sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

EZEQUIEL 24


 As palavras e os fatos constantes deste capitulo sucederam no dia em que Babilônia começou o sítio de Jerusalém no décimo dia do décimo mês do nono ano do reinado de Zedequias, que correspondia ao nono ano de Ezequiel no cativeiro em Babilônia (v. 1,2).
Os judeus haviam falado anteriormente, de forma insolente e escarnecedora contra Deus, como se vê no capitulo 11 deste livro de Ezequiel, que Jerusalém era como uma caldeira, uma panela com carne no seu interior. E que eles eram a carne que estando em tal caldeira fervente não poderiam ser tocados por ninguém, porque quem o fizesse se queimaria.  
Então, nós vimos no capítulo 11 que o Espírito ordenou a Ezequiel que profetizasse contra eles, dizendo que os mortos com os quais eles haviam enchido a cidade, esses que eram a carne, e não eles, mas Jerusalém era de fato a caldeira, mas o Senhor os arrancaria do meio dela; porque o temor deles da espada faria com que o Senhor trouxesse a espada sobre eles.
Eles tentavam anular a Palavra do Senhor na boca dos Seus profetas quanto a dizer que se encontravam seguros naquela caldeira, mas Ele cumpriria totalmente a Palavra que havia sido proferida por eles próprios, quando fossem entregues nas mãos dos babilônios, e cairiam à espada, e até mesmo nos confins de Israel os alcançaria e julgaria.    
Estando agora sitiados, como se vê neste presente capitulo, o Senhor fez inverter as palavras insolentes que haviam proferido, contra eles próprios, porque Jerusalém se tornou de fato uma caldeira fervente para eles, só que era uma panela enferrujada cujo ferrugem não queria sair de modo algum, e portanto, sendo eles a carne, encontravam-se contaminados pela ferrugem e sujeira da panela, que era a cidade de Jerusalém que estava cheia das suas abominações, como elas foram achadas até mesmo nas câmaras interiores do templo com gravuras de falsos deuses pintadas em suas paredes.
Então eles não seriam retirados da panela fervente, mas deixados no seu interior para serem queimados, porque a carne que se encontrava nela, que eram os judeus, estava contaminada porque estava cheia das impurezas da própria panela em que estavam, e que pensavam ser a sua segurança. 
E como a própria panela (a cidade de Jerusalém) não podia ser limpa, então ela própria seria destruída pelo fogo.        
Eles não poderiam sair da cidade, e cumpridos os dezoito meses que o Senhor havia determinado para o sítio deles, haveria muitos mortos à espada, e assim se multiplicariam os órfãos, as viúvas, os viúvos, naquela cidade, motivo porque a própria esposa de Ezequiel morreu no dia em que começou o cerco, a mulher que ele tanto amava, conforme Palavra que o Senhor lhe tinha dito pela manhã, e na tarde daquele dia a sua esposa morreu sem que tivesse qualquer enfermidade que fosse para a morte, porque o Senhor a tomou para Si, para que Ezequiel servisse de exemplo para os judeus, porque o profeta não poderia manifestar exteriormente tal luto, não demonstrando expressões naturais de tristeza (v. 16); e teria que se vestir com seus trajes habituais, colocar o seu turbante na cabeça, e calçar os seus sapatos, porque não poderia tirá-los para demonstrar que estava de luto por sua esposa. Sua boca não poderia ser coberta com véu, conforme costumavam fazer os que estavam de luto; e também não deveria comer o pão que lhe enviassem em demonstração de condolências. 
Os judeus conheciam o afeto que Ezequiel tinha por sua esposa, e devem ter estranhado grandemente a atitude que ele havia tomado, mas sabiam que havia alguma razão para estar se comportando daquela maneira, e certamente aquilo deveria ser um outro sinal da parte de Deus para eles.
Então o Senhor disse a Ezequiel que quando lhe perguntassem porque estava agindo daquela forma, que ele deveria lhes responder que o motivo era  que aquilo que o Senhor fizera com ele era um sinal para os judeus em Jerusalém, que estariam vestidos como de costume e de um só golpe, tal como fizera com a sua esposa, o Senhor lhes tiraria pelas mãos dos babilônios as pessoas que lhes eram queridas, bem como lhes tomariam a cidade e o templo que lhes eram tão queridos, bem como as suas próprias casas. E tal seria a pressão sob a qual se encontrariam quando estivessem sendo perseguidos à espada, que nem sequer poderiam guardar luto por elas.   




