sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Os Justos Juízos de Deus – I Samuel 31



Nada do que está escrito na Bíblia foi escrito por acaso ou para nenhum propósito.
O que nós lemos no capítulo anterior e neste 31º de I Samuel, que estaremos comentando, nos ensina acerca do que ocorrerá àqueles que confiam em Deus (Davi no cap 30), e àqueles que não confiam nEle (Saul, neste capítulo).
Enquanto Davi estava triunfando sobre os amalequitas, Saul estava sendo vencido e morto pelos filisteus.
A mensagem é a mesma do evangelho.
Aquele que nele crê não é condenado, mas o que não crê já está condenado. Isto é, os que demonstram a Sua confiança em Deus por meio de uma genuína fé em Cristo, não perecerão eternamente, mas todos que não creem em Cristo, já estão condenados, tal como Saul estava, e somente se aguarda pelo cumprimento da sentença de morte eterna que paira sobre eles.
E Deus mandou registrar tais coisas na Bíblia, para que os homens se arrependam de seus pecados e se voltem para Ele, para que possam escapar da condenação futura.  
Saul viu seus soldados caindo mortos pelos filisteus no monte Gilboa (v. 1), e agora ele tem os filisteus empreendendo uma perseguição a ele e a seus três filhos, Jônatas,  Abinadabe e  Malquisua (v. 2), que foram mortos pelos filisteus, e feriram a Saul gravemente com as flechas que lhe atiraram (v. 3).
Deus havia entregue a todos eles nas mãos dos filisteus, e com exceção de Jônatas, e talvez uns poucos soldados, a maioria deles havia perseguido a Davi injustamente e havia participado das atrocidades de Saul.
Agora havia chegado o dia da recompensa, o dia do juízo do Senhor sobre eles. E o justo Jônatas cairia com os injustos mas não iria para o mesmo lugar para onde eles foram depois da morte, porque certamente Jônatas era um servo do Senhor, e foi receber a sua coroa de justiça celestial, enquanto Davi receberia a terrena, e reinaria no tempo determinado por Deus, para que depois fosse também juntado a Jônatas para receber também a sua coroa celestial.   
No dia do ajuste de contas do Senhor, contra o seu próprio povo caíram na batalha tanto os justos quanto os perversos, e foi exatamente isto o que ocorreu nos dias em que Judá foi levada para o cativeiro em Babilônia, como vemos o Senhor declarando através do profeta Ezequiel:
“1 Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
2 Filho do homem, dirige o teu rosto para Jerusalém, e derrama as tuas palavras contra os santuários, e profetiza contra a terra de Israel.
3 E dize à terra de Israel: Assim diz o Senhor: Eis que estou contra ti, e tirarei a minha espada da bainha, e exterminarei do meio de ti o justo e o ímpio.
4 E, por isso que hei de exterminar do meio de ti o justo e o ímpio, a minha espada sairá da bainha contra toda a carne, desde o sul até o norte.
5 E saberá toda a carne que eu, o Senhor, tirei a minha espada da bainha nunca mais voltará a ela.
6 Suspira, pois, ó filho do homem; suspira à vista deles com quebrantamento dos teus lombos e com amargura.
7 E será que, quando eles te disserem: Por que suspiras tu dirás: por causa das novas, porque vêm; e todo coração desmaiará, e todas as mãos se enfraquecerão, e todo espírito se angustiará, e todos os joelhos se desfarão em águas; eis que vêm, e se realizarão, diz o Senhor Deus.” (Ez 21.1-7).
E o que estava ocorrendo nos dias em que Israel caiu diante dos filisteus com Saul, foi o mesmo que viria a ocorrer nos dias do profeta Ezequiel.
Havia um juízo do Senhor determinado contra a impiedade que eles haviam praticado.
As duras e constantes perseguições injustas a Davi só serviram para aumentar o juízo que viria sobre eles.
Agora era o dia do ajuste de contas. A casa de Saul seria desarraigada para que todo Israel soubesse que Deus o havia rejeitado e a toda a sua casa, para reinar sobre Israel, por causa da impiedade dele, tal como havia feito com Eli e com toda a sua descendência.
Se não fosse pelo juramento que Davi havia feito a Jônatas, e ao próprio Saul de poupar aqueles que sobrassem da descendência deles quando viesse a reinar sobre Israel, certamente nenhum deles teria sido poupado.
Mas a misericórdia os alcançou, enquanto a soberania do Senhor executou o juízo sobre aqueles que segundo a Sua exclusiva autoridade deveriam morrer, para que o caminho do reino ficasse aberto para Davi. 
O juízo pode demorar a vir mas pode ser dado como certo, e nunca falhará porque todos terão que prestar contas de seus atos injustos ao fiel Criador.
Estes juízos temporais, que ocorrem no mundo, são apenas um testemunho em favor daquele grande, completo e final Juízo que o Senhor trará sobre todos os que viveram sobre a terra, inclusive sobre estes que estavam morrendo com Saul, que serão levantados para serem definitivamente julgados e condenados.   
Saul e o seu escudeiro preferiram se suicidar, lançando-se sobre as suas espadas para não terem que sofrer a desonra de morrerem às mãos dos filisteus, mas se eles pensavam que com isto achariam alívio, quando saíssem deste mundo, eles não sabiam que algo muito pior e incomparavelmente pior ainda aguardava por eles.
E tão terríveis e assombrosos são os justos juízos do Senhor, que foi ordenado ao profeta Ezequiel que suspirasse com dó por aqueles que teriam que sofrê-los.
Pois é algo para ser lamentado e realmente sentido ter que testemunhar a queda daqueles que Deus chamou para andarem de pé na Sua presença, e que preferiram voltar-Lhe as costas.
“Suspira, pois, ó filho do homem; suspira à vista deles com quebrantamento dos teus lombos e com amargura. E será que, quando eles te disserem: Por que suspiras? tu dirás: por causa das novas, porque vêm; e todo coração desmaiará, e todas as mãos se enfraquecerão, e todo espírito se angustiará, e todos os joelhos se desfarão em águas; eis que vêm, e se realizarão, diz o Senhor Deus.” (Ez 21.6,7).
Os servos piedosos e leais a Deus choram e lamentam a queda daqueles que pertencendo ao povo do Senhor são sujeitados a Seus juízos por causa de seus pecados e rebeliões.
Quanta dor isto traz aos seus corações apesar de saberem que é completamente justo aquilo que Deus determinou fazer em relação a eles.
É por isso que nós podemos entender o pranto e o lamento de Davi, não somente pela morte de Jônatas, como também pelo próprio Saul, pois apesar de tudo, ele era o rei de Israel, e a ruína dele era contada pelas nações inimigas como sendo a própria ruína de todo o povo, e o abandono deles pelo Seu Deus.
Tanto que os filisteus cortaram a cabeça de Saul e a levaram consigo como um troféu e dedicaram as suas armas aos seus deuses.    
 O corpo de Saul e de seus filhos foram dependurados em um muro de Bete-Seã, mas uns homens valentes de Jabes-Gileade os tiraram de lá e os trouxeram para serem queimados e sepultados com honra na terra deles de Jabes.
Eles haviam sido livrados por Saul da destruição pelos amonitas, logo no início do seu reinado, e agora eles estavam dando a prova da sua gratidão por aquele livramento, ainda que na sua morte, impedindo que o seu corpo e de seus filhos fossem profanados pelos filisteus.    



