sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A Glória Futura Prometida para a Igreja - Isaías 60



Deus está formando gradualmente um povo glorioso, exclusivamente Seu, zeloso de boas obras, em meio a este mundo tenebroso.
A condição terrível do pecado, apresentada nos capítulos 58 e 59 de Isaías, não poderá impedir a plena realização da manifestação da luz e glória de Deus no monte Sião, que tem sido objeto de disputas através dos séculos, sendo Jerusalém pisoteada por povos pagãos para perplexidade especialmente dos judeus piedosos, aos quais Deus havia prometido fazer de Jerusalém um objeto de glória para eles na terra.
Enquanto o Messias não se manifestar com a Igreja triunfante em Sua volta, no monte Sião, parecerá a muitos que a promessa de Deus caducou, mas como Ele é fiel em cumprir a Sua Palavra ela terá cabal cumprimento a Seu tempo.  
“e não lhe deis a ele descanso até que estabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra.” (Is 62.7).
“E olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o Monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que traziam na fronte escrito o nome dele e o nome de seu Pai.” (Apo 14.1).
Foi principalmente com esta perspectiva da glória futura da Igreja na nova Jerusalém que este capítulo foi escrito.
Os cristãos são chamados a olharem para o grande objetivo final do seu trabalho, e não para as suas presentes condições neste mundo sujeito ao pecado.
Mas a grande luz e glória que seriam manifestadas ao povo do Senhor com a chegada do Redentor prometido no capítulo 59 de Isaías é prometida na abertura e continuidade deste 60º capítulo, que agora comentaremos.
E nosso Senhor Jesus Cristo viria numa primeira vinda a Israel, cerca de setecentos anos depois da profecia que foi dada a Isaías, para começar a buscar o Seu povo em todas as partes do mundo, e se manifestará com eles no monte Sião na plenitude da Sua luz e glória por ocasião da Sua segunda vinda.  
Não são feitas promessas de riquezas terrenas das nações para a Igreja antes que Cristo venha, porque Deus em Sua grande sabedoria sabe que o pecado ainda opera na carne dos cristãos, e o amor ao dinheiro num mundo de pecado como o nosso é a raiz de todos os males.
Muitos se desviaram da fé ao longo da história da Igreja por causa das riquezas terrenas.
As Igrejas de Sardes e de Laodicéia se desviaram da sua firmeza exatamente por causa da abundância de bens materiais que eles possuíam.
E, geralmente, a mesma história se repete quando se coloca neste mundo, ainda sujeito ao pecado, os bens terrenos como alvo da vida cristã.
Mas na perfeição daa perfeipecado os bens terrenos como alvo da vida crista opera na carne dos crentes, e o amor ao dinheiro num mundo de peca glória com Cristo no milênio, estes bens serão mero adorno para o Seu santuário e reino, e já não existirá mais o pecado da cobiça nos corações.
Então se fala deles na profecia de Isaías como uma promessa de Deus para a futura glória da Igreja.
Foi somente depois da vinda do Senhor a este mundo que a luz do evangelho brilhou nos nossos corações.
Todos estavam em ignorância quanto a quem se referiam as promessas da vinda de um Redentor que traria consigo a graça e a verdade.
Foi somente depois que Ele se manifestou que até mesmo estes capítulos finais do livro de Isaías passaram a ter pleno significado para nós quanto ao Redentor e quanto ao Seu trabalho de redenção, para nos libertar dos nossos pecados.    
A luz que dissipou as trevas da ignorância quanto ao plano de Deus para o Seu povo possibilitou que a Igreja fosse formada pela operação do Espírito Santo.
Uma era a glória que Deus manifestava em Israel nos dias da Antiga Aliança, e uma outra muito maior é a que Ele tem manifestado através de Cristo na Igreja, nesta chamada dispensação da graça.
Não somente pelo modo como tem transformado os pecadores, mas sobretudo pela manifestação do Seu grande poder através da Igreja. 
Somente a luz do evangelho pode dissipar as trevas do pecado que está no mundo, de maneira que a palavra de ordem do Senhor é que a Igreja se levante e resplandeça com a luz que lhe foi dada com a chegada de Cristo, e que trouxe à Igreja a glória do Senhor (v. 1).
E a necessidade de que a Igreja se levante dando testemunho da luz da verdade do evangelho, é que as trevas continuarão cobrindo a terra e a escuridão os povos, mas sobre os eleitos a luz do Senhor virá surgindo e a Sua glória se verá sobre eles (v.2).
Estes eleitos estão em todas as nações, e daí a necessidade de o evangelho ser pregado em todas as nações, porque nestas nações até mesmo muitos dos seus governantes caminharão para a luz de Cristo que está na Igreja.
Os cristãos fiéis são a luz do mundo. E pelo testemunho deles de caminharem na luz, muitos, em todas as nações se converterão também à luz (v. 3).    
Os homens e mulheres que caminharem para a luz são chamados por Deus de seus filhos e filhas que serão criados ao lado daqueles que já se encontravam no Senhor (v. 4).
E estas muitas conversões serão motivo de grande alegria para a Igreja, e o coração se estremecerá diante do grande poder do Senhor para salvar, e se alegrará com isto, porque é dito que a abundância do mar serão para a Igreja, e as riquezas das nações virão a ela (v. 5).
A principal riqueza das nações são os que se convertem a Cristo, porque as nações que não têm o evangelho estão em extrema tristeza, escuridão e pobreza espiritual. Quão miseráveis são aos olhos de Deus as nações que não têm o verdadeiro evangelho de Cristo.
