sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Ziclague É Destruída pelos Amalequitas – I Samuel 30



Nós vemos no 30º capítulo de I Samuel, que Davi e seus homens, quando saíram da presença de Aquis, levaram três dias para chegar ao acampamento em Ziclague, e neste intervalo de tempo havia ocorrido um ataque dos amalequitas, que o haviam queimado, e tomado como despojo as mulheres, crianças e tudo o que lá estava.
Este ataque comprova que não foi apenas a Agague, rei dos amalequitas que Saul havia poupado, quando recebeu de Deus a ordem de exterminar a todos eles, pois ainda havia muitos deles sobre a terra.
É possível que tivessem feito este ataque em represália às incursões que Davi havia feito entre eles neste período em que se encontrava em Ziclague, como nós já vimos antes, e ele o fazia para dizer a Aquis que estava fazendo incursões nos territórios de Israel (27.8).  
A desolação realizada pelos amalequitas em Ziclague muito angustiou a Davi, e todos os seus homens, e tal era a dor deles, que até mesmo pensaram em apedrejar a Davi, por culpá-lo por lhes expor àquela situação, por ter decidido ir residir com os filisteus, colocando-se debaixo dos serviços de Aquis.
Isto deve ter produzido muita insatisfação em muitos deles porque na verdade não queriam estar debaixo do serviço de Saul, e de nenhum rei estrangeiro, pois haviam procurado a Davi na condição de pessoas que haviam sido banidas do convívio na sociedade.
Davi estava aprendendo em tudo isto que não era nada seguro tomar decisões sem antes consultar a Deus em tudo.
E mesmo vencendo ao impulso natural de partir logo em perseguição aos amalequitas, ele chamou Abiatar, e lhe pediu que trouxesse a estola sacerdotal para que o Senhor fosse consultado quanto a se deveriam ou não perseguir os amalequitas.
Mais uma vez foi por um milagre de Deus em favor de Davi que os amalequitas nada fizeram contra as mulheres e filhos, dele e dos homens que com ele estavam. E nada fizeram também contra eles quando foram alcançados por Davi, e quando entrou em peleja com eles com quatrocentos homens, porque os restantes duzentos haviam ficado para trás, de exaustos que estavam, no ribeiro de Besor (v. 10).  
Está no poder de Deus conter a fúria até mesmo dos homens mais cruéis, porque todos os corações estão em Suas mãos, e pode também impedir ou permitir a ação de anjos ou de espíritos malignos nos corações dos homens.
Há um governo real no mundo espiritual que os olhos não veem, mas que se encontra debaixo do governo total do Senhor pois até mesmo nenhum pássaro cai do céu sem a Sua permissão, quanto mais a vida dos homens que Ele criou à Sua própria imagem e semelhança.
Assim, Davi pôde recuperar tudo que os amalequitas haviam tomado, e muito mais, pois também tomou por despojo a tudo o que eles tinham, exceto quatrocentos camelos nos quais quatrocentos deles haviam conseguido fugir.
A grande generosidade e amabilidade de Davi para com os seus amigos pode ser vista nos versos 26 a 31 no presente que ele fez do despojo que tomou aos amalequitas, aos anciãos de Judá, de várias localidades daquela tribo de Israel, e aos anciãos de todos os lugares que ele costumava frequentar com os seus homens.
Com este presentes ele estava enviando ao mesmo tempo uma mensagem que o seu interesse não era o de enriquecer pessoalmente, mas de servir o seu país.
Ele não buscava honras e riquezas para si, e por isso Deus concedeu a ele que morresse em ditosa velhice, com honra e riquezas (I Crôn 29.28).



