Há no
sétimo capítulo de Isaías uma conexão da promessa de livramento de Judá da
destruição, e do intento de uma coligação da Síria com o reino do Norte, para
assumir o governo de Judá, com a revelação da futura vinda de Emanuel (Deus
conosco, no hebraico – uma referência à pessoa de Cristo), porque é a Ele que
pertence o governo eterno de Judá, e até que Ele se manifestasse, nenhum poder
terreno poderia impedir que os judeus continuassem em sua própria terra, para
que se cumprisse o propósito de Deus, de dar o Messias ao mundo através de
Israel, nascendo em Belém de Judá.
De
igual modo, importa que nosso Senhor retorne em sua segunda vinda para Israel
na terra que ocupam presentemente, e que lhe foi dada por herança, por Deus,
conforme promessa que fizera a Abraão.
Mesmo o
período em que o povo fosse deportado para Babilônia, isto seria sob a
permissão do Senhor, mas não para a sua destruição, mas para serem purificados
da idolatria.
Então a
promessa de livramento que foi feita ao rei Acaz em Is 7 , não foi por causa da
piedade deste rei, que era um rei ímpio, e nem por causa da fidelidade de Judá,
que não andava em retidão diante do Senhor, mas por causa do desígnio predeterminado
de Deus, de trazer a sua salvação ao mundo, pelo advento do Messias, através
dos judeus.
A iniquidade
do Reino do Norte (Israel) havia crescido muito e a sua medida estava madura e
completada para enfrentar o juízo, especialmente em razão do culto aos bezerros
de ouro de Dã e Betel, que eles vinham mantendo desde a criação do Reino do
Norte, com o seu primeiro rei, Jeroboão, que havia sido servo de Salomão.
Eles
não sabiam que Deus já estava preparando a Assíria para desolar o Reino do
Norte, e a força da Síria também seria quebrada pelo poder dos assírios.
O
propósito de Israel (chamado na profecia de Efraim, porque era a tribo
principal do Reino do Norte, onde se situava a capital daquele reino, Samaria)
em coligação com a Síria é declarado no verso 6:
“Subamos
contra Judá, e amedrontemo-lo, e demos sobre ele, tomando-o para nós, e façamos
reinar no meio dele o filho de Tabeel.”
Eles
queriam dissolver portanto, o reino de Judá, mas isto não poderia acontecer
pelas razões que comentamos anteriormente.
Então a
resposta de Deus através de Isaías ao rei de Judá, Acaz, que estava muito
atemorizado pela iminente ameaça foi:
“Assim
diz o Senhor Deus: Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá.” (v. 7).
Não
somente foi profetizado o livramento de Judá por sua intervenção divina, como
também foi revelado que Israel deixaria de ser reino dentro de 65 anos, a
contar da data do anúncio desta profecia de Isaías a Acaz, como de fato
ocorreu.
Deus
tinha Judá em Sua mão, e faria distinção entre o Reino do Sul (Judá), e o do
Norte (Israel) não por causa da piedade de Judá, mas porque o Messias
procederia de Judá, e Judá deveria portanto, permanecer.
Além
disso, a esperança de segurança de Israel não consistiria em alianças políticas
ou em poderio militar, senão no menino que lhes seria dado (Jesus), e por isso
foi ordenado a Isaias, pelo Senhor, antes que se apresentasse ao rei Acaz, que
levasse juntamente consigo o seu filho ainda menino, de nome Sear-Jasube (v.
3), de maneira a servir de sinal e confirmação da profecia que seria dada a
Acaz do nascimento virginal de Cristo.
“Portanto
o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um
filho, e será o seu nome Emanuel.” (v. 14)
A
mensagem inicial do profeta a Acaz, no verso 4,
não foi para consolar o rei, mas para glorificar o nome do Senhor,
perante ele, de maneira que lhe foi ordenado que se acautelasse e se aquietasse
e não temesse os reis de Israel e da Síria, a quem o Senhor chamou de dois
pedaços de tições fumegantes, por causa do ardor da ira deles contra Judá.
Eles
seriam consumidos pelo próprio fogo da sua ira, desfazendo-se em cinzas e
fumaça.
Então não havia o que temer.
Mas
como Acaz não era um rei piedoso, e sabendo o Senhor que havia incredulidade no
seu coração quanto ao que lhe fora proferido através do profeta, mandou então o
rei lhe pedir um sinal para que confirmasse que era verdadeira a Sua palavra na
boca de Isaías, porque foi ameaçado de perder o reino caso não desse crédito à
Palavra proferida pelo profeta.
Então o
rei temeu este desafio, especialmente por causa da ameaça de perder a coroa, e
disse que não pediria nenhum sinal para não colocar à prova o Senhor.
Ainda que isto não consistisse numa declaração
de fé e de temor procedente de um coração genuinamente piedoso, foi, no
entanto, uma declaração de alguém que se encurvou diante de Deus, e por isso
Deus mesmo disse que lhe daria um sinal.
Mas o
sinal que foi dado não foi imediato e não seria visto por Acaz, porque apontava
para dias ainda muito distantes, contudo era uma maravilha que uma virgem
viesse a conceber uma criança para possibilitar que o próprio Deus se fizesse
homem, para habitar entre os homens, porque este é o significado da palavra
hebraica Emanuel.
Este
era o sinal de que Judá seria preservado da destruição e não havia um outro
melhor e maior, porque a garantia da existência e permanência de Judá era
devida à promessa de que o Messias deveria proceder de Judá, e reinar para
sempre em Jerusalém.
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