sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Samuel Admoesta Saul e o Povo – I Samuel 12



É provável que ali mesmo em Gilgal, quando confirmavam a Saul no reino, com alegria pela vitória sobre os amonitas, que Samuel tenha percebido algo de uma alegria mundana e carnal entre o povo e o seu rei, como vemos no relato do 12º capítulo de I Samuel.
Afinal, temperamentos como o de Saul, são dados a não tributarem verdadeiramente de coração, honra e glória ao Senhor, pois tendem a se gloriar em si mesmos, em seus atos, ainda que fortalecidos e capacitados por Deus.
Eles furtam a honra e a glória que são devidas exclusivamente ao Senhor, para si mesmos.
Eles, apesar do seu grande tamanho, carisma, e aparência que impressionam a muitos, sem o poder do Senhor, são tão fracos quanto qualquer outro ser mortal, mas incitados pela aclamação popular, são grandemente tentados a se gloriarem em si mesmos, e não no Senhor.
Certamente, este foi o motivo para que Samuel protestasse contra a maldade dos israelitas em terem pedido um rei para si, como o tinham todas as demais nações.
A sua repreensão e o teor das suas palavras foram confirmados por Deus com um milagre inaudito, pois dissera que o Senhor faria trovejar e chover numa época em que isto não ocorria, a saber, na sega do trigo (v. 17, 18).
Mas antes disto, Samuel fez uma confrontação com todos eles na presença de Saul, a quem chamou de ungido do Senhor, em relação ao seu próprio ministério.
Não foi uma prestação de contas o que ele fez, mas uma verdadeira confrontação, como que a convencê-los, já que nada havia de repreensível na forma como vinha conduzindo o povo, não podiam ser justificados no seu pedido de um rei.
Isto estava dando ocasião para que mais uma vez examinassem os seus corações e vissem quais foram os reais motivos que lhes havia conduzido a tomar a decisão de pedir para si um rei.
Não seria porque estavam se predispondo a abandonarem o Senhor e os Seus mandamentos, o que estava bem representado na pessoa e no governo de Samuel?
Não era na verdade ao Senhor que eles estavam se predispondo a abandonar?
O pedido de um rei não teria em vista a intenção de substituir o governo de Deus pelo mero governo do homem?
Isto era de fato uma maldade e deveriam vigiar contra tais sentimentos, e se arrependerem do seu pecado, redirecionando as suas intenções para o bem, e não abandonarem a direção de Deus, tanto eles quanto o rei que havia sido colocado sobre eles.
A máscara foi retirada com as palavras de Samuel e com a confirmação delas com os trovões e a chuva que Deus enviou atendendo à sua oração, e eles reconheceram o seu pecado (v. 19), e pediram a Samuel que intercedesse em seu favor, para que o Senhor não lhes matasse.      
As palavras que Samuel usou em resposta ao seu pedido, são dignas de serem destacadas:
“20 Então disse Samuel ao povo: Não temais; vós fizestes todo este mal; porém não vos desvieis de seguir ao Senhor, mas servi-o de todo o vosso coração.
21 Não vos desvieis; porquanto seguiríeis coisas vãs, que nada aproveitam, e tampouco vos livrarão, porque são vãs.
22 Pois o Senhor, por causa do seu grande nome, não desamparará o seu povo; porque aprouve ao Senhor fazer de vós o seu povo.
23 E quanto a mim, longe de mim esteja o pecar contra o Senhor, deixando de orar por vós; eu vos ensinarei o caminho bom e direito.
24 Tão-somente temei ao Senhor, e servi-o fielmente de todo o vosso coração; pois vede quão grandiosas coisas vos fez.
25 Se, porém, perseverardes em fazer o mal, perecereis, assim vós como o vosso rei.” .
Estas palavras revelam que estavam pensando em coisas vãs (v. 21), em grandeza mundana, em glória terrena, e isto não poderia livrá-los de maneira alguma, porque o modo de Deus tratar com eles era diferente da forma como tratava com as demais nações, porque tinham uma aliança com o Senhor. 
Estas palavras tinham por alvo servir de alerta, não somente ao povo como ao próprio Saul, pois se perseverassem em fazer o mal, pereceriam, tanto eles quanto o próprio rei (v. 25).
Este alerta veio a ser desconsiderado, e tanto os israelitas viriam a tombar no campo de batalha, quanto o próprio Saul, decorridos quarenta anos do seu governo sobre Israel.
Daí a necessidade de nos apegarmos e meditarmos na Palavra do Senhor dia e noite, tal como fizera Josué, para que possamos prosperar em todos os nossos caminhos. 



