quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O Modo da Salvação - Isaías 44


Em Isaías 44.28 o rei dos medos, Ciro, foi chamado de pastor  do Senhor, e no início do 45º capítulo ele é nomeado de ungido, porque no original hebraico a palavra usada é Messias.
Ele sequer havia nascido quando Isaías profetizou cerca de 737 a.C., convocando-o por nome, para a tarefa que Ciro realizaria em 537 a.C., portanto, cerca de 200 anos depois desta profecia.
Ele é chamado de Messias porque teria a missão de libertar o povo de Israel do cativeiro em Babilônia, e faria isto em relação aos judeus como um pastor faz em relação ao seu rebanho, porque teria que lhes construir casas no seu retorno a Jerusalém, e restaurar a religião deles, pela reconstrução do templo e ativação dos serviços que deveriam ser realizados nele.
Assim, ele serviu de tipo de Cristo, para o trabalho que lhe foi designado pelo Pai para ser o Pastor e o Ungido do verdadeiro Israel, que é composto por todos os seus santos.
Ciro é também designado como um tipo do Messias porque ele livraria e reconduziria Israel a seu lugar, depois de ter subjugado os reis da terra, especialmente Belsazar, neto de Nabucodonozor, que se encontrava no trono de Babilônia, no seu terceiro ano de reinado, quando Ciro lhe subjugou.
De igual modo Cristo dará o reino ao Pai depois de ter subjugado os reis e poderosos da terra em Sua segunda vinda.  
A missão de Ciro declarada no primeiro verso era a de abater as nações dominadoras e abrir as portas aos cativos da Assíria e de Babilônia, decretando o retorno deles para as suas respectivas nações.
E é dito que o Senhor o tomaria pela mão direita para fazer este trabalho e para abrir portas que não mais se fechariam.
Isto serviria de tipo para o trabalho de Cristo de tirar os cativos da prisão, para onde não mais retornariam, porque faria uma obra de salvação e de livramento perfeitos, de forma que não poderiam mais retornar ao cativeiro do pecado. 
 É importante destacar que Ciro serviu também de tipo para o Messias, e por isso é chamado aqui de messias, porque os judeus seriam libertados por ele, mas permaneceriam debaixo da sua autoridade, assim como todas as demais nações subjugadas.
De igual modo os cristãos são livrados por Cristo para estarem debaixo da Sua autoridade, onde encontram segurança e paz contra todos os seus inimigos, para poderem adorar livremente o seu Deus.
No verso 2 o Senhor diz que iria adiante de Ciro para tornar planos os lugares escabrosos e quebrar as portas de bronze, e despedaçar os ferrolhos de ferro.
De igual modo tudo que Jesus fez em Seu ministério terreno foi debaixo da unção e poder do Espírito Santo, e sempre disse que era o Pai que fazia as obras por meio dEle, e que tudo que fazia, era somente aquilo que era da vontade do Pai.
O modo de trabalhar para Deus tem em Cristo o seu exemplo máximo e perfeito, para seguirmos os Seus passos, quando chamados para sermos seus servos e ministros.
Ele deve fazer o Seu trabalho através de nós, e não devemos ser nós que faremos o nosso trabalho para Ele, porque é um trabalho que somente Ele pode fazer, que é de tornar planos lugares escabrosos (corações), e quebrar portas de bronze e despedaçar ferrolhos de ferro (as fortes cadeias do pecado e do diabo).
No verso 3 é dito que Deus daria a Ciro os tesouros das trevas e as riquezas encobertas, para que soubesse que Ele é o Senhor, o Deus de Israel que o chamava pelo nome de Ciro.
Deus falou o nome de alguém antes de ter nascido, assim como fizera em relação ao rei Josias e a tantos outros que são mencionados na Bíblia, revelando com isso o seu grande poder.
No caso de Ciro lhe daria as riquezas das nações dominadoras que foram obtidas por meios tenebrosos, pela pilhagem, roubo e despojo.
Deus o conduziria a retomar a posse destas riquezas para que Ciro se tornasse poderoso sobre a terra para realizar o trabalho que Deus lhe designara para ser feito, por amor de Israel, porque o Seu maior objetivo era libertar o Seu povo.    
Nosso Senhor Jesus Cristo virá com grande glória e poder para subjugar as nações por amor dos santos, e para lhes dar a posse da terra como herança eterna.
O Messias é Deus e conhecido por Deus. Na verdade somente Deus pode conhecer perfeitamente a Deus, porque é infinito. Por isso Jesus diz que ninguém conhece o Pai senão o Filho. 
No entanto, de Ciro, Deus declara nos versos 4 e 5, que ainda que o chamasse por nome, ele não O conhecia, porque de fato, apesar de tudo o que faria para Deus, Ciro era um rei ímpio, por cujo relato da história podemos inferir que não se converteu ao Senhor.
Por isso a profecia afirma que o que seria feito por meio de Ciro não seria por amor a ele, mas de Jacó e de Israel, servo e escolhido de Deus.
