terça-feira, 20 de novembro de 2012

O Bom Combate da Fé Êx 17


Em Êxodo 17 nós vemos que o povo de Israel continuava marchando no deserto, rumo ao Sinai, e agora tinha chegado a Refidim, onde houve nova murmuração e contenda contra Moisés, e ainda desta vez não vemos o Senhor trazendo qualquer juízo e castigo sobre eles.
Certamente isto estava ocorrendo porque não havia ainda lhes dado formalmente a lei, e nem entrado em aliança com eles pela doação da lei, que estava prestes a ocorrer, mas a partir do momento que  passaram a conhecer a vontade de Deus para eles, e entraram em aliança com Ele, as coisas começaram a mudar de figura, porque dali em diante passariam a responder pelas suas transgressões voluntárias da lei, porque aquela antiga aliança previa correções e juízos específicos e quase imediatos contra tais violações da lei, conforme podem ser vistos especialmente nos capítulos finais do livro de Levítico.  
Todavia, mesmo quanto à nova aliança em Cristo, que tem vigido em nossos dias, a aliança que Deus fez com a nação de Israel nos ensina de forma bastante ilustrativa esta grande verdade de que Ele corrige os seus filhos, porque têm uma aliança com Ele.
Apesar de sabermos que muitos em Israel não eram verdadeiros filhos de Deus, por não terem tido a fé que justifica, e por conseguinte não conheciam de fato ao Senhor, no entanto  faziam parte da nação eleita, e estavam debaixo da aliança feita com Abraão, porque aquela antiga aliança era coletiva, e assim, toda a nação serviu ao propósito de ilustrar o modo como Deus trata com aqueles que fazem efetivamente parte do Seu povo, ou seja, todos os que estão aliançados com Ele por meio da fé em Jesus Cristo.    
A partir do momento em que todos os israelitas fossem aspergidos com o sangue dos animais que seriam oferecidos como sacrifício a Deus, para marcar a aliança de Deus com eles, no monte Sinai, debaixo da leitura do livro da lei, que seria também aspergido com aquele sangue, firmar-se-ia um pacto, um compromisso, uma responsabilidade mútua.
Deus cuidaria dos interesses deles, e eles cuidariam dos interesses de Deus.
Israel passaria a ser uma nação sacerdotal, e assim teria que dar contas de seus atos ao Senhor, especialmente quanto a serem um modelo para o mundo, na prática do amor e da justiça.
Este padrão de procedimento moral previsto na lei ensina sobre algo que é imutável, porque reflete o caráter do próprio Deus, o qual nunca muda.
O apóstolo Paulo afirma em I Cor 10.11 que tudo o que sucedeu aos israelitas quanto aos juízos de Deus sobre os seus pecados, quando rumavam do Egito para Canaã, nos dias de Moisés, foi registrado na Bíblia para a nossa advertência, de modo que não incorramos no mesmo exemplo de desobediência.      
Em Is 33.14 nós lemos: “Quem dentre nós pode habitar com o fogo consumidor? quem dentre nós pode habitar com as labaredas eternas?”.
Como habitaríamos com chamas eternas, com o fogo consumidor que é o nosso Deus, se não nos fosse dado um Salvador que pudesse tirar os nossos pecados?
Como deixaríamos de ser condenados se Ele não tivesse se apresentado como sacrifício em nosso lugar?
É Jesus quem faz resplandecer a nossa lâmpada. É Ele quem derrama luz nas nossas trevas (Sl 18.28).
Massá, no hebraico significa tentação, e Meribá, provocação. E foi exatamente isto que os israelitas fizeram em Refidim tentando a Deus, provocando-O, ao insinuarem que Ele deveria provar se estava no meio deles ou não, já que não havia água para o povo beber naquele lugar onde acamparam segundo o seu mandamento.
Como poderia Deus mandá-los acampar num lugar onde não havia água?
Era o pensamento deles.
Mas o Senhor proveria água para eles,  mandando que Moisés fosse à rocha do monte Horebe e a ferisse com a vara com que havia feito os sinais no Egito, e da rocha fluiria água para todo o povo. 
Neste capitulo também está relatada a forma covarde como os amalequitas atacaram os israelitas pela retaguarda, quando estes estavam acampados em Refidim.
