sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

É Melhor Obedecer do Que Sacrificar – I Samuel 15



Este 15º capítulo de I Samuel, que estaremos comentando, inicia com uma ordem de Deus dada a Saul, através do profeta Samuel para que destruísse totalmente os amalequitas.
Com isto Ele tinha em vista cumprir o que  havia determinado cerca de quatrocentos anos antes, ainda nos dias de Moisés (Êx 17.14).
Então esta era uma ordem muito especial com a qual Saul deveria ter o maior cuidado, porque Deus vela sobre a Sua Palavra, para a cumprir, e ela não pode falhar de modo algum.
Saul mandou avisar aos queneus (Jz 116; 4.11, 17; 5.24), que eram descendentes de Jetro, sogro de Moisés, que saíssem do meio dos amalequitas, para não serem destruídos juntamente com eles (v. 6).
Não sabemos entretanto, se ele fez isto por sua exclusiva iniciativa ou a pedido de Samuel.       
O que é narrado neste capitulo ensina uma das mais preciosas lições da Bíblia, porque apesar de todo o empenho de Saul, na guerra, contra os amalequitas, trouxe sobre si um grande e final juízo de Deus, relativo ao seu ministério como rei.
Ou este homem não conhecia ao Senhor ou era um rebelde contumaz à Sua vontade.
Ainda que alertado quanto a tudo o que deveria fazer, sempre fazia uma adaptação das ordens de Deus, e agia a seu próprio modo, fazendo parcialmente o que lhe era ordenado.
Não são poucos os ministros do evangelho, que na Igreja de Cristo, agem contra o que Ele tem ordenado relativamente ao modo como Deus deve ser reverenciado e adorado, cumprindo apenas parte de tudo o que Cristo tem ordenado, que deve ser ensinado a ser guardado pelos seus discípulos (Mt 28.20), e ousada e insensatamente fazem adaptações carnais, especialmente no culto de adoração pública, onde o homem é também exaltado e não apenas o Deus Altíssimo.
Eles misturam o que é da vontade do homem com aquilo que é a vontade de Deus, e como Saul são reprovados em seus ministérios, porque o Senhor os deixa sem direção, sem palavra, sem revelação, e isto os estimula a prosseguirem com aquilo que é introduzido no culto, como fruto da sua vã imaginação.
O povo que não participa da insensatez de tais ministros e que clama ao Senhor para que coloque em ordem as coisas em Sua casa, é livrado do juízo que Deus tem determinado sobre estes ministros, e as pessoas do seu povo continuam a serem visitadas e abençoadas por Deus, apesar dos ministros que têm que suportar, até que alguém que seja segundo o coração de Deus venha apascentá-las com sabedoria e com inteligência (Jer 3 .15).         
Davi estava a caminho, e enquanto isto Saul teria que arcar sozinho com as consequências de suas rebeliões contra a vontade do Senhor.
Se num certo sentido, ministros fiéis são canais de bênçãos para o povo de Deus, no entanto, Ele não é injusto para castigar o seu povo, por causa da maldade e negligência daqueles que o dirigem.
Afinal é um princípio ensinado pela Palavra, que cada um dará contas de si mesmo a Deus.
Entretanto, como a Igreja é um único corpo, formado por muitos membros, o Senhor pode, em Sua soberania, trazer juízos sobre os que andam e os que não andam em erro, em determinada Igreja, com vistas ao conserto de todos os que andam de modo errado perante Ele, de forma que todos sejam convencidos da sua responsabilidade mútua, de uns para com os outros.
Ainda que ninguém venha a responder no Tribunal de Cristo pelos erros cometidos por outros, Deus pode, como a Palavra ensina (caso de Acã etc) ferir até mesmo inocentes, de modo que todos temam o modo pelo qual devem andar em Sua presença, e que a Igreja discipline e exorte os que andam de modo errado, e ore em favor deles, para que se arrependam, de modo que o corpo não padeça, porque por princípio, quando um membro do corpo padece, todos sofrem com ele.
No entanto, a determinação destas coisas, destes juízos referidos, permanece exclusivamente debaixo da exclusiva autoridade e soberania do Senhor, e não cabe a nós julgar quando, onde e  quem deve ser submetido aos Seus juízos, porque não podemos esquecer que Ele é perdoador e misericordioso além de ser justo Juiz.    