A obra do Messias através da Igreja dá testemunho que não há outro Deus verdadeiro além do Deus da Bíblia, que realizou todas estas coisas, e que as anunciou, muito antes que elas acontecessem.  
Ao dizer que forma a luz e cria as trevas, e faz a paz e cria o mal, no verso 7, Deus não está afirmando que é o autor do pecado. As trevas e o mal aqui referidos são relativos aos seus juízos sobre a terra, assim como o de estar usando Ciro para subjugar as nações.  
Ao profeta estavam sendo reveladas as profundidades da riqueza do conhecimento e da sabedoria de Deus quanto ao modo como planejou a criação de todas as coisas, e o modo como agiria em relação à coroa da sua criação, a saber, o homem.
Haveria salvação e justiça na terra para os homens, as quais proviriam das alturas celestiais (v. 8), que cairiam sobre a terra como a chuva, com o derramar da graça e do Espírito Santo.
Mas nem todos seriam alcançados e beneficiados pela luz e paz divinas citadas no verso 7; porque muitos resistem vir para a luz de Jesus.
O Senhor é o Criador de tudo que tem existência, e se porventura muitos têm escolhido antes o mal do que o bem, tanto entre os homens quanto os anjos, não é porque Deus os inspirou a isto, mas sabia em Sua onisciência que isto ocorreria ao ter criado os seres morais, lhes dando a liberdade de escolherem o bem ou o mal, a bênção ou a maldição.
Os que escolhem o mal são amaldiçoados. Mas os que escolhem o bem são  abençoados. E não há verdadeiro e duradouro bem fora de Deus, e da nossa união com Ele. 
 Então ninguém tem o direito de contender com o Criador, ou seja, de reclamar pela condição em que for encontrado, quando estiver debaixo do seu juízo contra o pecado, porque como Criador tem o direito de fazer o que quiser com o que Lhe pertence.
Nos versos 13 até o 25 é proferida a obra de justificação feita por Deus por meio do Messias. 
Esta justificação seria pela graça, e não por nenhuma obra ou dom dos próprios homens que eles oferecessem a Deus (v. 13). 
Seria reconhecido inclusive pelos grandes da terra que o Deus invisível é somente com Jesus e com a Sua Igreja, e que é um Deus Salvador (v. 14, 15).
Os idólatras ficariam confundidos e cairiam juntos em ignomínia com os fabricantes de ídolos, mas o verdadeiro Israel de Deus, seus eleitos, seriam salvos pelo Senhor com uma salvação ETERNA, de maneira que jamais seriam confundidos e envergonhados, por toda a eternidade. 
Eles saberiam que somente o Senhor é Deus e não haveria nenhuma confusão, nenhuma dúvida neles quanto à existência e pessoa do único Deus verdadeiro.
E sendo justificados por Ele, não teriam mais vergonha por causa do pecado, porque seriam perdoados e o pecado seria destruído em Suas vidas por este Deus poderoso e gracioso (v. 16, 17).
Deus salvará o Seu povo porque não criou a terra para o caos, mas para ser habitada em justiça. De modo que os santos terão a posse eterna da terra (v. 18).
Deus não pode ser achado no caos, e por isso não será encontrado em lugares tenebrosos, envolvido pelas trevas, pois é luz que as dissipa; mas fala em justiça e proclama o que é reto, porque é perfeitamente justo e santo (v. 19).
Ele será achado portanto pelos que indagam pela causa da justiça divina, e pela verdade da Sua Palavra, e nunca nas trevas da ignorância da falsa sabedoria terrena, nas coisas que são afirmadas acerca da divindade. 
Os que escaparam da opressão das nações são convocados a se congregarem e a se achegarem juntos a Deus, e que indagassem mutuamente se desde a antiguidade alguém havia anunciado estas coisas antes que elas acontecessem, assim como Ele o fizera (v. 20). 
A única conclusão lógica a que podemos chegar depois de examinar as Escrituras comparando com a história da Igreja, é a de que realmente não há outro Senhor e nenhum Deus justo e Salvador além do Pai, do Filho e do Espírito Santo (v. 21).     
E o modo de se obter esta salvação eterna prometida por Deus desde a antiguidade, é citado no verso 22:
“22 Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os confins da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.”.
É simplesmente olhando para Jesus com os olhos da fé que somos salvos, porque, como o Senhor declarou antes nesta profecia de Isaías, a salvação seria inteiramente pela graça.
Deus jurou que salvaria conforme a palavra da justiça que saiu da sua boca, e com a qual somos justificados, conforme vimos, somente pela graça, mediante a fé, e por isso afirmou que diante dEle todo joelho se dobraria e toda língua confessaria que somente nEle há justiça e força (v. 21 a 24).
Todos os que se opusessem a Ele seriam envergonhados (v. 24 b).
Mas daqueles que O amam é dito no verso 25:
“Mas no Senhor será justificada e se gloriará toda a descendência de Israel.”
 Mais uma vez é afirmado que a salvação será por meio da justificação. E que todo o verdadeiro Israel de Deus, a saber, seus eleitos, todos seriam justificados e se gloriariam no Senhor, sem faltar um único deles.


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