As palavras do 22º
capítulo de 2 Samuel encerram as palavras do Salmo 18, com algumas variações. A
introdução do capítulo (v. 1) é a mesma do titulo do referido Salmo.
São palavras de gratidão
e louvor a Deus pelos livramentos recebidos por Davi, tanto de Saul quanto de
todos os seus inimigos.
Este cântico de louvor e
gratidão, que foi composto por Davi, fecha de modo maravilhoso toda a história
que é relatada acerca da sua vida pessoal e ministerial nos dois livros de
Samuel.
Toda a honra e glória dos
seus bons serviços prestados a Israel são tributados por ele ao Senhor, porque
fora Ele quem realmente tudo operara, nos livramentos que lhe dera, por amor do
Seu povo.
O Senhor foi tanto a
fortaleza em que Davi se refugiava e se encontrava seguro, como a força dele
para vencer as batalhas que tinha que empreender, tanto para vencer seus
inimigos, quanto para suportar as aflições, que lhe sobrevieram ao longo de
toda a sua vida (v. 2 a 19, 32 a 43, 51).
E ele se esforçou
sobremaneira para obedecer ao Senhor e fazer o que era justo diante dos Seus
olhos e aprovado por Ele, e foi este o motivo de ter sido abençoado de tal
maneira pelo Senhor, porque apesar de ter sido objeto da eleição e graça de
Deus, que o ungiu para ser rei, ele poderia ter frustrado o plano de Deus para
a sua vida, por um andar desobediente (v. 20 a 31).
Como prova do Seu agrado
em relação à fidelidade de Davi, Deus fez com que ele subjugasse nações e
governasse povos estrangeiros, e o livrou das contendas internas do próprio
Israel (v. 44 a 49).
E nós aprendemos das
palavras de Davi que os livramentos que Deus lhe deu foram respostas às suas
orações. Ele clamava ao Senhor em suas angústias para receber socorro e alívio
(v. 7).
“1 Davi dirigiu ao Senhor
as palavras deste cântico, no dia em que o Senhor o livrou das mãos de todos os
seus inimigos e das mãos de Saul, dizendo:
2 O Senhor é o meu
rochedo, a minha fortaleza e o meu libertador.
3 É meu Deus, a minha
rocha, nele confiarei; é o meu escudo, e a força da minha salvação, o meu alto
retiro, e o meu refúgio. O meu Salvador; da violência tu me livras.
4 Ao Senhor invocarei,
pois é digno de louvor; assim serei salvo dos meus inimigos.
5 As ondas da morte me
cercaram, as torrentes de Belial me atemorizaram.
6 Cordas do Seol me
cingiram, laços de morte me envolveram.
7 Na minha angústia
invoquei ao Senhor; sim, a meu Deus clamei; do seu templo ouviu ele a minha
voz, e o meu clamor chegou aos seus ouvidos.
8 Então se abalou e
tremeu a terra, os fundamentos dos céus se moveram; abalaram-se porque ele se
irou.
9 Das suas narinas subiu
fumaça, e da sua boca um fogo devorador, que pôs carvões em chamas.
10 Ele abaixou os céus, e
desceu; e havia escuridão debaixo dos seus pés.
11 Montou num querubim, e
voou; apareceu sobre as asas do vento.
12 E por tendas pôs
trevas ao redor de si, ajuntamento de águas, espessas nuvens do céu.
13 Pelo resplendor da sua
presença acenderam-se brasas de fogo.
14 Do céu trovejou o
Senhor, o Altíssimo fez soar a sua voz.
15 Disparou flechas, e os
dissipou; raios, e os desbaratou.
16 Então apareceram as
profundezas do mar; os fundamentos do mundo se descobriram, pela repreensão do
Senhor, pelo assopro do vento das suas narinas.
17 Estendeu do alto a sua
mão e tomou-me; tirou-me das muitas águas.
18 Livrou-me do meu
possante inimigo, e daqueles que me odiavam; porque eram fortes demais para
mim.
19 Encontraram-me no dia
da minha calamidade, porém o Senhor se fez o meu esteio.
20 Conduziu-me para um
lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim.
21 Recompensou-me o
Senhor conforme a minha justiça; conforme a pureza e minhas mãos me retribuiu.
22 Porque guardei os
caminhos do Senhor, e não me apartei impiamente do meu Deus.
23 Pois todos os seus
preceitos estavam diante de mim, e dos seus estatutos não me desviei.
24 Fui perfeito para com
ele, e guardei-me da minha iniquidade.
25 Por isso me retribuiu
o Senhor conforme a minha justiça, conforme a minha pureza diante dos meus
olhos.
26 Para com o benigno te
mostras benigno; para com o perfeito te mostras perfeito,
27 para com o puro te
mostras puro, mas para com o perverso te mostras avesso.
28 Livrarás o povo que se
humilha, mas teus olhos são contra os altivos, e tu os abaterás.
29 Porque tu, Senhor, és
a minha candeia; e o Senhor alumiará as minhas trevas.
30 Pois contigo passarei
pelo meio dum esquadrão; com o meu Deus transporei um muro.
31 Quanto a Deus, o seu
caminho é perfeito, e a palavra do Senhor é fiel; é ele o escudo de todos os
que nele se refugiam.
32 Pois quem é Deus,
senão o Senhor? e quem é rocha, senão o nosso Deus?
33 Deus é a minha grande
fortaleza; e ele torna perfeito o meu caminho.
34 Faz ele os meus pés
como os das gazelas, e me põe sobre as minhas alturas.
35 Ele instrui as minhas
mãos para a peleja, de modo que os meus braços podem entesar um arco de bronze.
36 Também me deste o
escudo da tua salvação, e tua brandura me engrandece.
37 Alargaste os meus
passos debaixo de mim, e não vacilaram os meus artelhos.
38 Persegui os meus
inimigos e os destruí, e nunca voltei atrás sem que os consumisse.
39 Eu os consumi, e os
atravessei, de modo que nunca mais se levantaram; sim, cairam debaixo dos meus
pés.
40 Pois tu me cingiste de
força para a peleja; prostraste debaixo de mim os que se levantaram contra mim.
41 Fizeste que me
voltassem as costas os meus inimigos, aqueles que me odiavam, para que eu os
destruísse.
42 Olharam ao redor, mas
não houve quem os salvasse; clamaram ao Senhor, mas ele não lhes respondeu.
43 Então os moí como o pó
da terra; como a lama das ruas os trilhei e dissipei.
44 Também me livraste das
contendas do meu povo; guardaste-me para ser o cabeça das nações; um povo que
eu não conhecia me serviu.
45 Estrangeiros, com
adulação, se submeteram a mim; ao ouvirem de mim, me obedeceram.
46 Os estrangeiros
desfaleceram e, tremendo, saíram dos seus esconderijos.
47 O Senhor vive; bendita
seja a minha rocha, e exaltado seja Deus, a rocha da minha salvação,
48 o Deus que me deu
vingança, e sujeitou povos debaixo de mim,
49 e me tirou dentre os meus
inimigos; porque tu me exaltaste sobre os meus adversários; tu me livraste do
homem violento.
50 Por isso, ó Senhor,
louvar-te-ei entre as nações, e entoarei louvores ao teu nome.
51 Ele dá grande
livramento a seu rei, e usa de benignidade para com o seu ungido, para com Davi
e a sua descendência para sempre.” (II Sm 22.1-51).
Nenhum comentário:
Postar um comentário