segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Como Deus Julgou o Adultério de Davi – 2 Samuel 12


Desde que Davi adulterou com Bate-Seba ele havia perdido a alegria da salvação, e  sabemos disto porque nós o vemos pedindo ao Senhor que lhe devolvesse a referida alegria no Salmo 51.12, que ele escreveu depois que Natã veio ter com ele, como veremos neste 12º capítulo de II Samuel.
Pelo menos nove meses haviam passado até que Deus enviou o profeta Natã a Davi, pois tendo profetizado que o filho que lhe nascera com Bate-Seba morreria (v.14), não demorou muito para que a criança fosse enfermada gravemente pelo Senhor  (v.15), e esta veio a morrer apenas sete dias depois (v. 18).
Como Natã disse “o filho que te nasceu” (v.14), quando falou a Davi, a criança era portanto nascida, e é por isso que podemos concluir que o endurecimento de Davi em seu pecado durou pelo menos nove meses, e isto em si mesmo foi uma forma de manifestação de um dos juízos do Senhor desferidos contra Ele, pois ficara privado das consolações do Espírito Santo a ponto de pedir que Deus lhe devolvesse a alegria da sua salvação,  e que não retirasse dele o Espírito Santo (Sl 51.11), porque vinha sentindo profundamente a ausência de suas doces consolações em sua vida.
Ele tinha perdido naquele período de endurecimento o elevado nível de graça que desfrutava em sua comunhão com o Espírito de Deus, em razão de tê-lo entristecido e apagado.
Há determinados pecados que não somente entristecem o Espírito Santo, como também diminuem as Suas graças e consolações, até o momento determinado por Deus para a nossa restauração.
Assim, neste caso, não estava no poder de Davi reverter o quadro no momento que bem lhe aprouvesse, porque havia um juízo do Senhor imposto sobre ele, mediante o qual lhe manifestava todo o Seu desagrado pelo pecado que ele praticara.
As portas que nós fechamos à comunhão com o Senhor e à ação da Sua graça em nossas vidas, por pecados que praticamos, serão abertas não quando nós o desejarmos, mas no tempo que ele tiver determinado para a nossa correção.
Certamente Davi não pôde compor neste período de sequidão que lhe sobreveio da parte do Senhor, nenhum salmo.
A sua harpa ficou desafinada.
A inspiração celestial foi apagada e ele ficou entregue a si mesmo, incapaz de manter um espírito reto e voluntário (Sl 51.12).
Somente depois que Natã veio ter com ele, e lhe foi concedida graça pelo Senhor para que se arrependesse, que ele conseguiu enxergar e confessar o seu pecado e não somente isto, clamar humildemente a Deus que restaurasse nele o mesmo bom e antigo espírito que lhe sustentava.
Por isso, nós o vemos pedindo a Deus um coração puro (Sl 51.10), e que para isto, o purificasse e lavasse de modo que ficasse mais alvo do que a neve (Sl 51.7).
Ele reconheceu finalmente que havia pecado contra o próprio Deus (Sl 51.4) e reconheceu que Ele estava sendo justo ao repreendê-lo e em tê-lo mantido desassistido das suas consolações (Sl 51.4b).
Mas, recebendo graça para arrependimento agora, ele se sente encorajado a clamar pela misericórdia do Senhor (Sl 51.1).
É provável que tenha continuado a apresentar sacrifícios e ofertas ao Senhor, mas isto não foi suficiente para alterar o estado da sua alma, e daí talvez o teor das suas palavras no Salmo 51.16,17.    
Nós cremos, segundo o teor das palavras do Salmo 51, que Davi voltou a sentir a paz, o perdão e a alegria do Espírito Santo, invadindo a sua alma e coração, somente depois que Natã veio ter com ele, e muito lhe ajudou ter ouvido a confirmação que veio do Espírito Santo a ele, através dos lábios do profeta: “o teu pecado foi perdoado”.
É importante para qualquer cristão aprender o que há no exemplo de Davi, quanto a se colocar na posição correta diante de Deus, para poder receber o seu perdão, e isto se faz humilhando-se debaixo de Sua potente mão, para que em tempo oportuno Ele possa de novo nos exaltar, ungindo a nossa cabeça com o óleo da alegria do Espírito Santo, e quebrando todas as correntes que aprisionavam a nossa alma, e que nos privavam da verdadeira alegria e paz do Espírito Santo.
