sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Voto de Fidelidade ao Senhor – Neemias 9



Depois de terem concluído todas as ordenanças da Lei relativas às festividades do sétimo mês, os israelitas separaram o 24º dia daquele mês, para jejuarem e se vestirem de sacos e com terra sobre suas cabeças, para demonstrarem a sua pública humilhação perante o Senhor, conforme vemos no nono capítulo de Neemias (v. 1).
Eles haviam se apartado das iniquidades e dos costumes pagãos das nações ao seu redor para confessarem os pecados e as iniquidades de seus pais, que tanto haviam ofendido ao Senhor no passado, e que deu ocasião ao seu cativeiro (v. 2).
Durante uma quarta parte do dia leram a Lei de Moisés, e numa segunda quarta parte fizeram confissão de pecados e adoraram ao Senhor (v. 3).
No passado, os judeus dividiam o dia em quatro partes, sendo que cada uma das quais tinha três horas.
Nós vemos no Novo Testamento um divisão similar das horas da noite (Mc 5.48; 13.35 etc). 
A referência aos degraus dos levitas no verso 4 é sem dúvida uma descrição do estrado ou púlpito referido em Ne 8.4, sobre o qual Esdras havia feito a exposição da Lei.
Os levitas clamaram, e conclamaram o povo a louvar ao Senhor, e também fizeram a bela oração dos versos 6 a 38, em forma de declaração formal na qual passaram em revista a história de Israel, de maneira que este registro fosse selado como um memorial de que firmariam um acordo mútuo de não se desviarem da Lei do Senhor, tal qual os seus pais haviam feito, e que havia dado ocasião a toda a angústia, desolação e aflições que eles passaram a ter tanto no exílio quanto na sua própria terra.
A declaração que selaram em comum acordo ressalta, conforme podemos ver nos versos 6 a 38, tanto a misericórdia e bondade de Deus para Israel, quanto os seus justos juízos, que trouxe sobre eles por causa da transgressão dos Seus mandamentos.
Deste modo, o intuito daquela declaração era bem claro em apontar para a necessidade de uma estrita obediência dos mandamentos do Senhor, para que Israel tivesse um viver abençoado.
Ninguém se apresse em dar por encerrada uma obra que Deus começou, porque foi impedida de ter prosseguimento em determinada ocasião ou lugar.
Israel não havia sido rejeitado por Ele, apesar de ter permanecido setenta anos no cativeiro em Babilônia, não por causa da bondade deles, mas em razão da promessa que Deus havia feito aos patriarcas, de ser o Deus de Israel para sempre.
De igual modo, toda obra que traz este selo da promessa de Deus para ela, terá na própria promessa do Senhor a garantia da sua continuidade, por mais que os homens se levantem contra ela.
Não foi o caso que se deu com Neemias com a reconstrução do muro de Jerusalém?
Os inimigos que se levantaram em fúria contra ele conseguiram impedir a realização da obra?
Este nono capítulo de Neemias nos traz à lembrança o dever de andarmos em santidade perante o Senhor.
A obra que Ele deseja fazer é muito mais em nós do que através de nós.
Não há nenhum sentido estarmos empenhados em muitas coisas a pretexto de ser a Seu serviço, se o nosso coração não está sendo purificado pela graça, e se não temos nos apartado de tudo o que se refere às obras da carne e ao mundo.
 Tal como os profetas de Israel, cujo ministério era o de trazer, pelo Espírito Santo, as pessoas de volta para Deus (v. 30), a finalidade dos ministros do evangelho é a mesma, a saber, conduzir as pessoas a Jesus Cristo e ao Seu jugo, e não a nós mesmos e ao nosso jugo.
Não é à nossa lei que devemos trazê-las, mas à Lei do Senhor.    
O testemunho dos profetas era o testemunho do Espírito através deles, era o Espírito de Cristo neles (I Pe 1.10,11).
Eles falaram movidos pelo Espírito Santo.
Deus deu ao povo de Israel o Espírito Santo para ensiná-los, porque as coisas de Deus não podem ser discernidas adequadamente, senão pelo Espírito (v. 20).
