O
primeiro versículo deste capitulo apresenta duas datas distintas para o
cativeiro dos judeus, porque a primeira relativa a 25 anos correspondia ao
tempo da primeira leva de cativos para Babilônia, e a segunda data relativa a
14 anos, à segunda leva, depois da queda de Jerusalém no final do reinado de
Zedequias, quando os babilônios entraram em Jerusalém, após tê-la cercado por
dezoito meses.
Isto
significa que Ezequiel encontrava-se em Babilônia há 25 anos, e os judeus que
foram levados para lá depois da queda de Jerusalém, há 14 anos.
Foi
nesta ocasião que ele teve a visão do templo restaurado pelo Senhor, que
abrangerá todos os últimos capítulos do seu livro, a contar deste.
Esta é
a porção mais difícil de ser interpretada em toda a Bíblia, então devemos ter
todo o cuidado para não fazermos afirmações finais onde não seja seguro
fazê-las.
Esta
visão de um templo glorioso e purificado, com suas medidas e serviços
designados para os sacerdotes, pelo próprio Deus, ainda que não seja compreendida
em seus detalhes, e quanto a um possível tempo de aplicação real na terra, ou
se se trata de uma representação de realidades espirituais e celestiais,
certamente tinha o propósito de encorajar os judeus a purificarem o santuário e
o culto deles de tudo o que fosse carnal e profano.
Contudo,
é melhor entender todas estas visões como uma referência a realidades
espirituais e não materiais, porque as dimensões do templo são maiores do que a
própria Nova Jerusalém.
Certamente
não foi este templo, com estas dimensões e quantidade imensa de portas,
janelas, átrios e câmaras, que foi reconstruído pelos judeus quando retornaram
de Babilônia, nem mesmo depois de ter sofrido os acréscimos que lhe foram
feitos pelo rei Herodes.
Lembramos
que Jesus disse que a casa de Seu Pai tem muitas moradas. O céu é uma casa. É a
habitação de Deus e dos Seus servos. Sua casa é um templo com muitas câmaras,
com instalações privativas para todos os Seus servos, sejam homens, anjos,
arcanjos, querubins e serafins.
Então,
como temos no capitulo 47 uma referência às águas vivas que procedem do templo
de Deus, faríamos bem em aplicar todas estas visões às realidades celestiais, e
não tentarmos fazer afirmações objetivas quanto ao significado de cada uma das
descrições que encontramos no final do livro do profeta Ezequiel.
“1 No
ano vinte e cinco do nosso cativeiro, no princípio do ano, no décimo dia do
mês, no ano catorze depois que a cidade foi conquistada, naquele mesmo dia veio
sobre mim a mão do Senhor,
2 e em
visões de Deus me levou à terra de Israel, e me pôs sobre um monte muito alto,
sobre o qual havia como que um edifício de cidade para a banda do sul.
3
Levou-me, pois, para lá; e eis um homem cuja aparência era como a do bronze,
tendo na mão um cordel de linho e uma cana de medir; e ele estava em pé na
porta.
4 E
disse-me o homem: Filho do homem, vê com os teus olhos, e ouve com os teus
ouvidos, e põe no teu coração tudo quanto eu te fizer ver; porque, para to
mostrar foste tu aqui trazido. Anuncia pois à casa de Israel tudo quanto vires.
5 E
havia um muro ao redor da casa do lado de fora, e na mão do homem uma cana de
medir de seis côvados de comprimento, tendo cada côvado um palmo a mais; e ele
mediu a largura do edifício, era uma cana; e a altura, uma cana.
6 Então
veio à porta que olhava para o oriente, e subiu pelos seus degraus; mediu o
limiar da porta, era uma cana de largo, e o outro limiar, uma cana de largo.
7 E
cada câmara tinha uma cana de comprido, e uma cana de largo; e o espaço entre
as câmaras era de cinco côvados; e o limiar da porta, ao pé do vestíbulo da
porta, em direção da casa, tinha uma cana.
8
Também mediu o vestíbulo da porta em direção da casa, uma cana.
9 Então
mediu o vestíbulo da porta, e tinha oito côvados; e os seus pilares, dois côvados;
e o vestíbulo da porta olha para a casa.
10 E as
câmaras da porta para o lado do oriente eram três dum lado, e três do outro; a
mesma medida era a das três; também os umbrais dum lado e do outro tinham a
mesma medida.
11
Mediu mais a largura da entrada da porta, que era de dez côvados; e o
comprimento da porta, treze côvados.
12 E a
margem em frente das câmaras dum lado era de um côvado, e de um côvado a margem
do outro lado; e cada câmara tinha seis côvados de um lado, e seis côvados do
outro.
13 Então
mediu a porta desde o telhado de uma câmara até o telhado da outra, era vinte e
cinco côvados de largo, estando porta defronte de porta.
14
Mediu também o vestíbulo, vinte côvados; e em torno do vestíbulo da porta
estava o átrio.
15 E,
desde a dianteira da porta da entrada até a dianteira do vestíbulo da porta
interior, havia cinquenta côvados.
16
Havia também janelas de fechar nas câmaras e nos seus umbrais, dentro da porta
ao redor, e da mesma sorte nos vestíbulos; e as janelas estavam à roda pela parte
de dentro; e nos umbrais havia palmeiras.
17
Então ele me levou ao átrio exterior; e eis que havia câmaras e um pavimento
feitos para o átrio em redor; trinta câmaras havia naquele pavimento.