“1 Então disse Samuel a todo o Israel: Eis que vos dei ouvidos em tudo quanto me dissestes, e constituí sobre vós um rei.
2 Agora, eis que o rei vai adiante de vós; quanto a mim, já sou velho e encanecido, e meus filhos estão convosco: eu tenho andado adiante de vós desde a minha mocidade até o dia de hoje.
3 Eis-me aqui! testificai contra mim perante o Senhor, e perante o seu ungido. De quem tomei o boi? ou de quem tomei o jumento? ou a quem defraudei? ou a quem tenho oprimido? ou da mão de quem tenho recebido peita para encobrir com ela os meus olhos? E eu vo-lo restituirei.
4 Responderam eles: Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem tomaste coisa alguma da mão de ninguém.
5 Ele lhes disse: O Senhor é testemunha contra vós, e o seu ungido é hoje testemunha de que nada tendes achado na minha mão. Ao que respondeu o povo: Ele é testemunha.
6 Então disse Samuel ao povo: O Senhor é o que escolheu a Moisés e a Arão, e tirou a vossos pais da terra do Egito.
7 Agora ponde-vos aqui, para que eu pleiteie convosco perante o Senhor, no tocante a todos os atos de justiça do Senhor, que ele fez a vós e a vossos pais.
8 Quando Jacó entrou no Egito, e vossos pais clamaram ao Senhor, então o Senhor enviou Moisés e Arão, que tiraram vossos pais do Egito, e os fizeram habitar neste lugar.
9 Esqueceram-se, porém, do Senhor seu Deus; e ele os entregou na mão de Sísera, chefe do exército de Hazor, e na mão dos filisteus, e na mão do rei de Moabe, os quais pelejaram contra eles.
10 Clamaram, pois, ao Senhor, e disseram: Pecamos, porque deixamos ao Senhor, e servimos aos baalins e astarotes; agora, porém, livra-nos da mão de nossos inimigos, e te serviremos:
11 Então o Senhor enviou Jerubaal, e Baraque, e Jefté, e Samuel; e vos livrou da mão de vossos inimigos em redor, e habitastes em segurança.
12 Quando vistes que Naás, rei dos filhos de Amom, vinha contra vós, dissestes-me: Não, mas reinará sobre nós um rei; entretanto, o Senhor vosso Deus era o vosso Rei.
13 Agora, eis o rei que escolhestes e que pedistes; eis que o Senhor tem posto sobre vós um rei.
14 Se temerdes ao Senhor, e o servirdes, e derdes ouvidos à sua voz, e não fordes rebeldes às suas ordens, e se tanto vós como o rei que reina sobre vós seguirdes o Senhor vosso Deus, bem está;
15 mas se não derdes ouvidos à voz do Senhor, e fordes rebeldes às suas ordens, a mão do Senhor será contra vós, como foi contra vossos pais:
16 Portanto ficai agora aqui, e vede esta grande coisa que o Senhor vai fazer diante dos vossos olhos.
17 Não é hoje a sega do trigo? clamarei, pois, ao Senhor, para que ele envie trovões e chuva; e sabereis e vereis que é grande a vossa maldade, que fizestes perante o Senhor, pedindo para vós um rei.
18 Então invocou Samuel ao Senhor, e o Senhor enviou naquele dia trovões e chuva; pelo que todo o povo temeu sobremaneira ao Senhor e a Samuel.
19 Disse todo o povo a Samuel: Roga pelos teus servos ao Senhor teu Deus, para que não morramos; porque a todos os nossos pecados temos acrescentado este mal, de pedirmos para nós um rei.
20 Então disse Samuel ao povo: Não temais; vós fizestes todo este mal; porém não vos desvieis de seguir ao Senhor, mas servi-o de todo o vosso coração.
21 Não vos desvieis; porquanto seguiríeis coisas vãs, que nada aproveitam, e tampouco vos livrarão, porque são vãs.
22 Pois o Senhor, por causa do seu grande nome, não desamparará o seu povo; porque aprouve ao Senhor fazer de vós o seu povo.
23 E quanto a mim, longe de mim esteja o pecar contra o Senhor, deixando de orar por vós; eu vos ensinarei o caminho bom e direito.
24 Tão-somente temei ao Senhor, e servi-o fielmente de todo o vosso coração; pois vede quão grandiosas coisas vos fez.
25 Se, porém, perseverardes em fazer o mal, perecereis, assim vós como o vosso rei.” (I Sm 12.1-25)

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