Mas Israel resistiu como nação àquela instrução do Espírito, e Deus testemunhou contra eles pelo mesmo Espírito, através dos profetas.  
Se não nos submetemos à Palavra de Deus, que nos foi dada para nos ensinar e governar, esta mesma Palavra nos julgará.




“1 Ora, no dia vinte e quatro desse mês, se ajuntaram os filhos de Israel em jejum, vestidos de sacos e com terra sobre as cabeças.
2 E os da linhagem de Israel se apartaram de todos os estrangeiros, puseram-se em pé e confessaram os seus pecados e as iniquidades de seus pais.
3 E, levantando-se no seu lugar, leram no livro da lei do Senhor seu Deus, uma quarta parte do dia; e outra quarta parte fizeram confissão, e adoraram ao Senhor seu Deus.
4 Então Jesuá, Bani, Cadmiel, Sebanias, Buni, Serebias, Bani e Quenâni se puseram em pé sobre os degraus dos levitas, e clamaram em alta voz ao Senhor seu Deus.
5 E os levitas Jesuá, Cadmiel, Bani, Hasabneias, Serebias, Hodias, Sebanias e Petaías disseram: Levantai-vos, bendizei ao Senhor vosso Deus de eternidade em eternidade. Bendito seja o teu glorioso nome, que está exaltado sobre toda benção e louvor.
6 Tu, só tu, és Senhor; tu fizeste o céu e o céu dos céus, juntamente com todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela existe, os mares e tudo quanto neles já, e tu os conservas a todos, e o exército do céu te adora.
7 Tu és o Senhor, o Deus que elegeste a Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão;
8 e achaste o seu coração fiel perante ti, e fizeste com ele o pacto de que darias à sua descendência a terra dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos perizeus, dos jebuseus e dos girgaseus; e tu cumpriste as tuas palavras, pois és justo.
9 Também viste a aflição de nossos pais no Egito, e ouviste o seu clamor junto ao Mar Vermelho;
10 e o operaste sinais e prodígios contra Faraó; e contra todos os seus servos, e contra todo o povo da sua terra;  pois sabias com que soberba eles os haviam tratado;  e assim adquiriste renome, como hoje se vê.
11 Fendeste o mar diante deles, de modo que passaram pelo meio do mar, em seco;  e lançaste os seus perseguidores nas profundezas, como uma pedra nas águas impetuosas.
12 Além disso tu os guiaste de dia por uma coluna de nuvem e de noite por uma coluna de fogo, para os alumiares no caminho por onde haviam de ir.
13 Desceste sobre o monte Sinai, do céu falaste com eles, e lhes deste juízos retos e leis verdadeiras, bons estatutos e mandamentos;
14 o teu santo sábado lhes fizeste conhecer;  e lhes ordenaste mandamentos e estatutos e uma lei, por intermédio de teu servo Moisés.
15 Do céu lhes deste pão quando tiveram fome, e da rocha fizeste brotar água quando tiveram sede;  e lhes ordenaste que entrassem para possuir a terra que com juramento lhes havias prometido dar.
16 Eles, porém, os nossos pais, se houveram soberbamente e endureceram a cerviz, e não deram ouvidos aos teus mandamentos,
17 recusando ouvir-te e não se lembrando das tuas maravilhas, que fizeste no meio deles; antes endureceram a cerviz e, na sua rebeldia, levantaram um chefe, a fim de voltarem para sua servidão.  Tu, porém, és um Deus pronto para perdoar, clemente e misericordioso, tardio em irar-te e grande em beneficência, e não os abandonaste.
18 Ainda mesmo quando eles fizeram para si um bezerro de fundição, e disseram: Este é o teu Deus, que te tirou do Egito, e cometeram grandes blasfêmias,
19 todavia tu, pela multidão das tuas misericórdias, não os abandonaste no deserto. A coluna de nuvem não se apartou deles de dia, para os guiar pelo caminho, nem a coluna de fogo de noite, para lhes alumiar o caminho por onde haviam de ir.
20 Também lhes deste o teu bom Espírito para os ensinar, e o teu maná não retiraste da sua boca, e água lhes deste quando tiveram sede.