O que se aprende de tudo isto é que os membros da Igreja farão muito bem em se exortarem mutuamente para que vivam em santidade e para que andem com santo temor e reverência diante do Senhor, como Paulo o fazia, temendo e tremendo da Palavra de Deus, relativamente à obrigação que nos é imposta por estarmos aliançados com Ele, a cumpri-la cabalmente, não sendo apenas meros ouvintes ou defensores da Palavra, mas verdadeiros praticantes.
Saul pensou que seria digno de ser honrado por Deus, porque desceu aos amalequitas com um exército de 210.000 homens (v. 4).
E mais uma vez ele foi traído pela sua vaidade.
Assim como o orgulho espiritual tem destruído muitos ministérios.
Pois no afã de trazer honra para si poupou ao rei dos amalequitas provavelmente para exibi-lo em Israel como um troféu do seu triunfo.
A vaidade do coração obscureceu o seu entendimento, pois não viu que com isso estava desobedecendo ao mandado de Deus.
E para confirmar que de fato estava pensando em honra pessoal, erigiu uma coluna no Monte Carmelo, para celebrar a sua vitória (v. 12).
Só que, na noite anterior, Deus tinha revelado a Samuel que havia se arrependido de haver posto a Saul como rei, pois ele havia deixado de segui-lo, e não cumpriu as Suas palavras (v.11). 
Apesar de Samuel ter se entristecido com esta sentença, e ter clamado a Deus por toda a noite, ele haveria de constatar com os seus próprios olhos o porque das palavras que Deus havia proferido contra Saul.
A palavra hebraica usada para arrependimento, shab, tem o mesmo sentido da palavra grega no NT, metanóia, que significa mudança de mente, tomada de uma nova posição, alteração daquilo que havia sido determinado anteriormente, retornar, voltar atrás.
De modo que, o que está em foco não é nenhuma admissão de Deus de que Ele teria errado ao escolher Saul, mas que em tendo dito que ele seria rei sobre Israel, isto seria mudado, e já não seria rei, porque tomaria providências para que fosse removido da posição que lhe havia dado, para colocar um outro em seu lugar.
Do que se lê no verso 22, que “o obedecer é melhor do que o sacrificar” se tornou um dito comum entre o povo de Deus, mas muitas vezes esta citação tem sido tomada de modo impróprio, para justificar que Deus não requer nenhum esforço e sacrifício da nossa parte para servi-lo, senão que se obedeça apenas à Sua voz, quando falar conosco.    
Entretanto, esta não é uma interpretação exata das palavras dirigidas por Samuel a Saul, que devem ser interpretadas em seu próprio contexto.
Saul estava justificando a sua “obediência” à ordem de Deus, dizendo que os animais que  havia poupado de Amaleque eram para serem oferecidos como sacrifício ao Senhor, como expressão da gratidão da vitória, que havia dado aos israelitas sobre os amalequitas.
Todavia, nós vimos antes, e como o confirmarão os versículos seguintes a estes, que Saul não estava de fato preocupado com a honra do Senhor, senão com a sua própria honra.
Ainda que fosse sincero o seu desejo de honrar a Deus, com a apresentação daqueles animais em sacrifício, não poderia tê-lo feito contrariando uma ordem expressa do Senhor, que lhe havia sido expedida, de que tudo o que tivesse vida em Amaleque deveria ser destruído, em seu próprio território, pois haviam sido considerados anátema por Deus.
Como poderia apresentar sacrifício daquilo que foi amaldiçoado?
Outra questão que se levanta é a relativa ao oferecimento propriamente dito, que não consistiria num ato de devoção e adoração real de Saul, senão de uma mera ostentação pública do seu poder militar.
Seria um culto formal e falso, e portanto condenável.
O que ele deveria ter feito era obedecer o mandado de Deus, e não tomar a iniciativa de oferecer sacrifício daquilo que era a prova da sua desobediência.        
Podemos aprender de Saul que nenhuma intenção boa justificará uma ação ruim.
