A
perspectiva da profecia de Isaías 62, relativa à Igreja, aponta para a Sua
glória futura com o Senhor em Jerusalém. As promessas apontam para Jerusalém
porque a nova Jerusalém será a morada eterna dos santos.
Tanto
os santos do Antigo Testamento quanto os do Novo serão reunidos por Cristo num
só corpo, porque importa que haja um só rebanho e um só Pastor.
O
templo de Salomão viria ainda a ser destruído depois dos dias de Isaías e os
judeus seriam levados em cativeiro para Babilônia.
Mas
mesmo depois que Jesus se manifestasse em Israel, o templo que havia sido
reconstruído pelos judeus quando retornaram de Babilônia, também seria
destruído e Jerusalém seria assolada pelos romanos em 70. d.C.
Estas
profecias tiveram portanto também o alvo de manter acesa a esperança dos judeus
quanto a que ainda haveria uma glória futura para Jerusalém a par de todas as
destruições que ela vinha sofrendo ao longo dos séculos.
Mas
esta glória futura de Jerusalém somente poderá ser concretizada por causa do
trabalho de redenção do Messias, não somente em favor de Israel, mas de todos
os povos.
Jesus
voltará depois de o evangelho ter sido pregado pela Igreja em todo o mundo.
O
triunfo final de Cristo com os santos deve ser manifestado em Sião conforme
está profetizado em várias porções das Escrituras.
E a
Igreja deve trabalhar para que este dia venha e o Senhor possa receber toda a
glória que Lhe é devida por todas as nações que se reunirão em Jerusalém.
Importa
que isto suceda, e para tanto a Igreja deve orar para que seja revestida de
poder espiritual para realizar a obra de evangelização do mundo.
Assim a
oração de Isaías 62.1 não é apenas a oração do profeta Isaías, mas a oração de
Cristo e de toda a Igreja para que Jerusalém seja estabelecida como objeto de
louvor em toda a terra.
"Por
amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não descansarei, até que
saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação como uma tocha
acesa." (v.1).
"e
Jerusalém, sobre os teus muros pus atalaias, que não se calarão nem de dia, nem
de noite; ó vós, os que fazeis lembrar ao Senhor, não descanseis, e não lhe deis a ele descanso até que
estabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra." (v. 6,7).
Deus se
agrada do clamor santo do Seu povo que Lhe é dirigido continuamente aos ouvidos
para que Ele manifeste a Sua glória em todo o mundo.
Nenhum cristão
deve esmorecer em suas orações, de maneira que prevaleçam com Deus para o
cumprimento das Suas misericórdias prometidas à Igreja.
Por
isso, especialmente os ministros do evangelho não devem se ocupar de coisas que
lhes possa desviar do ministério da oração e da Palavra.
Os
ministros não devem estar calados, mas devem fazer a vontade de Deus conhecida
para o Seu povo, para que todos clamem a Ele para apressar a vinda do Seu reino
de glória.
O reino
de graça já está manifestado entre nós, mas esta graça tem o seu clímax no
reino de glória ainda por vir. Por isso oramos no Pai nosso: "Venha o teu
reino".
O
clamor, a oração, a pregação da Igreja é pela causa de Sião, e não por nenhum
interesse particular, porque o Senhor tem prometido cuidar de todos aqueles que
buscam os interesses do Seu reino.
A
oração é para que a salvação queime como uma tocha acesa, isto é, que haja o
fogo do Espírito na Igreja na pregação do evangelho, se espalhando por todo o
mundo, tal como fogo numa floresta.
Importa
que os eleitos sejam salvos e reunidos num só rebanho, para que o Senhor venha.
De
perseguida, odiada e desprezada a Igreja passará a ser buscada e honrada por
todas as nações da terra, quando o Salvador vier a Sião para governar a partir
de Jerusalém todos os povos, juntamente com os Seus santos no período do
milênio.
A
igreja de perseguida e despojada passará a ser suprida pelas nações da terra, e
nunca lhe faltará provisão e honra que lhes serão dados no seu estado
triunfante, depois que Jesus voltar para distribuir os galardões aos seus
servos.
