Uma vez estando em terra firme, Jonas recebeu de
novo da parte de Deus a ordem de ir a Nínive.
O Senhor revelou que lhe havia perdoado a sua
desobediência, e seria de se esperar que o profeta estivesse disposto a dar oportunidade
a outros, ainda que a uma nação inimiga de Israel, como era o caso da Assíria,
cuja capital era Nínive, a serem objeto do mesmo perdão e misericórdia de Deus.
Os cristãos foram perdoados para pregar o
arrependimento para a remissão de pecados, mesmo a pessoas que se comportem
como suas inimigas.
Podemos dizer
que Deus perdoou Jonas para que ele se dispusesse a perdoar outros, porque se
quisesse, poderia desistir de dar tal missão específica ao profeta e
transferi-la a outro, mas o Senhor queria aproveitar a desobediência de Jonas,
para aplicar nele própria a mensagem do perdão que Ele estava disposto a
ensinar e aplicar aos ninivitas.
Deus havia libertado a vida de Jonas da morte por
duas vezes.
Ele poderia ter decidido por tirar a vida do profeta
por causa da sua desobediência, mas decidiu poupar-lhe, conduzindo-o ao
arrependimento por juízos externos de aflições que trouxe sobre ele na forma de
tempestades, e no ventre do grande peixe, para que o próprio Jonas se
dispusesse a promulgar os juízos que Ele traria sobre os assírios dentro de 40
dias, desde que o profeta começou a lhes pregar o Seu julgamento que viria
sobre eles, caso não se arrependessem de suas más obras.
Geralmente, o Senhor fixa um prazo para os Seus
juízos, na expectativa que nos arrependamos.
Tudo isto pode ser aprendido na revelação que Ele
nos fez no livro de Jonas.
O próprio Jonas e não somente os ninivitas, que se
arrependeram, foram portanto levantados como um monumento do perdão e da
misericórdia de Deus, para nos encorajar a buscar lugar de arrependimento dos
nossos pecados, em atitudes que comprovem o nosso desejo de abandonar o mal e
fazer o que é da vontade do Senhor.
Deus havia se
compadecido de Nínive e deu aos ninivitas a chance para o arrependimento porque
era uma grande cidade com muitas pessoas.
A medida da iniqüidade de Nínive não estava cheia,
tal como fora o caso das cidades de Sodoma e Gomorra, e por isso o Senhor lhes
deu uma oportunidade de arrependimento.
A medida de iniqüidade do mundo ainda não chegou à
sua plenitude, mas quando isto ocorrer o Senhor despejará o Seu grande juízo
sobre toda a terra, conforme o tem prometido na Sua Palavra.
Enquanto isto não sucede, ele está clamando, pelo
que revelou na Bíblia que os homens, em toda a parte se arrependam de seus
pecados, para serem livrados do Seu inevitável e grande Juízo final.
A mesma Nínive que foi poupada nos dias de Jonas,
foi submetida ao Juízo de Deus, caindo nas mãos dos babilônios, porque as
gerações seguintes não seguiram o exemplo dos seus antepassados e a medida da
iniquidade da cidade veio a se completar.
De igual forma este mundo tem sido poupado como uma
grande cidade, mas chegará um dia que a medida estará completa, e o favor e a
misericórdia do Senhor serão então removidos sujeitando toda a humanidade ao
Seu grande juízo.
Por isso, a hora de se arrepender não é amanhã, mas
hoje mesmo.
Tal era a grandeza de Nínive que se diz que para
percorrê-la a pé, eram necessários três dias.
Isto nos dá uma idéia do trabalho que Jonas teria
para percorrer cada uma das ruas principais de tão grande cidade.
Foi tal o impacto da mensagem de Jonas de que Deus
destruiria Nínive dentro de 40 dias, que todo o povo e o próprio rei ficaram em
grande angústia, e este determinou um jejum e um ato de humilhação nacional
diante do Deus de Israel, e ordenou que todos se desviassem de suas más obras,
para verem se de algum modo, Deus usaria de misericórdia para com eles,
desviando-se do furor da Sua ira.
Eles se
humilharam debaixo da potente mão do Senhor e assim puderam achar graça em
ocasião oportuna.
Os ninivitas não jejuaram apenas por causa do
pecado, mas eles fizeram jejum do próprio pecado não se alimentando das suas
más ações.
Nós devemos ter isto sempre em vista, que ao
jejuarmos pela abstinência de alimentos, o nosso grande alvo é na verdade o de
nos abstermos do próprio pecado, para que possamos agradar a Deus.
É importante afirmar que quando Deus determina
realizar algo, ele nunca volta atrás porque não pode voltar atrás, porque
quando diz sim é sim, e quando diz não é não.
Mas geralmente, no seu relacionamento com os homens,
costuma conciliar as suas ações, especialmente de juízo, ao modo como
reagiremos às suas advertências e repreensões, de maneira que se desviará dos
castigos que traria sobre nós, caso permanecêssemos no nosso endurecimento
contra a Sua vontade.
Desde a morte e ressurreição de Jesus, nesta
presente dispensação da graça, Deus tem sido completamente longânimo para com
todos os homens, dando-lhes a oportunidade ao longo de todas as suas vidas
neste mundo, para que se arrependam e cheguem ao conhecimento da verdade.
Esta é a razão de não vermos nesta dispensação,
tantos e quase imediatos juízos de Deus, conforme havia na dispensação do
Antigo Testamento.
O sangue de Jesus tem abrandado e prolongado o juízo
do Senhor, mas não suspendido os mesmos, porque certamente virão sobre todos
aqueles que não se arrependeram de seus pecados.
Uma das grandes lições que podemos aprender
especialmente neste capítulo do livro de Jonas é que se Deus foi longânimo e
perdoador para com tantos nos dias do Velho Testamento, quanto mais não está
disposto a usar de longanimidade e de misericórdia na presente dispensação da
graça, em relação a todos que se arrependam, tanto quanto os ninivitas que se
arrependeram no passado.
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