Entretanto a promessa desta profecia também se cumpre na mercadorias e riquezas materiais que são trazidas à Igreja não para o propósito de comércio, mas para a Igreja quando deixar o seu estado presente de odiada e perseguida pelas nações, para ser honrada por elas quando lhes trouxerem suas riquezas, quando ela estiver em glória com Cristo em Jerusalém.
Antes, no Velho Testamento, somente os israelitas subiam ao templo de Jerusalém para a adoração ao Senhor, mas no milênio todas as nações virão a Jerusalém para honrarem o Grande Rei e à Igreja que estará com Ele reinando em glória (Zac 14.16). 
Mas, mesmo no presente, a promessa da provisão divina para atender as necessidades dos que estão empenhados em servir ao evangelho, está também aqui embutida (v. 6 a 17). 
Entretanto, a Igreja que se levanta e resplandece com o testemunho da verdade é rica e enriquece a muitos, como também é ainda mais enriquecida com as almas que o Senhor junta a ela.
Nunca, em tempo algum, o Judaísmo, sob a antiga aliança conseguiria fazer convertidos em todas as nações como passou a acontecer com o evangelho, que começou a ser pregado a partir de Jerusalém.
Esta glória estava reservada à Igreja, para a glorificação do nome de Cristo, que é o seu Senhor.
É o castiçal da Igreja a luz através da qual o testemunho do evangelho ilumina o mundo.
Até mesmo muitos dos que eram inimigos de Deus e do evangelho e que se opunham à Igreja de Cristo e que oprimiram e perseguiram os cristãos, viriam a se render a Cristo, pelo bom testemunho dos seus servos (v. 14).
 Devemos servir ao Senhor com o que temos. Devemos glorificá-lo com os nossos bens.
Por isso é dito que as riquezas que são trazidas à Igreja têm o propósito de publicar os louvores do Senhor, e para que Ele possa glorificar a casa da Sua glória (v. 6, 7).
Os bens que são consagrados ao Senhor e que são usados especialmente para socorrer os necessitados do Seu povo trazem grande glória ao nome de Deus porque desta forma tem provido, através da Igreja uma casa para estes Seus filhos que não teriam outra forma de serem sustentados. 
A submissão ao evangelho de Cristo impõe esta necessidade de servirmos ao Senhor e aos santos com os nossos bens materiais.
Porque com isto damos provas de maneira prática o quanto reconhecemos que Jesus é de fato o Senhor, o Dono de tudo que somos e possuímos.
Que coisa maravilhosa e agradável a Deus é reconhecermos que nada do que temos é propriamente nosso, mas que pertence ao Senhor, e que por isso deve ser disposto e usado conforme a Sua santa vontade.
E quão grande glória é ser provido pelas cousas santas que foram consagradas ao Senhor!
Que grande honra é poder ser provido pela Sua mesa!  
Diante de tanta luz e bondade as conversões se multiplicam, e os que se convertem são descritos por Deus através do profeta como nuvens e como pombas que vêm voando em grande multidão para as janelas da Igreja (v.8). 
A citação às portas da Igreja que estarão sempre abertas (v.11) significa que todos os que vierem para a Igreja serão bem vindos, e que Cristo está de braços abertos para recebê-los, e que não lançará fora, de modo algum, a qualquer que vier a Ele.
Para o cumprimento da Sua vontade em relação à Igreja Deus fará até mesmo que ela seja ajudada por aqueles que não lhe pertencem (v. 10, 12, 14).
As ameaças de julgamento e destruição das nações que se recusarem a ajudar a Igreja é uma referência àqueles que resistem ao evangelho de Cristo, e que serão julgados por Ele por ocasião da Sua segunda vinda (II Tes 1.8).  
Para que não se confunda a glória que é referida à Igreja com qualquer tipo de glória terrena até que Cristo volte e reúna os redimidos de todas as épocas no monte Sião, é afirmado o estado de desprezo (v. 14), de abandono e de desprezo pelo mundo (v. 15) da verdadeira igreja no presente século, porque não é na suntuosidade de muitas mega igrejas de diversas denominações que a glória do Senhor reside.
Jesus disse que a igreja seria perseguida e odiada pelo mundo. Então a glória aqui referida neste capítulo de Isaías não é uma glória terrena decorrente do prestígio da verdadeira Igreja entre aqueles que são do mundo.  
Esta glória está especialmente relacionada ao seu futuro na Nova Jerusalém em seu estado eterno, quando não necessitará mais da luz do sol e da lua para ser iluminada, porque o Senhor mesmo será a sua luz perpétua (v. 19,20).
Deus afirma expressamente que todos os que fazem parte da Igreja são obra das Suas mãos e que foram plantados por Ele para a Sua própria glória (v. 21). 
E todos aqueles que viveram em pobreza nos dias da Igreja padecente, serão enriquecidos e serão achados em glória na Igreja triunfante depois da volta do Senhor.
Em vez de bronze em suas casas eles terão ouro, em vez de ferro prata, e em vez de madeira bronze, e em vez de pedra, ferro; e serão governados por oficiais pacíficos e justos (v. 17). 
Deus fez também a promessa de que a Igreja apesar de ter sido pequena e humilde no Seu começo, viria a ser numerosa e gloriosa no fim (v. 22).
A Igreja Cristã nos dias de Jesus era composta por apenas cerca de 120 discípulos, e já no Pentecostes teve um acréscimo de três mil convertidos. E logo depois este número subiu a cerca de cinco mil, e hoje é composta por uma multidão inumerável tanto no céu quanto na terra, e será mais ainda até que Cristo volte. 
O Senhor o disse e o Senhor o tem feito para a glória do Seu próprio nome (v. 21).

Baseado em Isaías 60

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