O
oitavo capítulo de Isaías, e os quatro imediatamente seguintes, são a
continuação da profecia dada no capítulo anterior quanto às assolações que
viriam sobre o Reino de Israel, e as opressões que seriam permitidas que a
Assíria trouxesse a Judá, por causa da infidelidade dos judeus.
Contudo,
se vê ainda aqui a conexão com o reinado do Messias, como sendo a causa da
explicação de Deus continuar sendo o Deus de Israel, apesar das infidelidades
dos israelitas.
A
glória de Deus viria a encher toda a terra a partir de Jerusalém, conforme se
vê no sexto capítulo.
Logo, a
par de todas as assolações que o povo de Israel deveria experimentar (tanto o
Reino do Norte, quanto o do Sul), não havia razão para temer um completo
desamparo da parte de Deus, e temerem as ameaças das nações inimigas de Israel,
como se afirma no verso 12:
“Não
chameis conspiração a tudo quanto este povo chama conspiração; e não temais
aquilo que ele teme, nem por isso vos assombreis.”
Em vez
de temer o poder do homem, das nações inimigas, o povo do Senhor deveria temer
unicamente ao Seu Deus, em demonstração prática pela santificação de suas
vidas, porque é assim fazendo que Ele se torna um santuário para aqueles que
assim o temem.
Contudo,
este temor verdadeiro seria visto em muito maior proporção entre os gentios do
que entre os próprios israelitas, porque se para estes Jesus seria a pedra
eleita e preciosa na qual são edificados, no entanto, para as duas casas de
Israel, a saber o Reino do Norte e do Sul, ele seria uma pedra de tropeço e
rocha de escândalo, e uma armadilha e laço para os moradores de Jerusalém (v.
13).
Foi
profetizado também que seriam muitos os que tropeçariam, cairiam e seriam
quebrados, enlaçados e presos entre os israelitas (v. 14,15).
Isto apontava
para a futura rejeição de Jesus pelos israelitas por tentarem ser justificados
pelas obras da lei, e não pela fé nEle, como sendo de fato a única esperança
não somente de Israel, mas de todas as nações da terra, para se ter acesso à
glória de Deus, e escapar do Seu juízo de condenação eterna.
Por
isso foi ordenado ao profeta que atasse o testemunho e selasse a lei (v. 16),
não entre todos os israelitas, senão somente entre os discípulos do Senhor,
porque somente estes poderiam confirmar a lei, por causa da sua fé. Enquanto os
israelitas tropeçariam em Cristo, por causa da sua incredulidade.
Então,
à luz de tal revelação o profeta declara que esperaria no Senhor e aguardaria a
ele, ao Senhor que esconde o seu rosto da casa de Jacó.
No
verso 18 há uma declaração proferida pelo Messias, relativa à Sua reunião em
glória com o povo que foi por Ele redimido no monte Sião.
Israel
visitava os feiticeiros para consultarem os mortos, por temerem o futuro. Eles
se preocupavam apenas com o seu futuro imediato neste mundo.
E que
resposta poderiam os mortos darem aos vivos?
E que
segurança e esperança eterna poderiam garantir os mortos?
Quão
grande ignorância e insensatez é desprezar a revelação de uma salvação eterna e
segura, garantida pelo temor a Deus, expressado por uma fé viva e operante pela
comprovação de uma vida santificada pelo Messias prometido, do que dar ouvidos
aos feiticeiros (que alegam falar pelos mortos), que nada entendem dos projetos
eternos de Deus.
As
ameaças para aqueles que insistem em não temer a Deus e a santificarem suas
vidas, por deixarem de dar crédito a esta Palavra afirmada pela Lei e pelo
testemunho dos profetas, são desoladoras como se vê nos versos 20 a 22:
“20 A
Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes
raiará a alva.
21 E
passarão pela terra duramente oprimidos e famintos; e, tendo fome, se
agastarão, e amaldiçoarão o seu rei e o seu Deus, olhando para o céu em cima;
22 e
para a terra em baixo, e eis aí angústia e escuridão, tristeza da aflição; e
para as trevas serão empurrados.”
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