quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A Promessa da Justiça do Evangelho - Isaías 51


Tal como Abraão, o povo de Deus foi tirado de uma rocha de perdição da qual faziam parte, e de um profundo abismo de pecado que teve que ser cavado profundamente para serem retirados de lá.
Então a profecia de Isaías 51 começa com uma chamada para o povo de Deus à recordação de qual era a sua condição anterior, antes de serem chamados por Ele.
Há uma buraco na rocha de onde fomos tirados, e há uma caverna que ficou no abismo do qual fomos cavados.
Isto nos torna humildes e nos faz recordar qual seria a nossa condição se Jesus não tivesse nos resgatado das rochas e profundezas deste mundo de pecado.   
 Então a convocação para que Israel olhasse para Abraão e Sara, nesta passagem particular das Escrituras, não era naquela hora, para que mirassem o exemplo de obediência deles, mas da misericórdia e graça do Senhor por tê-los tirado de uma terra idólatra para formar a partir deles um povo que andasse na verdade. 
Assim como Paulo nos pede para olharmos para o Seu exemplo, por ter sido recebido por Deus, apesar de ter sido perseguidor da Igreja, não para que contemplássemos a sua obediência e piedade, mas para sermos encorajados a crer que há no Senhor realmente uma infinita longanimidade para salvar ao principal dos pecadores, como Paulo se classificou por ter perseguido a igreja, antes da sua conversão.
Então não somente Israel, como todos os gentios, podiam ter como certo e líquido que Deus cumpriria o que havia prometido quanto a salvar por Sua exclusiva graça e misericórdia àqueles que se aproximassem dEle pela fé em Cristo.
Que Ele consolaria os que estivessem em Sião (a posição espiritual de quem está unido a Cristo), e todos os lugares assolados e o deserto seria feito como o jardim do Éden (palavra hebraica para paraíso, que é o terceiro céu).
Por isso Jesus prometeu ao ladrão que foi crucificado ao seu lado, e que confiou nEle, que estaria ainda com Ele naquele mesmo dia no paraíso. 
Esta bem-aventurança é alcançada a partir deste mundo, quando cremos em Cristo, e por isso gera alegria, regozijo, ação de graças e louvor, por parte daqueles que a conquistam (v. 3b). 
O povo do Senhor, particularmente Israel, que se encontrava endurecido, é conclamado a atender ao convite da salvação, porque a lei da Nova Aliança não revogaria a Lei do Velho Testamento, mas alteraria a lei do sacerdócio, porque seria instituído um novo sacerdócio, não mais segundo a ordem de Arão, mas segundo a de Melquisedeque, cujo sumo sacerdote é Cristo, e os sacerdotes, todos os que nEle creem. E isto seria luz para os povos (v. 4).
A justiça do evangelho foi prometida desde Abraão, e estava sendo detalhada por meio de Isaías, mas somente se manifestaria quando viesse o Messias (o Ungido – Cristo).
Mas esta justiça que traz a salvação estava próxima e o domínio do Messias se estenderia pelo mundo dos gentios, até mesmo em suas ilhas, e eles aguardariam esta salvação prometida (v. 5).
Esta salvação durará para sempre, por toda a eternidade para aqueles que a obtivessem, porque a justiça com a qual seriam justificados não pode ser revogada, e ainda que passem os céus e a terra, no entanto esta salvação durará para sempre (v. 6).
Somente este versículo de Isaías põe por terra toda afirmação de que alguém salvo e remido pelo sangue de Cristo pode vir a perder a sua salvação. Afirmar isto, é portanto desmentir a Deus que afirma que ela durará para sempre. 
Os que conhecem a justiça de Cristo, ou seja, os que são justificados e que fazem parte do verdadeiro Israel de Deus, e que têm a lei de Deus escrita em seus corações, são encorajados no verso 7, a não temerem o opróbrio dos homens, porque por causa do seu amor a Cristo e ao evangelho, seriam rejeitados, desprezados e perseguidos por muitos.
Assim são chamados no mesmo verso, a não ficarem turbados com as    suas injúrias contra eles.
Estes opositores dos cristãos são na verdade opositores de Cristo e da verdade do evangelho.
Por isso Jesus disse que quem rejeita a seus discípulos está rejeitando a Ele próprio, porque são apenas seus embaixadores a Seu serviço, e a mensagem que pregam não é da invenção deles, mas a revelação que receberam do céu, conforme está registrada na Palavra, para que seja pregada e ensinada. 
Então dos que se opõem ao evangelho é dito que a traça os roerá como a um vestido, e o bicho os comerá como a lã, isto é, eles serão destruídos pelo juízo de Deus no tempo oportuno.
Mas os que foram salvos podem estar sossegados porque a salvação que receberam do Senhor durará para sempre e para todas as gerações, porque a justiça de Cristo, com a qual somos justificados também durará para sempre (v. 8).
Assim como Deus havia agido com sinais e prodígios nos dias de Moisés, de Josué, de Elias, e outros, subjugando os Seus inimigos, de igual modo agiria na dispensação da graça, fazendo sinais e maravilhas através da igreja e a consequência disto seria alegria e júbilo (v. 9 a 11).
Não se deve negar a Cristo ou deixar de se atender ao Seu convite à salvação, por temor dos homens, porque Ele nos consola, e não é mortal como é o homem, e é o Criador de todas as coisas (v. 12, 13).
Quando Judá estivesse no exílio deveria manter a esperança do livramento, porque Deus prometeu fazê-lo não apenas para trazê-los de volta a Israel, mas para dar aos que cressem nEle, a salvação eterna que é por meio e por causa de Cristo.
E estes que são livrados do cativeiro do espírito jamais tornarão para qualquer tipo de cativeiro, e no fim haverão de prevalecer sobre todos os seus opressores (v. 14 a 23). 


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