Os amalequitas eram descendentes de Esaú, porque Amaleque era um dos seus netos, filho de Elifaz, que era o filho primogênito de Esaú (Gên 36.15,16).
A luta entre os edomitas e os israelitas profetizada por Deus a Rebeca, mãe de Esaú e Jacó, começava a tomar forma.
Eles ousaram atacar Israel mesmo depois de terem sabido tudo o que Deus havia feito ao Egito, e assim, aquela era uma afronta e desafio ao poder do Deus de Israel.
E não ficaria sem resposta, porque Josué comandando os israelitas na batalha contra eles prevalecia à medida em que Moisés intercedia com as mãos levantadas segurando a vara com que fizera os sinais no Egito.
Quando seu braço cansava, ele era ajudado por Arão e Hur, que levantavam a sua mão, para que Israel prevalecesse na batalha.
Assim, ficaria claro para Amaleque e para o próprio povo de Israel, que quem pelejava por Israel era o mesmo Deus,  que pelejara por eles no Egito, pois a vitória foi obtida pelo fato de ter sido usada a vara através da qual Deus prevalecia sobre os inimigos de Israel.
E o Senhor agia como um General julgando e castigando a impiedade das nações que viviam na barbárie, especialmente naquela região do mundo, porque sacrificavam os próprios filhos aos falsos deuses, e entre estes Moloque, que os cananeus adoravam, e que era um ídolo gigante em ferro incandescente em cujo colo assavam os seus filhos.
Assim, quem desafiava Israel, que trazia as ordenanças e o modo de vida justo que receberam desde Abraão para guardar, desafiava o Deus de Israel, e teria que arcar com as consequências do seu ato de loucura.
Por isso foi mandado pelo Senhor a Moisés que se registrasse num livro, e que se desse conhecimento a Josué, que Ele riscaria a memória de Amaleque para sempre de debaixo do céu. 
Como não existia ainda o altar do tabernáculo, porque este não havia ainda sido construído, Moisés erigiu um altar ao qual deu o nome de Jeová-Nissi, que em hebraico significa Jeová é minha bandeira, pois foi em Seu nome e pelo Seu poder que Israel fizera guerra contra Amaleque e havia vencido.
E a vara sustentada na mão de Moisés, no cume do monte, deveria estar sendo vista pelos israelitas enquanto combatiam contra os amalequitas, e eles viam que as suas forças aumentavam e eles prevaleciam à medida que a vara era erguida pelas mãos de Moisés.
A vara era como a bandeira que os encorajava e fortalecia, não como um meio de persuasão psicológica, mas como um elemento de eficácia espiritual, que fazia com que o poder de Deus viesse sobre eles, mediante a intercessão de Moisés.
Quando Deus levantou Moisés como líder sobre Israel foi para o bem deles, mas eles estavam murmurando continuamente contra Moisés.
E agora estava bastante claro para eles que as mãos daquele líder levantado por Deus estavam contribuindo mais para a segurança deles do que as suas próprias espadas.
E o próprio líder deve ser sustentado pelos que são levantados pelo Senhor para serem seus cooperadores, assim como se deu no caso de Moisés, que foi ajudado por Arão e Hur.
A igreja deve interceder pelos seus líderes e cooperar com o trabalho que eles realizam, para que possam continuar sendo usados por Deus para abençoar o Seu povo.     
E assim a honra da vitória não foi dada nem a Moisés, nem a Josué, nem a nenhum do povo de Israel, porque não se mandou erigir nenhum arco de triunfo em honra deles, mas um altar para honrar Aquele que deve ser o único honrado nas vitórias que dá ao Seu povo.
Hoje, na nova aliança, é vedado aos soldados do Senhor usarem a espada, porque a guerra que empreendem é contra potestades e principados espirituais, e não contra homens, e nisto dependem muito mais do Grande General, que é Cristo.
Todavia, aquela antiga aliança serviu para ilustrar estas lutas que são empreendidas contra os poderes das trevas, que são a principal fonte do mal que há no mundo.   

Baseado em Êxodo 17

Nenhum comentário:

Postar um comentário