Em
Isaías 44.28 o rei dos medos, Ciro, foi chamado de pastor do Senhor, e no início do 45º capítulo ele é
nomeado de ungido, porque no original hebraico a palavra usada é Messias.
Ele
sequer havia nascido quando Isaías profetizou cerca de 737 a.C., convocando-o
por nome, para a tarefa que Ciro realizaria em 537 a.C., portanto, cerca de 200
anos depois desta profecia.
Ele é
chamado de Messias porque teria a missão de libertar o povo de Israel do
cativeiro em Babilônia, e faria isto em relação aos judeus como um pastor faz
em relação ao seu rebanho, porque teria que lhes construir casas no seu retorno
a Jerusalém, e restaurar a religião deles, pela reconstrução do templo e
ativação dos serviços que deveriam ser realizados nele.
Assim,
ele serviu de tipo de Cristo, para o trabalho que lhe foi designado pelo Pai
para ser o Pastor e o Ungido do verdadeiro Israel, que é composto por todos os
seus santos.
Ciro é
também designado como um tipo do Messias porque ele livraria e reconduziria
Israel a seu lugar, depois de ter subjugado os reis da terra, especialmente
Belsazar, neto de Nabucodonozor, que se encontrava no trono de Babilônia, no
seu terceiro ano de reinado, quando Ciro lhe subjugou.
De
igual modo Cristo dará o reino ao Pai depois de ter subjugado os reis e
poderosos da terra em Sua segunda vinda.
A
missão de Ciro declarada no primeiro verso era a de abater as nações
dominadoras e abrir as portas aos cativos da Assíria e de Babilônia, decretando
o retorno deles para as suas respectivas nações.
E é
dito que o Senhor o tomaria pela mão direita para fazer este trabalho e para
abrir portas que não mais se fechariam.
Isto
serviria de tipo para o trabalho de Cristo de tirar os cativos da prisão, para
onde não mais retornariam, porque faria uma obra de salvação e de livramento
perfeitos, de forma que não poderiam mais retornar ao cativeiro do pecado.
É importante destacar que Ciro serviu também
de tipo para o Messias, e por isso é chamado aqui de messias, porque os judeus
seriam libertados por ele, mas permaneceriam debaixo da sua autoridade, assim
como todas as demais nações subjugadas.
De
igual modo os cristãos são livrados por Cristo para estarem debaixo da Sua
autoridade, onde encontram segurança e paz contra todos os seus inimigos, para
poderem adorar livremente o seu Deus.
No
verso 2 o Senhor diz que iria adiante de Ciro para tornar planos os lugares
escabrosos e quebrar as portas de bronze, e despedaçar os ferrolhos de ferro.
De
igual modo tudo que Jesus fez em Seu ministério terreno foi debaixo da unção e
poder do Espírito Santo, e sempre disse que era o Pai que fazia as obras por
meio dEle, e que tudo que fazia, era somente aquilo que era da vontade do Pai.
O modo
de trabalhar para Deus tem em Cristo o seu exemplo máximo e perfeito, para
seguirmos os Seus passos, quando chamados para sermos seus servos e ministros.
Ele
deve fazer o Seu trabalho através de nós, e não devemos ser nós que faremos o
nosso trabalho para Ele, porque é um trabalho que somente Ele pode fazer, que é
de tornar planos lugares escabrosos (corações), e quebrar portas de bronze e
despedaçar ferrolhos de ferro (as fortes cadeias do pecado e do diabo).
No
verso 3 é dito que Deus daria a Ciro os tesouros das trevas e as riquezas
encobertas, para que soubesse que Ele é o Senhor, o Deus de Israel que o
chamava pelo nome de Ciro.
Deus
falou o nome de alguém antes de ter nascido, assim como fizera em relação ao
rei Josias e a tantos outros que são mencionados na Bíblia, revelando com isso
o seu grande poder.
No caso
de Ciro lhe daria as riquezas das nações dominadoras que foram obtidas por
meios tenebrosos, pela pilhagem, roubo e despojo.
Deus o
conduziria a retomar a posse destas riquezas para que Ciro se tornasse poderoso
sobre a terra para realizar o trabalho que Deus lhe designara para ser feito,
por amor de Israel, porque o Seu maior objetivo era libertar o Seu povo.
Nosso
Senhor Jesus Cristo virá com grande glória e poder para subjugar as nações por
amor dos santos, e para lhes dar a posse da terra como herança eterna.
O
Messias é Deus e conhecido por Deus. Na verdade somente Deus pode conhecer
perfeitamente a Deus, porque é infinito. Por isso Jesus diz que ninguém conhece
o Pai senão o Filho.
No
entanto, de Ciro, Deus declara nos versos 4 e 5, que ainda que o chamasse por
nome, ele não O conhecia, porque de fato, apesar de tudo o que faria para Deus,
Ciro era um rei ímpio, por cujo relato da história podemos inferir que não se
converteu ao Senhor.
Por
isso a profecia afirma que o que seria feito por meio de Ciro não seria por
amor a ele, mas de Jacó e de Israel, servo e escolhido de Deus.
A obra
do Messias através da Igreja dá testemunho que não há outro Deus verdadeiro
além do Deus da Bíblia, que realizou todas estas coisas, e que as anunciou,
muito antes que elas acontecessem.
