Deus abençoou o Seu povo e proveu meios de livramento para ele, mas não
os livrou da luta, e nisto há um ensinamento para os cristãos na Igreja de
Cristo, a saber, que eles receberão da parte de Deus os meios necessários para
vencerem seus inimigos espirituais, mas o Senhor não os livrará da luta
propriamente dita que eles terão que travar com os poderes das trevas todos os
dias, enquanto estiverem neste mundo.
Assim, quando chegou o décimo terceiro dia do décimo segundo mês, a mão
do Senhor foi de tal forma com os judeus, que em vez de serem dominados pelos
seus inimigos eles é que os dominaram.
Muitos das províncias passaram para o lado deles, porque temiam muito a
Mardoqueu, quanto ao que lhes poderia fazer depois da guerra daquele único dia,
porque era grande e honrado perante o rei, e a cada dia crescia mais ainda a
sua honra e poder perante ele.
Então o decreto de Hamã funcionou ao contrário, porque em vez dos judeus
serem exterminados, eles é que prevaleceram contra todos os inimigos que se
levantaram contra eles, e até mesmo os dez filhos de Hamã foram mortos por eles
naquele dia décimo terceiro.
Na própria fortaleza de Susã onde estava o palácio real os judeus mataram
500 homens.
Os dez filhos de Hamâ foram enforcados a pedido de Ester.
A guerra se estendeu ao décimo quarto dia e os judeus mataram mais 300
homens na fortaleza de Susã.
E em todas as províncias o número de inimigos dos judeus que foram mortos
chegou a 75.000.
E de nenhum deles eles tomaram despojos, para mostrar a diferença que
havia entre o decreto de Mardoqueu que lhes deu o direito de se defenderem, do
decreto de Hamã que não somente mandou exterminar os judeus como também tomarem
posse dos despojos deles.
Nos dias 13 e 14, os judeus que
se achavam em Susã se reuniram, e fizeram do dia 15 um dia de banquetes e de
alegria.
Mas os judeus que habitavam nas aldeias fizeram o mesmo no dia 14 e
enviaram presentes uns aos outros.
Os amigos de Cristo devem viver e lutar juntos tal como os judeus, pela
fé evangélica, contra os principados e potestades, e suas vitórias devem ser
para eles motivo de alegria, e para fortalecimento de seus laços de
fraternidade e de amizade.
Por isso foi decretado por Mardoqueu que todos os judeus em todas as
províncias da Pérsia deveriam guardar anualmente os dias 14 e 15 do décimo
segundo mês, porque nestes dias eles acharam repouso de seus inimigos, quando a
sua tristeza foi mudada em alegria, e o luto em dia de festa, de maneira que
estes dois dias deveriam ser dias de banquetes e de alegria, e além de troca de
presentes deveriam ser feitas dádivas aos pobres, e estes dias passaram a ser
chamados de Purim, que vem do nome Pur, porque foi por causa do Pur lançado por
Hamã que tiveram que lutar naquele décimo terceiro dia do mês de Adar.
E Ester, confirmou a carta de Purim, escrevendo uma segundo vez para que
se guardasse a festa de Purim, em todas as 127 províncias da Pérsia.
Certamente houve um propósito de Deus naquela tribulação que os judeus
tiveram que enfrentar, mas na qual foram bem sucedidos, porque tinham muitos
inimigos por todas as partes, e haviam retornado recentemente de Babilônia para
a Palestina, e eles teriam que lutar muito e se esforçar para que consolidassem
a permanência deles no seu retorno à terra prometida.
O povo do Senhor é um povo de guerra porque tem muitos inimigos, e a
melhor maneira de aprender a vencê-los é sendo continuamente exercitado em
batalhas, e é este o motivo pelo qual o Senhor permite que eles tenham aflições
neste mundo.
Nós vemos que muitas coisas precisavam ser ainda consertadas em Israel
quanto à restauração do culto devido ao Senhor, e mesmo para a reorganização da
nação. E isto nós podemos ver de modo muito claro nos livros de Esdras e
Neemias que desceram também de Susã para a Palestina, não muito tempo depois
dos eventos narrados no livro de Ester.
Assim, Deus permitiu o mal intentado por Hamã, para que os judeus fossem
despertados, encorajados, incentivados a lutarem como uma só alma, para
preservarem a identidade e nacionalidade deles, porque o que está envolvido na
vida de Israel é a glória do Senhor. Israel vive porque o Senhor vive. A Igreja
é o verdadeiro Israel de Deus, e ela permanecerá até o fim para que se veja a
glória e o poder do Senhor que peleja pelo Seu povo, e o torna forte para as
batalhas que tem que travar contra o Inimigo.
“1 E, no duodécimo mês, que é o mês de Adar, no dia treze do mesmo mês em
que chegou a palavra do rei e a sua ordem para se executar, no dia em que os
inimigos dos judeus esperavam assenhorear-se deles, sucedeu o contrário, porque
os judeus foram os que se asenhorearam dos que os odiavam.
2 Porque os judeus nas suas cidades, em todas as províncias do rei
Assuero, se ajuntaram para pôr as mãos naqueles que procuravam o seu mal; e
ninguém podia resistir-lhes, porque o medo deles caíra sobre todos aqueles
povos.
