quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O Amor às Trevas Impede o Vir para a Luz - Oseias 5


Tão grande é a corrupção do coração humano, que somente o Senhor conhece a fundo, como Ele afirma  através do profeta Jeremias.
Tão grande é o pecado que grassa em toda a humanidade, desde a queda de Adão, que ao homem natural, que não possui o Espírito do Senhor, as profecias bíblicas parecem um exagero de uma exortação à busca de um padrão inatingível, e de fato o é, para aquele que não tiver o auxílio da graça do Senhor, não somente para conhecer a corrupção do seu coração, quanto para ser transformado em uma nova criatura, coparticipante da natureza divina.
Tão elevado é o padrão de vida espiritual divina, e que não sendo algo deste mundo, mas que se recebe do alto por meio da fé, que parece algo totalmente estranho e até mesmo um motivo de escândalo e loucura para o homem natural, como o apóstolo Paulo afirma em sua primeira epístola aos Coríntios.     
Muitos chegam até mesmo a considerar as palavras do criador do Universo, como palavras da mais profunda ingenuidade, uma vez que consideram que é utópico exigir do homem algo que não faz parte da sua natureza.
Como que se lhe pedisse que tivesse a inocência de um bebê.
Na verdade, o que Deus exige do homem não é próprio da sua natureza terrena decaída no pecado, e se quiser ser restaurado à imagem e semelhança com Cristo, terá que receber isto de fora, do alto, do Espírito Santo. 
Não admira que Jesus disse que se alguém quiser entrar no reino do céu terá que se fazer como uma criança e nascer de novo do Espírito.
Assim, quando não se dá crédito ao amor divino, à paz divina, à justiça e à santidade divinas, e a tudo o mais que faz parte do caráter de Deus, como também a Sua perfeita bondade, misericórdia, longanimidade, e todos os demais atributos que o caracterizam como Deus, dificilmente se alcançará a salvação, que demanda nosso arrependimento e conversão a tais atributos.
Então, pode parecer aos que justificam a si mesmos em suas más obras, sob a alegação de que o padrão de exigência divino revelado na Bíblia para o homem seja algo inatingível, utópico, ingênuo, ou que se lhe dê a adjetivação que se quiser, no entanto, ele permanece imutável e real, demandando de todo homem que se arrependa e que se purifique de seus pecados no sangue de Cristo, sem o que, será sujeito ao juízo eterno de Deus, que haverá de se manifestar no futuro, por ter recusado mudar pelo recebimento da justiça de Cristo que Ele está oferecendo gratuitamente a todos na dispensação da graça. .
Como não chegamos a conhecer Adão e Eva quando se encontravam em perfeição absoluta no jardim do Éden, e nem as condições de perfeição que havia em toda a criação, antes de o homem e a terra terem sido amaldiçoados por Deus por causa do pecado, então, torna-se não apenas difícil, mas até mesmo impossível, conceber como seria a nossa vida sem qualquer pecado, ou influência do pecado.  
Agora, conscientes ou não da realidade do pecado, Deus nos impõe responsabilidade por todos os nossos atos, pensamentos e omissões perante Ele, porque nos tem estendido a possibilidade de optarmos por um viver em consonância com o que Ele havia planejado para que fôssemos, simplesmente pela fé nEle, que nos faz participantes da Sua graça, pela qual somos transformados.
E a imputação desta responsabilidade traz em consequência recompensas e bênçãos para os obedientes, e castigos e juízos sobre aqueles que Lhe desobedecem.
É exatamente a revelação desta realidade que achamos nos escritos bíblicos, e especialmente nos profetas, protestando veementemente contra os pecados não somente do povo de Deus, mas de toda a humanidade, não por motivos de uma afetação moralista, mas para o cumprimento do propósito de Deus de que haja paz e amor entre os homens.
Não vemos por isso, um Deus justo negociando com pecadores nos termos dos pecados deles, lhes fazendo concessões ou lhes dando promessas de suspensão de Seus juízos, ainda que não se disponham a mudar o seu procedimento, porque afinal, lhes preparou um escape, um meio de fazerem a Sua vontade, através da fé em Jesus Cristo.
Deste modo, todo o povo de Israel é conclamado a escutar, especialmente os sacerdotes e a corte do rei, porque é declarado que o juízo era contra eles, dado terem sido um laço e uma rede na qual apanharam todo o povo de Israel, mantendo-os presos aos seus pecados (Os 4.1).
As coisas que eles faziam em oculto e toda a prostituição cultual deles estava patente aos olhos do Senhor, que é Onipresente e Onisciente (v. 3).
Procedendo daquela forma não podiam se voltar para Deus e fazer a Sua vontade, porque estavam dominados por um espírito de prostituição ao qual haviam se afeiçoado, e por causa do qual não podiam conhecer ao Senhor (v. 4).
Se o homem não se humilhar e não reconhecer que é dependente do Senhor para poder fazer a Sua vontade, não receberá graça dEle para que possa estar de pé na Sua presença, por um procedimento que Lhe seja agradável.
E se não houver a operação da graça, a iniquidade se espalhará em seu coração, e tornará cada vez mais difícil que venha a se humilhar diante do Senhor para que seja salvo de seus pecados, porque em vivendo no pecado, sequer ocupará seus pensamentos com a existência de Deus, quanto mais sobre a necessidade de conhecê-lO de modo pessoal e íntimo, e também a Sua vontade, para que seja praticada e obedecida.
Porque para se ter o real conhecimento de Deus é necessário que sejamos transformados paulatinamente à semelhança do seu caráter divino.
Por isso nem todos se dispõem a isto, porque estão apegados à vida que é contrária a quase tudo o que existe no caráter de Deus.   
Quando o coração está endurecido de tal forma, nada adianta religiosidade externa manifestada em ritos e cerimônias, com o fito de desviar a ira de Deus, como por exemplo a apresentação de sacrifícios que os israelitas costumavam fazer, porque não será desta forma que o Senhor se deixará achar, senão somente por uma real conversão de coração (v. 6). 
Judá deveria aprender dos juízos que seriam trazidos pelo Senhor a Israel, quando fossem levados ao cativeiro pela Assíria, e assim, tanto Judá quanto a tribo de Benjamim que se encontravam no Reino do Sul, deveriam evitar incorrer no mesmo juízo, desviando-se de seus pecados.
Todavia, o Senhor tinha uma contenda com os príncipes de Judá que não mantinham os marcos que se encontravam amarrados na Lei, e que os alteravam segundo as suas conveniências interesseiras.
Seria vã a busca de Israel de auxílio na Assíria, para ser livrado das nações que lhe oprimissem, porque seria a própria Assíria que os conduziria ao cativeiro (v. 13). 
A chaga dos pecados de Efraim havia se tornado incurável, e somente lhe aguardava a hora da sua visitação.
O Senhor mesmo entraria em juízo tanto com Israel quanto com Judá e não haveria portanto, quem pudesse livrá-los de suas mãos.
Ele se retiraria deles até que se reconhecessem culpados e buscassem a Sua face, e o Senhor sabia que eles o fariam quando estivessem angustiados, e logo o buscariam confessando os seus pecados.


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