Ao
dizer que forma a luz e cria as trevas, e faz a paz e cria o mal, no verso 7,
Deus não está afirmando que é o autor do pecado. As trevas e o mal aqui
referidos são relativos aos seus juízos sobre a terra, assim como o de estar
usando Ciro para subjugar as nações.
Ao
profeta estavam sendo reveladas as profundidades da riqueza do conhecimento e
da sabedoria de Deus quanto ao modo como planejou a criação de todas as coisas,
e o modo como agiria em relação à coroa da sua criação, a saber, o homem.
Haveria
salvação e justiça na terra para os homens, as quais proviriam das alturas
celestiais (v. 8), que cairiam sobre a terra como a chuva, com o derramar da
graça e do Espírito Santo.
Mas nem
todos seriam alcançados e beneficiados pela luz e paz divinas citadas no verso
7; porque muitos resistem vir para a luz de Jesus.
O
Senhor é o Criador de tudo que tem existência, e se porventura muitos têm
escolhido antes o mal do que o bem, tanto entre os homens quanto os anjos, não
é porque Deus os inspirou a isto, mas sabia em Sua onisciência que isto
ocorreria ao ter criado os seres morais, lhes dando a liberdade de escolherem o
bem ou o mal, a bênção ou a maldição.
Os que
escolhem o mal são amaldiçoados. Mas os que escolhem o bem são abençoados. E não há verdadeiro e duradouro
bem fora de Deus, e da nossa união com Ele.
Então ninguém tem o direito de contender com o
Criador, ou seja, de reclamar pela condição em que for encontrado, quando
estiver debaixo do seu juízo contra o pecado, porque como Criador tem o direito
de fazer o que quiser com o que Lhe pertence.
Nos
versos 13 até o 25 é proferida a obra de justificação feita por Deus por meio
do Messias.
Esta
justificação seria pela graça, e não por nenhuma obra ou dom dos próprios
homens que eles oferecessem a Deus (v. 13).
Seria
reconhecido inclusive pelos grandes da terra que o Deus invisível é somente com
Jesus e com a Sua Igreja, e que é um Deus Salvador (v. 14, 15).
Os
idólatras ficariam confundidos e cairiam juntos em ignomínia com os fabricantes
de ídolos, mas o verdadeiro Israel de Deus, seus eleitos, seriam salvos pelo
Senhor com uma salvação ETERNA, de maneira que jamais seriam confundidos e
envergonhados, por toda a eternidade.
Eles
saberiam que somente o Senhor é Deus e não haveria nenhuma confusão, nenhuma
dúvida neles quanto à existência e pessoa do único Deus verdadeiro.
E sendo
justificados por Ele, não teriam mais vergonha por causa do pecado, porque
seriam perdoados e o pecado seria destruído em Suas vidas por este Deus
poderoso e gracioso (v. 16, 17).
Deus
salvará o Seu povo porque não criou a terra para o caos, mas para ser habitada
em justiça. De modo que os santos terão a posse eterna da terra (v. 18).
Deus
não pode ser achado no caos, e por isso não será encontrado em lugares
tenebrosos, envolvido pelas trevas, pois é luz que as dissipa; mas fala em
justiça e proclama o que é reto, porque é perfeitamente justo e santo (v. 19).
Ele
será achado portanto pelos que indagam pela causa da justiça divina, e pela
verdade da Sua Palavra, e nunca nas trevas da ignorância da falsa sabedoria
terrena, nas coisas que são afirmadas acerca da divindade.
Os que
escaparam da opressão das nações são convocados a se congregarem e a se
achegarem juntos a Deus, e que indagassem mutuamente se desde a antiguidade
alguém havia anunciado estas coisas antes que elas acontecessem, assim como Ele
o fizera (v. 20).
A única
conclusão lógica a que podemos chegar depois de examinar as Escrituras
comparando com a história da Igreja, é a de que realmente não há outro Senhor e
nenhum Deus justo e Salvador além do Pai, do Filho e do Espírito Santo (v.
21).
E o
modo de se obter esta salvação eterna prometida por Deus desde a antiguidade, é
citado no verso 22:
“22
Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os confins da terra; porque eu sou
Deus, e não há outro.”.
É
simplesmente olhando para Jesus com os olhos da fé que somos salvos, porque,
como o Senhor declarou antes nesta profecia de Isaías, a salvação seria
inteiramente pela graça.
Deus
jurou que salvaria conforme a palavra da justiça que saiu da sua boca, e com a
qual somos justificados, conforme vimos, somente pela graça, mediante a fé, e
por isso afirmou que diante dEle todo joelho se dobraria e toda língua
confessaria que somente nEle há justiça e força (v. 21 a 24).
Todos
os que se opusessem a Ele seriam envergonhados (v. 24 b).
Mas
daqueles que O amam é dito no verso 25:
“Mas no
Senhor será justificada e se gloriará toda a descendência de Israel.”
Mais uma vez é afirmado que a salvação será
por meio da justificação. E que todo o verdadeiro Israel de Deus, a saber, seus
eleitos, todos seriam justificados e se gloriariam no Senhor, sem faltar um
único deles.
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