18 E o
pavimento, isto é, o pavimento inferior, corria junto às portas segundo o
comprimento das portas.
19 A
seguir ele mediu a largura desde a dianteira da porta inferior até a dianteira
do átrio interior, por fora, cem côvados, tanto do oriente como do norte.
20 E,
quanto à porta que olhava para o norte, no átrio exterior, ele mediu o seu
comprimento e a sua largura.
21 As
suas câmaras eram três dum lado, e três do outro; e os seus umbrais e os seus
vestíbulos eram da medida da primeira porta: de cinquenta côvados era o seu
comprimento, e a largura de vinte e cinco côvados.
22 As
suas janelas, e o seu vestíbulo, e as suas palmeiras eram da medida da porta
que olhava para o oriente; e subia-se para ela por sete degraus; e o seu
vestíbulo estava diante dela.
23
Havia uma porta do átrio interior defronte da outra porta tanto do norte como
do oriente; e mediu de porta a porta cem côvados.
24
Então ele me levou ao caminho do sul; e eis que havia ali uma porta que olhava
para o sul; e mediu os seus umbrais e o seu vestíbulo conforme estas medidas.
25 E
havia também janelas em redor do seu vestíbulo, como as outras janelas; cinquenta
côvados era o comprimento, e a largura vinte e cinco côvados.
26
Subia-se a ela por sete degraus, e o seu vestíbulo era diante deles; e tinha
palmeiras, uma de uma banda e outra da outra, nos seus umbrais.
27
Também havia uma porta para o átrio interior que olha para o sul; e mediu de
porta a porta, para o sul, cem côvados.
28
Então me levou ao átrio interior pela porta do sul; e mediu a porta do sul
conforme estas medidas.
29 E as
suas câmaras, e os seus umbrais, e o seu vestíbulo eram conforme estas medidas;
e nele havia janelas e no seu vestíbulo ao redor; o comprimento era de cinquenta
côvados, e a largura de vinte e cinco côvados.
30
Havia um vestíbulo em redor; o comprimento era de vinte e cinco côvados e a
largura de cinco côvados.
31 O
seu vestíbulo olhava para o átrio exterior; e havia palmeiras nos seus umbrais;
e subia-se a ele por oito degraus.
32
Depois me levou ao átrio interior, que olha para o oriente; e mediu a porta
conforme estas medidas;
33 e
também as suas câmaras, e os seus umbrais, e o seu vestíbulo, conforme estas
medidas; também nele havia janelas e no seu vestíbulo ao redor; o comprimento
era de cinquenta côvados, e a largura era de vinte e cinco côvados.
34 E o
seu vestíbulo olhava para o átrio exterior; também havia palmeiras nos seus
umbrais de uma e de outra banda; e subia-se a ele por oito degraus.
35
Então me levou à porta do norte; e mediu-a conforme estas medidas.
36 As
suas câmaras, os seus umbrais, e o seu vestíbulo; também tinha janelas em
redor; o comprimento era de cinquenta côvados, e a largura de vinte e cinco
côvados.
37 E os
seus umbrais olhavam para o átrio exterior; também havia palmeiras nos seus
umbrais de uma e de outra banda; e subia-se a ela por oito degraus.
38
Havia uma câmara com a sua entrada junto aos umbrais perto das portas; aí se
lavava o holocausto.
39 E no
vestíbulo da porta havia duas mesas de uma banda, e duas da outra, em que se
haviam de imolar o holocausto e a oferta pelo pecado e a oferta pela culpa.
40
Também duma banda, do lado de fora, junto da subida para a entrada da porta que
olha para o norte, havia duas mesas; e da outra banda do vestíbulo da porta,
havia duas mesas.
41
Havia quatro mesas de uma, e quatro mesas da outra banda, junto à porta; oito
mesas, sobre as quais imolavam os sacrifícios.
42 E
havia para o holocausto quatro mesas de pedras lavradas, sendo o comprimento de
um côvado e meio, a largura de um côvado e meio, e a altura de um côvado; e
sobre elas se punham os instrumentos com que imolavam o holocausto e o
sacrifício.
43 E
ganchos, de um palmo de comprido, estavam fixos por dentro ao redor; e sobre as
mesas estava a carne da oferta.
44 Fora
da porta interior estavam as câmaras para os cantores, no átrio interior, que
estava ao lado da porta do norte; e elas olhavam para o sul; uma estava ao lado
da porta do oriente, e olhava para o norte.
45 E
ele me disse: Esta câmara que olha para o sul é para os sacerdotes que têm a
guarda do templo.
46 Mas
a câmara que olha para o norte é para os sacerdotes que têm a guarda do altar,
a saber, os filhos de Zadoque, os quais dentre os filhos de Levi se chegam ao
Senhor para o servirem.
47 E
mediu o átrio; o comprimento era de cem côvados e a largura de cem côvados, um
quadrado; e o altar estava diante do templo.
48
Então me levou ao vestíbulo do templo, e mediu cada umbral do vestíbulo, cinco
côvados de um lado e cinco côvados do outro; e a largura da porta era de três
côvados de um lado, e de três côvados do outro.
49 O
comprimento do vestíbulo era de vinte côvados, e a largura de doze côvados; e
era por dez degraus que se subia a ele; e havia colunas junto aos umbrais, uma
de um lado e outra do outro.” (Ezequiel 40)
Nenhum comentário:
Postar um comentário