Nós temos aprendido fartamente, conforme é um dos
principais propósitos e utilidade das Escrituras, acerca da justiça de Deus.
A Bíblia ensina que a finalidade da lei é o próprio
Cristo, para a justiça de todo o que crê.
Mas não basta saber e dizer simplesmente que a
justiça de Deus é Cristo (Jer 23.5,6), porque Ele próprio se tornou da parte de
Deus para nós a nossa justiça, como também a nossa sabedoria, santificação e
redenção (I Cor 1.30), pois é necessário conhecer os muitos aspectos e
realidades espirituais em que consiste esta justiça que está em Cristo e que é
manifestada por Ele a nós, nos sendo atribuída e também implantada em nosso
caráter, pelo trabalho progressivo do Espírito Santo. E para este propósito
cooperam as tribulações que sofremos neste mundo.
Isto se aprende no relato das Escrituras, conforme
temos aprendido até aqui, desde o seu primeiro livro de Gênesis, de modo que
possamos pensar, julgar e praticar esta reta justiça que nos é revelada por Deus
em Sua Palavra.
A lei deve ser apreciada e cumprida mas sempre
debaixo da fé, do amor e da misericórdia, que são procedentes da nossa comunhão
com o Senhor através do Espírito Santo.
Nós vemos que Israel não teve a devida consideração
para com a Palavra de Deus durante séculos, chegando mesmo a adorarem falsos
deuses contra as exigências da Sua Lei.
Isto culminou, por causa desta transgressão da
Palavra de Deus, como a expulsão deles da sua própria terra.
Mas quando retornaram curados de sua idolatria, e
convencidos de que foi esta falta de apreço pela Lei do Senhor a causa do seu
cativeiro, começaram então a se entregar a uma frenética interpretação das
Escrituras para que pudessem pautar suas vidas de acordo com as exigências da
Lei, e foram tantas as tradições e interpretações que incorporaram às Escrituras em obras como o
Talmude, por exemplo, configurando aquilo que se chamou de tradição rabínica,
que acabaram por se afastar ainda mais
da vontade do Senhor, porque não O buscavam, não prezavam a comunhão com Ele,
não se submetiam à direção do seu Espírito, não viviam na fé, no amor, na
misericórdia.
Enfim, não levavam em conta a necessidade de
conversão, de um novo nascimento do Espírito, para poderem efetivamente
servirem a Deus.
E de fato, se o homem não nascer de novo ele não
pode servir a Deus.
Se ele não tiver o Espírito Santo habitando nele,
transformando o seu coração, não pode cumprir verdadeiramente a Palavra do
Senhor, e viver de modo que lhe seja agradável.
Nunca, em tempo algum, Deus planejou algo diferente
da necessidade de que o homem, para se tornar um verdadeiro santo, pudesse
fazê-lo por algum outro caminho diferente do necessário encontro pessoal com
Ele.
É pelo mesmo Espírito Santo, pelo qual foram
criadas todas as coisas, que é também criado um filho de Deus.
A pessoa viverá então sem o conhecimento verdadeiro
do Senhor, até o dia que tenha um encontro pessoal com Cristo, por ter nascido
do Espírito Santo.
Um Joiada teve certamente esta experiência e esta
foi a razão da sua vida piedosa por longos 130 anos.
Um Salomão teve também esta experiência pessoal,
mas desagradou ao Senhor no final da sua vida, por ter abandonado o seu
primeiro amor.
Então, Salomão nos ensina que não é necessário
apenas nascer de novo para se agradar ao Senhor, é preciso também andar em
santidade de vida, submetendo-se continuamente à direção e instrução do mesmo
Espírito Santo, que nos converteu a Deus.
Estando então plenamente convictos de que a justiça
não pode ser procedente exclusivamente do conhecimento da Lei, porque depende
da união com Cristo e do trabalho interno do Espírito Santo no coração,
transformando pecadores em novas criaturas, podemos partir seguros para o
estudo das Escrituras, sem o risco de nos tornarmos legalistas e frios observadores
da Lei, como foram os fariseus nos dias de Jesus, e pela assistência do
Espírito Santo, poderemos compreender e praticar a justiça do reino de Deus,
aprendendo que esta justiça é a própria pessoa de Cristo, sendo oferecido a nós
para cobrir os nossos pecados, e para nos transformar à Sua própria imagem e
semelhança.
