sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A Nobreza do Serviço Humilde – Neemias 3



Nós deveríamos refletir sobre o motivo de Deus, em Sua sabedoria, de nos ter dado como revelação da Sua vontade, conforme registrada na Bíblia, no livro de Neemias, o fato e as circunstâncias que envolveram a reconstrução dos muros e das portas da cidade de Jerusalém.
A revelação poderia ter passado por alto o registro destas coisas, mas se não o fez, é porque Deus teve propósitos objetivos para a instrução do Seu povo, e especialmente da Igreja, com as lições que podemos e devemos retirar de tudo isto.
Nós sabemos que os muros de Jerusalém tinham por função principal defender o povo, o templo e tudo o que havia de precioso das portas para dentro daquela cidade.   
Deus é quem nos defende dos ataques dos nossos inimigos, principalmente espirituais, mas compete a nós construir, edificar os meios de defesa necessários, para a nossa proteção.
Por exemplo, sem oração e meditação diária da Palavra como poderemos ter uma barreira ao redor de nós que impeça sermos atingidos pelos ataques do Inimigo? Como guardaremos o nosso coração incontaminado pelo mal, se não nos exercitarmos em santificação?
Do exemplo que temos na história dos empreendimentos de Neemias e do povo de Judá juntamente com ele, nós podemos aprender também que mesmo durante a construção destas barreiras, que visam impedir a destruição de nossas graças, pelos nossos muitos inimigos espirituais, que nós seremos atacados até mesmo no ato da construção propriamente dita, isto é, nós não poderemos orar, meditar na Palavra e fazer tudo o mais que nos é ordenado por Deus, sem que experimentemos alguma resistência destes três inimigos, a saber, a carne, o diabo e o mundo.      
Mas todos aqueles que se empenharem em edificarem suas vidas com estas barreiras protetoras das graças de Deus, de modo que não sejam furtadas ou destruídas, pelos muitos inimigos que dão contra elas, serão honrados por Deus, pelo seu empenho em diligência, tal como foram honrados aqueles que se levantaram para construírem debaixo da direção de Neemias, por terem tido os seus nomes registrados na Palavra de Deus, para memória e honra eternas, conforme vemos no 3º capítulo de Neemias, que estamos comentando.
Nossas boas obras estão sendo registradas pelo Senhor para a nossa honra, em livros que serão abertos quando estas obras forem julgadas.
Por isso, somos exortados a remir o tempo e a nos empenharmos o mais possível abundando em boas obras, no período de nossa breve jornada terrena, porque há uma grande recompensa prometida por Deus.
“9 E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.
10 Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.”  (Gál 6.9,10).
Dizer e fazer são coisas completamente diferentes.
Muitos dizem que estão prontos para se levantarem e fazerem a obra de Deus, mas se sentam e nada fazem, tal como o jovem da parábola, que disse a seu pai que iria trabalhar no campo, e no entanto, não foi.
Este 3º capítulo de Neemias não fala de promessas que foram feitas por todos estes que têm seus nomes aqui relacionados, mas se diz simplesmente que eles se levantaram, edificaram e repararam.
Há muitas coisas para serem feitas na obra de Deus. Para serem feitas e não simplesmente comentadas.
Isto exige que nos levantemos, edifiquemos e reparemos o que precisa ser edificado e reparado.
Não se fala de nenhum desacordo entre os que edificaram e repararam nos dias de Neemias.
Deus era com eles, mas não se permitiram serem divididos por ciúmes, disputas, discórdias e coisas semelhantes a estas, que acabam por impedir que a obra do Senhor seja feita.
Esta obra é muito grande e exige que cada um faça fielmente a sua parte, porque tal como aquele muro, a obra é uma só, e o trabalho de uma pessoa está interligado ao de outra.
O trabalho é realizado por indivíduos mas não para um fim individual, porque é trabalho para Deus, e não para uma pessoa ou grupo de pessoas em particular.
Até o próprio sumo sacerdote, como se vê no primeiro verso deste capitulo, participou do trabalho comum de reedificação do muro.
