quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O Mau Uso da Misericórdia Traz Juízos – II Reis 8



Nós vimos no capítulo anterior a este oitavo capitulo de II Reis, que estaremos comentando, que o Senhor havia aberto as janelas do céu aos israelitas mesmo na infidelidade deles à aliança, mas aqui neste oitavo capítulo nós vemos que as janelas foram fechadas logo depois, em face da falta de arrependimento deles.
Por isso é necessário ter muito cuidado para não formularmos doutrinas a partir de porções isoladas da Bíblia, porque alguém poderia ensinar contra a verdade das Escrituras que o Senhor sempre abre as janelas do céu para o Seu povo, ainda que este ande contrariamente com Ele, e se valha do evento narrado no capítulo sétimo deste livro de II Reis para formular tal doutrina.
Entretanto, ainda que seja verdade que a mão do Senhor não está encolhida, a ponto de não poder suprir as necessidades do Seu povo, mesmo quando este não Lhe é fiel, todavia, esta condição de infidelidade não Lhe agrada, e não é de modo nenhum um caminho para se desfrutar das Suas bênçãos e da intimidade com Ele.
Muito ao contrário, é um caminho para nos colocar debaixo dos Seus juízos, conforme podemos verificar pelo que se narra logo no início deste capítulo, de que Ele trouxe uma fome de sete anos sucessivos à terra de Israel, conforme havia prometido, desde os dias de Moisés, que o faria, em face da infidelidade deles.
Uma fome espiritual não saciada pela falta de provisões por um comando neste sentido, que parte do céu, tem sido a condição de muitos verdadeiros cristãos, por causa da sua infidelidade para com o Senhor, pelo descumprimento voluntário dos Seus mandamentos, transgredindo assim a aliança que têm com Ele, por meio do sangue de Jesus, que foi derramado para que pudessem ser reconciliados com Deus, e viverem em santidade perante Ele.  
Deus chama o Seu povo a uma reforma e obediência permanente, através dos Seus ministros, como fizera no caso dos israelitas através do ministério e vida de Eliseu; nos de Jacó e seus filhos através do ministério e vida de José; e nas diferentes épocas da história de Israel através de Moisés, Josué, Samuel, Davi, Elias, Eliseu, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Esdras, Neemias, e de todos os profetas que são nomeados na Bíblia, e Ele continua chamando a Igreja através do ministério deles, por tudo o que ordenou que fosse registrado na Sua Palavra para nossa advertência, como também pelo próprio Cristo e pelos Seus apóstolos e ministros, ao longo de toda a história da Igreja.
A carne e o mundo exercem um terrível atrativo sobre os servos do Senhor, e eles podem julgar erroneamente que não há uma vida espiritual de santidade, de fidelidade, de obediência aos mandamentos de Deus, para ser vivida, em face do grande apelo e impressão que a carne e o mundo exercem sobre eles.     
Mas somente um Noé é o instrumento de condenação de toda uma geração.
Não mais do que um Abraão é necessário para demonstrar que há uma vida celestial e uma vontade celestial para ser obedecida.
A própria vida deles grita bem alto, tal como a de Elias e Eliseu em Israel, dizendo: “Desperta tu que dormes!”. “Volta-te para o teu Deus!”. “Abandona o teu pecado e consagra a tua vida!”.
Felizes são aqueles que podem ouvir o que o Espírito diz à Igreja, e que não somente ouvem, mas que se dispõem a obedecer o que Ele está lhes dizendo, especialmente através da boca dos apóstolos e profetas do Senhor, a quem Ele inspirou a escreverem suas palavras para serem registradas na Bíblia.
Porque se esta chamada à reforma que Ele faz pela boca dos Seus ministros não é obedecida pelo Seu povo, se ela não é devidamente considerada, o que se pode esperar é que o Senhor trará sobre o Seu povo algumas formas de juízos, para que os Seus ministros sejam ouvidos.
