quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Louvor Eterno para Uma Salvação Eterna - Isaías 12


A par de todo o endurecimento de Israel, o grande amor e misericórdia do Senhor, daria ao  remanescente fiel daquela nação que não estivesse  mais  debaixo do governo de reis ímpios, mas sob o reinado pacífico e justo do Messias, conforme prometido no 11º capítulo de Isaías.
O Messias não seria procedente de um rei descendente de Davi, que estivesse reinando em pompa e glória, mas de um rebento que surgiria do que restou da árvore genealógica de Jessé, pai de Davi, que seriam pobres e sem qualquer notoriedade em Judá, a saber José e Maria, que eram descendentes de Davi.      
 Isto seria mais um sinal de que o reino do Messias seria de esperança para todos os seus súditos, fossem eles ricos ou pobres.
Seria nEle que todos os dispersos de Israel, pelos juízos do Senhor, poderiam ser reunidos. 
Assim, o profeta faz uma vinculação entre a predição das libertações temporais de Israel na Antiga Aliança, para a grande salvação que se manifestaria na plenitude do tempo por Jesus Cristo.   
O Messias é apresentado como sendo proveniente da casa de Davi, a quem Deus havia feito a promessa de ser misericordioso para sempre com os que fossem da sua casa, exatamente porque estava determinado que o Messias seria da sua descendência, segundo a carne. 
É enfatizado de modo especial em relação ao governo do Messias, a justiça procedente dele  (v. 3 a 5) e a paz (v. 6 a 9), em cumprimento à vontade de Deus.
E os gentios seriam alcançados pelo seu governo (v. 10), assim como o remanescente de Israel (v. 11 a 16).
Este governo será estabelecido um dia de forma visível na terra, mas é sobretudo um governo de amor, espiritual, no coração dos súditos, de maneira que Jesus tem governado há dois milênios nos corações de milhões de pessoas, que lhe honram como o Rei de suas vidas. 
Deus vinha protestando através do profeta Isaías até o 11º capitulo quanto à impiedade que havia em seu povo de Israel, e exigindo que eles se emendassem e andassem em santidade e justiça perante Ele.
E para o cumprimento deste propósito, fez a promessa do nascimento de um menino, que viria a ter  sobre os seus ombros o governo do Seu povo, para que este pudesse andar em justiça (cap 10.27), e agora neste décimo primeiro capítulo Ele revela através do profeta que este Príncipe da paz seria o Messias de Israel, que seria dado também como luz para os gentios.  
Os ímpios serão banidos por Ele, mas os mansos da terra serão repreendidos (disciplinados) por Ele com equidade, para lhes tornar participantes da Sua santidade. (v.4)
A casa de Davi estava muito reduzida e fraca quando do nascimento de Jesus, o que pode ser visto pela obscuridade e pobreza de José e Maria.
Assim, o Messias surgiria se submetendo a esta humilhação, para que viesse a restaurar e a exaltar de novo aquela casa à qual Deus havia feito gloriosa no passado.
Daí se dizer através do profeta Amós que Ele levantaria de novo o tabernáculo (habitação, casa) de Davi (Amós 9.11).     
E o Espírito Santo repousaria sobre o Messias com todos os seus dons e graças.
Ele teria o Espírito sem medida, em toda a Sua plenitude.
Importava que em Cristo habitasse toda a plenitude, de maneira que possamos receber desta plenitude, por estarmos ligados a Ele, como nossa cabeça, sendo membros do Seu corpo (João 1.16; Col 1.19; 2.9). 
Por causa desta plenitude de sabedoria e entendimento, conselho, fortaleza, conhecimento e temor do Senhor (v. 2) Ele saberá administrar perfeitamente os negócios do Seu reino espiritual, em todas as suas ramificações, para poder responder aos dois grandes propósitos que estão envolvidos nisto: a glória de Deus e o bem dos filhos dos homens.
As condições da aliança serão resolvidas por Ele, e as ordenações instituídas em sabedoria pelo tesouro de sabedoria que está escondido nEle, para ser nosso conselheiro, de modo que se tornou Ele próprio, da parte de Deus, a nossa sabedoria (I Cor 1.30).
Ele será também a força do Seu povo, especialmente na hora da aflição e de angústia.
Mas também com a Sua força destruirá o ímpio e destruirá toda fortaleza satânica, e toda a altivez e sofisma que se levantam contra o conhecimento de Deus.
E Ele dará ao Seu povo o verdadeiro temor de Deus, de forma que isto possa aumentar cada vez mais neles, assim como este temor está nEle próprio apesar de ser em tudo semelhante a Deus Pai.
Assim a nossa fé em Cristo não foi projetada para lançar fora este temor santo e reverente de Deus e da Sua Palavra, mas para criá-lo e aumentá-lo.
Sem este temor é impossível andar na verdade e na prática da justiça em santidade, porque é o temor de Deus o princípio da sabedoria, isto é, ela atua e se manifesta com base na existência deste temor sagrado, especialmente dos juízos do Senhor contra o pecado. 
Assim é que todo aquele que estiver andando verdadeiramente no Espírito Santo, demonstrará antes de tudo a existência deste temor a Deus na sua vida.
Jesus tem também a plenitude do entendimento e do conhecimento porque somente Ele conhece perfeitamente ao Pai, e toda a Sua vontade, de maneira a poder instruir o seu povo a caminhar na verdade e a ter entendimento dos caminhos de Deus.
