Em todo
o capítulo 49 de Isaías, o próprio Messias fala através do profeta,
dirigindo-se às ilhas e aos povos de longe, ou seja, aos gentios (v. 1).
Ele faz
menção ao seu nascimento de uma mulher, e que se faria menção ao Seu nome desde
que estivesse nas entranhas de sua mãe. Quando foi concebido pelo poder do
Espírito no ventre de Maria foi feito menção ao nome que deveria lhe ser dado,
pelo arcanjo Gabriel a Maria, e também o mesmo Gabriel falou com José.
E
muitos falaram do Salvador que havia sido dado a Israel naquela família pobre
de Nazaré. Lembremos da visita que Maria fez a Isabel quando ainda grávida, e
da glorificação do nome de Jesus naquela ocasião.
Deus o
Pai não somente providenciou para que Deus Filho recebesse um corpo como o
nosso, mas sem pecado, no ventre de Maria, como também fez da Sua boca qual
espada afiada, e o guardou na Sua mão qual uma flecha polida, para que
penetrasse os coração que estavam endurecidos pelo pecado, com a Sua Palavra e poder
(v. 2).
E o Pai
o chamou de servo, de Israel, por meio de quem seria glorificado. O Filho
glorificou o Pai, e ouviu a voz do Pai desde o céu quando estava na terra
dizendo que lhe havia glorificado e que ainda o glorificaria (v. 3).
Mas
pelas muitas oposições e resistências que teria em Seu ministério terreno, como
que suspirando por causa disto, o Senhor declarou que tinha trabalhado em vão,
gastando as Suas forças, mas estava convicto de que o Seu galardão estava
perante o Pai.
Ele
faria então a obra que Lhe foi designada a fazer, não para agradar a homens,
senão ao Pai, e para a Sua exclusiva glória (v. 4).
Jesus
declara qual foi o propósito da Sua encarnação: trazer de volta Jacó para o
Pai, reunir Israel a Ele. Ele faria este trabalho na força do Pai, e o Pai o
glorificaria pelo Seu trabalho (v. 5).
Mas
somente trazer Jacó de volta e reunir Israel era pouco para o Seu serviço, de
modo que o Pai lhe deu também para ser luz para as nações e para ser a Sua
salvação até a extremidade da terra (v. 6). Ou seja, Ele não viria apenas para
a salvação de Israel, mas também em todas as nações dos povos gentios.
O Pai disse do Filho que Ele seria desprezado
pelos homens, e um aborrecimento para as nações e que seria servo dos tiranos
(v. 7).
A profecia
teve total cumprimento porque Jesus realmente foi rejeitado e desprezado, e
despertou muito ódio contra Si, porque condenou as obras das trevas e disse
somente a verdade.
Além
disso, enquanto na carne, se sujeitou aos governantes tiranos como Herodes e o
rei de Roma, lhes pagando tributo, e se sujeitando, especialmente na sua
condenação injusta às autoridades de Israel e a Pôncio Pilatos.
Foi
neste sentido que foi servo dos tiranos, portanto, e não fazendo a vontade dos
tiranos, para o agrado deles.
Mas no
mesmo verso 7 se afirma que reis e príncipes o adorariam, e isto sucedeu desde
o seu nascimento com a visita dos magos, e com a conversão de muitos poderosos
da terra, que ainda se converteriam a Ele depois que concluísse a Sua obra na
terra e subisse ao céu, para ser glorificado e derramar o Espírito Santo.
O Pai
também disse acerca do Filho, que lhe ouviria no tempo aceitável, que é o da
dispensação da graça, porque Jesus está à Sua direita como nosso Advogado e
Sumo Sacerdote, intercedendo por nós, e o Pai tem ouvido as Suas petições em
favor do Seu povo.
Isto
porque o Pai Lhe ajudou e Lhe guardou para cumprir o Seu ministério como homem
na terra, pois Ele próprio fora dado para ser o Mediador da Nova Aliança que
seria feita no Seu sangue.
De
forma que, principalmente, as herdades assoladas da terra pelo Anticristo,
possam ser restauradas por Ele para serem dadas como herança ao povo de Deus
(v. 8).
Ele
libertaria os presos e traria para a luz todos os que estavam nas trevas da
ignorância de Deus e da Sua vontade. E
os apascentaria em pastos verdejantes (v. 9).
Estes
que fossem salvos por Ele nunca mais teriam sede, assim como Jesus havia dito à
mulher Samaritana, porque lhes daria como bebida a água viva do Espírito.
E
nenhuma aflição fria como a tempestade, e nenhuma tribulação ardente como o
sol, lhes afligiria, porque se compadeceria deles, e os conduziria mansamente
aos mananciais das águas do Espírito.
De fato
Jesus governa com mansidão, e diz que os mansos são também bem-aventurados,
porque é dEle que aprenderão tal mansidão, que é fruto do Espírito, ou seja,
algo que é produzido por Ele, e não por nós (v. 10).
Os
montes das adversidades seriam feitos um caminho para os que viessem a Cristo,
de todas as partes da terra, porque a fé cresce na adversidade, de forma que se
anda melhor no caminho de Deus quando a fé é aperfeiçoada pelos montes da
adversidade, porque sendo vencidos pela fé nEle, nos ensinam que o modo de
caminhar neste mundo é por fé e não por vista, e nem pelo nosso próprio poder e
capacidade, porque o Senhor tem prometido trabalhar para todo o que nEle espera
(v. 11, 12).
Isto
seria motivo de louvor nos céus e na terra, porque o Senhor consola o Seu povo
e se compadece dos seus aflitos. (v. 13).
Assim,
não tem prometido nos livrar dos problemas e tribulações, mas nos livrar em
meio a eles.
Mesmo
assim, com tão grandiosas promessas, o povo do Senhor ainda tem muita
incredulidade e murmuração contra Ele, sem entender o propósito das
tribulações, e não consegue portanto, muitas vezes, ver a Sua própria mão
divina nelas e por isso diz:
“Mas
Sião diz: O Senhor me desamparou, o meu Senhor se esqueceu de mim.” (v. 14).
Mas
qual é a resposta do Messias?
Ela se
encontra nos versos 15 a 26 onde além de afirmar que jamais se esquecerá do Seu
povo (v. 15,16), e que ampliaria muito a Igreja, mesmo com toda a forte
oposição que ela sofreria, e que os opressores da Igreja seriam julgados no
tempo próprio, e que todos os que estão marcados para a salvação e que
estivessem presos pelo valente (o diabo) seriam libertados, porque o Senhor
mesmo contenderia com o valente e o subjugaria (v. 24,25).
Quando
estas coisas estivessem ocorrendo todos saberiam quem era este que as estava
falando através de Isaías, a saber: O Senhor, o Salvador do Seu povo. O
Redentor e o Poderoso de Jacó (v. 26).
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