O risco que os demais trabalhadores correram ele também correu.
O elevado ofício de que estava encarregado não configurava um privilégio para não participar de tarefas consideradas comuns e menores.
Deste modo, os ministros do evangelho devem dar o exemplo de também fazerem aquelas tarefas que exigem de outros.  
Este exemplo faltou nos tecoítas (v. 5), cujos nobres não se envolveram no serviço do Senhor, de reconstrução do muro.
Isto ficou registrado para desonra deles, porque de ninguém mais se diz o que foi dito destes nobres de Tecoa, que acabaram com isto provando que não eram de fato pessoas nobres, porque é impossível que alguém o seja negando-se a se humilhar para que a vontade de Deus seja feita.
Temos um maior exemplo de nobreza do que o que nos deu o próprio Jesus, ao ter se esvaziado da glória celestial que tinha junto ao Pai, para poder consumar a obra que realizou em nosso favor?
Ele não realizou seu ministério num castelo, mas junto ao povo, fazendo o bem a todos.
Não deveríamos nos dispor, pelo exemplo que Ele nos deixou, a arregaçar as nossas mangas e nos lançarmos efetivamente de coração e alma no propósito de nos gastar por amor ao Senhor e ao nosso próximo?  
Neste trabalho para Deus, não conta portanto, qual seja a nossa posição social, porque trabalharam na reedificação do muro com Neemias, comerciantes, ourives, sacerdotes, governantes e até mesmo perfumistas (v. 7,8,32).   
Em Sua Providência, o Senhor poderia ter planejado a construção conjunta de algo diferente de um muro, mas a simplicidade da tarefa fala bem alto da natureza do serviço que prestamos para Cristo, que é de grande simplicidade em sua natureza, tal como o muro que Neemias e os judeus reconstruíram.
Não afirmamos com isto necessária e propriamente que o trabalho de um ministro do evangelho é o trabalho de um pedreiro, mas é seguramente um trabalho de edificação de almas, e exige muito empenho e diligência em sua realização.
Até mesmo mulheres se alinharam com os construtores nos dias de Neemias, conforme se vê no verso 12.
Paulo cita o nome de duas mulheres (Evódia e Síntique), que trabalharam juntamente com ele no evangelho em Filipos (Fp 4.3), e várias mulheres fizeram e têm feito história na seara do Senhor.
Alguns judeus edificaram o muro defronte de suas casas (v. 10, 23, 28, 29), e isto pode ter sido devido à impossibilidade de se afastarem de seus afazeres, e nem por isso deixaram de se empenhar nos interesses de Deus e do Seu povo.
A obra do evangelho é primeiro para Deus, mas é também uma obra pública, isto é, para o bem do povo do Senhor.
Os que trabalham não trabalham portanto, para si mesmos ou para seus interesses particulares, mas para o bem de outros, porque é nisto que consiste a obra dr Deus.  



“1 Então se levantou Eliasibe, o sumo sacerdote, juntamente com os seus irmãos, os sacerdotes, e edificaram a porta das ovelhas, a qual consagraram, e lhe assentaram os batentes. Consagraram-na até a torre dos cem, até a torre de Henanel.
2 E junto a ele edificaram os homens de Jericó; também ao lado destes edificou Zacur, o filho de Inri.
3 Os filhos de Hassenaá edificaram a porta dos peixes, colocaram-lhe as vigas, e lhe assentaram os batentes, com seus ferrolhos e trancas.
4 Ao seu lado fez os reparos Meremote, filho de Urias, filho de Hacoz; ao seu lado Mesulão, filho de Berequias, filho de Mesezabel; ao seu lado Zadoque, filho de Baaná;
5 ao lado destes repararam os tecoítas; porém os seus nobres não meteram o pescoço a serviço do Senhor.
6 Joiada, filho de Paseia, e Mesulão, filho de Besodeias, repararam a porta velha, colocaram-lhe as vigas, e lhe assentaram os batentes com seus ferrolhos e trancas.
