terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ultima Ratio Regis Êx 8


Como faraó resistia a Deus e não lhe obedecia quanto à ordem de libertar os israelitas da dura escravidão dos egípcios, o Rei dos reis usaria o ultima ratio Regis (último argumento dos reis – slogan da arma de artilharia) para deter o avanço da injusta opressão.
Por isso, além da primeira praga descrita no sétimo capítulo de Êxodo de terem as águas sido transformadas em sangue, nós vemos, no oitavo capítulo, mais três pragas, a saber, por ordem: das rãs, dos piolhos e das moscas.
Nenhuma destas pragas estava atingindo a terra de Gósen onde habitavam os israelitas no Egito, e na verdade a nenhum deles, senão somente os egípcios.
Naquela situação particular e especial de demonstrações dos juízos de Deus, Ele mesmo declarara a distinção que faz nestes juízos entre aqueles que o amam e aqueles que resistem à Sua vontade, e escolhem deliberadamente continuar na prática do mal, servindo às trevas e não à luz, à injustiça, e não à justiça.  
Na verdade, Deus não faz acepção de pessoas, estando a salvação que é pelo arrependimento e fé acessível a qualquer pecador.
No entanto, aqueles que permanecem endurecidos em seus pecados e recusam a salvação, terão que lhe prestar contas dos seus atos no dia do grande Juízo final.
As pragas atingiram todos os egípcios, mas nem um só dos israelitas foi atingido por elas, não em razão de serem melhores do que os egípcios, mas porque Deus tinha uma aliança com eles.
É exatamente o mesmo que ocorre com os cristãos que estão aliançados com Deus por meio de Jesus Cristo.
Eles são guardados e protegidos por Deus e  jamais serão condenados juntamente com os que vivem na prática da impiedade, porque atenderam à chamada de Deus ao arrependimento e à conversão.
É por isso que o Senhor declara em Êx 8.21-23: “Porque se não deixares ir o meu povo”, eis que enviarei enxames de moscas sobre ti, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, e nas tuas casas; e as casas dos egípcios se encherão destes enxames, bem como a terra em que eles estiverem. Mas naquele dia separarei a terra de Gósem em que o meu povo habita, a fim de que nela não haja enxames de moscas, para que saibas que eu sou o Senhor no meio desta terra. Assim farei distinção entre o meu povo e o teu povo; amanhã se fará este milagre.”.
Só havia um modo de os egípcios escaparem de todas aquelas pragas que Deus lhes estava enviando sob a forma de juízos: obedecerem à ordem do Senhor de libertar Israel para que pudesse servi-lo.
Todavia, como faraó permanecia endurecido, as pragas continuariam sendo derramadas até que os egípcios soubessem que há somente um único Senhor sobre toda a terra, e este Deus é o Deus dos israelitas, povo ao qual Moisés pertencia.
A revelação da verdade, do Deus vivo, seria dada ao mundo, somente através de Israel, até que o Messias prometido viesse.
Todo o aparato religioso e todas as divindades egípcias eram falsas e impotentes.
Os magos imitaram com seu ilusionismo alguns sinais que estavam sendo operados pelo Senhor através de Moisés, mas quando transformou pó em piolhos, trazendo algo vivo de matéria inanimada, os próprios magos temeram muito e pararam com suas imitações e disseram a faraó que o que estava sendo feito era pelo dedo de Deus, pois no seu endurecimento de coração tentaram imitar aquele sinal com suas artes mágicas, através do ilusionismo, mas não conseguiram (Êx 8.18).
Mas nem com isso o coração de faraó deixou de estar endurecido conforme o Senhor havia predito.
Deus havia colocado um basta nas operações do reino de Satanás, e humilhou os servos do diabo.
A mesma coisa acontece em avivamentos no meio do povo de Deus, quando o diabo procura desautorizar os milagres operados pelo Senhor, fazendo imitações grosseiras das obras verdadeiras, que são produzidas por Deus.
Ele produz até mesmo falsos arrependimentos. Falsos êxtases. Falsas experiências emocionais. Mas nem por isso a obra do Espírito deve ser detida pelos que lideram o trabalho de Deus, assim como Moisés não deixou de ser instrumento do Senhor para que Ele continuasse operando os seus sinais verdadeiros através dele.
O que daí se aprende é que a verdade não deve recuar em face da mentira e da falsificação.
Não é porque há falsidade entre nós que deixaremos de pregar e de estar a serviço da verdade. 
O número de falsários e de ilusionistas, que procuram desautorizar a verdadeira obra do Espírito, aumentou consideravelmente nestes últimos dias, conforme está profetizado na Palavra e advertido pelo próprio Jesus, quanto à multiplicação de falsos mestres, profetas e até mesmo cristos no tempo do fim, que fariam prodígios e maravilhas para enganar, se possível, até mesmo os eleitos.
Vigiemos pois em todo o tempo, e apeguemo-nos com mais firmeza às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos (Hb 12.1).
Estas verdades estão reveladas na Bíblia, e é portanto a ela que devemos dar ouvido e não ao ensino destes insubordinados, como o apóstolo Pedro lhes chama em sua segunda epístola.
Eles serão humilhados pelo Senhor, no tempo próprio, assim como foram os magos no Egito, nos dias de Moisés.
Pois até que o Senhor manifestasse o Seu poder e juízos entre os egípcios, eles reinavam praticamente absolutos com os seus encantamentos diabólicos, e gozavam do prestígio de serem ministros das várias divindades do Egito.
Mas o Senhor mostrou que tanto o ministério deles quanto o das divindades a que serviam eram baseados no engano e na falsidade.
Afinal, Satanás é o pai da mentira e do engano, e não podem ser de outro modo todos os que se encontram escravizados à sua vontade e a seu serviço.
Caso Moisés tivesse aceitado a proposta de faraó de que eles oferecessem seus sacrifícios a Deus, na própria terra do Egito, ou então que o fizessem não muito longe dali, os israelitas permaneceriam debaixo do jugo egípcio, e ao mesmo tempo em que não teriam sua oferta aceita pelo Senhor, porque este lhes ordenara claramente que o fizessem no deserto a caminho de três dias do Egito.
A adoração e o serviço ao Senhor devem ser feitos de acordo com as suas prescrições, e não de acordo com as aparentes concessões dos poderes deste mundo e do próprio Satanás.
E é geralmente deste modo que o Inimigo procede com aqueles que estão a serviço de Deus. Ele lhes propõe aparentes soluções conciliatórias fazendo concessões que na verdade são artifícios para manter o povo do Senhor debaixo da sua influência maligna, por lhes dar-lhes a sensação de que obtiveram vitórias sobre ele, e também libertação, só que na verdade não alcançaram, porque não agiram em conformidade com todo o desígnio do Senhor, mas de acordo com aquilo que lhes parecia o caminho mais fácil, negociando termos de paz com o Inimigo.
Não é possível e nem se pode fazer acordos de paz com o diabo. Ele deve ser submetido pelo poder de Deus, e então o povo do Senhor terá a liberdade necessária para oferecer sacrifícios de louvor ao Senhor.
Faraó, em muitos aspectos tornou-se um tipo de Satanás, porque estava agindo em conformidade com os estratagemas do diabo, e certamente deveria estar debaixo da sua influência. Afinal, a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra principados e potestades espirituais.

Baseado em êxodo 8

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