Foi por isso que Ele trouxe aquela fome de sete anos a Israel, porque apesar de lhes ter  falado pela boca de Eliseu, e dos seus demais profetas, e principalmente pela Lei de Moisés, continuaram endurecidos em seus pecados e não se arrependeram, convertendo-se ao Senhor.
Mas como Ele é poderoso para fazer distinção entre aqueles que O servem e aqueles que Lhe são desobedientes (II Pe 2.9: Apo 3.10), o Senhor cuidou da sunamita, por ela ter honrado o profeta Eliseu, fazendo com que este lhe alertasse com antecedência o mal que Ele traria sobre Israel, e o Senhor a conduziu em segurança à terra dos filisteus, e pela mesma providência fez com que ela retornasse em segurança a Israel e voltasse a entrar na posse de tudo o que lhe pertencia, movendo o próprio rei de Israel a cuidar dela e dos seus interesses (v. 1 a 6).
Outros países como no caso citado, o dos filisteus tiveram chuvas, ficando livres de doenças em suas lavouras e de pragas como gafanhotos, mas o próprio país dos israelitas estava sendo submetido a uma grande escassez, por causa da transgressão da aliança que tinham com o Senhor.
É algo triste para se ver, o ímpio prosperando em seus maus caminhos, enquanto o povo de Deus é castigado por causa dos seus pecados, sem compreender que a lei espiritual que os governa inclui a correção do Pai que ama os Seus filhos.          
Nos versos 7 a  15, nós lemos sobre a visita que Eliseu fez à Síria, e da qual resultou a confirmação de que Hazael assumiria o trono daquele país no lugar de Ben-Hadade, porque havia sido escolhido pelo Senhor para ser o sucessor dele desde os dias de Elias, a quem Deus havia dado o encargo de que fosse ungido como o futuro rei dos sírios.
É preciso distinguir a sua designação por Deus para ser o novo rei, da forma que ele se valeu, pelo uso da sua própria maldade, para começar a reinar, pois em vez de aguardar o tempo do Senhor, tal como Davi fizera em relação a Saul, Hazael se precipitou em abreviar o tempo de Deus e se lançou sobre Ben-Hadade e o matou com o uso de um cobertor molhado, sufocando-o em seu leito, aproveitando-se do fato de ser o confidente do rei, o homem de sua maior confiança, e que Ben-Hadade encontrava-se enfraquecido pela sua enfermidade.
É bem provável que este homicídio deve ter sido guardado em segredo ao povo da Síria, que deve ter julgado que a causa da morte do rei foi a enfermidade que lhe havia acometido.
Entretanto, quando Eliseu chegou em Damasco, capital da Síria, o rei Ben-Hadade, antes de ter sido assassinado por Hazael, pediu a este que honrasse o profeta com um grande presente, carregando quarenta camelos com tudo o que houvesse de bom em Damasco, e pediu que Hazael lhe perguntasse se ele sararia daquela doença (v. 9).
E quando este consultou Eliseu ele lhe disse que o rei sararia, mas ele morreria não pelo motivo daquela enfermidade que não era para morte.
Deus sabia do mal que o diabo colocaria no coração de Hazael para que assassinasse o rei Ben-Hadade, ainda que não tivesse revelado a Eliseu como o rei seria morto.
Mas ele viu o que Hazael faria em seu reinado, causando grande destruição em Israel, incluindo atrocidades contra mulheres grávidas e crianças (v. 12), e fitou os olhos em Hazael de modo tão impressivo que este ficou perturbado, e Eliseu chorou todo aquele grande sofrimento que ele causaria e que lhe foi permitido pelo Senhor ver antecipadamente (v.11).
Quando Hazael perguntou a Eliseu por que estava chorando, o profeta lhe disse todo o mal ele faria em Israel, e ele retrucou tal possibilidade porque para fazer tudo aquilo que o profeta lhe dissera somente alguém de grande poder com um coroa na cabeça poderia fazê-lo, e então Eliseu lhe disse diretamente que o Senhor lhe havia mostrado que ele seria o novo rei da Síria (v. 13). 