3 E todos os líderes das províncias, e os sátrapas, e os governadores, e
os que faziam a obra do rei, auxiliavam os judeus porque tinha caído sobre eles
o temor de Mardoqueu.
4 Porque Mardoqueu era grande na casa do rei, e a sua fama crescia por
todas as províncias, porque o homem Mardoqueu ia sendo engrandecido.
5 Feriram, pois, os judeus a todos os seus inimigos, a golpes de espada,
com matança e com destruição; e fizeram dos seus inimigos o que quiseram.
6 E na fortaleza de Susã os judeus mataram e destruíram quinhentos
homens;
7 Como também a Parsandata, e a Dalfom e a Aspata,
8 E a Porata, e a Adalia, e a Aridata,
9 E a Farmasta, e a Arisai, e a Aridai, e a Vaisata;
10 Os dez filhos de Hamã, filho de Hamedata, o inimigo dos judeus,
mataram, porém ao despojo não estenderam a sua mão.
11 No mesmo dia foi comunicado ao rei o número dos mortos na fortaleza de
Susã.
12 E disse o rei à rainha Ester: Na fortaleza de Susã os judeus mataram e
destruíram quinhentos homens, e os dez filhos de Hamã; nas mais províncias do
rei que teriam feito? Qual é, pois, a tua petição? E dar-se-te-á. Ou qual é
ainda o teu requerimento? E far-se-á.
13 Então disse Ester: Se bem parecer ao rei, conceda-se aos judeus que se
acham em Susã que também façam amanhã conforme ao mandado de hoje; e pendurem
numa forca os dez filhos de Hamã.
14 Então disse o rei que assim se fizesse; e publicou-se um edito em
Susã, e enforcaram os dez filhos de Hamã.
15 E reuniram-se os judeus que se achavam em Susã também no dia catorze
do mês de Adar, e mataram em Susã trezentos homens; porém ao despojo não
estenderam a sua mão.
16 Também os demais judeus que se achavam nas províncias do rei se
reuniram e se dispuseram em defesa das suas vidas, e tiveram descanso dos seus
inimigos; e mataram dos seus inimigos setenta e cinco mil; porém ao despojo não
estenderam a sua mão.
17 Sucedeu isto no dia treze do mês de Adar; e descansaram no dia
catorze, e fizeram, daquele dia, dia de banquetes e de alegria.
18 Também os judeus, que se achavam em Susã se ajuntaram nos dias treze e
catorze do mesmo; e descansaram no dia quinze, e fizeram, daquele dia, dia de
banquetes e de alegria.
19 Os judeus, porém, das aldeias, que habitavam nas vilas, fizeram do dia
catorze do mês de Adar dia de alegria e de banquetes, e dia de folguedo, e de
mandarem presentes uns aos outros.
20 E Mardoqueu escreveu estas coisas, e enviou cartas a todos os judeus
que se achavam em todas as províncias do rei Assuero, aos de perto, e aos de
longe,
21 Ordenando-lhes que guardassem o dia catorze do mês de Adar, e o dia
quinze do mesmo, todos os anos,
22 Como os dias em que os judeus tiveram repouso dos seus inimigos, e o
mês que se lhes mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia de festa, para
que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem presentes uns aos
outros, e dádivas aos pobres.
23 E os judeus encarregaram-se de fazer o que já tinham começado, como
também o que Mardoqueu lhes tinha escrito.
24 Porque Hamã, filho de Hamedata, o agagita, inimigo de todos os judeus,
tinha intentado destruir os judeus, e tinha lançado Pur, isto é, a sorte, para
os assolar e destruir.
25 Mas, vindo isto perante o rei, mandou ele por cartas que o mau intento
que Hamã formara contra os judeus, se tornasse sobre a sua cabeça; pelo que
penduraram a ele e a seus filhos numa forca.
26 Por isso aqueles dias chamam Purim, do nome Pur; assim também por
causa de todas as palavras daquela carta, e do que viram sobre isso, e do que
lhes tinha sucedido,
27 Confirmaram os judeus, e tomaram sobre si, e sobre a sua descendência,
e sobre todos os que se achegassem a eles, que não se deixaria de guardar estes
dois dias conforme ao que se escrevera deles, e segundo o seu tempo
determinado, todos os anos.
28 E que estes dias seriam lembrados e guardados em cada geração,
família, província e cidade, e que esses dias de Purim não fossem revogados
entre os judeus, e que a memória deles nunca teria fim entre os de sua
descendência.
29 Então a rainha Ester, filha de Abiail, e Mardoqueu, o judeu,
escreveram com toda autoridade uma segunda vez, para confirmar a carta a
respeito de Purim.
30 E mandaram cartas a todos os judeus, às cento e vinte e sete
províncias do reino de Assuero, com palavras de paz e verdade.
31 Para confirmarem estes dias de Purim nos seus tempos determinados,
como Mardoqueu, o judeu, e a rainha Ester lhes tinham estabelecido, e como eles
mesmos já o tinham estabelecido sobre si e sobre a sua descendência, acerca do
jejum e do seu clamor.
32 E o mandado de Ester estabeleceu os sucessos daquele Purim; e
escreveu-se no livro.”
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