Quando Samuel disse a Saul as palavras do verso 23, ele alegou estar arrependido, e disse que havia pecado, mas aquele arrependimento foi um arrependimento de palavras, superficial, pois no que tange aos pecadores, um verdadeiro arrependimento é acompanhado por uma mudança de direção, por um mudança em nossas atitudes e atos, mas não foi isto o que ocorreu com Saul, como a Bíblia testifica contra ele em tudo o que se escreveria ainda a seu respeito.
Atitudes do tipo eu pequei, confesso, vamos então esquecer tudo, me perdoe, e coisas como estas, sem que sejam acompanhadas por uma verdadeira mudança de comportamento, não podem ser aceitas por Deus em Sua santidade e justiça, como um verdadeiro arrependimento, senão como uma tentativa pecaminosa de escapar dos Seus juízos.
Assim, acrescenta-se um novo pecado a pecados cometidos dos quais deveríamos nos arrepender verdadeiramente.
Quem está entristecido pelo pecado que cometeu, terá obrigatoriamente um coração contrito, um espírito abatido e não exaltado.
E o que nós vemos em Saul logo depois de ter dito a Samuel que havia pecado e transgredido a ordem do Senhor? (v. 24).
No mesmo versículo, ele põe a culpa no povo, dizendo que havia temido o povo e dado ouvido à sua voz.
Ainda que isso fosse verdade, quem se arrepende nunca transfere a sua culpa para outros.
Tal foi o caso de Adão no Éden, que quando confrontado por Deus, pôs a culpa em Eva. E Eva na serpente.
Esta não admissão da própria culpa não pode conduzir a um verdadeiro arrependimento.
Além disso, quem se arrepende, como dissemos antes, humilha-se diante de Deus, e não procura encobrir as coisas, procurando dissimular publicamente que continua em honra e exaltação diante do Senhor, tal como Saul fizera pedindo insistentemente a Samuel que o honrasse voltando juntamente com ele para adorar ao Senhor (v. 25).
Samuel lhe deu como resposta inicialmente o que lemos no verso 26. “Samuel porém disse a Saul: Não voltarei contigo; porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, e o Senhor te rejeitou a ti, para que não sejas rei sobre Israel:”.
Quando Samuel ia se retirando, Saul lhe pegou pela orla da capa e esta se rasgou (v. 27), e em razão disso Samuel lhe disse as seguintes palavras: “O Senhor rasgou de ti hoje o reino de Israel, e o deu a um teu próximo, que é melhor do que tu. Também aquele que é a Força de Israel não mente nem se arrepende, porquanto não é homem para que se arrependa.” (v 28, 29).
O que Deus havia determinado Ele faria, porque nunca volta atrás naquilo que Ele decide de um modo definitivo, como nesta questão de tirar o reino de Saul para dá-lo a um outro.
E é nestes decretos imutáveis de Deus que repousa a segurança da salvação dos cristãos, porque Ele determinou salvá-los com uma justificação eterna, que Ele jamais invalidará (Is 51.6 ; Dn 9.24).
Tendo pena de Saul, diante da insistência de que Samuel o honrasse perante o povo subindo com ele à adoração em Gilgal, o profeta assentiu ao seu pedido, e em vez de se dirigir diretamente à sua residência em Ramá, voltou  com Saul a Gilgal, onde se diz que Saul adorou ao Senhor (v. 31).
Isto deve ter feito com que Agague, rei dos amalequitas, que ali se encontrava aprisionado, pensasse que o gesto de Saul havia sido finalmente aceito por Deus, e assim ele seria poupado da sentença de morte que pesou sobre ele e o seu povo (v. 32).
Entretanto Samuel o convocou à sua presença e deu cumprimento cabal à Palavra de Deus, fazendo aquilo que Saul deveria ter feito, pois despedaçou Agague perante o Senhor (v. 33).
Dali cada um retornou para a sua própria residência. Samuel a Ramá e Saul a Gibeá (v. 34).
Samuel não mais veria a Saul até o dia da sua morte, mas ele, humanamente, teve pena de Saul. E para não se pensar que a adoração de Saul havia mudado o parecer de Deus em relação a ele, o último verso deste capítulo registra mais uma vez que o Senhor se arrependeu de haver posto a Saul rei sobre Israel (v. 35).