A recusa desta participação na justiça de Deus, na
vida de Cristo, é o que traz os juízos condenatórios sobre estes que se rebelam
contra Deus.
Por isso é extremamente importante aprender e
ensinar o povo do Senhor acerca da verdadeira justiça, porque disto depende um
viver plenamente abençoado por Deus, em todas as circunstâncias, agradáveis ou
adversas, por podermos contar com a Sua santa presença, porque Ele não pode
recompensar as obras infrutíferas das trevas, senão somente as boas obras de
justiça, que somos chamados por Ele a praticar diante de todos os homens, para
que o Seu Santo Nome seja glorificado por eles (Mt 5.16).
É por isso que temos visto que até mesmo as obras que
precisam estar sendo praticadas em nome da justiça, como as de Baasa, de Zinri,
do próprio Jeú, não trouxeram afinal glória ao nome do Senhor, porque não foram
feitas segundo a reta justiça, que é de acordo com os preceitos e condições
estabelecidos pelo Senhor em Sua Palavra.
Se eles não amavam os mandamentos do Senhor, se não
haviam nascido de novo do Espírito, que obras de justiça poderiam ter praticado
que trouxesse verdadeira glória ao Seu nome?
Eles não passaram portanto de meros instrumentos
dos Seus juízos, em Suas mãos, tal como eram os reis ímpios das nações pagãs,
que subjugavam Israel para castigo da impiedade dos israelitas, conforme
determinado por Deus.
Estes também não deram glória ao Senhor apesar de
terem sido os instrumentos da Sua justiça.
E é ainda este o motivo de tantas obras serem
feitas em nome de Deus pela Igreja, e que não Lhe trazem nenhuma glória, e
nenhuma bênção verdadeira aos que as praticam, por não andarem na justiça que
procede do Senhor e que nos é ensinada nas Escrituras.
Nós vemos no décimo capitulo de II Reis que Jeú não
conheceu a justiça de Deus que é pela fé, e que une a alma e o coração do cristão
ao Senhor, levando-o a amar a Sua Palavra, e por isso ele permaneceu na
idolatria de Jeroboão, e a manteve em Israel, apesar de ter sido extremamente
zeloso em cumprir a missão que Deus lhe dera de exterminar a casa de Acabe,
indo até mesmo além do que lhe fora ordenado, erradicando o culto a Baal de
Israel pela morte de todos os seus adoradores, e pela destruição do templo que
fora dedicado à sua adoração em Samaria, desde os dias de Acabe.
Os setenta descendentes de Acabe, que poderiam ter
alguma aspiração de subir ao trono de Israel, depois da morte de Jorão por Jeú,
foram decapitados a pedido deste aos anciãos de Israel.
Eles haviam apoiado Jezabel na morte dos profetas
do Senhor e na morte de Nabote, e agora estavam sendo convocados por Jeú a
apoiá-lo no extermínio daqueles que haviam apoiado anteriormente.
E valendo-se da palavra que o Senhor havia
proferido contra toda a casa de Acabe, através de Elias (v. 10) ele destruiu
todos os demais parentes e amigos íntimos e sacerdotes de Acabe, que viviam em
Jizreel (v. 11).
A caminho de Samaria ele encontrou 42 irmãos de
Acazias, rei de Judá, que não sabiam ainda que este havia sido morto por Jeú, e
tendo declarado a ele que se dirigiam a Jizreel para honrar os príncipes da
casa de Acabe, Jeú ordenou que fossem mortos (v. 12 a 14).