E quando Ben-Hadade perguntou a Hazael o que Eliseu lhe havia dito quanto à sua enfermidade, ele disse que certamente seria curado, mas no dia seguinte ele veio a matar o rei da maneira que comentamos anteriormente, e passou a reinar em seu lugar (v. 15).  
Aqui se encerra portanto o resultado da breve visita de Eliseu a Damasco, e cabe ainda destacar que tudo indica que não recusou o grande presente que havia recebido de Ben-Hadade nesta ocasião, e nós podemos então tirar daqui um ensinamento sobre esta questão se os ministros do evangelho podem ou não receber presentes da parte daqueles que desejam honrar os seus ministérios, e a resposta clara é que nunca devem cobrar pelos serviços ministeriais que prestam em nome do Senhor, mas no que se refere à questão de receberem ofertas de gratidão e reconhecimento para o próprio aprazimento deles, se encontra na direção que receberem do Espírito Santo quanto à conveniência de recebê-las ou não, porque somente Deus conhece as intenções dos corações.
Entretanto, devemos nos guardar de criar posicionamentos finais extremados num ou noutro sentido, quanto a julgar por um lado que nunca se deve receber presentes e ofertas gratulatórios, ou por outro lado extremo que estes sempre devem ser recebidos, porque, como dissemos antes, isto é para ser feito debaixo da direção de Deus, o qual prova os nossos corações.         
Nos versos 16 a 29 a cena muda do Reino do Norte para o Reino do Sul, porque nos é dado nestes versículos, um breve relado dos reinados de Jeorão, filho de Josafá (v. 16), e depois dele, o de Acazias, seu filho ( v. 24), sobre os quais nós encontramos maiores informações no texto de II Crônicas 21 e 22, onde vemos quantas perturbações a aliança de Josafá com Acabe, aparentando-se com ele, através do casamento de seu filho Jeorão, com Atalia, filha de Acabe, trouxe a Judá.  
No verso 16 vemos que quando Josafá de Judá morreu, o rei Jorão de Israel encontrava-se em seu quinto ano de reinado, e portanto, Jeorão, filho de Josafá, começou consequentemente, a reinar a partir deste quinto ano do reinado de Jorão de Israel.     
Ele tinha trinta e dois anos de idade quando começou a reinar sobre Israel, e viveu apenas 40 anos, porque reinou apenas oito anos, em razão de uma enfermidade terrível, que lhe acometeu da parte do Senhor, que fez com que suas entranhas saíssem para fora.
Tal seria a perversidade de Jeorão, que enquanto o profeta Elias vivia, ele escreveu uma carta com um juízo do Senhor contra Jeorão, que nem sequer ainda havia começado a reinar, dizendo todo o mal que lhe sucederia em razão da idolatria e de toda a perversidade (II Cron 21.11) que cometeria em Judá.
Pois este rei Jeorão, quando assumiu o trono, e não podemos esquecer que a esposa dele era Atalia, filha de Jezabel, matou todos os seus irmãos, sobrando somente o pequenino Joás, que fora escondido da sua fúria, e não contente em exterminá-los, também matou todos os príncipes que tinham grande influência em Judá, certamente pelo zelo que demonstravam pelo Senhor, debaixo do reinado de justiça de Josafá.
Esta carta que Elias escreveu deve ter sido entregue a Eliseu para que fosse enviada no momento próprio a Jeorão, de modo que  soubesse que todos os juízos, que lhe sobreviriam, eram procedentes das mãos do Senhor, que havia conhecido toda a sua impiedade antes mesmo que começasse a reinar (II Crôn 21.12-15).
Tal foi a perversidade de Jeorão em Judá, que se diz dele que ao morrer não deixou de si saudades e nem sequer foi sepultado no sepulcro dos reis de Judá (II Crôn 21.19,20).
Cabe destacar que ele ficou sofrendo daquele terrível mal por dois anos (II Crôn 21.18), de forma que se manifestasse publicamente todo o grande desagrado que o Senhor tivera pelo seu modo de vida.