7 Junto deles fizeram os reparos Melatias, o gibeonita, e Jadom, o meronotita, homens de Gibeão e de Mizpá, que pertenciam ao domínio do governador dalém do Rio;
8 ao seu lado Uziel, filho de Haraías, um dos ourives; ao lado dele Hananias, um dos perfumistas; e fortificaram Jerusalém até o muro largo.
9 Ao seu lado fez os reparos Refaías, filho de Hur, governador da metade do distrito de Jerusalém;
10 ao seu lado Jedaías, filho de Harumafe, defronte de sua casa; ao seu lado Hatus, filho de Hasabneias.
11 Malquias, filho de Harim, e Hassube,  filho de Paate-Moabe, repararam outra parte, como também a torre dos fornos;
12 e ao seu lado Salum, filho de Haloés, governador da outra metade do distrito de Jerusalém, ele e as suas filhas.
13 A porta do vale, repararam-na Hanum e os moradores de Zanoa; estes a edificaram, e lhe assentaram os batentes, com seus ferrolhos e trancas, como também mil côvados de muro até a porto do monturo.
14 A porta do monturo, reparou-a Malquias, filho de Recabe, governador do distrito Bete-Haquerem; este a edificou, e lhe assentou os batentes com seus ferrolhos e trancas.
15 A porta da fonte, reparou-a Salum, filho de Col-Hoze, governador do distrito de Mizpá; edificou-a e a cobriu, e lhe assentou os batentes, com seus ferrolhos e trancas; edificou também o muro da piscina de Selá, do jardim do rei, até os degraus que descem da cidade de Davi.
16 Depois dele Neemias, filho de Azbuque, governador da metade do distrito de Bete-Zur, fez os reparos até defronte dos sepulcros de Davi, até a piscina artificial, e até a casa dos homens poderosos.
17 Depois dele fizeram os reparos os levitas: Reum, filho de Bani, e ao seu lado, Hasabias, governador da metade do distrito de Queila, por seu distrito;
18 depois dele seus irmãos, Bavai, filho de Henadade, governador da outra metade do distrito de Queila.
19 Ao seu lado Ézer, filho de Jesuá, governador de Mizpá, reparou outra parte, defronte da subida para a casa das armas, no ângulo.
20 Depois dele reparou Baruque, filho de Zabai, outra parte, desde o ângulo até a porta da casa de Eliasibe, o sumo sacerdote.
21 Depois dele reparou Meremote, filho de Urias, filho de Hacoz, outra parte, deste a porta da casa de Eliasibe até a extremidade da mesma.
22 Depois dele fizeram os reparos os sacerdotes que habitavam na campina;
23 depois Benjamim e Hassube, defronte da sua casa; depois deles Azarias, filho de Maaseias, filho de Ananias, junto à sua casa.
24 Depois dele reparou Binuí, filho de Henadade, outra porte, desde a casa de Azarias até o ângulo e até a esquina.
25 Palal, filho de Uzai, reparou defronte do ângulo, e a torre que se projeta da casa real superior, que está junto ao átrio da guarda; depois dele Pedaías, filho de Parós.
26 (Ora, os netinins habitavam em Ofel, até defronte da porta das águas, para o oriente, e até a torre que se projeta.)
27 Depois repararam os tecoítas outra parte, defronte da grande torre que se projeta, e até o muro de Ofel.
28 Para cima da porta dos cavalos fizeram os reparos os sacerdotes, cada um defronte da sua casa;
29 depois dele Zadoque, filho de Imer, defronte de sua casa; e depois dele Semaías, filho de Secanias, guarda da porta oriental.
30 Depois dele repararam outra parte Hananias, filho de Selemias, e Hanum, o sexto filho de Zalafe. Depois dele reparou Mesulão, filho de Berequias, uma  parte defronte da sua câmara.
31 Depois dele reparou Malquias, um dos ourives, uma parte até a casa dos netinins e dos mercadores, defronte da porta da guarda, e até a câmara superior da esquina.
32 E entre a câmara da esquina e a porta das ovelhas repararam os ourives e os mercadores.” (Ne 3.1-32).


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