Prosseguindo em direção a Samaria, não somente
destruiu o restante da descendência de Acabe, que se encontrava na capital do
Reino do Norte, como também usou de um estratagema, fingindo-se adorador de
Baal, convocou todos os seus adoradores para estarem com ele em sua casa de
culto em Samaria, e depois de tomar as devidas providências e cautelas para se
certificar que não havia nenhum servo do Senhor entre eles, ordenou a oitenta
de seus soldados que os matassem a todos sem deixar escapar nenhum deles,
porque quem permitisse a fuga de algum deles, responderia com a sua própria
vida, no lugar daquele que deixasse escapar (v. 24 a 26).
Por tudo isto o Senhor prometeu a Jeú que manteria
seus descendentes no trono de Israel até a sua quarta geração (v. 30).
Mas como o seu coração não foi inteiramente íntegro
para com o Senhor e o povo continuou idolatrando os bezerros de ouro, foi nos
seus dias que os termos de Israel foram reduzidos pelo rei da Síria, Hazael,
que tomou a maior parte dos territórios de Israel que ficavam na Transjordânia
(v. 32, 33).
Mas lhe foi permitido ainda reinar por 28 anos, até
o dia da sua morte, sendo sucedido por seu filho Jeocaz (5.36).
“1 Ora, Acabe tinha setenta filhos em Samaria. E
Jeú escreveu cartas, e as enviou a Samaria, aos chefes de Jizreel, aos anciãos,
e aos aios dos filhos de Acabe, dizendo:
2 Logo que vos chegar esta carta, visto que estão
convosco os filhos de vosso senhor, como também carros, e cavalos, e uma cidade
fortificada, e armas,
3 escolhei o melhor e mais reto dos filhos de vosso
senhor, ponde-o sobre o trono de seu pai, e pelejai pela casa de vosso senhor.
4 Eles, porém, temeram muitíssimo, e disseram: Eis
que dois reis não lhe puderam resistir; como, pois, poderemos nós resistir-lhe?
5 Então o que tinha cargo da casa, o que tinha
cargo da cidade, os anciãos e os aios mandaram dizer a Jeú: Nós somos teus
servos, e tudo quanto nos ordenares faremos; a homem algum constituiremos rei.
Faze o que parecer bem aos teus olhos.
6 Depois lhes escreveu outra carta, dizendo: Se
sois comigo, e se quereis ouvir a minha voz, tomai as cabeças dos homens,
filhos de vosso senhor, e amanhã a estas horas vinde ter comigo a Jizreel: Ora,
os filhos do rei, que eram setenta, estavam com os grandes da cidade, que os
criavam.:
7 Sucedeu pois, que, chegada a eles a carta,
tomaram os setenta filhos do rei e os mataram; puseram as cabeças deles nuns
cestos, e lhas mandaram a Jizreel.
8 Veio um mensageiro e lhe anunciou, dizendo:
Trouxeram as cabeças dos filhos do rei. E ele disse: Ponde-as em dois montões à
entrada da porta, até pela manhã.
9 Ao sair ele pela manhã, parou, e disse a todo o
povo: Vós sois justos; eis que eu conspirei contra o meu senhor, e o matei; mas
quem feriu a todos estes?
10 Sabei, pois, agora que, da palavra do senhor,
que o Senhor falou contra a casa de Acabe, nada cairá em terra; porque o Senhor
tem feito o que falou por intermédio de seu servo Elias.
11 E Jeú feriu todos os restantes da casa de Acabe
em Jizreel, como também a todos os seus grandes, os seus amigos íntimos, e os
seus sacerdotes, até não lhe deixar ficar nenhum de resto.
12 Então Jeú se levantou e partiu para ir a
Samaria. E, estando no caminho, em Bete-Equede dos pastores,
13 encontrou-se com os irmãos de Acazias, rei de
Judá, e perguntou: Quem sois vós? Responderam eles: Somos os irmãos de Acazias;
e descemos a saudar os filhos do rei e os filhos da rainha.
14 Então disse ele: Apanhai-os vivos. E eles os
apanharam vivos, quarenta e dois homens, e os mataram junto ao poço de
Bete-Equede, e a nenhum deles deixou de resto.
