Nós
vemos no primeiro capitulo de Jonas, que Deus lhe honrou quando o chamou e lhe
deu a ordem para profetizar contra Nínive.
Nínive
era àquela época a metrópole da monarquia assíria, e uma grande cidade, como se
infere do que se afirma no verso 11 do quarto capítulo; e detinha também grandes
riquezas, domínio e poder; sendo a cidade que regeu sobre os reis da terra por
um longo período.
Deus
disse que a malícia de Nínive havia subido até Ele (Jn 1.2).
Mas
ainda assim, antes de trazer o Seu juízo, como o leão que está pronto para
devorar a sua presa, Deus ruge antes, dando o aviso do juízo pela boca dos seus
profetas.
E era
isto que Ele pretendia fazer através da chamada de Jonas para pregar contra a
malícia de Nínive, anunciando o juízo de destruição que viria sobre eles caso
não se arrependessem dos seus pecados.
Contudo,
Jonas desonrou a Deus se recusando a obedecer as suas ordens (v. 3), e em vez
de ir para Nínive, fugiu para Társis, por mar.
A
Bíblia não declara diretamente quais os motivos de Jonas para ter desobedecido
a Deus, mas pelas próprias palavras que ele proferiu no final do seu livro,
ante o arrependimento dos ninivitas, ele previu que eles se arrependeriam e
assim, como também sabia que Deus é misericordioso e volta atrás em seus
juízos, diante do arrependimento, ele não queria que isto sucedesse com uma
nação que durante muito tempo vinha sendo um espinho na carne de Israel. E ele desejava
que fossem julgados por Deus pela sua maldade.
Então,
para não lhes dar a chance de arrependimento, fugiu para Társis, pegando um
navio no porto da cidade de Jope.
Mas uma
vez dentro do navio, e tendo consumado a sua desobediência, Jonas sentiu o peso
da sua decisão, e o vazio decorrente do desagrado de Deus, e foi dormir num
canto do navio, e ali permaneceu mesmo quando todos estavam lutando contra uma
terrível tempestade.
Ele
sabia que aquela grande tempestade que veio sobre o navio era da parte de Deus,
e por isso desceu para o porão, e resolveu esperar a morte dormindo, em vez de
clamar pelo socorro do Senhor, conforme todos estavam fazendo no navio,
clamando aos seus deuses.
Jonas
não considerou que a sua desobediência pudesse ser alvo da bondade, da
misericórdia e do perdão de Deus, porque ele não estava disposto em obedecê-lo,
indo para Nínive.
Pedir perdão a Deus significava também voltar
atrás em sua decisão, e pedir uma nova chance para obedecê-lO, mas isto era
algo que ele não pretendia fazer naquela ocasião, porque estava em grande
perturbação de espírito.
Jonas
sabia que aquela tempestade não era um fenômeno natural, mas a manifestação do
desagrado de Deus contra a sua desobediência.
Deus
poderia ter falado com Jonas em sonhos, mas, não o fez, e preferiu falar com a
consciência do profeta, para que ele admitisse que estava colocando a vida de
muitos em risco por causa da sua atitude.
Muitos
inocentes no navio morreriam por causa de um só culpado.
E era
este o mesmo pecado que ele estava cometendo em relação a Nínive, porque muitos
morreriam por causa da sua desobediência em não pregar que havia um juízo
determinado sobre eles, que lhes viria no prazo de 40 dias, caso não se
arrependessem.
No
entanto, Jonas não se manifestou dizendo aos homens daquele navio que ele era o
culpado, até que fosse indicado por sortes que eles lançaram, como sendo o
culpado por aquela tempestade, porque não era comum tal tipo de tempestade
naquele lugar e naquela época do ano.
Somente
depois de indagado sobre quem ele era, que se dispôs a dizer que o motivo foi o
de ter desobedecido a ordem que o Senhor lhe havia dado, e que de fato era por
sua culpa que aquela tempestade havia lhes sobrevindo.
E
sugeriu que o lançassem ao mar para que a fúria da tempestade cessasse.
Mas
aqueles homens tentaram ainda poupá-lo, porque sabiam que Jonas era um profeta
do Deus de Israel, e eles temeram pelo que Deus poderia lhes fazer, caso
lançassem mão de um dos Seus ungidos, mas vendo que a fúria do mar prevalecia
contra eles, então decidiram, com o temor do Senhor, lançar Jonas ao mar, e de
fato a tempestade cessou, assim como ele lhes havia dito que ocorreria.
E eles
temeram ainda mais ao Senhor, porque testemunharam que Ele é tão justo que na
poupou de Seus juízos mesmo a um dos Seus profetas, por lhe ter desobedecido.
Por
isso ofereceram sacrifícios ao Deus dos hebreus, não somente como oferta de
gratidão por ter poupado as suas vidas, como também, para não serem consumidos
pela Sua ira, por causa dos seus pecados.
Deus
não queria destruir naquela situação, senão somente trazer um profeta
desobediente quanto ao convencimento de que é dura coisa resistir à Sua
vontade, e que é impossível fugir da Sua presença.
Tanto
não era da vontade de Deus destruir Jonas, mas apenas trazê-lo ao
arrependimento, que não permitiu que ele fosse morto pela voragem do mar,
fazendo com que fosse engolido por um grande peixe em cujo ventre ele
permaneceu por três dias e três noites.
Jesus
se referiu à proteção que Deus havia dado a Jonas no ventre do peixe, como
sendo a mesma proteção que Ele teria em sua sepultura, porque o Pai não
permitiria que o Seu corpo fosse corrompido pela podridão, e o ressuscitaria ao
terceiro dia, livrando o seu corpo dos grilhões da morte, tal como havia
livrado o corpo de Jonas no ventre do grande peixe.
Aquele
milagre do peixe que engoliu Jonas, lhe convenceria não somente do poder de
Deus, como também de que não era Sua intenção destruí-lo, mas conduzi-lo a se
arrepender e a fazer a Sua vontade, para o bem dos seus inimigos e do seu povo
de Israel, a saber, os assírios de Nínive.
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