quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O Rei Servo - Isaías 42


O rei Ciro será citado no capitulo 44 de Isaías como o servo do Senhor que ele chamou para libertar o seu povo. Mas nem de longe Ciro pode ser comparado com o servo que é nomeado no início deste 42º capítulo, como sendo aquele que trará justiça às nações (Nosso Senhor Jesus Cristo).
Ciro operaria um livramento temporal mas Cristo opera um livramento eterno.
Ciro livraria o cativeiro físico, mas Cristo liberta o espírito dos grilhões do pecado. 
Por isso o Pai diz que colocou o seu Espírito sobre o seu Filho (ungiu), porque Ele faria a sua obra na terra libertando os cativos do diabo, no poder do Espírito Santo.
 Se Israel foi entregue aos opressores pelo Senhor, como se vê nos versos finais deste 42º capítulo é porque recusaram o governo terno, amoroso e justo de Deus, que seria revelado na terra, na pessoa de Seu Filho.
O Filho revelaria o amor do Pai, e os homens ficariam indesculpáveis perante Deus, por darem honra às suas imagens de escultura.
Primeiro porque o Rei que domina sobre os povos é chamado de servo e não de tirano.
Ele foi escolhido pelo Pai para fazer a Sua obra na terra (v. 1).
Seria com ternura e mansidão que Cristo deveria estabelecer o seu reino (v. 2, 3). 
Ele implantará o seu reino em silêncio, sem barulho ruidoso, porque não bradará para que se submetam a Ele.
O Espírito Santo trabalhará silenciosamente nos corações para produzir o convencimento do pecado, da justiça e do juízo, para conduzir os pecadores ao Salvador, que é manso e humilde de coração. 
Quando passa a exercer domínio no coração, que voluntariamente se entrega a Ele, não o faz clamando dizendo: Cristo está lá, ou Cristo está aqui, porque fala mansamente ao coração que se converte.  
Não se apresentaria em nenhuma parte da terra com pompa e alarido, conforme costumam fazer os príncipes deste mundo em suas aparições públicas.
Ninguém sairia adiante dele tocando trombetas para alertar as pessoas sobre a presença do Rei dos reis a este mundo, porque seria achado na forma de servo, e não de Rei que era e é, e sempre será. 
Ele não lutaria contra a oposição que levantassem contra Ele porque suportaria a contradição dos pecadores com paciência, porque o Seu reino não é deste mundo. É espiritual e no coração.
Seu alvo não é subjugar a vontade e corpo, mas conquistar o coração. 
Então suas armas não são carnais ou terrenas, mas espirituais, para destruir as fortalezas do pecado e de Satanás. 
Ele seria paciente até mesmo para com os maus, quando os quebrantasse em seu orgulho, como canas quebradas ou pavios fumegantes, para serem tornados humildes. 
Com estes que são fracos, Ele seria terno, para curá-los de suas chagas, para serem restaurados e emitirem a Sua luz, não mais como pavios fumegantes, mas como chamas acesas pelo poder do Espírito.  
Jesus é muito paciente, portanto, com todos aqueles que possuem a verdadeira graça, ainda que em pequena proporção.
 Ele consumaria completamente a obra que Lhe foi designada pelo Pai e não desistiria dela, de forma que jamais falharia em Sua missão (v. 4) de trazer a Sua justiça à terra, para que com ela muitos pudessem ser justificados.  
Ele é a salvação que Deus estaria dando, não somente a Israel, mas a todos os gentios, inclusive aos que habitavam nas ilhas distantes. 
E este encargo não seria colocado como responsabilidade sobre os ombros de algum homem ou grupo de homens, porque Deus disse que Ele mesmo faria isto, quer dizer, Ele tomaria sobre os Seus ombros a responsabilidade de espalhar o evangelho em toda a terra, de modo que todos os que estiverem empenhados numa obra verdadeira do evangelho é porque teriam sido chamados e capacitados e enviados por Ele, para usá-los como seus simples instrumentos, operados pelo poder de Cristo e do Espírito Santo.  
