quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Chamado para Abençoar os Inimigos - Jonas 1


Nós vemos no primeiro capitulo de Jonas, que Deus lhe honrou quando o chamou e lhe deu a ordem para profetizar contra Nínive.
Nínive era àquela época a metrópole da monarquia assíria, e uma grande cidade, como se infere do que se afirma no verso 11 do quarto capítulo; e detinha também grandes riquezas, domínio e poder; sendo a cidade que regeu sobre os reis da terra por um longo período. 
Deus disse que a malícia de Nínive havia subido até Ele (Jn 1.2).
Mas ainda assim, antes de trazer o Seu juízo, como o leão que está pronto para devorar a sua presa, Deus ruge antes, dando o aviso do juízo pela boca dos seus profetas.
E era isto que Ele pretendia fazer através da chamada de Jonas para pregar contra a malícia de Nínive, anunciando o juízo de destruição que viria sobre eles caso não se arrependessem dos seus pecados.
Contudo, Jonas desonrou a Deus se recusando a obedecer as suas ordens (v. 3), e em vez de ir para Nínive, fugiu para Társis, por mar.
A Bíblia não declara diretamente quais os motivos de Jonas para ter desobedecido a Deus, mas pelas próprias palavras que ele proferiu no final do seu livro, ante o arrependimento dos ninivitas, ele previu que eles se arrependeriam e assim, como também sabia que Deus é misericordioso e volta atrás em seus juízos, diante do arrependimento, ele não queria que isto sucedesse com uma nação que durante muito tempo vinha sendo um espinho na carne de Israel. E ele desejava que fossem julgados por Deus pela sua maldade.
Então, para não lhes dar a chance de arrependimento, fugiu para Társis, pegando um navio no porto da cidade de Jope.   
Mas uma vez dentro do navio, e tendo consumado a sua desobediência, Jonas sentiu o peso da sua decisão, e o vazio decorrente do desagrado de Deus, e foi dormir num canto do navio, e ali permaneceu mesmo quando todos estavam lutando contra uma terrível tempestade.
Ele sabia que aquela grande tempestade que veio sobre o navio era da parte de Deus, e por isso desceu para o porão, e resolveu esperar a morte dormindo, em vez de clamar pelo socorro do Senhor, conforme todos estavam fazendo no navio, clamando aos seus deuses.
Jonas não considerou que a sua desobediência pudesse ser alvo da bondade, da misericórdia e do perdão de Deus, porque ele não estava disposto em obedecê-lo, indo para Nínive.   
 Pedir perdão a Deus significava também voltar atrás em sua decisão, e pedir uma nova chance para obedecê-lO, mas isto era algo que ele não pretendia fazer naquela ocasião, porque estava em grande perturbação de espírito.
Jonas sabia que aquela tempestade não era um fenômeno natural, mas a manifestação do desagrado de Deus contra a sua desobediência.
Deus poderia ter falado com Jonas em sonhos, mas, não o fez, e preferiu falar com a consciência do profeta, para que ele admitisse que estava colocando a vida de muitos em risco por causa da sua atitude.
Muitos inocentes no navio morreriam por causa de um só culpado.
E era este o mesmo pecado que ele estava cometendo em relação a Nínive, porque muitos morreriam por causa da sua desobediência em não pregar que havia um juízo determinado sobre eles, que lhes viria no prazo de 40 dias, caso não se arrependessem.
No entanto, Jonas não se manifestou dizendo aos homens daquele navio que ele era o culpado, até que fosse indicado por sortes que eles lançaram, como sendo o culpado por aquela tempestade, porque não era comum tal tipo de tempestade naquele lugar e naquela época do ano.
Somente depois de indagado sobre quem ele era, que se dispôs a dizer que o motivo foi o de ter desobedecido a ordem que o Senhor lhe havia dado, e que de fato era por sua culpa que aquela tempestade havia lhes sobrevindo.
E sugeriu que o lançassem ao mar para que a fúria da tempestade cessasse.
Mas aqueles homens tentaram ainda poupá-lo, porque sabiam que Jonas era um profeta do Deus de Israel, e eles temeram pelo que Deus poderia lhes fazer, caso lançassem mão de um dos Seus ungidos, mas vendo que a fúria do mar prevalecia contra eles, então decidiram, com o temor do Senhor, lançar Jonas ao mar, e de fato a tempestade cessou, assim como ele lhes havia dito que ocorreria. 
E eles temeram ainda mais ao Senhor, porque testemunharam que Ele é tão justo que na poupou de Seus juízos mesmo a um dos Seus profetas, por lhe ter desobedecido.
Por isso ofereceram sacrifícios ao Deus dos hebreus, não somente como oferta de gratidão por ter poupado as suas vidas, como também, para não serem consumidos pela Sua ira, por causa dos seus pecados.  
Deus não queria destruir naquela situação, senão somente trazer um profeta desobediente quanto ao convencimento de que é dura coisa resistir à Sua vontade, e que é impossível fugir da Sua presença. 
Tanto não era da vontade de Deus destruir Jonas, mas apenas trazê-lo ao arrependimento, que não permitiu que ele fosse morto pela voragem do mar, fazendo com que fosse engolido por um grande peixe em cujo ventre ele permaneceu por três dias e três noites. 
Jesus se referiu à proteção que Deus havia dado a Jonas no ventre do peixe, como sendo a mesma proteção que Ele teria em sua sepultura, porque o Pai não permitiria que o Seu corpo fosse corrompido pela podridão, e o ressuscitaria ao terceiro dia, livrando o seu corpo dos grilhões da morte, tal como havia livrado o corpo de Jonas no ventre do grande peixe. 
Aquele milagre do peixe que engoliu Jonas, lhe convenceria não somente do poder de Deus, como também de que não era Sua intenção destruí-lo, mas conduzi-lo a se arrepender e a fazer a Sua vontade, para o bem dos seus inimigos e do seu povo de Israel, a saber, os assírios de Nínive.   


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