Este é o maior bem e o verdadeiro sentido e significado desta vida, a saber: a plena comunhão com Deus, e saber que já não há nada se interpondo entre nós e Ele, que podemos andar confiantemente, gozando a Sua presença sem ter pesando sobre a nossa consciência as antigas acusações, relativas aos males que praticamos, por sabermos que a mão do Senhor se moveu em compaixão por nós, diante da nossa quieta humilhação, e nos lavou aplicando o sangue de Jesus em nossas feridas.
Oh! Quão bom é isto, e quão necessário é para um viver em retidão na paz, na verdade e no amor.
Não esqueçamos que as palavras do Salmo 51 são as palavras de um crente que expressam estas realidades a que estamos nos referindo.
Davi chega até mesmo a dizer no referido Salmo que se sentia impedido em dar testemunho do Senhor na congregação dos justos, por causa do seu pecado e do juízo do Senhor que pesava sobre ele, e somente agora ele é capacitado pela graça do Senhor a pedir-lhe restauração, para que pudesse de novo ensinar aos transgressores os caminhos de Deus, de modo que os pecadores pudessem se converter a Ele (Sl 51.13); e também que o livrasse do peso em sua consciência dos crimes de sangue que havia cometido, de modo que a sua língua pudesse cantar alegremente a justiça do Senhor, porque quando Deus abre os nossos lábios, a nossa boca proclama o Seu louvor (Sl 51.14,15).
Nós falamos anteriormente de alma em cadeias, e era assim que se encontrava a de Davi apesar de ser um crente. E esta é a condição que os cristãos podem experimentar ao longo de suas vidas, uns mais e outros menos, enquanto praticam contra o Senhor aqueles pecados contra o próximo, que lhes conduzem a tal situação.
Jesus falou diretamente sobre isto e o ilustrou inclusive em parábolas, como na do credor incompassivo.
Ele ensinou que o pecado de ofensa e cólera contra o próximo é equivalente, aos olhos de Deus, ao crime de assassinato, e sujeita a alma às cadeias a que estamos nos referindo, que nos privam das consolações do Espírito Santo, até que o problema seja tratado.
Cabe destacar que se encontra na esfera do poder de Deus a decisão do momento em que poderemos sair desta cadeia espiritual, porque é o Juiz que decide sobre isto e não o prisioneiro no mundo natural, quanto mais no espiritual, que é governado pelo Senhor.
Davi teria ainda que arcar com as consequências do seu pecado, mas isto não significa que Deus estava andando contrariamente com ele e manifestando de modo visível e sensível o Seu desagrado, de forma que Davi ficasse privado das graças e consolações da abençoadora manifestação da presença do Espírito Santo.
É muito importante ter uma clara compreensão desta verdade espiritual para que não permitamos que o diabo e uma consciência fraca, que não conheça este caráter perdoador da justiça divina, continuem nos acusando implacavelmente, e nos impedindo de ter uma aproximação adequada de Deus.
Enquanto andamos diante do Deus justo e santo, devemos saber que as Suas misericórdias não têm fim, e que Ele se mostra de fato favorável, em razão delas, a todo aquele que se humilhar diante dEle, quando for repreendido pelos seus pecados, e arrependendo-se efetivamente deles.
Na parábola proferida por Natã, quando Deus se moveu em direção a Davi para conduzi-lo ao arrependimento, foram colocados em contraste um homem rico e um outro, pobre, que possuía somente uma cordeirinha.
E para atender a um viajante que viera ter com ele, o rico não lançou mão de seu rebanho, mas tomou a cordeirinha do pobre.
Isto despertou a ira de Davi porque foi omitido a ele que a estória era uma parábola, e ele a tomou como um fato real, e por isso disse que tal homem deveria morrer, mas antes deveria fazer restituição ao pobre daquilo que lhe havia furtado, conforme prescrevia a Lei de Moisés, a saber, quatro cordeiras pela que havia tomado.
Com isso ele pronunciou uma sentença sobre si mesmo e foi convencido por Deus do seu próprio pecado que cometera tomando Bate-Seba de Urias, e ainda ordenando que o dono da cordeira fosse morto, fato este que foi omitido na parábola de Natã, mas não nos juízos que o Senhor proferiu através dele sobre Davi.