“1 Demais veio a mim a palavra do Senhor, no ano nono, do décimo mês, aos dez do mês, dizendo:
2 Filho do homem, escreve o nome deste dia, deste mesmo dia; o rei de Babilônia acaba de sitiar Jerusalém neste dia.
3 E propõe à casa rebelde uma alegoria, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus: Põe a caldeira ao lume, põe-na, e deita-lhe água dentro;
4 mete nela os pedaços de carne, todos os bons pedaços, a coxa e a espádua; enche-a de ossos escolhidos.
5 Escolhe o melhor do rebanho, ajunta um montão de lenha debaixo da caldeira dos ossos; faze-a ferver bem, e cozam-se dentro dela os seus ossos.
6 Portanto, assim diz o Senhor Deus: Ai da cidade sanguinária, da caldeira, que está enferrujada por dentro, e cuja ferrugem não saiu dela! tira dela a carne pedaço por pedaço; não caiu sorte sobre ela;
7 porque o seu sangue está no meio dela; sobre uma penha descalvada ela o pôs; não o derramou sobre o chão, para o cobrir com pó.
8 Foi para fazer subir a minha indignação para tomar vingança, que eu pus o seu sangue numa penha descalvada, para que não fosse coberto.
9 Portanto, assim diz o Senhor Deus: Ai da cidade sanguinária! também eu farei grande a fogueira.
10 Amontoa a lenha, acende o fogo, ferve bem a carne, engrossando o caldo, e sejam queimados os ossos.
11 Então a porás vazia sobre as suas brasas, para que ela aqueça, e se derreta o seu cobre, e se funda a sua imundícia no meio dela, e se consuma a sua ferrugem.
12 Ela tem-se cansado com trabalhos; contudo não sai dela a sua muita ferrugem pelo fogo.
13 A ferrugem é a tua imundícia de luxúria, porquanto te purifiquei, e tu não te purificaste, não serás purificada nunca da tua imundícia, enquanto eu não tenha satisfeito sobre ti a minha indignação.
14 Eu, o Senhor, o disse: será assim, e o farei; não tornarei atrás, e não pouparei, nem me arrependerei; conforme os teus caminhos, e conforme os teus feitos, te julgarei, diz o Senhor Deus.
15 Também veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
16 Filho do homem, eis que dum golpe tirarei de ti o desejo dos teus olhos; todavia não te lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as lágrimas.
17 Geme, porém, em silêncio; não faças lamentação pelos mortos; ata na cabeça o teu turbante, e mete nos pés os teus sapatos; não cubras os teus lábios e não comas o pão dos homens.
18 Assim falei ao povo pela manhã, e à tarde morreu minha mulher; e fiz pela manhã como se me deu ordem.
19 E o povo me perguntou: Não nos farás saber o que significam para nós estas coisas que estás fazendo?
20 Então lhes respondi: Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
21 Dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu profanarei o meu santuário, o orgulho do vosso poder, a delícia dos vossos olhos, e o desejo da vossa alma; e vossos filhos e vossas filhas, que deixastes, cairão à espada.
22 Fareis pois como eu fiz: não vos cobrireis os lábios, e não comereis o pão dos homens;
23 tereis na cabeça os vossos turbantes, e os vossos sapatos nos pés; não vos lamentareis, nem chorareis, mas definhar-vos-eis nas vossas iniquidades, e gemereis uns com os outros.
24 Assim vos servirá Ezequiel de sinal; conforme tudo quanto ele fez, assim fareis vós; e quando isso suceder, então sabereis que eu sou o Senhor Deus.
25 Também quanto a ti, filho do homem, no dia que eu lhes tirar a sua fortaleza, o gozo do seu ornamento, a delícia dos seus olhos, e o desejo dos seus corações, juntamente com seus filhos e suas filhas,
26 nesse dia virá ter contigo algum fugitivo para te trazer as notícias.
27 Nesse dia abrir-se-á a tua boca para com o fugitivo, e falarás, e por mais tempo não ficarás mudo; assim virás a ser para eles um sinal; e saberão que eu sou o Senhor.” (Ezequiel 24)

Um comentário:

  1. Gostei muito das forma que foi conduzido esse estudo, esclarecedor e de grande valia para nós que queremos entender a palavra de Deus.

    Deus abençoe.

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