Em Êxodo 30 vemos que o altar do incenso ficava no
Lugar Santo juntamente com o candelabro, e a mesa dos pães.
O incenso era queimado no Lugar Santo todas as
manhãs e todas as tardes de todos os dias, sem que os sacerdotes pudessem ver a
arca do testemunho no interior do Santo dos Santos, porque havia a separação do
véu.
Mas sendo queimado diante do véu na direção em que
se encontrava a arca tipificava o que acontece com as orações dos santos,
especialmente suas intercessões, que são feitas em espírito em direção ao
Senhor que não vemos, mas sabemos que nos ouve e atende.
E tal é a importância de que o tempo reservado à
oração não seja misturado com nenhuma outra atividade, para que nada se
interponha entre aquele que ora e o Senhor, que em figura, Deus ordenou o que
lemos em Êxodo 30.9, a respeito do altar do incenso:
“Não oferecereis sobre ele incenso estranho, nem
holocausto, nem ofertas de manjares; nem tampouco derramareis libações sobre
ele.”.
Oração é oração. Pregação é pregação. Ensino é
ensino. Não se deve portanto pregar na oração e orar na pregação.
É muito comum ouvirmos verdadeiros sermões de
pessoas que pensam estar orando. A oração é dirigida ao alto, à presença do
Senhor, assim como está representado na fumaça do incenso que sobe.
Mas o altar do incenso também tipificava a
intercessão contínua de Cristo como nosso sumo sacerdote, pois Ele está na
presença do Pai sempre intercedendo por nós.
Por isso foi ordenado a Moisés que o altar de
incenso fosse colocado defronte do véu (Êx 30.6). E a bordadura de ouro que
este altar tinha ao redor da parte superior (v. 3) simbolizava a coroa de
Cristo, que intercede por nós como rei.
Todos os serviços do tabernáculo tinham em vista
principalmente a expiação do pecado.
E para deixar marcado que esta expiação é a mesma
tanto para ricos quanto para pobres, uma mesma taxa que proveria as despesas
dos serviços públicos do tabernáculo seria cobrada deles (v 11-16).
Não seria a oferta propriamente que faria expiação
pelas almas dos israelitas, mas esta seria feita no tabernáculo com o pagamento
que eles fariam, e que apontava simbolicamente para isto.
O tabernáculo era terrestre e teria que ser mantido
com recursos materiais.
Mas o tabernáculo maior e melhor que é Cristo é
celestial, não necessita de nenhum recurso terreno para fazer expiação pelas
nossas almas, da qual aquela era apenas figura.
Contudo, dali se aprende a lição que a salvação de
Jesus é a mesma tanto para ricos quanto para pobres.
O rico não é salvo de modo diferente do que é salvo
o pobre.
Ele não participará de uma mesa diferente no céu,
porque tanto pobres quanto ricos participarão da mesma mesa do Senhor.
E é algo maravilhoso verificar que isto se cumpre
já a partir da terra, porque na igreja de Cristo não há acepção de pessoas.
Em Êx 30.17-21 são dadas instruções relativas à pia
de bronze, que deveria ficar entre a tenda da congregação, que era o
tabernáculo propriamente dito, e o altar do holocausto.
Os sacerdotes tinham que lavar as mãos e os pés
antes de entrarem no Lugar Santo para queimarem incenso, acenderem e apagarem
as lâmpadas do candelabro, e para trocarem os pães.
Isto tipificava a necessidade de nos santificarmos
continuamente, e nos renovarmos nesta santificação diariamente, pois os
serviços eram diários, para que possamos ministrar na presença do Senhor.
Na lavagem diária com água da pia de bronze nós
temos mais uma vez tipificado o ensino de que não devemos buscar a santidade em
nós mesmos, mas na graça e Palavra purificadora de Jesus, simbolizada pela água
que nos lava.
E isto se faz por meio da fé nEle, no Seu perdão, e
por meio do arrependimento e confissão de nossos pecados.
E é muito interessante o fato de que logo após o
registro das ordenanças relativas à purificação cerimonial pia de bronze,
estejam registradas as instruções relacionadas à composição e uso do óleo da
unção para ungir o tabernáculo e todos os seus utensílios, bem como a Arão e
seus filhos, que foram os primeiros sacerdotes.
De modo nenhum este óleo poderia ser usado sobre
outras pessoas a não ser os sacerdotes.
E o que aprendemos disto?
Aprendemos que sempre que confessamos os nossos
pecados com sinceridade de coração, e com verdadeiro arrependimento, isto é,
com uma mudança real em nossa atitude em relação ao pecado, nos voltando para
Deus, podemos esperar com certeza que seremos ungidos pelo Espírito Santo, que
gerará em nós santidade e poder.
É a unção do Espírito quem de fato nos santifica, nos
dando um coração puro e reto, e que ama a Deus e a Sua santa vontade.
E do fato de que o tabernáculo e os seus utensílios
deveriam ser consagrados com o óleo da unção, aprendemos que não apenas nossas
vidas, mas tudo o que nos pertence, e especialmente as coisas que temos
consagrado para o serviço de Deus, devem ser usadas de modo exclusivamente
santo, e não devemos misturar coisas profanas às coisas que são sagradas.
Pois disto também depende a manutenção da presença
do Espírito Santo entre nós.
Ele não estará atuando entre nós quando estamos
deliberadamente junto e associados àquelas coisas que sabemos que são
condenadas pelo Senhor, especialmente quando estamos ligados a elas pelos
nossos afetos.
Cristo não estará à vontade numa casa que esteja
suja pelo pecado.
Ele primeiro a lavará para que possa se sentir em
casa, pois é inteiramente santo.
Baseado em Êxodo 30
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