Ele era rico não sem que o Senhor o tivesse designado para isto, pois fora ungido por Deus para ser rei sobre Israel (v.7), e não somente o livrou das mãos de Saul como também lhe deu a casa dele e as mulheres da sua casa, referindo-se certamente a Mical, filha de Saul, e como não fosse pouco a casa de Saul, deu-lhe também a casa de Israel e de Judá (v. 8), e se Davi achasse que isto ainda era pouco ter-lhe-ia concedido outras coisas como estas.
E por que então ele foi lançar mão daquilo que Deus não lhe dera?
Na verdade não o deu apenas a Davi, como a qualquer outro homem, a saber, a mulher do seu próximo.
E para que ninguém buscasse se desculpar na Sua presença do crime de adultério, Ele o proibiu expressamente na Sua Palavra.
Deste modo, o Senhor protestou contra o pecado de Davi como sendo desprezo da Sua Palavra (v. 9), que é no final das contas, um desprezo do próprio Deus (v. 10). Pois Davi não somente transgrediu a lei que diz “Não adulterarás”, como a que diz “Não matarás” pois ordenou a morte de Urias sem qualquer motivo justo.
Se o assunto fosse encerrado apenas com uma repreensão verbal, Deus estaria incentivando os pecadores a transgredirem a Sua Palavra porque a mera admoestação em certos tipos de pecados, especialmente aqueles que não atingem apenas o próprio praticante, mas o seu próximo, como foi o caso de Davi, não pode ser considerada como uma justa retribuição do mal, porque no caso há a exigência justa de uma reparação ou restituição, ou ainda, uma compensação que faça justiça à parte ofendida.
Nós já vimos anteriormente, que Davi estava experimentando o desgosto de Deus pela diminuição das graças e consolações do Espírito Santo em sua vida, e certamente sua alma se encontrava em cadeias, sob a opressão dos verdugos, e somente nisto ele teria restituído quatro vezes mais em sofrimentos que havia experimentado, todo o sofrimento que havia causado a outros.
Mas os juízos não terminariam quando Natã veio ter com ele,e quando finalmente pôde se arrepender, conforme vemos no Salmo 51, pois foi-lhe dito pelo Senhor, através do profeta, que suscitaria o mal sobre ele, vindo da sua própria casa, e que daria as suas mulheres ao seu próximo (quem viria a fazer isto seria o seu próprio filho Absalão seguindo o conselho que lhe fora dado por um dos próprios conselheiros de confiança de Davi, chamado Aitofel), e isto seria feito à luz do dia à vista dos israelitas (v. 10 a 12).
A grandeza dos juízos levou Davi a exclamar: “Pequei contra o Senhor”, e deve ter pensado que Deus o mataria pela espada que fora profetizada para vir sobre a sua casa, mas Natã lhe disse que o Senhor havia perdoado o seu pecado, e que ele não morreria em consequência destes juízos relativos àquele pecado (v. 13).
Talvez tivesse causado menor dor a Davi ter sido morto por Deus quando Natã lhe falou, pois ele veio a desejar a sua própria morte quando soube que seu filho Absalão havia sido morto pela espada, e teve que testemunhar ainda em vida o incesto de Absalão com suas concubinas, o incesto de seu filho Amnom com sua filha Tamar, e a morte de Amnom por Absalão.
E como o juízo do Senhor foi estabelecido sobre a sua casa, um outro filho de Davi chamado Adonias seria morto a mando de Salomão.
E a casa de Davi não foi rejeitada por Deus como fora a de Saul, porque Deus é fiel e havia feito a ele a promessa de confirmar o seu reino para sempre, de modo que nunca lhe faltasse herdeiros no trono, e nós vemos assim que a promessa feita a Davi foi cumprida por causa da perfeita fidelidade e misericórdia de Deus, e não por causa dos méritos, bondade e justiça do próprio Davi.
Isto fala bem de perto do caráter da aliança da graça que Deus fez com os cristãos por meio da fé em Jesus: não foi também pelos méritos, bondade e justiça deles, senão pelos de Cristo.
Oh! A doce e preciosa promessa do Evangelho!
A promessa de vida eterna e perdão dos pecados em Cristo! Ai de nós! Ai de Davi! Caso Deus não tivesse feito a promessa de perdoar todos os nossos pecados em Jesus Cristo para efeito de sermos reconciliados com Ele e não sermos condenados eternamente. 