Nós ficamos a imaginar um Deus santo, amoroso e verdadeiro, por contingência da entrada do pecado no mundo,  tendo que tratar com a impiedade das nações, e mesmo com os resquícios do pecado, que permanecem em Seu próprio povo.
Quanto devia pesar no Seu coração amoroso e justo as deliberações que tinha que tomar contra as nações pagãs, contra os próprios israelitas, contra um Saul.
Quão poucos são os Samuéis, e quão raros eles vão se tornando no mundo à medida que o tempo avança.
Não devemos portanto pensar que temos que servir a um Deus irado, implacável, inflexível cujo desagrado não se possa aplacar.
Muito ao contrário, Ele revelou toda a Sua bondade, graça, misericórdia, amor, longanimidade ao ter dado o Seu próprio Filho para morrer por nós na cruz, exatamente para o propósito da satisfação da Sua perfeita justiça e santidade, que de outro modo jamais poderiam ser satisfeitas.
Quão sofredor é o coração do próprio Deus em razão do pecado que há no mundo.
Como poderíamos estar contentes com o fato de sabermos quantas dores podemos trazer ao Seu coração amoroso por causa das nossas transgressões e pecados?
Que possamos nos empenhar em todo o tempo atendendo à exortação que nos dirige o autor de Hebreus: “Vede, irmãos, que nunca se ache em qualquer de vós um perverso coração de incredulidade, que vos aparte do Deus vivo;” (Hb 3.12).
Que não creiamos pois somente em tudo o que a boca do Senhor tem dito, mas que nos empenhemos de fato com toda a força do nosso ser em colocá-lo em prática, com vistas a alegrarmos o Seu coração e para que o Seu santo nome seja santificado, glorificado e honrado.
De modo que Ele nunca venha a se apartar de nós, pela quebra da comunhão conosco, em razão de entristecermos o Seu Espírito com os nossos pecados, e pelas dores que trazemos ao Seu coração paterno, em ter que corrigir aos filhos que Ele tanto ama.
Alguém poderá contudo, tenta objetar e impugnar o amor de Deus, pelo fato de ter ordenado o extermínio dos amalequitas.
Todavia, não se deve esquecer que Deus é presciente e onisciente, e já há quatrocentos anos atrás, antes de ter dado a ordem de execução a Saul, já havia sentenciado tal extermínio nos dias de Moisés, porque, costumeiramente, desde que os israelitas haviam saído do Egito, que Amaleque visava ao seu extermínio, atacando Israel covardemente, em várias ocasiões.
Este desejo maligno deles, de extermínio, se revelou de forma muito aguda em Hamã, nos dias da rainha Ester, que foi um dos descendentes daqueles que haviam sido poupados por Saul.
A longanimidade de Deus aguardou por 400 anos, e eles não mudaram a sua conduta e intenção, de maneira que o desejo de extermínio de Israel, se voltaria contra eles próprios, por uma decisão final do Senhor.        




“1 Disse Samuel a Saul: Enviou-me o Senhor a ungir-te rei sobre o seu povo, sobre Israel; ouve, pois, agora as palavras do Senhor.
2 Assim diz o Senhor dos exércitos: Castigarei a Amaleque por aquilo que fez a Israel quando se lhe opôs no caminho, ao subir ele do Egito.
3 Vai, pois, agora e fere a Amaleque, e o destrói totalmente com tudo o que tiver; não o poupes, porém matarás homens e mulheres, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos.
4 Então Saul convocou o povo, e os contou em Telaim, duzentos mil homens de infantaria, e mais dez mil dos de Judá.
5 Chegando, pois, Saul à cidade de Amaleque, pôs uma emboscada no vale.
6 E disse Saul aos queneus: Ide, retirai-vos, saí do meio dos amalequitas, para que eu não vos destrua juntamente com eles; porque vós usastes de misericórdia com todos os filhos de Israel, quando subiram do Egito. Retiraram-se, pois, os queneus do meio dos amalequitas.
7 Depois Saul feriu os amalequitas desde Havilá até chegar a Sur, que está defronte do Egito.
8 E tomou vivo a Agague, rei dos amalequitas, porém a todo o povo destruiu ao fio da espada.
9 Mas Saul e o povo pouparam a Agague, como também ao melhor das ovelhas, dos bois, e dos animais engordados, e aos cordeiros, e a tudo o que era bom, e não os quiseram destruir totalmente; porém a tudo o que era vil e desprezível destruíram totalmente.
