quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Um Só Anjo Matou 185.000 Assírios – II Reis 19



Ainda que o Senhor possa perdoar e salvar a qualquer que tenha desonrado o Seu nome blasfemando dEle, especialmente na dispensação da graça, conforme nos ensinou o próprio Jesus (Mt 12.32), no entanto isto não é algo que possa ser feito sem que não nos exponhamos a um grande risco de sofrer os Seus juízos, para vindicar a santidade do Seu nome, ao qual atribui grande estima e honra, a ponto de ter incluído um mandamento específico entre os dez mandamentos da Lei de Moisés pelo qual proíbe o uso vão do Seu santo nome, e interpôs uma ameaça, afirmando que não terá por inocente a todo que vier a fazê-lo (Êx 20.7).
Não admira portanto que Jesus tenha também ensinado o dever de santificar o nome de Deus, como a primeira coisa a ser lembrada em nossas orações (Mt 6.9).
Era exatamente contra o grande nome de Deus que os assírios estavam blasfemando, e então, qual seria a resposta que poderiam esperar da parte do Senhor, na vindicação do Seu nome?
O capítulo 19º de Reis revela a resposta.
E ainda que o rei Ezequias não tivesse se humilhado e buscado o Seu auxílio, pedindo que Ele fosse consultado pelo profeta Isaías, os assírios receberiam das Suas poderosas mãos o devido castigo.
E 185.000 homens do exército deles, que se encontrava acampado ao redor de Jerusalém, foram destruídos a um só tempo, pelo anjo do Senhor, na mesma noite em que o Senhor deu resposta à oração de Ezequias, através do profeta Isaías, na forma de uma resposta à carta afrontosa que Senaqueribe havia enviado a Ezequias (v. 35).
E o rei assírio fugiu apavorado para a sua terra, por ter visto a grande destruição que o próprio Deus fizera em seu exército sem qualquer auxílio de mãos humanas, e quando ele estava adorando no templo do deus Nisroque, em Nínive, capital da Assíria, dois de seus próprios filhos o mataram à espada no  templo em que se encontrava, e com isto o Senhor revelou a ele qual era o poder do deus Nisroque para livrá-lo das Suas mãos, e dos seus inimigos, pois, como se exaltara sobre o Senhor em nome deste deus falso, ele não foi capaz sequer de livrá-lo daqueles que eram da sua própria casa, e um outro filho dele, chamado Esar-Hadom, assumiu o reino da Assíria (v. 37).
Este capítulo é auto-explicativo em quase tudo o que contém, e dispensa qualquer comentário, e por isso recomendamos uma releitura do próprio texto bíblico, especialmente das seguintes passagens:
a) O pedido que Ezequias fez a Isaías através dos mensageiros que lhe enviou, para que orasse ao Senhor em favor de Judá, pela vindicação que o Senhor faria da santidade do Seu nome, que havia sido blasfemado pelos assírios (vide versos 3 e 4).
b) A resposta inicial que o Senhor deu a Ezequias através do profeta Isaías, prometendo que faria Senaqueribe voltar à Assíria onde seria morto à espada (vide versos 6 e 7).
c) A oração que Ezequias fez no templo depois de ter recebido uma carta de Senaqueribe, na qual lhe dizia para que não confiasse no Seu Deus (vide versos 14 a 19).
d) A resposta que Deus deu à oração de Ezequias enviando-lhe uma mensagem através do profeta Isaías (vide versos 20 a 34).
Para melhor informação de toda a fidelidade de Ezequias para com o Senhor antes de ter-se levantado Senaqueribe contra ele, podem ser consultados os capítulos 29 a 31 de II Crônicas, em que vemos sobretudo o seu esforço para cumprir em Judá tudo o que estava contido na Lei de Moisés.