Se podemos dizer juntamente com o apóstolo Paulo: “miseráveis homens que somos”, por causa do pecado, podemos também dizer juntamente com ele: “Graças a Deus, por Jesus Cristo nosso Senhor!”.
Agora, nós vemos neste mesmo capítulo o modo maravilhoso como Deus administra  a Sua justiça, tanto no aspecto da retribuição do mal, quanto na recompensa do bem, pois é ainda nele que se fala do nascimento de Salomão (v. 24,25), que Davi tivera com Bate-Seba, e a sua conquista de Rabá, recebendo ele próprio a honra daquela conquista (v. 26 a 31).  
Tudo isto foi concedido a Davi como forma de demonstração do favor do Senhor, que sabe equilibrar as aflições e consolações dos seus filhos, porque ele não somente se arrependeu do seu pecado como também se sujeitou humildemente debaixo da poderosa mão do Senhor (I Pe 5.6).
Ele havia comprovado isto na maneira como se comportou diante da manifestação do juízo de Deus sobre o primeiro filho que tivera com Bate-Seba (v. 15 a 23).
Ele não reclamou com o Senhor pela enfermidade que Ele trouxe sobre a criança mas apelou insistentemente pela Sua misericórdia, enquanto jejuava para que Deus não executasse o juízo que havia determinado.
Mas quando soube que a criança havia morrido, ele abandonou o jejum, ungiu-se, trocou suas vestes, e entrou na casa do Senhor para adorá-lo (v. 20), dando uma clara demonstração que havia se submetido ao Seu juízo.
E como poderia o Pai das misericórdias reter a Sua compaixão e bondade a quem se submete a Ele da forma como fizera Davi?
Ele visitaria o seu pecado com os Seus juízos determinados, mas ao mesmo tempo lhe manifestaria a Sua bondade e misericórdia, e é por isso que temos registrado neste 12º capítulo os juízos proferidos, e em parte executados sobre Davi, com a morte de seu filho, como também o registro do nascimento de Salomão, e a vitória sobre os amonitas de Rabá.
Cabe ainda dizer que Salomão fora concebido debaixo do favor do Senhor porque o nome que lhe foi dado pelos seus pais significa “pacífico” e mais do que isto, foi-lhe dado um nome profético por Deus, através de Nata: Jedidias, que significa “o amado de Jeová” (v. 25). Esta palavra é da  mesma raiz do nome Davi, que significa “o amado”, e é uma combinação do seu nome com o de Jeová.
Deus estava portanto enviando uma mensagem a Davi que havia amado e escolhido aquele menino, e é por este motivo que nós vemos Natã empenhado nos últimos dias de Davi para que Salomão lhe sucedesse no trono, apesar de não ter a precedência em ordem de primogenitura, pois esta cabia a Adonias, por terem morrido Amnom e Absalão, e ele procedeu assim porque sabia que Salomão havia sido dado por Deus para ser o terceiro rei de Israel, depois da morte de seu pai.      
Todos estes juízos misturados com a misericórdia, têm o propósito didático de nos ensinarem, que somente Deus é o Criador, porque nada poderia ser sustentado na criação, caso o Criador não tivesse o Seu trono firmado sobre a justiça e a misericórdia, porque senão, todas as suas criaturas morais, que nada são sem Ele, conforme a Palavra demonstra até mesmo no exemplo de um gigante espiritual como Davi,  poderiam subsistir na Sua presença completamente santa e justa.          
  Por outro lado, aprendemos também que o mal somente destrói aquele que o pratica, como também causa destruição a outros. Então,  o Criador de todas as coisas nunca poderia ter em Si qualquer forma de mal, porque, do contrário, nunca poderia estabelecer um reino eterno e inabalável, como o que o Senhor está construindo através da conversão dos eleitos.  


“1 O Senhor, pois, enviou Natã a Davi. E, entrando ele a ter com Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre.
2 O rico tinha rebanhos e manadas em grande número;
3 mas o pobre não tinha coisa alguma, senão uma pequena cordeira que comprara e criara; ela crescera em companhia dele e de seus filhos; do seu bocado comia, do seu copo bebia, e dormia em seu regaço; e ele a tinha como filha.
4 Chegou um viajante à casa do rico; e este, não querendo tomar das suas ovelhas e do seu gado para guisar para o viajante que viera a ele, tomou a cordeira do pobre e a preparou para o seu hóspede.