“1 Ora, os filisteus pelejaram contra Israel; e os homens de Israel fugiram de diante dos filisteus, e caíram mortos no monte Gilboa.
2 E os filisteus apertaram com Saul e seus filhos, e mataram a Jônatas, a Abinadabe e a Malquisua, filhos de Saul.
3 A peleja se agravou contra Saul, e os flecheiros o alcançaram, e o feriram gravemente.
4 Pelo que disse Saul ao seu escudeiro: Arranca a tua espada, e atravessa-me com ela, para que porventura não venham esses incircuncisos, e me atravessem e escarneçam de mim. Mas o seu escudeiro não quis, porque temia muito. Então Saul tomou a espada, e se lançou sobre ela.
5 Vendo, pois, o seu escudeiro que Saul já era morto, também ele se lançou sobre a sua espada, e morreu com ele.
6 Assim morreram juntamente naquele dia Saul, seus três filhos, e seu escudeiro, e todos os seus homens.
7 Quando os israelitas que estavam no outro lado do vale e os que estavam além do Jordão viram que os homens de Israel tinham fugido, e que Saul e seus filhos estavam mortos, abandonaram as suas cidades e fugiram; e vieram os filisteus e habitaram nelas.
8 No dia seguinte, quando os filisteus vieram para despojar os mortos, acharam Saul e seus três filhos estirados no monte Gilboa.
9 Então cortaram a cabeça a Saul e o despojaram das suas armas; e enviaram pela terra dos filisteus, em redor, a anunciá-lo no templo dos seus ídolos e entre o povo.
10 Puseram as armas de Saul no templo de Astarote; e penduraram o seu corpo no muro de Bete-Seã.
11 Quando os moradores de Jabes-Gileade ouviram isso a respeito de Saul, isto é, o que os filisteus lhe tinham feito,
12 todos os homens valorosos se levantaram e, caminhando a noite toda, tiraram e corpo de Saul e os corpos de seus filhos do muro de Bete-Seã; e voltando a Jabes, ali os queimaram.
13 Depois tomaram os seus ossos, e os sepultaram debaixo da tamargueira, em Jabes, e jejuaram sete dias.” (I Sm 31.1-13)


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