terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Jó Era um Gigante Espiritual – Jó 31



Que gigante espiritual era Jó!
E quão anões somos nós, na grande maioria, comparados com ele!
Sua justiça não era apenas de palavra.
Os cristãos dizem que são justos, mas em sua grande maioria aprenderam apenas a dizer isto, sem atinar com o verdadeiro significado de um viver justo.
Muitos falam com a boca e saem a praticar toda sorte de coisas abomináveis, e não procuram guardar seus corações em verdadeira pureza. Então que justiça está sendo implantada neles pelo Espírito Santo?
Quando lemos o testemunho que Jó nos dá neste capítulo 31º, pasmamos de quão longe estamos deste grau de santificação que ele havia alcançado.
Logo no primeiro versículo ele afirma que havia feito um pacto com os seus olhos para não fixá-los numa virgem.
E que o fizera pelo temor de Deus, para  que não perdesse qualquer galardão da parte dEle (v. 2). 
Ele caminhava sabendo que Deus é onisciente e onipresente e que tudo sabe e vê, e que avalia todos os nossos atos (v. 4).  
Jó ponderava portanto, todo o seu caminhar neste mundo, tudo passando sob o crivo dos olhos do Senhor, de modo que ao ser pesado por Deus em Sua balança, nunca fosse achado em falta.
Ele não somente se guardava da soberba dos olhos, como também de contaminar suas mãos com qualquer má ação.
E o fizera sob a pena de anátema que outro comesse o que ele viesse a semear, caso se desviasse do seu propósito de viver na prática da justiça. 
Ele também se impôs o anátema de que sua esposa o traísse com outro, caso deixasse o seu coração ser seduzido por outra mulher, ou caso armasse qualquer tipo de traição ao seu próximo.
Ele sabia que tinha um Senhor no céu, e por isso procurava ser um patrão justo na terra em relação a seus servos.
Sabia que tanto ele quanto seus servos eram iguais perante Deus.
Ele também se impôs o anátema de que caísse o seu ombro e que o seu braço fosse desconjuntado, caso fosse omisso em atender ao pobre, ao órfão, à viúva e qualquer outro tipo de necessitado, que dependesse da sua ajuda. 
Jó declarou expressamente que a sua confiança e esperança não se encontravam no ouro (v. 24), e que não era a sua grande riqueza a razão do seu regozijo (v.25), e nem era um adorador de ídolos, citando por exemplo a adoração que muitos faziam do sol e da lua, porque com isso teria negado a Deus que se encontra no céu.  
Ele não se alegrava na ruína dos seus inimigos, e não exultava quando o mal lhes sobrevinha, e nunca pediu com sua boca a morte de nenhum deles. 
Ele hospedava em sua casa os estrangeiros e peregrinos.
Ele bem conhecia o pecado de Adão, que procurou se esconder de Deus, para que não descobrisse as suas transgressões, e por isso nunca havia fugido do seu dever de ser justo mesmo quando era pressionado pela multidão.
Jó estava tão em paz com a sua consciência quanto ao modo da sua vida justa, que caso os seus inimigos escrevessem contra ele acusações mentirosas, ele as tomaria sobre si sem qualquer rancor, e as carregaria consigo à presença de Deus, porque aquilo somente serviria para aumentar a sua honra, porque certamente daria ocasião para que o Senhor fizesse a sua defesa.
De onde este homem aprendera tudo isto, senão da sabedoria divina.
Muitos séculos antes de Paulo ter declarado que não devemos nos importar com os juízos enganosos que fazem contra nós, porque é o Senhor quem nos julga, Jó tivera conhecimento deste princípio de sabedoria, por causa da sua comunhão com Deus, e o temor verdadeiro que tinha dEle, desviando-se do mal. 



“1 Fiz pacto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?
2 Pois que porção teria eu de Deus lá de cima, e que herança do Todo-Poderoso lá do alto?
3 Não é a destruição para o perverso, e o desastre para os obradores da iniquidade?
4 Não vê ele os meus caminhos, e não conta todos os meus passos?
5 Se eu tenho andado com falsidade, e se o meu pé se tem apressado após o engano
6 (pese-me Deus em balanças fiéis, e conheça a minha integridade);
7 se os meus passos se têm desviado do caminho, e se o meu coração tem seguido os meus olhos, e se qualquer mancha se tem pegado às minhas mãos;
8 então semeie eu e outro coma, e seja arrancado o produto do meu campo.
9 Se o meu coração se deixou seduzir por causa duma mulher, ou se eu tenho armado traição à porta do meu próximo,
10 então moa minha mulher para outro, e outros se encurvem sobre ela.
11 Pois isso seria um crime infame; sim, isso seria uma iniquidade para ser punida pelos juízes;
12 porque seria fogo que consome até o abismo, e desarraigaria toda a minha renda.
13 Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando eles pleitearam comigo,
14 então que faria eu quando Deus se levantasse? E quando ele me viesse inquirir, que lhe responderia?
15 Aquele que me formou no ventre não o fez também a meu servo? E não foi um que nos plasmou na madre?
16 Se tenho negado aos pobres o que desejavam, ou feito desfalecer os olhos da viúva,
17 ou se tenho comido sozinho o meu bocado, e não tem comido dele o órfão também
18 (pois desde a minha mocidade o órfão cresceu comigo como com seu pai, e a viúva, tenho-a guiado desde o ventre de minha mãe);
19 se tenho visto alguém perecer por falta de roupa, ou o necessitado não ter com que se cobrir;
20 se os seus lombos não me abençoaram, se ele não se aquentava com os velos dos meus cordeiros;
21 se levantei a minha mão contra o órfão, porque na porta via a minha ajuda;
22 então caia do ombro a minha espádua, e separe-se o meu braço da sua juntura.
23 Pois a calamidade vinda de Deus seria para mim um horror, e eu não poderia suportar a sua majestade.
24 Se do ouro fiz a minha esperança, ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança;
25 se me regozijei por ser grande a minha riqueza, e por ter a minha mão alcança o muito;
26 se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, quando ela caminhava em esplendor,
27 e o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão;
28 isso também seria uma iniquidade para ser punida pelos juízes; pois assim teria negado a Deus que está lá em cima.
29 Se me regozijei com a ruína do que me tem ódio, e se exultei quando o mal lhe sobreveio
30 (mas eu não deixei pecar a minha boca, pedindo com imprecação a sua morte);
31 se as pessoas da minha tenda não disseram: Quem há que não se tenha saciado com carne provida por ele?
32 O estrangeiro não passava a noite na rua; mas eu abria as minhas portas ao viandante;
33 se, como Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando a minha iniquidade no meu seio,
34 porque tinha medo da grande multidão, e o desprezo das famílias me aterrorizava, de modo que me calei, e não saí da porta...
35 Ah! quem me dera um que me ouvisse! Eis a minha defesa, que me responda o Todo-Poderoso! Quem dera tivesse eu a acusação escrita pelo meu adversário!
36 Por certo eu a levaria sobre o ombro, sobre mim a ataria como coroa.
37 Eu lhe daria conta dos meus passos; como príncipe me chegaria a ele
38 Se a minha terra clamar contra mim, e se os seus sulcos juntamente chorarem;
39 se comi os seus frutos sem dinheiro, ou se fiz que morressem os seus donos;
40 por trigo me produza cardos, e por cevada joio. Acabaram-se as palavras de Jó.” (Jó 31)


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