“1 Quando o rei Ezequias ouviu isto rasgou as suas vestes, cobriu-se de saco, e entrou na casa do Senhor.
2 Então enviou Eliaquim, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e os anciãos dos sacerdotes, cobertos de sacos, ao profeta Isaías, filho de Amoz.
3 Eles lhe disseram: Assim diz Ezequias: Este dia é dia de angústia, de vituperação e de blasfêmia; porque os filhos chegaram ao parto, e não há força para os dar à luz.
4 Bem pode ser que o Senhor teu Deus tenha ouvido todas as palavras de Rabsaque, a quem o seu senhor, o rei da Assiria, enviou para afrontar o Deus vivo, e repreenda as palavras que o senhor teu Deus ouviu. Faze, pois, oração pelo resto que ainda fica.
5 Foram, pois, os servos do rei Ezequias ter com Isaias.
6 E Isaías lhes disse: Assim direis a vosso senhor: Assim diz o Senhor: Não temas as palavras que ouviste, com as quais os servos do rei da Assíria me blasfemaram.
7 Eis que meterei nele um espírito, e ele ouvirá uma nova, e voltará para a sua terra; e à espada o farei cair na sua terra.
8 Voltou, pois, Rabsaqué e achou o rei da Assíria pelejando contra Libna, porque soubera que o rei havia partido de Laquis.
9 E o rei, ouvindo dizer acerca de Tiraca, rei da Etiópia: Eis que saiu para te fazer guerra, tornou a enviar mensageiros a Ezequias, dizendo:
10 Assim falareis a Ezequias, rei de Judá: Não te engane o teu Deus, em quem confias, dizendo: Jerusalém não será entregue na mão do rei da Assíria.
11 Eis que já tens ouvido o que os reis da Assíria fizeram a todas as terras, destruindo-as totalmente; e tu serias poupado?
12 Porventura os deuses das nações a quem meus pais destruíram, puderam livrá-las, a saber, Gozã, Harã, Rezefe, e os filhos de Eden que estavam em Telassar?
13 Que é feito do rei de Hamate, do rei de Arpade, do rei da cidade de Sefarvaim, de Hena e de Iva?
14 Ezequias, pois, tendo recebido a carta das mãos dos mensageiros, e tendo-a lido, subiu à casa do Senhor, e a estendeu perante o Senhor.
15 E Ezequias orou perante o Senhor, dizendo: Ó Senhor Deus de Israel, que estás assentado sobre os querubins, tu mesmo, só tu és Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste o céu e a terra.
16 Inclina, ó Senhor, o teu ouvido, e ouve; abre, ó Senhor, os teus olhos, e vê; e ouve as palavras de Senaqueribe, com as quais enviou seu mensageiro para afrontar o Deus vivo.
17 Verdade é, ó Senhor, que os reis da Assíria têm assolado as nações e as suas terras,
18 e lançado os seus deuses no fogo porquanto não eram deuses mas obra de mãos de homens, madeira e pedra; por isso os destruíram.
19 Agora, pois, Senhor nosso Deus, livra-nos da sua mão, para que todos os reinos da terra saibam que só tu, Senhor, és Deus.
20 Então Isaías, filho de Amoz, mandou dizer a Ezequias: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Ouvi o que me pediste no tocante a Senaqueribe, rei da Assíria.
21 Esta é a palavra que o Senhor falou a respeito dele: A virgem, a filha de Sião, te despreza e te escarnece; a filha de Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti.
22 A quem afrontaste e blasfemaste? E contra quem alçaste a voz, e ergueste os olhos ao alto? Contra o Santo de Israel!
23 Por meio de teus mensageiros afrontaste o Senhor, e disseste: Com a multidão de meus carros subi ao alto dos montes, aos lados do Líbano; cortei os seus altos cedros, e as suas mais formosas faias, e entrei na sua mais distante pousada, no bosque do seu campo fértil.
24 Eu cavei, e bebi águas estrangeiras; e com as plantas de meus pés sequei todos os rios do Egito.
25 Porventura não ouviste que já há muito tempo determinei isto, e já desde os dias antigos o planejei? Agora, porém, o executei, para que fosses tu que reduzisses as cidades fortificadas a montões desertos.
26 Por isso os moradores delas tiveram pouca força, ficaram pasmados e confundidos; tornaram-se como a erva do campo, como a relva verde, e como o feno dos telhados, que se queimam antes de amadurecer.
27 Eu, porém, conheço o teu assentar, o teu sair e o teu entrar, bem como o teu furor contra mim.
28 Por causa do teu furor contra mim, e porque a tua arrogância subiu aos meus ouvidos, porei o meu anzol no teu nariz e o meu freio na tua boca, e te farei voltar pelo caminho por onde vieste.
29 E isto te será por sinal: Este ano comereis o que nascer por si mesmo, e no ano seguinte que daí proceder; e no terceiro ano semeai e comei, e plantai vinhas, e comei os seus frutos.
30 Pois o que escapou da casa de Judá, e ficou de resto, tornará a lançar raízes para baixo, e dará fruto para cima.
31 Porque de Jerusalém sairá o restante, e do monte Sião os que escaparem; o zelo do Senhor fará isto.
32 Portanto, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade, nem lançará nela flecha alguma; tampouco virá perante ela com escudo, nem contra ela levantará tranqueira.
33 Pelo caminho por onde veio, por esse mesmo voltará, e nesta cidade não entrará, diz o Senhor.
34 Porque eu defenderei esta cidade para livrá-la, por amor de mim e por amor do meu servo Davi.
35 Sucedeu, pois, que naquela mesma noite saiu o anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles: e, levantando-se os assírios pela manhã cedo, eis que aqueles eram todos cadáveres.
36 Então Senaqueribe, rei da Assíria, se retirou e, voltando, habitou em Nínive.
37 E quando ele estava adorando na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleque e Sarezer, seus filhos, o mataram à espada e fugiram para a terra de Arará. E Esar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar.” (II Rs 19.1-37).

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