“1 Sucedeu, pois, que, chegando Davi e os seus homens ao terceiro dia a Ziclague, os amalequitas tinham feito uma incursão sobre o Negebe, e sobre Ziclague, e tinham ferido a Ziclague e a tinham queimado a fogo;
2 e tinham levado cativas as mulheres, e todos os que estavam nela, tanto pequenos como grandes; a ninguém, porém, mataram, tão-somente os levaram consigo, e foram o seu caminho.
3 Quando Davi e os seus homens chegaram à cidade, eis que estava queimada a fogo, e suas mulheres, seus filhos e suas filhas tinham sido levados cativos.
4 Então Davi e o povo que se achava com ele alçaram a sua voz, e choraram, até que não ouve neles mais forças para chorar.
5 Também as duas mulheres de Davi foram levadas cativas: Ainoã, a jizreelita, e Abigail, que fora mulher de Nabal, o carmelita.
6 Também Davi se angustiou; pois o povo falava em apedrejá-lo, porquanto a alma de todo o povo estava amargurada por causa de seus filhos e de suas filhas. Mas Davi se fortaleceu no Senhor seu Deus.
7 Disse Davi a Abiatar, o sacerdote, filho de Aimeleque: Traze-me aqui a estola sacerdotal. E Abiatar trouxe a estola sacerdotal a Davi.
8 Então consultou Davi ao Senhor, dizendo: Perseguirei eu a esta tropa? alcançá-la-ei? Respondeu-lhe o Senhor: Persegue-a; porque de certo a alcançarás e tudo recobrarás.
9 Ao que partiu Davi, ele e os seiscentos homens que com ele se achavam, e chegaram ao ribeiro de Besor, onde pararam os que tinham ficado para trás.
10 Mas Davi ainda os perseguia, com quatrocentos homens, enquanto que duzentos ficaram atrás, por não poderem, de cansados que estavam, passar o ribeiro de Besor.
11 Ora, acharam no campo um egípcio, e o trouxeram a Davi; deram-lhe pão a comer, e água a beber;
12 deram-lhe também um pedaço de massa de figos secos e dois cachos de passas. Tendo ele comido, voltou-lhe o ânimo; pois havia três dias e três noites que não tinha comido pão nem bebido água.
13 Então Davi lhe perguntou: De quem és tu, e donde vens? Respondeu ele: Sou um moço egípcio, servo dum amalequita; e o meu senhor me abandonou, porque adoeci há três dias.
14 Nós fizemos uma incursão sobre o Negebe dos queretitas, sobre o de Judá e sobre o de Calebe, e pusemos fogo a Ziclague.
15 Perguntou-lhe Davi: Poderias descer e guiar-me a essa tropa? Respondeu ele: Jura-me tu por Deus que não me matarás, nem me entregarás na mão de meu senhor, e eu descerei e te guiarei a essa tropa.
16 Desceu, pois, e o guiou; e eis que eles estavam espalhados sobre a face de toda a terra, comendo, bebendo e dançando, por causa de todo aquele grande despojo que haviam tomado da terra dos filisteus e da terra de Judá.
17 Então Davi os feriu, desde o crepúsculo até a tarde do dia seguinte, e nenhum deles escapou, senão só quatrocentos mancebos que, montados sobre camelos, fugiram.
18 Assim recobrou Davi tudo quanto os amalequitas haviam tomado; também libertou as suas duas mulheres.
19 De modo que não lhes faltou coisa alguma, nem pequena nem grande, nem filhos nem filhas, nem qualquer coisa de tudo quanto os amalequitas lhes haviam tomado; tudo Davi tornou a trazer.
20 Davi lhes tomou também todos os seus rebanhos e manadas; e o povo os levava adiante do outro gado, e dizia: Este é o despojo de Davi.
21 Quando Davi chegou aos duzentos homens que, de cansados que estavam, não tinham podido segui-los, e que foram obrigados a ficar ao pé do ribeiro de Besor, estes saíram ao encontro de Davi e do povo que com ele vinha; e Davi, aproximando-se deles, os saudou em paz.
22 Então todos os malvados e perversos, dentre os homens que tinham ido com Davi, disseram: Visto que não foram conosco, nada lhes daremos do despojo que recobramos, senão a cada um sua mulher e seus filhos, para que os levem e se retirem.
23 Mas Davi disse: Não fareis assim, irmãos meus, com o que nos deu o Senhor, que nos guardou e entregou nas nossas mãos a tropa que vinha contra nós.
24 E quem vos daria ouvidos nisso? pois qual é a parte dos que desceram à batalha, tal será também a parte dos que ficaram com a bagagem; receberão partes.
25 E assim foi daquele dia em diante, ficando estabelecido por estatuto e direito em Israel até o dia de hoje.
26 Quando Davi chegou a Ziclague, enviou do despojo presente aos anciãos de Judá, seus amigos, dizendo: Eis aí para vós um presente do despojo dos inimigos do Senhor;
27 aos de Betel, aos de Ramote do Sul, e aos de Jatir;
28 aos de Aroer, aos de Sifmote, e aos de Estemoa;
29 aos de Racal, aos das cidades dos jerameelitas, e aos das cidades dos queneus;
30 aos de Horma, aos de Corasã, e aos de Atace;
31 e aos de Hebrom, e aos de todos os lugares que Davi e os seus homens costumavam frequentar.” (I Sm 30.1-31)


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