Então importa que tudo seja feito na, e pela Igreja, pelo Filho, para que toda a glória seja exclusivamente de Deus.
Por isso é Jesus quem é a própria aliança com o povo de Israel e com os gentios, e a luz que dá vida é dEle, e a que houver em nós, seus servos, é apenas um reflexo desta Sua luz (v. 6).  
Pedro afirmou e não mentiu quando disse que não foi por seu próprio poder ou piedade, que o coxo de nascença havia sido curado perfeitamente no templo, mas que fora Jesus quem o curara.
Assim, é Ele também quem dá vista aos cegos, que tira da prisão os presos, e do cárcere os que estão em trevas (v. 7).
Deste modo, a nenhum homem, a nenhuma imagem de escultura pode ser atribuída a operação de qualquer milagre ou maravilha, porque o Senhor tem afirmado que não dará a sua glória e louvor a outrem (v. 8).  
Como é Ele mesmo que faz as Suas obras, então toda a glória é dEle, e nunca nossa, e de nenhum falso deus.  
Para os que creem que o espírito do homem é formado espontaneamente nele, juntamente com o seu corpo, no ato da concepção, Deus nega isto declarando diretamente que é Ele que dá não somente o fôlego de vida aos homens, como é também quem coloca o espírito no homem que é formado no ventre (v. 5).
O Senhor poderia deixar que as coisas acontecessem sem dar qualquer aviso prévio ao Seu povo, mas diz que o faz para que seja glorificado, não somente quanto à Sua onisciência, mas para que entendamos que Ele governa não apenas as nossas vidas, como a própria história da humanidade (v. 9).
Então se ordena aos que foram alcançados pelo evangelho que cantem ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor desde a extremidade da terra, e até mesmo os que navegam pelo mar, e os habitantes de todas as ilhas, porque o evangelho estava destinado a todos eles.   
As vozes anunciando a grande salvação do Senhor deveriam ser alçadas em todas as partes do mundo, quer no deserto, nas cidades e nas aldeias, até mesmo os que habitam em penhascos e nos cumes dos montes, porque o evangelho está sendo também destinado a eles (v. 11).   
Glórias devem ser dadas ao Senhor, e o seu louvor anunciado nas ilhas, porque Ele derramaria o seu Espírito lhes trazendo salvação e avivamentos (v. 12). 
Mas contra os Seus inimigos, contra os inimigos do evangelho, os inimigos destas boas novas de salvação, o Senhor se levantaria como um valente contra eles (v. 13).
Depois de encerrada a dispensação da graça, que podemos chamar de período de silêncio do juízo de condenação de Deus, porque Cristo não veio condenar neste período, mas salvar, o Senhor ergueria sua voz no final deste longo período da dispensação do evangelho, no qual estendeu a sua graça e misericórdia a todos, pela sua muita longanimidade, que o levou a esperar por um longo tempo para exercer o Seu juízo de toda a carne (v. 14).
Por isso Paulo afirma em Rom 9 que Deus suportou os vasos de ira com grande longanimidade.
Então trará assolações sobre a terra no final do período da graça, quando Jesus vier em sua segunda vinda, assolações estas que são descritas no verso 15, mas para os ignorantes (cegos) da Sua vontade que se converterem a Ele, usará de misericórdia e os guiará por veredas que não conheciam, tornando as trevas em luz perante eles, aplanando os caminhos escabrosos. E o Senhor prometeu não desampará-los (v. 16).  
Mas os idólatras que fazem de suas imagens de escultura os seus deuses, seriam afastados para trás e cobertos de vergonha (v. 17).
Os surdos são conclamados a ouvirem estas coisas, e os cegos a olharem, para que possam enxergar. A referência é a surdos e a cegos espirituais. Mas Israel, seu servo insistia em não ser curado da sua surdez e cegueira (v. 18 a 21) e não conseguiriam enxergar mesmo quando fossem roubados e pilhados, e quando tivessem que se esconder em cavernas, porque seriam entregues por presa (v. 22 a 25). 


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