O rei
Ciro será citado no capitulo 44 de Isaías como o servo do Senhor que ele chamou
para libertar o seu povo. Mas nem de longe Ciro pode ser comparado com o servo
que é nomeado no início deste 42º capítulo, como sendo aquele que trará justiça
às nações (Nosso Senhor Jesus Cristo).
Ciro
operaria um livramento temporal mas Cristo opera um livramento eterno.
Ciro
livraria o cativeiro físico, mas Cristo liberta o espírito dos grilhões do
pecado.
Por
isso o Pai diz que colocou o seu Espírito sobre o seu Filho (ungiu), porque Ele
faria a sua obra na terra libertando os cativos do diabo, no poder do Espírito
Santo.
Se Israel foi entregue aos opressores pelo
Senhor, como se vê nos versos finais deste 42º capítulo é porque recusaram o
governo terno, amoroso e justo de Deus, que seria revelado na terra, na pessoa
de Seu Filho.
O Filho
revelaria o amor do Pai, e os homens ficariam indesculpáveis perante Deus, por
darem honra às suas imagens de escultura.
Primeiro
porque o Rei que domina sobre os povos é chamado de servo e não de tirano.
Ele foi
escolhido pelo Pai para fazer a Sua obra na terra (v. 1).
Seria
com ternura e mansidão que Cristo deveria estabelecer o seu reino (v. 2,
3).
Ele
implantará o seu reino em silêncio, sem barulho ruidoso, porque não bradará
para que se submetam a Ele.
O
Espírito Santo trabalhará silenciosamente nos corações para produzir o
convencimento do pecado, da justiça e do juízo, para conduzir os pecadores ao
Salvador, que é manso e humilde de coração.
Quando
passa a exercer domínio no coração, que voluntariamente se entrega a Ele, não o
faz clamando dizendo: Cristo está lá, ou Cristo está aqui, porque fala
mansamente ao coração que se converte.
Não se
apresentaria em nenhuma parte da terra com pompa e alarido, conforme costumam
fazer os príncipes deste mundo em suas aparições públicas.
Ninguém
sairia adiante dele tocando trombetas para alertar as pessoas sobre a presença
do Rei dos reis a este mundo, porque seria achado na forma de servo, e não de
Rei que era e é, e sempre será.
Ele não
lutaria contra a oposição que levantassem contra Ele porque suportaria a
contradição dos pecadores com paciência, porque o Seu reino não é deste mundo.
É espiritual e no coração.
Seu
alvo não é subjugar a vontade e corpo, mas conquistar o coração.
Então
suas armas não são carnais ou terrenas, mas espirituais, para destruir as
fortalezas do pecado e de Satanás.
Ele
seria paciente até mesmo para com os maus, quando os quebrantasse em seu
orgulho, como canas quebradas ou pavios fumegantes, para serem tornados
humildes.
Com
estes que são fracos, Ele seria terno, para curá-los de suas chagas, para serem
restaurados e emitirem a Sua luz, não mais como pavios fumegantes, mas como
chamas acesas pelo poder do Espírito.
Jesus é
muito paciente, portanto, com todos aqueles que possuem a verdadeira graça,
ainda que em pequena proporção.
Ele consumaria completamente a obra que Lhe
foi designada pelo Pai e não desistiria dela, de forma que jamais falharia em
Sua missão (v. 4) de trazer a Sua justiça à terra, para que com ela muitos
pudessem ser justificados.
Ele é a
salvação que Deus estaria dando, não somente a Israel, mas a todos os gentios,
inclusive aos que habitavam nas ilhas distantes.
E este
encargo não seria colocado como responsabilidade sobre os ombros de algum homem
ou grupo de homens, porque Deus disse que Ele mesmo faria isto, quer dizer, Ele
tomaria sobre os Seus ombros a responsabilidade de espalhar o evangelho em toda
a terra, de modo que todos os que estiverem empenhados numa obra verdadeira do
evangelho é porque teriam sido chamados e capacitados e enviados por Ele, para
usá-los como seus simples instrumentos, operados pelo poder de Cristo e do
Espírito Santo.
