Hamedata, agagita, adversário dos judeus.
11 E disse o rei a Hamã: Essa prata te é dada como também esse povo, para fazeres dele o que bem parecer aos teus olhos.
12 Então chamaram os escrivães do rei no primeiro mês, no dia treze do mesmo e, conforme a tudo quanto Hamã mandou, se escreveu aos príncipes do rei, e aos governadores que havia sobre cada província, e aos líderes, de cada povo; a cada província segundo a sua escrita, e a cada povo segundo a sua língua; em nome do rei Assuero se escreveu, e com o anel do rei se selou.
13 E enviaram-se as cartas por intermédio dos correios a todas as províncias do rei, para que destruíssem, matassem, e fizessem perecer a todos os judeus, desde o jovem até ao velho, crianças e mulheres, em um mesmo dia, a treze do duodécimo mês (que é o mês de Adar), e que saqueassem os seus bens.
14 Uma cópia do despacho que determinou a divulgação da lei em cada província, foi enviada a todos os povos, para que estivessem preparados para aquele dia.
15 Os correios, pois, impelidos pela palavra do rei, saíram, e a lei se proclamou na fortaleza de Susã. E o rei e Hamã se assentaram a beber, porém a cidade de Susã estava confusa.”


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