5 Então a ira de Davi se acendeu em grande maneira contra aquele homem; e disse a Natã: Vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso.
6 Pela cordeira restituirá o quádruplo, porque fez tal coisa, e não teve compaixão.
7 Então disse Natã a Davi: Esse homem és tu! Assim diz o Senhor Deus de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel, livrei-te da mão de Saul,
8 e te dei a casa de teu senhor, e as mulheres de teu senhor em teu seio; também te dei a casa de Israel e de Judá. E se isso fosse pouco, te acrescentaria outro tanto.
9 Por que desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, mataste à espada, e a sua mulher tomaste para ser tua mulher; sim, a ele mataste com a espada dos amonitas.
10 Agora, pois, a espada jamais se apartará da tua casa, porquanto me desprezaste, e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher.
11 Assim diz o Senhor: Eis que suscitarei da tua própria casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres à luz deste sol.
12 Pois tu o fizeste em oculto; mas eu farei este negócio perante todo o Israel e à luz do sol.
13 Então disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. Tornou Natã a Davi: Também o Senhor perdoou o teu pecado; não morrerás.
14 Todavia, porquanto com este feito deste lugar a que os inimigos do Senhor blasfemem, o filho que te nasceu certamente morrerá.
15 Então Natã foi para sua casa. Depois o Senhor feriu a criança que a mulher de Urias dera a Davi, de sorte que adoeceu gravemente.
16 Davi, pois, buscou a Deus pela criança, e observou rigoroso jejum e, recolhendo-se, passava a noite toda prostrado sobre a terra.
17 Então os anciãos da sua casa se puseram ao lado dele para o fazerem levantar-se da terra; porém ele não quis, nem comeu com eles.
18 Ao sétimo dia a criança morreu; e temiam os servos de Davi dizer-lhe que a criança tinha morrido; pois diziam: Eis que, sendo a criança ainda viva, lhe falávamos, porém ele não dava ouvidos à nossa voz; como, pois, lhe diremos que a criança morreu? Poderá cometer um desatino.
19 Davi, porém, percebeu que seus servos cochichavam entre si, e entendeu que a criança havia morrido; pelo que perguntou a seus servos: Morreu a criança? E eles responderam: Morreu.
20 Então Davi se levantou da terra, lavou-se, ungiu-se, e mudou de vestes; e, entrando na casa do Senhor, adorou. Depois veio a sua casa, e pediu o que comer; e lho deram, e ele comeu.
21 Então os seus servos lhe disseram: Que é isso que fizeste? pela criança viva jejuaste e choraste; porém depois que a criança morreu te levantaste e comeste.
22 Respondeu ele: Quando a criança ainda vivia, jejuei e chorei, pois dizia: Quem sabe se o Senhor não se compadecerá de mim, de modo que viva a criança?
23 Todavia, agora que é morta, por que ainda jejuaria eu? Poderei eu fazê-la voltar? Eu irei para ela, porém ela não voltará para mim.
24 Então consolou Davi a Bate-Seba, sua mulher, e entrou, e se deitou com ela. E teve ela um filho, e Davi lhe deu o nome de Salomão. E o Senhor o amou;
25 e mandou, por intermédio do profeta Natã, dar-lhe o nome de Jedidias, por amor do Senhor.
26 Ora, pelejou Joabe contra Rabá, dos amonitas, e tomou a cidade real.
27 Então mandou Joabe mensageiros a Davi, e disse: Pelejei contra Rabá, e já tomei a cidade das águas.
28 Ajunta, pois, agora o resto do povo, acampa contra a cidade e toma-a, para que eu não a tome e seja o meu nome aclamado sobre ela.
29 Então Davi ajuntou todo o povo, e marchou para Rabá; pelejou contra ela, e a tomou.
30 Também tirou a coroa da cabeça do seu rei; e o peso dela era de um talento de ouro e havia nela uma pedra preciosa; e foi posta sobre a cabeça de Davi, que levou da cidade mui grande despojo.
31 E, trazendo os seus habitantes, os pôs a trabalhar com serras, trilhos de ferro, machados de ferro, e em fornos de tijolos; e assim fez a todas as cidades dos amonitas. Depois voltou Davi e todo o povo para Jerusalém.” (II Sm 12.1-31).


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