21 Sim, por quarenta anos os sustentaste no deserto;  não lhes faltou coisa alguma;  a sua roupa não envelheceu, e o seus pés não se incharam.
22 Além disso lhes deste reinos e povos, que lhes repartiste em porções;  assim eles possuíram a terra de Siom, a saber;  a terra do rei de Hesbom, e a terra de Ogue, rei de Basã.
23 Outrossim multiplicaste os seus filhos como as estrelas do céu, e os introduziste na terra de que tinhas dito a seus pais que nela entrariam para a possuírem.
24 Os filhos, pois, entraram e possuíram a terra; e abateste perante eles, os moradores da terra, os cananeus, e lhos entregaste nas mãos, como também os seus reis, e os povos da terra, para fazerem deles conforme a sua vontade.
25 Tomaram cidades fortificadas e uma terra fértil, e possuíram casas cheias de toda sorte de coisas boas, cisternas cavadas, vinhas e olivais, e árvores frutíferas em abundância; comeram, pois, fartaram-se e engordaram, e viveram em delícias, pela tua grande bondade.
26 Não obstante foram desobedientes, e se rebelaram contra ti; lançaram a tua lei para trás das costas, e mataram os teus profetas que protestavam contra eles para que voltassem a ti; assim cometeram grandes provocações.
27 Pelo que os entregaste nas mãos dos seus adversários, que os afligiram; mas no templo da sua angústia, quando eles clamaram a ti, tu os ouviste do céu; e segundo a multidão das tuas misericórdias lhes deste libertadores que os libertaram das mãos de seus adversários.
28 Mas, tendo alcançado repouso, tornavam a fazer o mal diante de ti,; portanto tu os deixavas nas mãos dos seus inimigos, de modo que estes dominassem sobre eles; todavia quando eles voltavam e clamavam a ti, tu os ouvias do céu, e segundo a tua misericórdia os livraste muitas vezes;
29 e testemunhaste contra eles, para os fazerdes voltar para a tua lei; contudo eles se houveram soberbamente, e não  deram ouvidos aos teus mandamentos, mas pecaram contra os teus juízos, pelos quais viverá o homem que os cumprir; viraram o ombro, endureceram a cerviz e não quiseram ouvir.
30 Não obstante, por muitos anos os aturaste, e testemunhaste contra eles pelo teu Espírito, por intermédio dos teus profetas; todavia eles não quiseram dar ouvidos; pelo que os entregaste nas mãos dos povos de outras terras.
31 Contudo pela tua grande misericórdia não os destruíste de todo, nem os abandonaste, porque és um Deus clemente e misericordioso.
32 Agora, pois, ó nosso Deus, Deus grande, poderoso e temível, que guardas o pacto e a beneficência, não tenhas em pouca conta toda a aflição que nos alcançou  a nós, a nossos reis, a nossos príncipes, a nossos sacerdotes, a nossos profetas, a nossos pais e a todo o teu povo, desde os dias dos reis da Assíria até o dia de hoje.
33 Tu, porém, és justo em tudo quanto tem vindo sobre nós; pois tu fielmente procedeste, mas nós perversamente.
34 Os nossos reis, os nossos príncipes, os nossos sacerdotes, e os nossos pais não têm guardado a tua lei, nem têm dado ouvidos aos teus mandamentos e aos teus testemunhos, com que testificaste contra eles.
35 Porque eles, no seu reino, na muita abundância de bens que lhes deste, na terra espaçosa e fértil que puseste diante deles, não te serviram, nem se converteram de suas más obras.
36 Eis que hoje somos escravos; e quanto à terra que deste a nossos pais, para comerem o seu fruto e o seu bem, eis que somos escravos nela.
37 E ela multiplica os seus produtos para os reis que puseste sobre nós por causa dos nossos pecados; também eles dominam sobre os nossos corpos e sobre o nosso gado como bem lhes apraz, e estamos em grande angústia.
38 Contudo, por causa de tudo isso firmamos um pacto e o escrevemos; e selam-no os nossos príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes.” (Ne 9.1-38).

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