Ele vivera mal neste mundo e então não morreria em paz, senão do mesmo modo que ele vivera, a saber, mal.     
O desagrado do Senhor pela idolatria que havia se espalhado em Judá, por obra de Jeorão e sua esposa Atalia, seria também manifestado em vários outros juízos previstos na Lei de Moisés para o caso de transgressão da aliança, como vimos anteriormente no capítulo 26 de Levítico.
E o mais comum deles que era o de entregar o Seu próprio povo nas mãos de nações inimigas e tirar de debaixo do seu domínio aqueles que lhes eram tributários, invertendo-se a posição de em vez de Israel ser o credor do mundo, passar a ser o devedor, em vez de ser cabeça das nações, ser a cauda.
Então nós vemos os edomitas sacudindo o jugo da servidão a Judá justamente nos dias de Jeorão, e outras nações subjugadas, como Libna, seguiram o exemplo deles (v. 20-22; II Crôn 21.8-10).
Como ele havia assassinado os seus irmãos, quando começou a reinar, o Senhor trouxe sobre ele os filisteus e os arábios, que saquearam o seu palácio, e levaram suas mulheres e filhos em cativeiro, tendo morto seus filhos mais velhos, ficando em Judá apenas o mais moço deles, Acazias, que viria a reinar depois da sua morte, porque o Senhor havia prometido a Davi que não lhe faltaria descendente no trono de Judá (II Crôn 21.16, 17; 22.1).
Assim, Acazias, filho de Jeorão começou a reinar no décimo ano do reinado de Jorão, rei de Israel, isto é, no último ano do reinado deste rei de Israel (v.24, 25).
Acazias tinha vinte e dois anos, quando começou a reinar, mas como sua mãe era Atalia, filha de Jezabel, esta o aconselhava a agir impiamente (II Crôn 22.3), e reinou somente um ano (v. 26) porque foi morto por Jeú, e não somente ele, como os príncipes de Judá, e os filhos dos irmãos de Acazias, que haviam subido com ele a visitar Jorão, que havia sido ferido na batalha contra Hazael, rei da Síria, na qual havia sido ajudado por Acazias de Judá, que depois da morte de Josafá, seguia os conselhos dos anciãos de Israel e não dos de Judá, e é dito no texto de II Crônicas que esta visita que Acazias fizera a Jorão, por causa das feridas que ele havia sofrido na batalha contra os sírios, vinha da parte do Senhor, para trazer os seus juízos também contra ele, porque estava aparentado com a casa de Acabe, e Deus havia ungido Jeú para exterminar a casa de Acabe, conforme havia decidido fazer desde os dias do profeta Elias (II Crôn 22.7,8).
Nós veremos no capitulo seguinte como foi feita esta unção de Jeú, as palavras que lhes foram proferidas pelo profeta que o ungiu a mando de Eliseu, com a missão que o Senhor lhe dera para exterminar a casa de Acabe e a declaração dos motivos deste extermínio, sendo o principal deles, a perseguição e morte que Acabe e sua mulher Jezabel haviam feito aos profetas do Senhor.       
Como daqui em diante o relato da história dos reis de Israel e de Judá começa a ganhar uma dimensão que pode eventualmente levar à confusão involuntária de nomes, tendo em vista principalmente que alguns destes reis foram homônimos, nós estamos apresentando a seguir uma tabela cronológica tanto dos reis do Reino do Norte (Israel), quanto dos reis do Reino do Sul (Judá), com indicação dos profetas que foram seus contemporâneos.