Nenhum julgamento dEle seria por isso feito de modo diferente, em qualquer aspecto, fora da vontade do Pai, e do conhecimento correto desta vontade.
É preciso pois buscar tal conhecimento e entendimento, em humilde oração e por um viver em verdadeira santidade de vida, em plena dependência do Senhor. 
Cristo conhece os segredos dos corações dos homens e por isso somente Ele está habilitado a fazer uma julgamento correto do que há verdadeiramente neles.
Jesus não julga de acordo com as opiniões que as pessoas têm de si mesmas, nem pelo que ouve dizerem de outros, porque seu julgamento é sempre de acordo com a verdade do que somos de fato à luz de Deus revelada  nas Escrituras.
Por isso Seu julgamento é sempre justo e correto.
Por ser um governante perfeitamente justo, não favorecerá o poderoso em detrimento do fraco.
Ao contrário, pela Sua força será o protetor e o defensor do pobre.
Ele será o advogado de defesa daqueles que não têm como se defender dos poderosos, que agem com injustiça, ou lhes oprimindo.
Ele os defenderá porque são pobres de espírito e sabem que dependem da força do Seu Senhor para sobreviverem num mundo de trevas como este.    
A paz do Seu reino é referida nos versos 6 a 9 e enfatiza especialmente as condições do milênio, quando Ele estabelecer o Seu governo na terra, depois de ter subjugado Satanás e o Anticristo, mas se aplica também ao nosso tempo, significando o seguinte:
Unidade ou acordo com partes inconciliáveis, ilustradas na paz do lobo com o cordeiro. Os homens de disposições mais violentas e furiosas que se mordiam e se devoravam mutuamente poderão ser transformados em seus temperamentos pela eficácia da graça do evangelho de Cristo, que o forte amará e respeitará o fraco, em vez de tentar oprimi-lo ou destruí-lo, como teria feito no passado.  
Cristo derrubaria várias barreiras de separação, como por exemplo a que havia entre judeus e gentios. Multidões de ambos os lados se converteriam a Ele.  
E todos os seres de naturezas antagônicas deixarão de sê-lo debaixo do governo milenal do Messias.
O leão por exemplo deixará de ser carnívoro e também pastará como o boi.
As serpentes peçonhentas perderão o veneno de maneira que uma criança poderá brincar com elas.
Muito da maldição que foi trazida à terra por causa do pecado original, será removida pela destruição da impiedade, e pela restauração que será operada pelo poder do Messias em Seu reino.  
Todos os que estiverem no monte santo de Deus, debaixo do governo do Messias, viverão em verdadeira amizade, sem ruins suspeitas, dissensões, invejas, ciúmes ou qualquer outro tipo de condição, que ainda prevalecem no mundo, e que somente serão subjugadas quando Ele tiver restaurado todas as coisas.
Além de garantia de unidade, a  paz do Messias significa segurança.
Cristo conduzirá Seu rebanho de tal maneira, que aqueles que tocarem nos seus ungidos terão que prestar contas a Ele.
Nenhum mal pode ser feito ao cristão fiel se não for permitido por Cristo para um propósito específico, porque Ele os guarda e protege como o Seu tesouro mais precioso.
E toda oposição será removida no futuro contra os filhos de Deus, porque Ele tem feito a promessa que não permitirá que nenhum dano seja feito no seu santo monte.
Isto se aplica também de  modo particular em situações terrenas presentes, em que Deus determina que fará uma obra no meio de grandes oposições, mas ela seguirá adiante porque repreenderá a todos que se levantarem contra ela, e fará isto por amor do Seu povo e da Sua própria glória e nome.  
Há um falso conhecimento que semeia discórdia entre os cristãos, mas estes que semeiam discórdias serão julgados por Deus que sempre defenderá a causa da paz, porque tem chamado o Seu povo à unidade e não à divisão. 
A inimizade que havia na antiga aliança entre Judá e Efraim, isto é entre o Reino do Norte e do Sul, sendo ambos parte do mesmo povo de Deus, seria removida somente com a manifestação do Messias, porque a carne é inimizade contra Deus, e também de uns para com os outros.
Somente um andar no Espírito pode vencer a carne e promover a união de corações que é tão almejada por Deus.
Judá e Efraim deveriam estar unidos para lutarem contra os filisteus e contra todos os povos inimigos de Israel.
Mas eram impedidos frequentemente de fazê-lo por causa da inveja que havia entre eles.
E assim acabavam muitas vezes sendo subjugados pelos povos inimigos.
E quando na Igreja acontece o mesmo, Satanás sempre levará vantagem sobre os cristãos, por se deixarem vencer pela inveja, em vez de viverem em unidade.  
Contudo, a promessa é que após a manifestação do Messias Judá e Efraim estariam reconciliados.
Assim como podem viver os cristãos em divisões carnais?
Como Deus poderia se agradar disto, quando tem feito a promessa que no Messias haveria paz entre aqueles que estivessem debaixo do Seu governo?
Que glória pode Deus receber com estes que promovem divisões no corpo de Cristo, por andarem contrariamente à verdade?
Por não desejarem viver em santidade de vida, obedecendo os mandamentos de Cristo, tal como se encontram revelados na Bíblia?
 Mas tudo e todos, que se levantam contra o progresso e sucesso do evangelho, especialmente neste seu caráter de promover a paz em amor, será removido.
Assim como Deus retirou os judeus da própria terra deles para serem levados para Babilônia, por estarem vivendo contrariamente à Sua vontade e amando o mundo. 


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