Assim que viram a poderosa mão de Deus
subjugar o exército de faraó no meio do mar, os israelitas compuseram um
cântico de louvor, e todos exaltaram os feitos do Senhor com aquele cântico,
expressando a sua alegria e gratidão, como se vê no décimo quinto capítulo de
Êxodo.
Isto foi expressado pela emoção gerada em
suas mentes e espíritos.
Deus mesmo dotou nossa mente e espírito da
faculdade da emoção para que possamos expressar toda a nossa alegria e gratidão
que são devidas a Ele.
Incitar puro emocionalismo não é uma coisa
aprovada, mas dar expressão à emoção que é movida pelos atos poderosos do
próprio Deus é na verdade um dever, pois nos é ordenado que em tudo demos
graças, e que nos alegremos sempre no Senhor, porque Ele está nos assistindo e
guardando vinte e quatro horas por dia, em todos os dias de nossas vidas.
Se isto não fosse verdade, o mal nos
destruiria ao bel prazer do diabo, assim como os israelitas teriam sido
destruídos pelos egípcios se o Senhor não os livrasse.
Bem-aventurados são aqueles que têm os
olhos espirituais abertos para enxergarem esta verdade, de modo que louvam ao
Senhor com gratidão e alegria em seus corações, em todo o tempo, pois sabem que
tudo está cooperando para o bem deles, ainda que estejam feridos numa prisão,
tal como Paulo e Silas estiveram em Filipos, e no entanto, oravam e louvavam ao
Senhor.
O povo de Israel estava sendo abençoado
pela pura graça do Senhor, que havia elegido aquela nação através da promessa
que havia feito aos seus patriarcas, porque mesmo em face de tão grandes
livramentos, eles sempre murmuravam contra Moisés, o que na verdade era uma
murmuração contra o próprio Deus, toda vez que se lhes deparava qualquer
dificuldade.
Agora, enquanto caminhavam no deserto e não
tendo achado água potável, senão águas amargas numa localidade que passaram a
chamar por isso de Mara, que no hebraico, significa amargo, eles murmuraram
contra Moisés.
Todavia, novamente o Senhor fez um milagre
provando que estava com eles e cuidando deles, pois ordenou que se lançasse uma
árvore naquelas águas e elas se tornaram potáveis.
O Senhor agiu com graça e misericórdia,
fazendo-lhes aquele favor imerecido, porque o que mereciam de fato era correção
pela sua murmuração e incredulidade.
No entanto, não deixou o fato passar em
branco, e aproveitou para revelar que com aquilo estava provando a fé deles, e
lhes deu um estatuto e uma ordenança, pois os havia tirado do Egito para
servi-lO, e há somente um modo correto de se servir a Deus, a saber, o modo que
é determinado por Ele, que se baseia em puro amor e justiça.
Assim, o Senhor lhes ordenou o seguinte:
“Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu
Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os ouvidos aos
seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, sobre ti não enviarei
nenhuma das enfermidades que enviei sobre os egípcios; porque eu sou o Senhor
que te sara.”.
Este mesmo preceito continua valendo para a
igreja de Cristo, apesar de estar na dispensação da graça, porque se a salvação
é unicamente pela graça, mediante a fé, uma vida abençoada depende também da
obediência do cristão.
Não é possível ter um viver realmente
abençoado andando contrariamente à vontade de Deus e transgredindo
deliberadamente os Seus mandamentos.
Por isso Jesus diz que bem-aventurados são
aqueles que não apenas conhecem a Palavra de Deus, mas os que a cumprem.
Todo aquele que for encontrado se esforçando
para honrar o Senhor, por temê-lo e para
agradá-lo, mediante o cumprimento da Sua Palavra, há de ter o rosto amado de
Deus voltado para si, mas Ele desviará sempre a Sua face daqueles que praticam
males.
Foi exatamente isto que Ele revelou aos
israelitas em Mara.
Ele não queria que eles confundissem a Sua
longanimidade, misericórdia e graça, com a Sua bênção, porque não lhes havia
corrigido e nem castigado pela sua murmuração.
Contudo, ao mesmo tempo, deixou registrado
que o fato de ter operado o milagre de purificação das águas, não significava
que era indiferente àquela murmuração.
Deus
é bom e galardoador daqueles que nEle confiam.
Por isso não provaria em todo o tempo a fé
dos israelitas, do mesmo modo que não procede em relação a nenhum daqueles a
quem ama.
Ele nos prova sob medida, de modo que o
nosso espírito não definhe.
É por isso que se registra no final do 15º capítulo de Êxodo que Ele os havia conduzido a
um lugar chamado Elim, um oásis, onde havia nada menos do que doze fontes de
água:
“Então vieram a Elim, onde havia doze
fontes de água e setenta palmeiras; e ali, junto das águas, acamparam.”.
Assim possa estar a nossa mente bem
esclarecida e o nosso entendimento espiritual bem avivado para que possamos
conhecer que de fato muito mais são as fontes de água potável que o Senhor tem
preparado para nós, do que as águas amargas que encontramos na nossa caminhada
neste mundo.
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