Cronologia do Reino do Sul

913 – Fim do reinado de Roboão e início do reinado de Abias >  911 - Fim de Abias e início de Asa > 870 -  Fim de Asa e início de Josafá > 848 – Fim de Josafá e início de Jeorão >  841 – Fim de Jeorão e início de Acazias (Atalia usurpa o trono dando fim ao reinado de Acazias)  > 835 – Fim de Atalia e início de Joás > 796 – Fim de Joás e início de Amazias > 780 – Início do ministério do profeta Amós  > 767 – Fim de Amazias e início de Uzias > 745 – Início do profeta Isaías > 740 – Fim de Uzias e Início de Jotão (início do profeta Miqueias) > 732 – Fim de Jotão e início de Acaz  > 716 – Fim de Acaz e início de Ezequias (reforma religiosa) > 687 – Fim de Ezequias e início de Manassés >  642 – Fim de Manassés e início de Amom  > Fim de Amom e início de Josias (reforma religiosa) > 639 – Início do profeta Sofonias  > 630 – Início do profeta Naum  > 626 – Início do profeta Jeremias > 609 – Fim de Josias e início de Jeoacaz/ Fim de Jeoacaz e início de Jeoaquim > 606 – Início do profeta Habacuque >  605 – Início do profeta Daniel  (Daniel, príncipes de Judá e tesouros do templo levados para Babilônica) > 597 – Fim de Jeoaquim e início de Joaquim / Fim de Joaquim e início de Zedequias (Rei Joaquim profeta Ezequiel e líderes de Israel levados para Babilônia) > 592 – Início do profeta Ezequiel >  587 – Fim do reinado de Zedequias (destruição de Judá e do templo de Jerusalém, última leva de judeus para Babilônia) > 586 - Início do profeta Obadias.

Cronologia do Reino do Norte


909 – Fim do reinado de Jeroboão I e início de Nadabe > 908 - Fim de Nadabe e início de Baasa > 886 – Fim de Baasa e início de Elá  > 885 – Fim de Elá e início de Zinri / Fim de Zinri e início de Onri > 874 -Fim de Onri e início de Acabe (expansão do culto a Baal / início do profeta Elias > 853 – Fim de Acabe e início de Acazias  > 852 – Fim de Acazias e início de Jorão  > 850 – Início do profeta Eliseu > 841 – Fim de Jorão e início de Jeú  > 835 - Início do profeta Joel  >  814 – Fim de Jeú e início de Jeoacaz > 798 - Fim de Jeoacaz e início de Jeoás > 790 – Início do profeta Jonas  > 782 – Fim de Jeoás e início de Jeroboão II > 780 – Início do profeta Amós  > 760 – Início do profeta Oseias > 753 – Fim de Jeroboão II e início de Zacarias > 752 – Fim de Zacarias e início de Salum / Fim de Salum e início de Menaem > 742 – Fim de Menaem e início de Pecaías > 740 – Fim de Pecaías e início de Peca > 732 – Fim de Peca e início de Oseias > 722 – Fim de Oseias (Israel levado cativo pela Assíria)



“1 Ora Eliseu havia falado àquela mulher cujo filho ele ressuscitara, dizendo: Levanta-te e vai, tu e a tua família, e peregrina onde puderes peregrinar; porque o Senhor chamou a fome, e ela virá sobre a terra por sete anos.
2 A mulher, pois, levantou-se e fez conforme a palavra do homem de Deus; foi com a sua família, e peregrinou na terra dos filisteus sete anos.
3 Mas ao cabo dos sete anos, a mulher voltou da terra dos filisteus, e saiu a clamar ao rei pela sua casa e pelas suas terras.
4 Ora, o rei falava a Geazi, o moço do homem de Deus, dizendo: Conta-me, peço-te, todas as grandes obras que Eliseu tem feito.
5 E sucedeu que, contando ele ao rei como Eliseu ressuscitara aquele que estava morto, eis que a mulher cujo filho ressuscitara veio clamar ao rei pela sua casa e pelas suas terras. Então disse Geazi: Ó rei meu senhor, esta é a mulher, e este o seu filho a quem Eliseu ressuscitou.
6 O rei interrogou a mulher, e ela lhe contou o caso. Então o rei lhe designou um oficial, ao qual disse: Faze restituir-lhe tudo quanto era seu, e todas as rendas das terras desde o dia em que deixou o país até agora.