15 E, partindo dali, encontrou-se com Jonadabe,
filho de Recabe, que lhe vinha ao encontro, ao qual saudou e lhe perguntou: O
teu coração é sincero para comigo como o meu o é para contigo? Respondeu
Jonadabe: É. Então, se é, disse Jeú, dá-me a tua mão. E ele lhe deu a mão; e
Jeú fê-lo subir consigo ao carro,
16 e disse: Vem comigo, e vê o meu zelo para com o
Senhor. E fê-lo sentar consigo no carro.
17 Quando Jeú chegou a Samaria, feriu a todos os
que restavam de Acabe em Samaria, até os destruir, conforme a palavra que o
Senhor dissera a Elias.
18 Depois ajuntou Jeú todo o povo, e disse-lhe:
Acabe serviu pouco a Baal; Jeú, porém, muito o servirá.
19 Pelo que chamai agora à minha presença todos os
profetas de Baal, todos os seus servos e todos os seus sacerdotes; não falte
nenhum, porque tenho um grande sacrifício a fazer a Baal; aquele que faltar não
viverá. Jeú, porém, fazia isto com astúcia, para destruir os adoradores de
Baal.
20 Disse mais Jeú: Consagrai a Baal uma assembleia
solene. E eles a apregoaram.
21 Também Jeú enviou mensageiros por todo o Israel;
e vieram todos os adoradores de Baal, de modo que não ficou deles homem algum
que não viesse. E entraram na casa de Baal, e encheu-se a casa de Baal, de um
lado a outro.
22 Então disse ao que tinha a seu cargo as
vestimentas: Tira vestimentas para todos os adoradores de Baal. E eles lhes
tirou para fora as vestimentas.
23 E entrou Jeú com Jonadabe, filho de Recabe, na
casa de Baal, e disse aos adoradores de Baal: Examinai, e vede bem, que
porventura não haja entre vós algum servo do Senhor, mas somente os adoradores
de Baal. dom; porém não puderam.
24 Assim entraram para oferecer sacrifícios e
holocaustos. Ora, Jeú tinha posto de prontidão do lado de fora oitenta homens,
e lhes tinha dito: Aquele que deixar escapar algum dos homens que eu vos
entregar nas mãos, pagará com a própria vida a vida dele.
25
Sucedeu, pois, que, acabando de fazer o holocausto, disse Jeú aos da sua
guarda, e aos oficiais: Entrai e matai-os! não escape nenhum! Então os feriram
ao fio da espada; e os da guarda e os oficiais os lançaram fora e, entrando no
santuário da casa de Baal,
26 tiraram as colunas que nela estavam, e as
queimaram.
27 Também quebraram a coluna de Baal, e derrubaram
a casa de Baal, fazendo dela uma latrina, como é até o dia de hoje.
28 Assim Jeú exterminou de Israel a Baal.
29 Todavia Jeú não se apartou dos pecados de
Jeroboão, filho de Nebate, com que fez Israel pecar, a saber, dos bezerros de
ouro, que estavam em Betel e em Dã.
30 Ora, disse o Senhor a Jeú: Porquanto executaste
bem o que é reto aos meus olhos, e fizeste à casa de Acabe conforme tudo quanto
eu tinha no meu coração, teus filhos até a quarta geração se assentarão no
trono de Israel.
31 Mas Jeú não teve o cuidado de andar de todo o
seu coração na lei do Senhor Deus de Israel, nem se apartou dos pecados de
Jeroboão, com os quais este fez Israel pecar.
32 Naqueles dias começou o Senhor a diminuir os
termos de Israel. Hazael feriu a Israel em todas as suas fronteiras,
33 desde o Jordão para o nascente do sol, a toda a
terra de Gileade, aos gaditas, aos rubenitas e aos manassitas, desde Aroer, que
está junto ao ribeiro de Arnom, por toda a Gileade e Basã.
34 Ora, o restante dos atos de Jeú, e tudo quanto
fez, e todo o seu poder, porventura não estão escritos no livro das crônicas
dos reis de Israel?
35 Jeú dormiu com seus pais, e o sepultaram em
Samaria. Em seu lugar reinou seu filho Jeoacaz.
36 Os dias que Jeú reinou sobre Israel em Samaria
foram vinte e oito anos.” (II Rs 10.1-36).
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