10 Então veio a palavra do Senhor a Samuel, dizendo:
11 Arrependo-me de haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir, e não cumpriu as minhas palavras. Então Samuel se contristou, e clamou ao Senhor a noite toda.
12 E Samuel madrugou para encontrar-se com Saul pela manhã; e foi dito a Samuel: Já chegou Saul ao Carmelo, e eis que levantou para si uma coluna e, voltando, passou e desceu a Gilgal.
13 Veio, pois, Samuel ter com Saul, e Saul lhe disse: Bendito sejas do Senhor; já cumpri a palavra do Senhor.
14 Então perguntou Samuel: Que quer dizer, pois, este balido de ovelhas que chega aos meus ouvidos, e o mugido de bois que ouço?
15 Ao que respondeu Saul: De Amaleque os trouxeram, porque o povo guardou o melhor das ovelhas e dos bois, para os oferecer ao Senhor teu Deus; o resto, porém, destruímo-lo totalmente.
16 Então disse Samuel a Saul: Espera, e te declararei o que o Senhor me disse esta noite. Respondeu-lhe Saul: Fala.
17 Prosseguiu, pois, Samuel: Embora pequeno aos teus próprios olhos, porventura não foste feito o cabeça das tribos de Israel? O Senhor te ungiu rei sobre Israel;
18 e bem assim te enviou o Senhor a este caminho, e disse: Vai, e destrói totalmente a estes pecadores, os amalequitas, e peleja contra eles, até que sejam aniquilados.
19 Por que, pois, não deste ouvidos à voz do Senhor, antes te lançaste ao despojo, e fizeste o que era mau aos olhos do Senhor?
20 Então respondeu Saul a Samuel: Pelo contrário, dei ouvidos à voz do Senhor, e caminhei no caminho pelo qual o Senhor me enviou, e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e aos amalequitas destruí totalmente;
21 mas o povo tomou do despojo ovelhas e bois, o melhor do anátema, para o sacrificar ao Senhor teu Deus em Gilgal.
22 Samuel, porém, disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à voz do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, do que a gordura de carneiros
23 Porque a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a obstinação é como a iniquidade de idolatria. Porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou, a ti, para que não sejas rei.
24 Então disse Saul a Samuel: Pequei, porquanto transgredi a ordem do Senhor e as tuas palavras; porque temi ao povo, e dei ouvidos a sua voz.
25 Agora, pois, perdoa o meu pecado, e volta comigo, para que eu adore ao Senhor.
26 Samuel porém disse a Saul: Não voltarei contigo; porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, e o Senhor te rejeitou a ti, para que não sejas rei sobre Israel:
27 E, virando-se Samuel para se ir, Saul pegou-lhe pela orla da capa, a qual se rasgou.
28 Então Samuel lhe disse: O Senhor rasgou de ti hoje o reino de Israel, e o deu a um teu próximo, que é melhor do que tu.
29 Também aquele que é a Força de Israel não mente nem se arrepende, porquanto não é homem para que se arrependa.
30 Ao que disse Saul: Pequei; honra-me, porém, agora diante dos anciãos do meu povo, e diante de Israel, e volta comigo, para que eu adore ao Senhor teu Deus.
31 Então, voltando Samuel, seguiu a Saul, e Saul adorou ao Senhor.
32 Então disse Samuel: Trazei-me aqui a Agague, rei dos amalequitas. E Agague veio a ele animosamente; e disse: Certamente já passou a amargura da morte.
33 Disse, porém, Samuel: Assim como a tua espada desfilhou a mulheres, assim ficará desfilhada tua mãe entre as mulheres. E Samuel despedaçou a Agague perante o Senhor em Gilgal.
34 Então Samuel se foi a Ramá; e Saul subiu a sua casa, a Gibeá de Saul.
35 Ora, Samuel nunca mais viu a Saul até o dia da sua morte, mas Samuel teve dó de Saul. E o Senhor se arrependeu de haver posto a Saul rei sobre Israel.” (I Sm 15.1-35)

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