E a
própria cidade de Jerusalém, de desprezada, passará a ser a principal cidade de
todo o mundo porque lá estará o trono do Senhor, e aqueles que nela habitarem a
terão por objeto de louvor porque ali estarão aqueles que serão os seus
habitantes eternos e que oraram para que ela fosse colocada finalmente como
objeto de louvor em toda a terra.
Ela
será a noiva ataviada porque é nela que os filhos de Deus habitarão juntamente
como o noivo.
E sendo
a noiva (por ser a morada dos cristãos que são o corpo de Cristo) é dito que a
cidade será desposada, não porque Cristo se casará com a cidade propriamente
dita, mas com os seus santos habitantes.
"E
vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus,
adereçada como uma noiva ataviada para o seu noivo." (Apo 21.2).
Quão
grande admiração a Igreja despertará a todas as nações quando estiver assim
glorificada com Cristo!
Ela
será verdadeiramente admirável com o brilho da sua justiça e salvação, com
todos os filhos de Deus aperfeiçoados, e sem qualquer infidelidade ou escândalo
em testemunho contra qualquer um deles.
A
Igreja receberá um novo nome por causa desta sua nova dignidade.
O
Senhor chamará a Sua igreja de Minha Delícia, Desposada, Procurada e ela será
uma coroa de adorno na mão do Senhor, e um diadema real na mão do Seu Deus.
Um Rei
deve ter um povo e um reino, e a Igreja será este povo e o reino sobre o qual o
Senhor dominará em amor para sempre.
Jerusalém
nesta profecia de Isaias sendo designada como a morada dos santos, representa a
causa de Sião e uma cidade espiritual invisível que deve ser guardada pela
constante vigilância da Igreja.
Daí ser
dito pelo Senhor no verso 6 que Ele colocou atalaias sobre os seus muros, que
não se calarão nem de dia, nem de noite.
Esta é
uma clara referência ao dever da Igreja de vigiar e de orar incessantemente até
que o Senhor volte e estabeleça o Seu reino de glória.
Os
atalaias devem tocar a trombeta do evangelho, e o ato de fazer este trabalho
sobre os muros de Jerusalém significa que a paz da Igreja deve ser preservada
dos ataques de Satanás, do pecado e do mundo contra ela, através da oração
incessante.
A pura
e verdadeira adoração ao Senhor para dentro dos muros da Igreja deve ser
preservada através da vigilância e oração dos Seus servos, e através da
proclamação da verdade.
A
precisão da profecia de Isaías em relação à Igreja se comprova no fato de não
haver apenas promessas de bênçãos para ela, como também a afirmação das
provações, aflições, e perdas que a Igreja sofrerá até que Cristo volte.
A
Igreja tem sido duramente perseguida e odiada ao longo de toda a sua história,
e milhares de cristãos foram martirizados, muitos outros foram despojados de
seus bens por não terem negado o nome de Cristo.
Já no
princípio todos os cristãos foram expulsos de Jerusalém, com exceção dos
apóstolos (Atos 8.1).
Não é
nosso propósito descrever aqui em detalhes todas as perseguições e
despojamentos sofridos pela Igreja ao longo de toda a sua história, mas isto
está declarado na profecia de Isaías, porque Deus diz que esta igreja padecente
virá a ser um dia uma igreja triunfante depois da volta do Senhor, e a partir
de então ela nunca mais será perseguida e despojada, ao contrário, ela
desfrutará das riquezas das nações (v. 8, 9).
Os
resquícios da destruição de Jerusalém pelos exércitos coligados ao Anticristo,
e das assolações despejadas por Deus em Sua ira contra o pecado do mundo
descritas no livro de Apocalipse por ocasião da segunda vinda do Senhor, serão
removidos, para que o Senhor possa começar a governar o mundo a partir de
Jerusalém durante o milênio.
"Passai,
passai pelas portas; preparai o caminho ao povo; aplanai, aplanai a estrada,
limpai-a das pedras; arvorai a bandeira aos povos." (v. 10).
Baseado em Isaías 62
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