Tal
como Abraão, o povo de Deus foi tirado de uma rocha de perdição da qual faziam
parte, e de um profundo abismo de pecado que teve que ser cavado profundamente
para serem retirados de lá.
Então a
profecia de Isaías 51 começa com uma chamada para o povo de Deus à recordação
de qual era a sua condição anterior, antes de serem chamados por Ele.
Há uma
buraco na rocha de onde fomos tirados, e há uma caverna que ficou no abismo do
qual fomos cavados.
Isto
nos torna humildes e nos faz recordar qual seria a nossa condição se Jesus não
tivesse nos resgatado das rochas e profundezas deste mundo de pecado.
Então a convocação para que Israel olhasse
para Abraão e Sara, nesta passagem particular das Escrituras, não era naquela
hora, para que mirassem o exemplo de obediência deles, mas da misericórdia e
graça do Senhor por tê-los tirado de uma terra idólatra para formar a partir
deles um povo que andasse na verdade.
Assim
como Paulo nos pede para olharmos para o Seu exemplo, por ter sido recebido por
Deus, apesar de ter sido perseguidor da Igreja, não para que contemplássemos a
sua obediência e piedade, mas para sermos encorajados a crer que há no Senhor
realmente uma infinita longanimidade para salvar ao principal dos pecadores,
como Paulo se classificou por ter perseguido a igreja, antes da sua conversão.
Então
não somente Israel, como todos os gentios, podiam ter como certo e líquido que
Deus cumpriria o que havia prometido quanto a salvar por Sua exclusiva graça e
misericórdia àqueles que se aproximassem dEle pela fé em Cristo.
Que Ele
consolaria os que estivessem em Sião (a posição espiritual de quem está unido a
Cristo), e todos os lugares assolados e o deserto seria feito como o jardim do
Éden (palavra hebraica para paraíso, que é o terceiro céu).
Por
isso Jesus prometeu ao ladrão que foi crucificado ao seu lado, e que confiou
nEle, que estaria ainda com Ele naquele mesmo dia no paraíso.
Esta
bem-aventurança é alcançada a partir deste mundo, quando cremos em Cristo, e
por isso gera alegria, regozijo, ação de graças e louvor, por parte daqueles
que a conquistam (v. 3b).
O povo
do Senhor, particularmente Israel, que se encontrava endurecido, é conclamado a
atender ao convite da salvação, porque a lei da Nova Aliança não revogaria a
Lei do Velho Testamento, mas alteraria a lei do sacerdócio, porque seria
instituído um novo sacerdócio, não mais segundo a ordem de Arão, mas segundo a
de Melquisedeque, cujo sumo sacerdote é Cristo, e os sacerdotes, todos os que
nEle creem. E isto seria luz para os povos (v. 4).
A
justiça do evangelho foi prometida desde Abraão, e estava sendo detalhada por
meio de Isaías, mas somente se manifestaria quando viesse o Messias (o Ungido –
Cristo).
Mas
esta justiça que traz a salvação estava próxima e o domínio do Messias se
estenderia pelo mundo dos gentios, até mesmo em suas ilhas, e eles aguardariam
esta salvação prometida (v. 5).
Esta
salvação durará para sempre, por toda a eternidade para aqueles que a
obtivessem, porque a justiça com a qual seriam justificados não pode ser
revogada, e ainda que passem os céus e a terra, no entanto esta salvação durará
para sempre (v. 6).
Somente
este versículo de Isaías põe por terra toda afirmação de que alguém salvo e
remido pelo sangue de Cristo pode vir a perder a sua salvação. Afirmar isto, é
portanto desmentir a Deus que afirma que ela durará para sempre.
Os que
conhecem a justiça de Cristo, ou seja, os que são justificados e que fazem
parte do verdadeiro Israel de Deus, e que têm a lei de Deus escrita em seus
corações, são encorajados no verso 7, a não temerem o opróbrio dos homens,
porque por causa do seu amor a Cristo e ao evangelho, seriam rejeitados,
desprezados e perseguidos por muitos.
Assim
são chamados no mesmo verso, a não ficarem turbados com as suas injúrias contra eles.
Estes
opositores dos cristãos são na verdade opositores de Cristo e da verdade do
evangelho.
Por
isso Jesus disse que quem rejeita a seus discípulos está rejeitando a Ele
próprio, porque são apenas seus embaixadores a Seu serviço, e a mensagem que
pregam não é da invenção deles, mas a revelação que receberam do céu, conforme
está registrada na Palavra, para que seja pregada e ensinada.
Então
dos que se opõem ao evangelho é dito que a traça os roerá como a um vestido, e
o bicho os comerá como a lã, isto é, eles serão destruídos pelo juízo de Deus
no tempo oportuno.
Mas os
que foram salvos podem estar sossegados porque a salvação que receberam do
Senhor durará para sempre e para todas as gerações, porque a justiça de Cristo,
com a qual somos justificados também durará para sempre (v. 8).
Assim
como Deus havia agido com sinais e prodígios nos dias de Moisés, de Josué, de
Elias, e outros, subjugando os Seus inimigos, de igual modo agiria na
dispensação da graça, fazendo sinais e maravilhas através da igreja e a consequência
disto seria alegria e júbilo (v. 9 a 11).
Não se
deve negar a Cristo ou deixar de se atender ao Seu convite à salvação, por
temor dos homens, porque Ele nos consola, e não é mortal como é o homem, e é o
Criador de todas as coisas (v. 12, 13).
Quando
Judá estivesse no exílio deveria manter a esperança do livramento, porque Deus
prometeu fazê-lo não apenas para trazê-los de volta a Israel, mas para dar aos
que cressem nEle, a salvação eterna que é por meio e por causa de Cristo.
E estes
que são livrados do cativeiro do espírito jamais tornarão para qualquer tipo de
cativeiro, e no fim haverão de prevalecer sobre todos os seus opressores (v. 14
a 23).
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