7 Depois veio Eliseu a Damasco. E estando Ben-Hadade, rei da Síria, doente, lho anunciaram, dizendo: O homem de Deus chegou aqui.
8 Então o rei disse a Hazael: Toma um presente na tua mão, vai encontrar-te com o homem de Deus e por meio dele consulta ao Senhor, dizendo: Sararei eu desta doença?
9 Foi, pois, Hazael encontrar-se com ele, e levou consigo um presente, a saber, quarenta camelos carregados de tudo o que havia de bom em Damasco. Ao chegar, apresentou-se a ele e disse: Teu filho Ben-Hadade, rei da Síria, enviou-me a ti para perguntar: sararei eu desta doença?
10 Respondeu-lhe Eliseu: Vai e dize-lhe: Hás de sarar. Contudo o Senhor me mostrou que ele morrerá.
11 E olhou para Hazael, fitando nele os olhos até que este ficou confundido; e o homem de Deus chorou.
12 Então disse Hazael: Por que meu senhor está chorando? E ele disse: Porque sei o mal que hás de fazer aos filhos de Israel: Porás fogo às suas fortalezas, matarás à espada os seus mancebos, despedaçarás os seus pequeninos e fenderás as suas mulheres grávidas.
13 Ao que disse Hazael: Que é o teu servo, que não é mais do que um cão, para fazer tão grande coisa? Respondeu Eliseu: O Senhor mostrou-me que tu hás de ser rei da Síria.
14 Então apartou-se de Eliseu, e voltou ao seu senhor, o qual lhe perguntou: Que te disse Eliseu? Respondeu ele: Disse-me que certamente sararás.
15 Ao outro dia Hazael tomou um cobertor, molhou-o na água e o estendeu sobre o rosto do rei, de modo que este morreu. E Hazael reinou em seu lugar.
16 Ora, no ano quinto de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, Jeorão, filho de Josafá, rei de Judá, começou a reinar.
17 Tinha trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou oito anos em Jerusalém.
18 E andou no caminho dos reis de Israel, como também fizeram os da casa de Acabe, porque tinha por mulher a filha de Acabe; e fez o que era mau aos olhos do Senhor.
19 Todavia o Senhor não quis destruir a Judá, por causa de Davi, seu servo, porquanto lhe havia prometido que lhe daria uma lâmpada, a ele e a seus filhos, para sempre.
20 Nos seus dias os edomitas se rebelaram contra o domínio de Judá, e constituíram um rei para si.
21 Pelo que Jeorão passou a Zair, com todos os seus carros; e ele se levantou de noite, com os chefes dos carros, e feriu os edomitas que o haviam cercado; mas o povo fugiu para as suas tendas.
22 Assim os edomitas ficaram rebelados contra o domínio de Judá até o dia de hoje. Também Libna se rebelou nesse mesmo tempo.
23 O restante dos atos de Jeorão, e tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas de Judá?
24 Jeorão dormiu com seus pais, e foi sepultado junto a eles na cidade de Davi. E Acazias, seu filho, reinou em seu lugar.
25 No ano doze de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, começou a reinar Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá.
26 Acazias tinha vinte e dois anos quando começou a reinar, e reinou um ano em Jerusalém. O nome de sua mãe era Atalia; era neta de Onri, rei de Israel.
27 Ele andou no caminho da casa de Acabe, e fez o que era mau aos olhos do Senhor, como a casa de Acabe, porque era genro de Acabe.
28 Ora, ele foi com Jorão, filho de Acabe, a Ramote-Gileade, a pelejar contra Hazael, rei da Síria; e os sírios feriram a Jorão.
29 Então voltou o rei Jorão para se curar em Jizreel das feridas que os sírios lhe fizeram em Ramá, quando pelejou contra Hazael, rei da Síria; e desceu Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá, para ver Jorão, filho de Acabe, em Jizreel, porquanto estava doente.” (II Rs 8.1-29).


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