Apesar
desta profecia não ser datada, é de se supor que tenha sido dada no mesmo
décimo ano citado no início da profecia do capítulo anterior, quando Jerusalém
se encontrava já por doze anos, sendo sitiada pelos babilônios.
Então
este conjunto de profecias tinha por finalidade principal remover dos judeus
qualquer inclinação para continuarem depositando sua confiança num possível
livramento por parte dos egípcios, em vez de se renderem aos babilônios para o
próprio bem deles.
Nós
vemos então a misericórdia de Deus para com Israel, mesmo estando eles debaixo
de Seus juízos, porque Ele fez de tudo para que evitassem um mal maior, porque
lhes prometera dar livramento da morte pela espada de Nabucodonosor caso se
rendessem a ele, e isto nós vemos repetidamente no livro do profeta
Jeremias.
Os
judeus não deveriam depositar qualquer esperança nos egípcios confiando no fato
de que havia outras nações aliançadas com o Egito, porque estas nações também
seriam submetidas ao juízo do Senhor, como se afirma no verso 5:
“Etiópia,
e Pute, e Lude, e todo o povo da Arábia, e Cube, e os filhos da terra da
aliança cairão juntamente com eles à espada.”
Assim,
de cabeça de nações que fora por séculos, o Egito passaria a ser a cauda,
porque o Senhor fortaleceria os braços do rei de Babilônia, e depois deles,
como sabemos pela história, da Pérsia, Grécia e Roma, que se alternariam no
poder, enquanto o Egito, permaneceria uma nação enfraquecida para sempre,
conforme determinado pelo Senhor, para que os judeus aprendessem que não é em
nenhum poder terreno que devem colocar a sua esperança, e entrar em aliança com
as nações para serem livrados, sem a permissão de Deus, porque é somente em
Jeová, o Deus deles, que devem esperar inteiramente.
O que
se aplica aos judeus nesta parte, também se aplica à Igreja, cuja confiança
deve estar inteiramente no Senhor da Igreja, porque até mesmo o auxílio que
lhes vier da parte dos homens, terá sido pela Sua providência, porque este é o
Seu modo de agir para com o Seu povo.
Bem-aventurado
portanto é o cristão que faz do Senhor o Seu tudo, e que nEle confia e espera
para todas as coisas.
Os
poderes deste mundo cessam e falham, mas o braço poderoso do Senhor jamais
cessará ou falhará em fazer o bem ao Seu povo.
“1 De
novo veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
2 Filho
do homem, profetiza, e dize: Assim diz o Senhor Deus: Gemei: Ah! aquele dia!
3
Porque perto está o dia, sim, perto está o dia do Senhor; dia de nuvens será, o
tempo das nações.
4 E uma
espada virá ao Egito, e haverá angústia na Etiópia, quando caírem os
traspassados no Egito; o seu povo será levado para o cativeiro e serão
destruídos os seus fundamentos.
5
Etiópia, e Pute, e Lude, e todo o povo da Arábia, e Cube, e os filhos da terra
da aliança cairão juntamente com eles à espada.
6 Assim
diz o Senhor: Também cairão os que sustêm o Egito, e descerá a soberba de seu
poder; desde Migdol até Sevené cairão nela à espada, diz o Senhor Deus.
7 E
ficarão desolados no meio das terras assoladas; e as suas cidades estarão no
meio das cidades desertas.
8 E
saberão que eu sou o Senhor, quando eu puser fogo ao Egito, e forem destruídos
todos os que lhe davam auxílio.
9
Naquele dia sairão mensageiros de diante de mim em navios, para amedrontarem os
etíopes descuidados; e sobre eles haverá angústia, como no dia do Egito; pois
eis que já vem.
10
Assim diz o Senhor Deus: Também farei cessar do Egito a multidão, por mão de
Nabucodonosor, rei de Babilônia.
11 Ele
e o seu povo com ele, os terríveis dentre as nações, serão introduzidos para
destruírem a terra; e desembainharão as suas espadas contra o Egito, e encherão
a terra de mortos.
12 E eu
secarei os rios, e venderei a terra, entregando-a na mão dos maus, e assolarei
a terra e a sua plenitude pela mão dos estranhos; eu, o Senhor, o disse.
13
Assim diz o Senhor Deus: Também destruirei os ídolos, e farei cessar de Mênfis
as imagens; e não mais haverá um príncipe na terra do Egito; e porei o temor na
terra do Egito.
14 E
assolarei a Patros, e porei fogo a Zoã, e executarei juízos em Tebas;
15 e
derramarei o meu furor sobre Pelúsio, a fortaleza do Egito, e exterminarei a
multidão de Tebas;
16
também atearei um fogo no Egito; Pelúsio terá angústia, Tebas será destruída, e
Mênfis terá adversários em pleno dia.
17 Os
mancebos de Om e Pi-Besete cairão à espada, e estas cidades irão ao cativeiro.
18 E em
Tapanes se escurecerá o dia, quando eu quebrar ali os jugos do Egito, e nela
cessar a soberba do seu poder; quanto a ela, uma nuvem a cobrirá, e suas filhas
irão ao cativeiro.
19
Assim executarei juízos no Egito, e saberão que eu sou o Senhor.
20 E
sucedeu no ano undécimo, no mês primeiro, aos sete do mês, que veio a mim a
palavra do Senhor, dizendo:
21
Filho do homem, eu quebrei o braço de Faraó, rei do Egito; e eis que não foi
atado para se lhe aplicar remédios curativos, nem se lhe porão ligaduras para o
atar, para torná-lo forte, a fim de pegar na espada.
22
Portanto assim diz o Senhor Deus: Eis que eu estou contra Faraó, rei do Egito,
e quebrarei os seus braços, assim o forte como o que já foi quebrado; e farei
cair da sua mão a espada.
23 E
espalharei os egípcios entre as nações, e os dispersarei pelas terras.
24 Mas
fortalecerei os braços do rei de Babilônia, e pôr-lhe-ei na mão a minha espada;
quebrarei, porém, os braços de Faraó, e diante daquele gemerá como quem está
mortalmente ferido.
25 Eu
sustentarei os braços do rei de Babilônia, mas os braços de Faraó cairão; e
saberão que eu sou o Senhor, quando eu puser a minha espada na mão do rei de
Babilônia, e ele a estender sobre a terra do Egito.
26 E
espalharei os egípcios entre as nações, e os dispersarei pelas terras; saberão
assim que eu sou o Senhor.” (Ezequiel 30)
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