Então
importa que tudo seja feito na, e pela Igreja, pelo Filho, para que toda a
glória seja exclusivamente de Deus.
Por
isso é Jesus quem é a própria aliança com o povo de Israel e com os gentios, e
a luz que dá vida é dEle, e a que houver em nós, seus servos, é apenas um
reflexo desta Sua luz (v. 6).
Pedro
afirmou e não mentiu quando disse que não foi por seu próprio poder ou piedade,
que o coxo de nascença havia sido curado perfeitamente no templo, mas que fora
Jesus quem o curara.
Assim,
é Ele também quem dá vista aos cegos, que tira da prisão os presos, e do
cárcere os que estão em trevas (v. 7).
Deste
modo, a nenhum homem, a nenhuma imagem de escultura pode ser atribuída a
operação de qualquer milagre ou maravilha, porque o Senhor tem afirmado que não
dará a sua glória e louvor a outrem (v. 8).
Como é
Ele mesmo que faz as Suas obras, então toda a glória é dEle, e nunca nossa, e
de nenhum falso deus.
Para os
que creem que o espírito do homem é formado espontaneamente nele, juntamente
com o seu corpo, no ato da concepção, Deus nega isto declarando diretamente que
é Ele que dá não somente o fôlego de vida aos homens, como é também quem coloca
o espírito no homem que é formado no ventre (v. 5).
O
Senhor poderia deixar que as coisas acontecessem sem dar qualquer aviso prévio
ao Seu povo, mas diz que o faz para que seja glorificado, não somente quanto à
Sua onisciência, mas para que entendamos que Ele governa não apenas as nossas
vidas, como a própria história da humanidade (v. 9).
Então
se ordena aos que foram alcançados pelo evangelho que cantem ao Senhor um
cântico novo, e o seu louvor desde a extremidade da terra, e até mesmo os que
navegam pelo mar, e os habitantes de todas as ilhas, porque o evangelho estava
destinado a todos eles.
As
vozes anunciando a grande salvação do Senhor deveriam ser alçadas em todas as
partes do mundo, quer no deserto, nas cidades e nas aldeias, até mesmo os que
habitam em penhascos e nos cumes dos montes, porque o evangelho está sendo
também destinado a eles (v. 11).
Glórias
devem ser dadas ao Senhor, e o seu louvor anunciado nas ilhas, porque Ele
derramaria o seu Espírito lhes trazendo salvação e avivamentos (v. 12).
Mas
contra os Seus inimigos, contra os inimigos do evangelho, os inimigos destas
boas novas de salvação, o Senhor se levantaria como um valente contra eles (v.
13).
Depois
de encerrada a dispensação da graça, que podemos chamar de período de silêncio
do juízo de condenação de Deus, porque Cristo não veio condenar neste período,
mas salvar, o Senhor ergueria sua voz no final deste longo período da
dispensação do evangelho, no qual estendeu a sua graça e misericórdia a todos,
pela sua muita longanimidade, que o levou a esperar por um longo tempo para
exercer o Seu juízo de toda a carne (v. 14).
Por
isso Paulo afirma em Rom 9 que Deus suportou os vasos de ira com grande
longanimidade.
Então
trará assolações sobre a terra no final do período da graça, quando Jesus vier
em sua segunda vinda, assolações estas que são descritas no verso 15, mas para
os ignorantes (cegos) da Sua vontade que se converterem a Ele, usará de
misericórdia e os guiará por veredas que não conheciam, tornando as trevas em
luz perante eles, aplanando os caminhos escabrosos. E o Senhor prometeu não
desampará-los (v. 16).
Mas os
idólatras que fazem de suas imagens de escultura os seus deuses, seriam
afastados para trás e cobertos de vergonha (v. 17).
Os
surdos são conclamados a ouvirem estas coisas, e os cegos a olharem, para que
possam enxergar. A referência é a surdos e a cegos espirituais. Mas Israel, seu
servo insistia em não ser curado da sua surdez e cegueira (v. 18 a 21) e não
conseguiriam enxergar mesmo quando fossem roubados e pilhados, e quando
tivessem que se esconder em cavernas, porque seriam entregues por presa (v. 22
a 25).
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